-- Gio... Gio?! GIOVANNAAA!!!
Minha mãe gritou dentro do ônibus arrancando meus fones dos ouvidos, bufei porque além de já estar irritada eu odeio quando ela faz isso.
-- Ai mãe, que foi?
-- Vai ficar com esse bico a viagem toda?
Revirei os olhos sem responder, tínhamos acabado de entrar no ônibus e ela já estava nessa. Se ela estava achando ruim naquele instante, imagine quando olhasse minha cara dentro do carro viajando com aquele povo desconhecido.
-- Pra que você trouxe esse treco ai? - Disse apontando para o Afonso.
-- Mãe o negocio é o seguinte... - Disse concentrando paciência me virando pra ela que estava sentada ao meu lado.
-- Eu topei ir nessa porcaria de praia com você ok? O que já acho bom o suficiente pra exigir algo! você deixaria um pedaço de você em casa pra sair com estranhos? – Ela fez que ia responder mais atropelei antes.
-- E não chame o Afonso de treco, ele é meu parceiro e vai comigo onde eu for!
-- Nunca vou entender essa obsessão sua e do seu pai por musica, muito menos essa sua doidera de por nome em um violão!
Pois é, o negocio de musica veio de família. Meu pai vivia de musica há um tempo atras. Na verdade ele formava uma dupla sertaneja com um doido amigo dele até que fizeram um pouquinho de sucesso na época mas hoje em dia ele é chefe em construção e só canta por diversão em alguns barzinhos, alias foi num desses que ele conheceu a nojenta da Soraia oh mulherzinha insuportável!
Chegamos ao bairro Batel por volta das 18h30min graças a Deus não era muito longe de onde morávamos. minha mãe pagava aluguel pra uma senhorinha bem gente fina que mora no centro Dona Nina, viciada em uísque e canastra e foi em uma dessas que minha mãe descolou nosso cafofo que apesar de ser pequeno era próximo a Praça Rui Barbosa e todos os outros pontos de encontros da nossa turma que adorava aprontar no centro.
Chegamos ao condomínio onde Dona Amanda morava e eu fiquei de boca aberta, nunca fui de me encantar com coisas assim na verdade me contentava com minha casinha mais sinceramente? Fiquei até com vergonha de entrar em um lugar daqueles vestida tão xexelenta. Da porta de entrada podíamos ouvir um som alto que mais parecia ser um filme cheguei até a pensar que eram surdos e sorri achava que só os “pobres” é que assistiam televisão alta.
Eu estava rezando em pensamentos pra que o fim de semana passasse voando enquanto esperávamos aquela gente atender a porcaria da porta, tava difícil viu... eita povo surdo!
Quando surge na minha frente a criatura mais bela que eu já vi em minha vida, fiquei de boca aberta praticamente babando e enquanto minha mãe cumprimentava a mulher a nossa frente eu a analizava.
Ela era ruiva, pele bem clarinha olhos verdes como lindas esmeraldas, deveria ter quase minha altura cabelos cacheados e longos, boca vermelhinha me deixou louca de vontade. Desci meus olhos e me surpreendi, ela vestia roupas simples, uma blusinha fina de alças da cor de seus olhos com um decote discreto mais que não passou despercebido aos meus olhos, pelo jeito malhava pois tinha um belo corpo, usava uma calça moletom preta meio larguinha e estava descalça, estava hipnotizada com a visão, simplesmente... Linda!
O que eu esperava?
Uma quarentona daquelas chiques com cara azeda vestida com aquelas roupas de grife de alta sociedade e totalmente antipática.
-- Essa é minha filha Giovanna!
Acordei do transe com meu braço sendo discretamente beliscado por minha mãe que tinha no rosto um olhar atravessado daqueles que diz... “Me faz passar vergonha que eu te mato”.
-- Prazer Giovanna, como você deve saber me chamo Amanda!
Ela me disse sorrindo simpaticamente enquanto estendia sua mão em minha direção e putz... Eu estava petrificada que raios de sorriso era aquele? “ Se concentra Giovanna!” pensei.
-- Prazer Dona Amanda!
Respondi olhando em seus olhos sentindo meu corpo todo estremecer com o toque macio de sua mão. Passado meu primeiro e maior momento gay entramos todos na casa e a anfitriã tratou de me apresentar a família.
Confesso que fiquei bastante impressionada não só por Amanda ser tão... E sim depois de conhecê-los, todos eram muitos simpáticos e pareciam pessoas simples. Vestiam-se confortavelmente naquela ocasião, todos muito despojados, corri meus olhos pela extensa sala em que nos encontrávamos e descobri de onde vinha o som alto Carlinhos o filho caçula jogava vídeo game com Carlos seu pai e sua irmã Lara pareciam se divertir bastante com os jogos.
O papo entre nós se seguia tranquilo entre risadas e brincadeiras até me arrisquei a jogar uma partida de futebol com o pequeno mesmo sem levar o menor jeito com essas coisas me diverti bastante, a garota ao meu lado rindo distraidamente não era nada do que eu tinha imaginado, não parecia ser nenhuma patricinha superficial como eu achava. Estava começando a imaginar um fim de semana agradável na companhia dessas pessoas, mas tinha ainda uma coisa que me deixava desconcertada.
Aquela mulher!
Cada vez que ela me olhava ou se dirigia a mim pra dizer alguma coisa meu corpo gelava e meu coração ficava meio que lesado, estava me sentido sufocada por essas sensações nunca antes sentidas em certo momento a peguei me analisando de forma discreta ai sim me desconectei de tudo e passei a encara-la de forma visível, até que ouço um sussurro de Lara em meu ouvido.
-- Ela é linda né? Não se preocupe seu segredo esta guardado comigo só procure dar menos na cara!
Aff... Que garota mais abusada!
Fiquei de cara com o que ouvi e procurei não me descuidar e ser pega novamente agora por outra pessoa ou por Amanda, não saberia onde enfiar minha cara se isso acontecesse. Mas uma pergunta se fixou em minha mente, o que estava acontecendo comigo? Nunca fui de ficar admirando mulheres, pra falar bem a verdade nem os homens me agradavam, eu só não era mais virgem porque perdi com um único namorado que tive alias, foi um horror! Ainda em pensamentos cheguei a uma conclusão: não estava preocupada por ela ser mulher, sempre achei que a melhor forma de se amar alguém é se entregar de corpo e alma sem preconceitos ou qualquer coisa do tipo e sempre esperei acontecer comigo, o problema era que eu fui ficar afim justo da patroa da minha mãe!
Sim, eu estava afim dela e verdadeiramente ferrada, pois algo entre nós é absolutamente impossível.
ContinuaOii Gente...
Resolvi postar essa história aqui e espero que gostem e digam nos comentários se devo ou não continuar.. Então Por favor, Comentem!
Criticas e elogios são bem vindos!
Bjs e até a próxima!