O PASTOR - Parte 03
Zonza, senti o negrão me pegar nos braços e me carregar até o meu quarto. Deitou-me com cuidado na minha cama. Deu-me um beijo terno na testa e afastou-se. Minha cabeça não parava de girar. Dava-me ânsias de vômito, mas eu me segurava. Lutava para recuperar a consciência, temendo que ele fosse embora. Em vão. Apaguei, finalmente.
Acordei escutando o barulho do meu telefone convencional, tocando na sala. Dei um pulo da cama. Estava tudo muito escuro no meu quarto, indicando já ser noite. Corri à sala e atendi ao telefone. Era o arquivista querendo confirmar nosso encontro, logo mais. Expliquei que não estava passando bem e disse que depois remarcaria. Ele desligou visivelmente frustrado.
Eu estava nua. Acendi a lâmpada da sala e depois voltei para o quarto. Havia um bilhete deixado sobre um móvel do dormitório. Dispensava-me do expediente de trabalho durante o resto do dia e me recomendava repouso. Sorri, mas fiquei na dúvida se tudo não havia passado de mais um delírio da minha mente sedenta de sexo. Porém, aquele papel era a prova de que o detetive realmente estivera em meu apartamento, já que a caligrafia não era minha.
No outro dia, de manhã bem cedo, um policial foi-me apanhar em casa em sua viatura. Aparecera outra jovem morta. O detetive Eliezer de Menezes já estava na cena do crime, esperando por mim. O negrão cumprimentou-me como se nada houvesse acontecido entre nós dois e eu fiquei satisfeita com a sua conduta. Pediu que eu desse uma olhada no cadáver. A primeira coisa que fiz foi examinar se a garota tinha, também, uma tatuagem “evangélica”. Não tinha. Mas havia dois pedaços de cabo de vassoura enfiados em sua genitália.
- Não vi nenhuma tatuagem... –, eu disse, depois de examinar o corpo. –, mas ela parece mais evangélica do que as outras. No entanto, suas madeixas não são tão longas.
- Fotografe em close o rosto da morta e voltemos ao nosso tatuador. É muita coincidência aparecer outra jovem assassinada, depois de ele confessar ter passado a noite anterior fora de casa.
Dessa vez encontramos o artista em seu domicílio. Confirmou que a jovem estivera em seu atelier na tarde do dia anterior, querendo fazer uma tatuagem idêntica às das amigas. Só que exigia o desenho feito em sua genitália. No momento, ele estava tatuando um cliente, por isso ela ficou de voltar no dia seguinte. Ou, numa outra hora, se ele estivesse desocupado e ligasse para ela. O cara remexeu uma gaveta e retirou de lá um pedaço de papel. Havia um nome feminino e um telefone, escritos ali. O detetive sorriu para mim e piscou-me um olho. Teríamos, finalmente, uma pista para seguir.
Do meu celular, liguei para o número cedido pelo tatuador. Uma senhora aflita atendeu a ligação. Confirmou que a filha havia saído de casa desde a manhã do dia anterior e até o momento não havia regressado. E ela não costumava passar uma noite sequer fora de casa. O detetive me pediu o aparelho. Queria ser ele a dar a notícia do assassinato da filha da pobre mulher. Pediu que eu anotasse o endereço dela e prometeu ir para lá imediatamente. Quando desligou, agradeceu ao tatuador pela ajuda e fomos embora.
Chegamos à casa da jovem assassinada, localizada num bairro classe-média do Recife, e a mãe dela estava inconsolável. Soluçando de choro, disse que a moça se convertera ao Evangelho havia poucos meses e isso tornava sua família feliz. Antes, a jovem andava em más companhias e até tivera envolvimento com drogas. Seu sonho, porém, era ser artista de cinema. No entanto, nunca houvera tido uma oportunidade real para isso. Depois de conhecer um pastor bonitão, virou evangélica fervorosa. Não merecia um fim daqueles.
Intimamos a pobre mulher a reconhecer o corpo e depois prestar depoimento na Delegacia de Homicídios. Também pedimos informações de onde ficava o templo que a vítima costumava frequentar. Uma irmã mais jovem da defunta prontificou-se a mostrar-nos o local. Mas não entraria conosco. Não queria que o pastor soubesse ter sido ela a levar a gente até ele. A caminho do templo, nos fez uma denúncia bombástica: a morta tornara-se, em sigilo, amante do pastor. Quando chegamos perto do endereço, no entanto, pediu para descer do carro. Deixamo-la numa esquina e seguimos caminho.
