Sombras - 2

Um conto erótico de Beto Paez
Categoria: Homossexual
Contém 1982 palavras
Data: 12/12/2016 03:02:47
Última revisão: 12/12/2016 03:13:47

- Eu ainda não sei, Bryan. É complicado falar sem ter certeza do que vai acontecer. - Herbert tenta pegar na mão de Bryan que reluta e se levanta.

- Como você me dá uma notícia dessa? Você vai se jogar no escuro, ir para outro país e me deixar aqui? - Bryan olha para Herbert enquanto anda de um lado para o outro, nervoso.

- Amor, pode ser uma viagem curta, mas pode ser que não consiga voltar. Sou menor de idade, esqueceu? Dependo dos meus pais até atingir minha maioridade. Estando no Brasil, até completar dezoito anos, eu sou responsabilidade deles. - Herbert levanta e abraça Bryan.

- Eu não estou conseguindo raciocinar direito... Preciso ir para casa. Vou chamar um táxi. - Falou soltando-se do abraço.

- Eu levo você. - Estendeu as mãos para Bryan.

- Não precisa se preocupar. Outra hora a gente se fala. Me deixa sozinho um pouco.

- Bryan, não faz isso comigo. Eu fico pior te vendo assim.

- Peter, eu preciso ficar sozinho, de verdade. É melhor para mim nesse momento. Tchau, meninos.

Bryan vai embora cabisbaixo.

- Bryan, espera, eu vou com você. - Falou Yve. - Herbert, eu cuido dele, tá bom? Te mando notícias, amigo. - Falou olhando para Herbert.

- Obrigado, Yve. Tenho medo de que aconteça alguma coisa com ele.

- Não precisa agradecer. Só deixa ele digerir um pouco tudo isso. É difícil para ele.

Yve deu uma leve corridinha para alcançar Bryan e foram embora juntos e de braços dados. Ela estava consolando o amigo.

- God save the Katty! Como você solta uma bomba dessa em cima dele? Você devia ter preparado o terreno, ter dado uma lubrificada antes.

- Já começou a "sessão de humor" da Katty. Por favor, amiga, só por hoje, dá um tempo.

- Você é muito frio, Herbert. Quanta amargura no coração. Ah, por falar em amargura, me manda uns chocolates puro cacau do Brasil. São maravilhosos.

Herbert fuminou Katty com os olhos e sentou-se no banco do parque.

- Irmão, você já devia ter se acostumado com a falta de sensibilidade da Katty. Ela não merece todo esse aborrecimento. - John falou tocando no ombro de Herbert.

- É difícil se acostumar com ela. Katty, você não tem nada melhor para fazer?

- Já sei, nova yorkino com sangue tupi, que você quer falar com o John a sós. Vou dar um passeio pela Fifth Avenue e ver se encontro algum gatinho.

- Para mim você não dá a mínima, não é, ruiva?

- Querido, você não faz meu tipo: muito músculo e pouco cérebro.

- Podia ter ficado sem essa, cabeção. - Falou rindo para John. - Katty você sabe que eu te amo, mas não estou num bom clima hoje. - Falou pegando na mão de Katty.

- Eu sei disso. Vou fazer a psicóloga agora: deixa o Bryan refletir sobre o que você falou. Ele te ama e precisa desse tempo. Sem contar que ele não é bobo de perder um gato como você. Tchau, HH.

- Tchau, minha maluquinha preferida!

- Tchau, Johnzinho. Você não precisa ficar chateado. Se não conseguir entrar para a faculdade, com certeza consegues uma vaga na indústria pornô. Até logo.

Katty saiu com um sorriso no rosto, enquanto John ficou chateado. Ele gostava da Katty, mas tinha medo de revelar o seu sentimento.

- John, você não vai entrar na da Katty, não é? Não foi você que me aconselhou a não cair na dela?

- Eu gosto dela, H. Não posso fingir que essa inércia dela não me afeta. Mas, mudando de assunto, o que você vai fazer com relação ao Bryan?

- Vou na casa dele mais tarde. Eu já esperava que ele fosse ter essa reação. Essa viagem ao Brasil é importante para minha mãe, pode ser a salvação do casamento dos meus pais.

Herbert tentava enganar a si mesmo. Ele sabia o real motivo da viagem, mas não era fácil de conviver com o conflito interno.

