(PENUMBRAS)
Tudo que Carol queria naquele momento era fugir dali, parou instantaneamente e não moveu um musculo sequer do corpo quando Maggie postou-se defronte dela, bloqueando com sucesso seu caminho. Antes que pudesse decidir o que fazer, Maggie puxou-a pelo braço até o meio da sala e ordenou que olhasse para a revista que tinha nas mãos. Ela obedeceu imediatamente. E quase não se sustentou sobre as próprias pernas. Carol, primeiro ficou pálida e depois vermelha como um pimentão e mal conseguiu esboçar algumas fracas palavras.
Err...o ...quê?! C...o...mo?! – foi só o que conseguiu balbuciar ao ver a foto que estampava a capa de uma das revistas de fofocas mais veiculadas do país acompanhada de uma manchete em letras garrafais onde se lia: BOMBA: FAMOSAS PUBLICITÁRIAS PODEM ESTAR NAMORANDO – nova contratada seria o mais novo affair da presidente da Síntese Publicitá!
Certo, eu estou esperando uma explicação Carolina! Espero que essa pouca vergonha seja uma montagem! – esbravejou Maggie e Carol sentiu-se tão pequenininha, como há tempos não se sentia. Era como se tivesse voltado no tempo em que Maggie a fazia sentir-se a pior das pessoas depois de receber mais um de seus sermões, onde diminuía Carol falando de sua aparência, comportamento e falta de atitude. A forte lembrança paralisou-a dando permissão para que Maggie continuasse.
Imagine só! Uma Vandré sendo chamada de sapatão...SAPATÃO! – repetiu como se não acreditasse – Uma mulher tão bem criada, tão bela, tão talentosa e uma das melhores publicitárias desse país envolvida num escândalo desses! OMG! – exclamou passando o dorso da mão sobre a testa – Você não pode ser uma coisa dessas Carolina, eu não irei admitir, entendeu?! – falou encarando-a e fazendo Carol sentir-se como um bichinho acuado.
Sabe o que dizem desta... – parou como se procurasse uma palavra - ...desta mulherzinha? – disse com desdém – Dizem que é uma despudorada, das mais cafajestes que há, que vive a trocar de casos e eu te pergunto, é isso que você quer Carolina? Quer que esta mulherzinha promíscua destrua sua carreira??! Ah Carolina! Você não me surpreende com tamanha falta de inteligência – falava com sarcasmo – como você pode cair na lábia desta desvirtuada? Mas, você sempre foi uma cabeça oca mesmo, o que eu poderia esperar não é? Seu irmão sim era um exemplo de inteligência, ele sim tinha o porte de um verdadeiro Vandré – disse lamentando-se.
Carol viu sua infância e adolescência passarem como um clarão diante dos olhos, já turvos pelas lágrimas. Não suportava quando Maggie começava a compara-la com seu irmão que falecera no ultimo ano da faculdade em um acidente de carro. Amava James, mas ele sempre fora uma sombra em sua vida, e depois de sua morte não havia um dia sequer em que Maggie não a humilhasse fazendo comparações entre eles. Tudo que conseguiu foi tampar os ouvidos num gesto angustiado e não conseguiu segurar suas lágrimas e caiu ajoelhada ao chão.
Maggie – disse Alicia tentando se aproximar, mas a mulher arrogante a cortou cirurgicamente.
Não se meta Alicia! – falou sem olhar para a neta e depois olhando Carol com descaso emendou – Espero que queira dar um exemplo melhor para sua filha de hoje em diante Carolina! – falou com ironia na voz. Anna-Lú que até então não havia se pronunciado, postou-se frente à Maggie.
JÁ CHEGA!! – esbravejou – Você não tem o direito de falar com ela desta maneira!
Ah! Eu tenho sim – respondeu Maggie elevando uma das sobrancelhas – a Carolina sempre foi uma fraca não me admira que esteja se derramando em lágrimas agora, então não se incomode que dela cuido EU e só mais uma coisa... SAIA DA VIDA DE MINHA FILHA, ELA NÃO PRECISA DE VOCÊ!
VAI EMBOORA AGORA! – Carol gritou com desespero.
Não seja ridícula Carolina, mas de qualquer jeito já disse tudo que tinha a dizer. Está avisada! – encarou Anna-Lú nos olhos outra vez e completou – estou de saída, passar bem! – falou já virando as costas e saiu sem olhar para trás. Anna-Lú estava simplesmente estatelada com tudo que acabara de presenciar e decidiu não falar sobre isso, então se pôs a acalentar Carol, abraçou-a da forma mais gentil que conseguia. Flávia que não soltara um ruído sequer durante o ocorrido foi à cozinha buscar um copo de água e deu a Anna-Lú para que entregasse a Carol.
Mãe, você tá bem?! – Alicia se aproximou preocupada, enquanto Carol continuava encolhida com um choro baixinho, e envolta nos braços da namorada. Como não houve resposta Anna-Lú decidiu intervir.
Acho que sua mãe ainda está em choque, mas ela vai ficar bem, então vou leva-la para o quarto ok! – falou já pegando Carol no colo que imediatamente afundou o rosto nos ombros de Anna-Lú. Carregou-a até a cama, ajeitou os cobertores sobre ela e retornou a sala onde as garotas ainda estavam.
Meninas – chamou a atenção delas e continuou – acho que tivemos emoções demais pra uma manhã de domingo, então quero pedir dois favores pra vocês. O primeiro é que quando virem a Carolina novamente, eu pediria a vocês que não comentem sobre o que aconteceu hoje, vamos dar tempo para ela, vamos deixa-la tomar a iniciativa de falar sobre o assunto ok? A segunda coisa que vou pedir é que liguem para este restaurante – falou estendendo um pequeno cartão – e encomendem almoço e jantar pra gente, peçam alguma coisa que a Carolina goste está bem? – as duas apenas assentiram e ela voltou para perto de Carol.