O pastor Severino era, realmente, bonitão. Alto, sarado, com um vozeirão impressionante, deveria deixar suas “ovelhas” caidinhas por ele. Dessa vez, o detetive negrão fez questão de levar consigo sua Bíblia Sagrada debaixo do braço. Como se quisesse dizer ao cara que era evangélico também. Se ele é mesmo, ou não, o artifício funcionou. Fomos muito bem tratados pelo pastor, que se mostrou surpreso com o assassinato de sua fiel. Confessou que tivera, sim, um caso com a moça, mas que não estavam mais juntos. No entanto, pareceu ficar em alerta, quando lhe mostrei a foto da tatuagem impressa na nuca de uma das vítimas. Disse nunca ter visto tatuagem igual, mas sua expressão facial dizia justamente o contrário. Claro que o detetive negrão insistiu nas perguntas indiscretas e até o acusou de ser o assassino. Aí, o belo virou uma fera.
O sujeito tentou agredir meu negrão, mas, antes que eu sacasse minha arma para intimidá-lo, recebeu um murro no rosto que o jogou a metros de distância. Porém, o pastor era duro na queda. Levantou-se e partiu para cima do detetive. Trocaram socos, mas o negrão era melhor pugilista. Derrubou o cara mais uma vez. Então, aproveitando-se de uma distração minha, o pastor conseguiu arrancar-me a arma das mãos. Apontou-a para o detetive e atirou. Este, no entanto, parecia ter previsto essa ação do cara, pois já tinha sua pesada Bíblia em mãos, colocando-a à frente do peito. O livro recebeu duas balas. Em seguida, o negrão lançou o pesado objeto com força e pontaria certeira contra o atirador. Com o impacto, o sujeito foi ao solo mais uma vez. Quando tentou se levantar, o detetive já havia novamente se apossado do livro. Bateu com ele, de cima para baixo, uma única vez, acertando em cheio o topo da cabeça do sujeito. Com a pancada, o cara desabou de vez.
As coisas tinham acontecido de uma forma tão abrupta que eu nem me lembrei de pegar minha arma de volta: corri para abraçar o meu negrão. Ele largou o pesado livro sobre o tampo de um birô que ficava num canto do amplo templo e abraçou-se a mim, também. Só depois é que me lembrou de retomar a arma. Aí, várias pessoas acorreram ao recinto, depois de ouvirem os tiros. Temiam que o pastor houvesse sido assaltado e baleado. Ficaram sem entender, quando viram o sujeito desmaiado e eu abraçada ao detetive. O negrão, no entanto, tirou do bolso do paletó o seu distintivo policial e mostrou aos curiosos:
- Polícia. O pastor Severino está dominado e preso.
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Depois das devidas explicações aos fiéis que acorreram ao local, mostramos algumas fotografias das jovens que haviam sido assassinadas até aquele momento. A maioria pertencia àquela mesma paróquia. E todas haviam sido namoradas do pastor. Por conta desta e de outras informações, chegamos aos pais das outras vítimas. Como o detetive havia suposto, sabiam que as jovens haviam sido assassinadas, mas tiveram vergonha de reclamar seus corpos à Polícia. O motivo era o mesmo: temiam se expor aos falatórios, devido às jovens terem sido encontradas nas ruas, nuas e estupradas. Na verdade, era consenso que o pastor devia ser o assassino serial. Mas temiam denunciá-lo, já que não tinham plena certeza de sua culpa. E o cara era tido como violento: antes de ser evangélico, havia sido um perigoso assaltante. Foi preso, pagou pena e, quando saiu da cadeia, converteu-se ao Evangelho. Construiu um templo, jurando ter usado dinheiro do próprio bolso, e convenceu as fiéis de que era um novo homem. Sua beleza, no entanto, atraía mocinhas como mosca ao mel.
Levado para a delegacia, o evangélico continuava negando ter assassinado suas ex-namoradas e amantes. A imprensa noticiou o fato com enorme estardalhaço, como era comum nesses casos. Aí, três dias depois, apareceu mais uma mulher assassinada nas mesmas condições: jovem, bonita, cabelos longos e evangélica, com uma tatuagem em forma de coração e o nome de Jesus estampado na nuca.