- Eu tenho reunião com o time daqui a pouco. Desculpa por ter que ir embora e não ficar mais. Por que você não vem comigo, se enturma com a galera?

- Obrigado pelo convite, mas não estou com a menor vontade de sair. Vou é voltar para casa. Quer carona?

- Não precisa. Vou pegar um táxi também. Não vim de carro hoje.

- Até mais, meu amigo. Muito obrigado pela força.

- Conta comigo sempre.

Os dois se abraçaram e se despediram.

Herbert caminhou em direção ao carro, onde seu motorista o aguardava. Enquanto andava pelo Central Park, começou a pensar em como fazer para fazer o Bryan aceitar a sua viagem.

- Para onde vai, Herbert? - Perguntou seu motorista.

- Para minha casa, Joe.

Ao chegar em casa, Herbert subiu para o quarto e jogou-se na cama.

- Algum problema, meu filho? - Alice estava do lado do seu filho.

- Mãe, o Bryan ficou chateado. Por favor, não quero ficar definitivamente no Brasil.

- Não vamos ficar, meu bem. Seu pai será enterrado aqui. Você pode fazer sua vida, construir sua família no seu país de origem. Nem eu vou ficar no Brasil.

- Ótimo, mãe. Vou descansar um pouco que quero ver o Bryan mais tarde.

Alice levanta-se e sai do quarto.

O telefone de Herbert começou a tocar.

- Alô? - Perguntou ao atender.

- Olá, HH. Que bom que atendeu.

- Katty, o que você quer?

- Então, meus pais não vão estar em casa hoje. Pensei em dar uma festinha. Imagina só o quanto vai ser divertido. Você sabe que sou uma ótima anfitriã.

- Katty, não estou em clima de festa.

- God save the Katty! Criatura, você vai ter a chance de conversar com seu Bryan. Não vai ter graça a festa sem seu meio-sangue latino. Tupi, por favor, vem.

- Que horas, madame chucrute?

- Pegou pesado, hein! Tô magoada. Às 21:00 horas.

- Esqueceu que temos aula amanhã?

- Dane-se a escola. Estamos no fim já. Vem?

- Tudo bem. Convence o Bryan.

- Eu trago ele nem que seja numa onda. O havaiano virá. Eu garanto.

- Tchau, maluca.

- Será a melhor festa.

- Você sempre diz isso, Katty.

- É que essa vai ser melhor que a última. Agora deixa eu ir, pois preciso arrumar algumas coisas. Beijo.

Herbert desligou o telefone e foi procurar uma roupa para a festa.

- Essa calça vai pirar o Bryan. Hoje vou matador. - Falou sozinho enquanto escolhia uma roupa.

Duas horas depois da ligação de Katty, Herbert já estava pronto e já tinha jantado. Como todos os dias, seu pai não estava em casa na hora do jantar. Das duas, uma: ou estava na empresa, ou estava na casa da Renata.

Herbert desceu as escadas e procurou a chave do seu carro na gaveta do aparador que ficava junto à porta.

- Vai sair, filho? - Alice perguntou ao ver Herbert todo arrumado.

- Estou indo para a casa da Katty. Ela vai fazer uma social e convidou os amigos. É a minha chance de falar com o Bryan.

- Boa sorte, meu filho. O Bryan te ama e vai adorar saber que nossa viagem não será definitiva. Se você for beber, por favor, liga que eu vou te buscar.

- Não vou beber hoje. Dirijo com cuidado. Tchau.

Herbert deu um beijo na sua mãe e foi embora.

- Vai, Bryan Woond, levanta! Você não vai me deixar na mão... - Katty puxava Bryan pelo braço.

- Eu não vou, Katty. Eu estou um caco, destroçado. Você tem noção do quanto eu chorei por causa do Peter? - Bryan cobriu o rosto com o edredom.

- God save the Katty! Você vai levantar dessa cama agora! O HH te ama do jeito que você é. Você vai se divertir. Vamos! Agora!

- Eu não vou sair dessa cama. Espero que ele parta para o Brasil o quanto antes.

Bryan estava morrendo de vontade de ir para a festa, pois ele sabia que veria o seu amor, mas ele estava se sentindo triste com a notícia de mais cedo.

- Tudo bem, quer ficar aí, fica. Espero que o HH arrume uma companhia na festa. Convidei todas as líderes de torcida e todo o time de futebol da escola. Gente bonita é que não vai faltar.

