Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 01: Confusão no Aeroporto

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 3918 palavras
Data: 16/12/2016 23:34:38
Última revisão: 16/08/2024 00:30:25

PS1: Oi, gente! 2024. Decidi formatar essa história. Espero que acompanhem as mudanças.

PS2: Oi, gente, tudo bom? Voltei agora com um novo conto. Ainda não comecei a escrever a segunda temporada de 'Amor de Peso', mas trabalharei nela em 2017, prometo. Esse romance que vou publicar a partir de hoje conta a história de Felipe, Guilherme e Tchubirubas. Mais uma vez, esse conto é para quem gosta de uma pegada mais romântica, então espero que gostem, compartilhem e comentem. Metade da trama vai se passar em Londres, ou seja, a maioria dos personagens falam em inglês, mas todas as falas serão em Português, quando os personagens falarem na nossa língua, vou deixar explicado no próprio texto. (complicado, mas é bem simples). Então, peço que compartilhem e comentem para saber o feedeback da história. Muitas pessoas entraram em contato comigo através do email. Se você quiser o endereço eletrônico vai estar no final desse capítulo. Obrigado. Aproveitem:

A vida pode ter caminhos tortuosos, mas será que no final a jornada vale a pena? Nessa minha trajetória, vi histórias, viajei pelos quatro cantos do mundo e conheci pessoas que fizeram o extraordinário acontecer.

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Você pode não perceber a minha presença, mas eu estou ali. Durante milhares de anos, a minha espécie teve a oportunidade de ver os mais variados tipos de amor e, particularmente, eu amo fazê-los acontecer. Se você acredita ou não, deixo por sua conta. Uma coisa eu te falo, os cupidos são reais e eu sou prova viva disso.

A nossa história aconteceu na cidade de São Paulo. Dia 22 de Junho. O clima estava bom e a movimentada cidade acordava com toda sua glória. Guilherme Thompson despertou cedo, tomou um banho e café. Ele morava sozinho em uma bela cobertura, localizada na Avenida Madame Lucardi, uma das principais áreas nobres da cidade. O jovem tinha a companhia de Celestina, sua babá desde a infância e naquela manhã, apesar de não parecer uma comemoração, ele completava 18 anos.

Com todo carinho, a Celestina preparou um bolo pequeno e enfeitou na cor verde, a preferida de Guilherme. Ela acendeu uma vela e levou o bolo até a mesa onde o jovem tomava o café da manhã. Mesmo contrariado, ele recebeu a homenagem de sua segunda mãe e soprou a vela.

— Você fez algum pedido? — perguntou Celestina, pegando uma faca e cortando uma fatia do bolo.

— Eu não acredito nessas coisas, Celestina. — Guilherme tentou desconversar.

— Como assim? Precisa acreditar. A vida é muito mais do que pensamos, meu filho. — passando a mão nos cabelos castanhos de Guilherme.

— Infelizmente, não para algumas pessoas. — comendo o bolo.

— Ah, meu filho. Você está tão lindo e crescido. Parece que foi ontem que eu troquei suas fraldas. — ficando emotiva e tirando os óculos de grau. — Se apresse. O motorista vai chegar. — saindo.

— Ok. Esse bolo é muito gostoso. — olhando em volta e percebendo que a governanta não estava mais lá. — Celestina?

— Tô aqui meu filho. — Celestina avisou voltando com um pacote nas mãos. — Trouxe o teu presente. Eu mesma fiz.

— Celestina, — levantando, pegando o pacote e a abraçando. — não precisava. Obrigado. Te amo demais.

— Também te amo, meu filho. Eu não te gerei, mas eu te amo como uma mãe. — afirmou Celestina, deixando Guilherme emocionado.

— E você a mãe que eu nunca vou ter. — declarou Guilherme ainda abraçando a governanta.

— Não fale assim. A sua mãe é muito boa. — comentou Celestina se afastando e tocando no rosto de Guilherme.

— Ela nunca mais foi a mesma depois que eu, — respirando fundo. — você sabe.

— Pulou do armário? — questionou Celestina sorrindo e deixando Guilherme envergonhado.

— Sim. — afirmou Guilherme ficando vermelho.

Esse é um dos grandes problemas de Guilherme. Ele não sabe mentir, o próprio corpo dele reagia. Celestina riu um pouco e lembrou de quão maravilhoso o jovem era. Guilherme não tinha tanta certeza, afinal, a única coisa que ele queria era uma família unida. Apesar de todo esforço de Celestina, Guilherme se sentia sozinho e não podia evitar o sofrimento dele.

— E como é viajar sozinho agora que é um adulto? — quis saber Celestina servindo para si um pedaço de bolo.

— Normal. Só que agora não preciso mais andar com aquela placa horrorosa no meu pescoço. — respondeu Guilherme se referindo ao crachá de identificação para menores desacompanhados.

Com cuidado, Guilherme tirou da embalagem o presente de Guilherme, um cachecol verde com detalhes vermelhos na lateral. Ele não perdeu tempo e colocou a peça em volta do pescoço, pois queria aproveitar o clima agradável da cidade.