No quarto, Anna-Lú deitou-se de conchinha fazendo carinho nos cabelos loiros de Carol, ficaram a tarde inteira assim, pois Carol não quis almoçar. Quando já era noite Flávia veio avisar que o jantar havia chegado.
Vamos jantar amor? – Anna-Lú perguntou a abraçando ainda mais.
Não sinto vontade de comer, eu só quero ficar aqui, assim com você – Carol respondeu puxando-a para si.
Mas você precisa se alimentar amor! Olha só vamos fazer o seguinte, come ao menos uma fruta e um iogurte, que tal? – pediu Anna-Lú.
Está bem amor – concordou desanimada. Pediu a Flavia que trouxesse duas maçãs e dois iogurtes. Logo Flávia retornou e também se despediu desejando boa noite. Comeram, quer dizer Anna-Lú comeu, pois Carol deixou metade de tudo. Anna-Lú ainda a convenceu a tomarem um banho rápido e logo retornaram para cama. Carol teve um sono agitado aquela noite e Anna-Lú demorou dormir ouvindo a dificuldade de Carol em respirar pelo nariz entupido causado pelo choro.
Na manhã seguinte Carol acordou primeiro que Anna-Lú e ficou observando-a dormir, era tão bom tê-la ali e ao mesmo tempo sentia-se aterrorizada com as palavras de Maggie que ainda ecoavam em sua cabeça, mas decidiu deixar pra lá. Levantou-se, tomou banho, vestiu-se e só então chamou Anna-Lú para irem a Agência.
Bom dia amor – saudou Carol sorrindo um pouco triste.
Bom dia amor, Você melhorou? – perguntou Anna-Lú demonstrando preocupação.
Eu melhorei sim minha linda, não se preocupe está bem? Agora levanta ou vamos nos atrasar – falou Carol depositando-lhe um beijo na testa. Anna-Lú espreguiçou-se e logo levantou, deu um beijo rápido em Carol e se dirigiu ao banheiro. Quando saiu constatou que não tinha roupas na casa da namorada, mas logo se lembrou de que no porta-malas de seu carro havia uma mala feita para uma pequena viagem que havia sido cancelada.
Carolina será que você poderia ir até a garagem buscar uma pequena mala que está em meu carro? Porque, definitivamente, eu não irei a Agência com a roupa de ontem! – riu pedindo, por favor, no fundo sabia que o real motivo era por ser o mesmo vestido em que estava usando na foto estampada na tal revista de fofocas.
Claro, vou pedir para que o seu João faça isso – respondeu sorrindo. Depois de prontas foram para a Agência em um silêncio constrangedor. O dia como sempre foi cheio e nenhuma das duas tocou mais no assunto Maggie. A semana passou de rastos, abarrotada de compromissos e logo era sábado outra vez, então Anna-Lú resolveu fazer uma surpresa para Carol e espantar de vez aquela sombra que as perseguiu durante toda a semana. Alugou uma cobertura em hotel luxuoso, Anna-Lú jamais gostara de levar qualquer namorada a motéis, isso era fora de cogitação, e com Carol não seria diferente.
Que tal sairmos pra namorar um pouquinho minha gatinha? – perguntou Anna-Lú animada.
Claro meu amor, pra onde você quer ir? A algum restaurante? – Carol respondeu e perguntou ao mesmo tempo achando bonitinha a empolgação da outra.
Eu vou levar você a outro lugar. Vem! – respondeu ainda mais animada e já puxando-a em direção ao carro. Logo que entraram na cobertura Carol ficou impressionada com a grandeza do lugar.
Para um hotel, isso aqui está mais para um apartamento – falava olhando ao redor.
Deixa a bolsa aí e vem aqui namorar comigo – falou Anna-Lú dengosa e puxou-a para um beijo que logo se tornou intenso, perderam-se em muitas caricias. E logo já estavam sem roupa e foram para a banheira que ficava na parte externa, o cenário não poderia ser melhor, entre beijos e declarações a lua e as estrelas pintavam o céu dando um toque todo especial ao momento. Com as pernas cruzadas, ficaram frente a frente e Anna-Lú puxou o corpo fazendo seu sexo encostar-se à barriga de Carol, que fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás começando a gemer com aquele contato, deixou para Anna-Lú uma visão mais do quê excitante, que logo aproveitou para sugar aqueles seios que se ofereciam entumecidos para ela.
Isso, geme pra mim gostosa – sussurrava Anna-Lú aumentando ainda mais o contato.
Amorrr... – Carol gemia e rebolava sem parar – eu...ahhh....quero....você... – segurou a nuca de Anna-Lú e completou olhando dentro dos os olhos negros – quero você dentro de mim!
Anna-Lú atendeu ao pedido prontamente, sentou-a na beirada da banheira e ficou entre suas pernas. Lambeu o clitóris bem devagar fazendo Carol gemer alto e imediatamente chupou com vontade penetrando-a ao mesmo tempo enquanto sentia Carol empurrando sua cabeça ainda mais contra seu sexo. Não demorou muito e Carol gozou em sua boca. Anna-Lú amparou Carol e a puxou novamente para dentro da banheira fazendo-a sentar em seu colo de costas para si. Carol repousou a cabeça para trás no ombro de Anna-Lú ainda de olhos fechados e curtindo aquela maravilhosa sensação.
Continua......