- Pois o Peter que se atreva a ficar com alguém! - Bryan levantou-se da cama.

- É disso que estou falando!

Bryan foi tomar banho enquanto Katty ligava para Herbert.

- HH, tenho uma ótima notícia: convenci o dançador de hula-hula a ir para a festa. - Falava baixo.

- Você só não é melhor porque é uma, ferrugem. Valeu. Vou até levar um presente para você. Tô aqui na loja de importados. Encontrei o chocolate que você gosta.

- God save the Katty!

- Já sei... Eu passo o dia inteiro com essa sua frase na cabeça, maluca.

- Sou inesquecível, meu amor. Preciso desligar, tupi. Vê se deixa o cocar no carro. Não é uma festa a fantasia. - Katty falou rindo.

- Chocolates cancelados. Você ainda vai se casar com um brasileiro, ferrugem.

- Desculpa, meu amigo lindo. Só se for um gato como você. Tenho que desligar. Vou deixar teu namorado lindo.

- Meio impossível, madame chucrute. Tudo bem, vai nessa. Beijo.

Herbert desligou o telefone e continuou as compras.

Bryan se arrumou rapidamente. Ele vestiu uma calça jeans bege, com uma bota marrom e uma camisa estampada. Pegou sua jaqueta preferida pois tinha sido um presente do Herbert.

- Estou pronto. Você acha que ele vai olhar para mim? - Falou, inseguro, mostrando-se a Katty.

- Se ele vai olhar para você? É claro, bobinho. O H não resiste ao teu charme. Você tem sorte de tê-lo ao seu lado. Ele é louco por você.

- Podemos ir?

- Só se for agora. Vamos no meu carro. Mais uma desculpa para ele te dar uma carona.

- Não sei se vou perdoá-lo.

- Querido, não vou te dizer mais nada. Deixa o HH solto e logo, logo, alguém toma o teu lugar. Valoriza teu homem.

- Você sempre me dá esse choque de realidade. Obrigado, Katty. - Bryan abraçou Katty.

Ambos seguiram para a festa no carro de Katty.

A festa na mansão estava rolando solta. Quando Katty chegou com Bryan, a maioria dos convidados já estavam na sala. John, como sempre, estava rodeado das líderes de torcida. Afinal, ser o capitão do time de futebol americano, tornava-o o garoto mais cobiçado da escola. Claro que na frente dele estava o Herbert, mas ele já tinha o seu Bryan.

- Katty, a gente pode conversar? - John falou aproximando-se de Katty.

- Torre de músculos, depois a gente se fala. Deixa eu conversar um pouco com o Bryan. Volta para a sua festinha particular.

- A gente não pode adiar essa conversa, ruiva. Vem comigo. - John saiu puxando Katty pelo braço.

- Calma, seu grosso. Vamos para a área da piscina. - Falou enquanto era puxada pelo braço.

- Parece que hoje eles dois se acertam. - Herbert falou no ouvido de Bryan.

- Peter, você quase me matou de susto. E tem mais: não estou de bem com você. - Falou virando-se para Herbert e vendo como seu amado estava lindo.

Herbert estava com uma camisa polo vermelha, uma calça jeans colada ao corpo destacando o seu volume e um mocassim preto. Os olhos de Bryan brilharam ao vê-lo.

- Você sempre cheiroso, meu amor. Eu trouxe um presente para você. Comprei esses chocolates suíços que sei que adora. Mas não foi só por isso que vim. - Estendeu o presente para Bryan que pegou após o abraço que Herbert lhe deu.

- Qual o outro motivo?

- Minha viagem ao Brasil vai ser apenas turística. Não vou embora de vez. Você achou que se livraria de mim tão facilmente?

- Essa notícia é maravilhosa! Esse seu sorriso me mata!

Herbert e Bryan se beijaram.

Próximo a piscina, John falava dos seus sentimentos para Katty.

- Eu sou apaixonado por você, ruiva.

- John, acho que você está confundindo as coisas.

- Isso parece confusão para você?

John agarra Katty e dá-lhe um beijo.

- Você pode ter pouco cérebro, mas beija bem que é uma maravilha.

Continua...

Mais um capítulo. A partir da próxima parte, eu colocarei cenas de sexo, mas não serão a base do conto. Se tudo correr bem, do capítulo 5 em diante, a estória será contada nos dias atuais.

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