— Obrigado pelo presente, Celestina. Eu amei. — mostrando a peça em seu pescoço, que destaca suas roupas.

— Espero que você continue assim. Não mude esse jeitinho maravilhoso que você tem. — saindo da mesa e abraçando o jovem. — O motorista deve estar te esperando. Por favor, ligue quando chegar em Londres.

— Ok. — Guilherme soltou respirando fundo, porque preferia ficar com Celestina.

— Hoje é seu dia filho. Aproveita. E lembre-se, não importa o caminho que você vai seguir, as coisas certas acontecerão no momento certo. — aconselhou Celestina soltando Guilherme.

— Pode deixar. — pegando as malas na sala e saindo do apartamento.

Guilherme passaria o aniversário em Londres. Os pais tinham um negócio de exportação em toda Europa, então viviam viajando para lá. Ele sempre se esforçou para agradar aos pais, uma vez que ser o irmão mais velho trazia uma certa responsabilidade. Guilherme se formou com honra em todos os níveis de graduação e começaria no próximo ano a faculdade de Administração.

Por causa dos pais, o jovem tornou-se mega organizado e sabia cada passo que sua vida tomava. Ao 15 anos, assumiu a homossexualidade para a família, aquilo, foi um verdadeiro banho de água fria para eles. Mas o jovem contava com Celestina, e exigiu dos pais a permanência dela em seu apartamento.

— Que trânsito lento. — disse o motorista. — Não imaginava que ficaria assim.

— Pois é. Por isso gosto de sair com antecedência. — explicou Guilherme olhando no celular e verificando o horário. — Tempo de sobra.

— Isso é o correto. — ao terminar a frase, o motorista freou bruscamente, pois um jovem passou correndo na frente do carro e quase foi atropelado. — Droga. Você está bem? — olhando para Guilherme, que abriu a janela do carro. — Ei, garoto. Cuidado!

— Desculpa! — o rapaz respondeu sumindo entre os carros.

— Estou ótimo. Por esse motivo que eu gosto de sair no horário.

Tá. Precisamos voltar um pouco dessa parte e apresentar outro personagem crucial para essa história. Ele era totalmente o oposto de Guilherme. O nome dele era Felipe Ramos e como vimos, ele estava atrasado, ele sempre se atrasava para tudo.

Mas o dia do Felipe começou um pouco antes. Em um bairro nada nobre. Felipe morava com a mãe e quatro irmãos. Ele era o terceiro filho de Dona Clara. Eles dividiam um quarto pequeno. Lipe, como era conhecido pela família, tem 19 anos e começou a trabalhar cedo, logo após a separação dos pais e sempre ajudou a mãe.

Mas como todo jovem, Felipe tem o sonho de dar uma vida melhor para os irmãos e sua mãe. Ele se inscreveu em um programa de intercâmbio para jovens de baixa renda e passou. Felipe teria o desafio de morar um ano em Londres, onde receberia uma bolsa para custear os estudos, além de uma oportunidade de estágio.

A mãe de Lipe preparou uma mala, não muito grande, mas com todas as roupas necessárias. Naquela noite, Felipe estava tão ansioso que não conseguiu dormir direito, quer dizer, até dormiu, porém, acordou atrasado. O celular estava no último alarme quando Felipe acordou.

— Nããããoooo! — exclamou pegando o celular e levantando. — Eu tô atrasado. Que merda. — vestindo a roupa de uma maneira atrapalhada. — Droga. A mamãe foi trabalhar e não me chamou. O que eu faço?

— Cala boca. — reclamou Rodrigo, o irmão mais novo de Felipe. — Quero dormir. — se cobrindo com o cobertor.

—Merda. — calçando os tênis. — Merda. Não vou conseguir chegar no aeroporto.

— Para de fazer barulho. — pediu Roberta, a irmã do jovem. — E não esquece de trazer presentes. — voltando a dormir.

— Vai em paz! — desejou Frederico, o irmão mais velho de Felipe, que levantou da rede e deitou no colchão de Felipe. — Ele vai ser meu.

— Bando de egoístas. — murmurou Felipe, que sorriu antes de sair do quarto, porque sentiria saudades dos irmãos.

Na cozinha, ele encontrou um bilhete da mãe. A Dona Clara não era uma mulher a demonstrar emoções, mas amava todos os filhos de maneira única.

"Filho. Espero que aproveite essa oportunidade para crescer como pessoa. Infelizmente, eu não pude dar a você e seus irmãos uma vida boa, mas fico feliz que agora você terá essa oportunidade. Não tenha medo dos desafios, eles sempre vão existir. Apenas siga em frente e lembre-se de quem você é. Deixei um lanche perto da sua mochila. Os documentos estão todos na parte da frente da mochila"

— Ei, — Frederico apareceu e entregou uma foto da família para Felipe. — aproveita, irmãozão. Sei que esperou muito por esse momento. — abraçando Felipe, que o beijou na testa e saiu correndo de casa.