Quem me deu a notícia, em plena madrugada, foi o jovem arquivista da polícia. Teriam que soltar o pastor Severino pois, como ele estivera o tempo todo na delegacia, não poderia ter cometido aquele crime. Eu estava em companhia do meu negrão, como vinha acontecendo todas as noites que não estávamos de plantão. Aliás, aquela estava marcada para ser uma noite especial. Eu havia me convencido a ceder, pela primeira vez, minha bundinha a alguém. E, conforme minhas fantasias eróticas, estava prestes a cedê-la a um homem superdotado, que decerto me estraçalharia o rabo, como era o meu íntimo desejo.
O telefone havia tocado bem na hora em que ele lubrificava com vaselina o enorme pau, disposto a metê-lo sem dó na minha bundinha virgem. Por um momento, ficamos na dúvida se era o caso de atendermos imediatamente ao chamado, que sabíamos ser da Polícia. Para a minha surpresa, meu negrão continuou, calmamente, lubrificando seu caralho. Eu, depois de atender a ligação nua e sentada na cama, deitei-me de costas bem à borda. Levantei bem minhas pernas e dobrei meus joelhos, enquanto ele arrodeava a cama e se postava bem onde eu queria.
- Devagar, amor, que eu estou com medo.
- Garanto que não vai doer. É só você ficar bem relaxada. Porém, se sentir dor, é só dizer que eu paro.
Balancei afirmativamente a cabeça e fechei os olhos. Senti seus dedos lambuzarem meu buraquinho e fiquei, novamente, tensa. Quando pensei que ele ia me penetrar naquela posição, apoiando minhas pernas em seus ombros, eis que ele me virou de costas para si, colocando-me de quatro na borda da cama. Baixei bem a cabeça e tentei visualizar a penetração. Em vão. Ele roçou a cabeçorra no meu anel, apoiando o falo com uma das mãos e abrindo mais minha bundinha com a outra. Fechei novamente os olhos e esperei a dor lancinante. Mas que dor, que nada. A enorme pica entrou macia, como se já estivesse acostumada àquele caminho. Senti apenas um ardor quando o falo já entrara mais da metade, talvez porque tentei abrir mais meu túnel para facilitar-lhe a penetração. Porra, foi um prazer indescritível. A rola ia me preenchendo aos poucos, devagar e sempre. Aí, de repente, sem mais nem menos, eu travei. Comprimi o cu de forma involuntária e não adiantou ele pedir para que eu relaxasse. Aí, ele empurrou com força, forçando a entrada, e eu gritei de dor.
Pedi que ele retirasse aquela trolha de dentro de mim e ele fingiu não me ouvir, forçando mais ainda a penetração. A dor era cruel. Abri bem a boca, sentindo-me empalada. Então, para minha surpresa, ele deu um tapa violento em minha bunda. Ardeu mais do que a dor que eu estava sentindo no ânus. Contraí o anel, como se estivesse mordendo com força seu grosso pau. Nesse momento, quando eu já me sentia agoniada daquela tortura, meu ânus relaxou de repente. De uma estocada só, ele empurrou sua enorme e grossa rola todinha em meu cu. Sentir seus pelos púbicos roçando meu anel me causou uma enorme alegria. Passou toda a dor e todo o ardor, depois daquele tapa violento. Antes que eu pedisse, ele continuou a cópula. Bem devagar, mas com movimentos resolutos. Parecia acompanhar a minha respiração: retirava quase tudo de dentro de mim quando eu inspirava o ar, para, logo em seguida, empurrar até o talo, quando eu expirava.
E a minha vulva pareceu acompanhar a foda. Começou a se tremer, enquanto eu tomava no cu. Porra, era uma sensação maravilhosa, que eu nunca houvera experimentado antes. Em seguida, comecei a sentir pequenos choques elétricos. Na vulva, nos seios, no ventre, e até nas pernas. Gemi arrastado, antecipando meu gozo. E ele veio de forma avassaladora, fazendo-me perder todo o controle do meu corpo e dos meus sentidos. Fiquei parecendo uma louca. Eu desconhecia essa minha falta de controle de mim mesma. Chorei, gritei palavrões, bati em meu negro, aumentei a velocidade dos movimentos de coito e, por fim, implorei que ele gozasse dentro de mim. Antes que ele o fizesse, porém, abri desmesuradamente os olhos e a boca e, simplesmente, apaguei.
FIM DA TERCEIRA PARTE.