Enquanto Felipe corria, literalmente, contra o tempo, o terceiro personagem dessa história havia acabado de tomar um delicioso sorvete. Às vezes, ele comia churros também. Era o Tchubirubas, um cachorro da raça Fox Terrier, o dono o maltratava muito, revoltado ele o mordeu e fugiu. Por causa disso, o animal passou a não confiar nos humanos. Tchubirubas morava nas ruas de Londres e, por muitas vezes, se metia em encrenca.

— Achei você monstrinho. — um guarda o assustou e correu atrás do cachorro. — Espere. Seu malandro. — pegando um apito e assoprando. — Vou te pegar.

— Cuidado! — alertou o cachorro, que não queria ser capturado, por isso, se meteu no meio dos pedestres. Ele passou por cima de um homem que fazia yoga no parque. — Desculpa.

— Droga. Eu vou te pegar monstrinho. — esbravejou o guarda do parque, que perdeu o cachorro de vista.

— Cachorro 1x Humanos burros 0. — celebrou Tchubirubas escondido em um arbusto.

No Brasil, Felipe correu por um longo caminho. Ele já estava acostumado com os atalhos de seu bairro. Finalmente, o rapaz chegou em uma das avenidas principais, onde passava o ônibus para o Aeroporto.

No trajeto, por causa de um descuido, Felipe quase foi atropelado. Seu coração bateu forte e ele pediu desculpa ao motorista. Por causa do tempo corrido, o jovem não parou e continuou sua jornada.

— Ei! — gritou Felipe ao avistar o ônibus. — Espera!!!! Espera!!!! — correndo atrás do ônibus.

— Calma. — pediu o motorista parando o ônibus e abrindo a porta.

— Es...esse, — Felipe disse ofegante. — esse ônibus vai para o aeroporto, né?

— Vai sim. — o motorista respondeu de maneira seca. — Vai entrar?

Desesperado, Felipe tentou entrar no ônibus com uma mala e mochila, mas acabou entalando na catraca. Ele puxou a mochila várias vezes e nada. Então, uma velhinha saiu do seu assento e o ajudou. Felipe se sentiu uma bola, pois saiu quicando no ônibus até chegar ao fundo.

O ônibus pegou todos os sinais e trânsito possível. Enquanto isso, Guilherme bebia um chá gelado e curtia o friozinho que sua cidade fazia. O jovem aproveitou para colocar a leitura em dia e decidiu comprar um livro antes de embarcar no avião. Ele pegou 'Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban', a série era a favorita de Guilherme, mas com o tempo ele se desfez dos livros.

Atendente: "Senhoras e senhores passageiros do voo Europe Air Lines 2593 com destino a Londres, o embarque será feito pelo portão H. Atenção, senhoras e senhores passageiros do voo Europe Air Lines 2593 com destino a Londres, o embarque será feito pelo portão H", anunciou.

— Graças a Deus. — Guilherme pensou e seguiu para a área de embarque.

Não muito longe dali, Felipe continuava sua saga. O ônibus ficava mais lotado e o trânsito não cooperava. Certo momento, o ônibus pregou e todos os passageiros saíram para a rua. Felipe pegou a mala e continuou a correr. Ele não estava muito longe do aeroporto.

De repente, ele encontrou um vendedor de balas e perguntou sobre a direção do aeroporto.

— Senhor, — Felipe pediu, segurando no velhinho. — me ajuda... — tentando respirar. — Tem algum caminho que eu possa ir ao aeroporto mais rápido?

— Tem um barranquinho que você pode descer. — explicou o senhor apontando para frente. — Naquela direção, vai parar na garagem do aeroporto.

— Isso. Obrigado. — agradeceu Felipe correndo e descendo no barranco sem olhar. — Aaaaah! — fazendo cara de pânico e caindo em um barranco enorme.

— Só cuidado que o barranco é bem alto. Por isso chamamos de barranquinho. — comentou o velho dando uma risada. — Esses jovens.

Felipe saiu correndo do barranco e ficou todo sujo de barro. Uma mulher o ajudou a levantar. Meio tonto, o rapaz levantou e disse que não tinha problemas. Ele continuou correndo, todo sujo de barro, quando chegou perto de uma pequena ponte que ligava o aeroporto com o estacionamento percebeu que a mesma estava obstruída. Felipe teve a brilhante ideia de ir por dentro de um laguinho. "Não é tão fundo", pensou ele.

O lago tinha quase meio metro. Mesmo assim Felipe ergueu a mala e continuou. Desesperado, o jovem seguiu para a sala de embarque. A atendente o olhou das cabeças aos pés. Ele mostrou a passagem e os documentos. Ele passou na fila de prioridade para fazer o check-in.

— Senhor. — a mulher olhou do Felipe dos pés a cabeça. — Os passageiros já estão todos a bordo. Só falta o senhor. Fizemos várias chamadas pelo alto-falante.

— Trânsito ruim. — ele comentou aceitando a derrota.

No tempo limite. Essa passou raspando e todos da cia aérea foram solícitos com Felipe. As aeromoças comentaram o estado deplorável que o rapaz chegou dentro da aeronave. Inclusive, perguntaram se ele gostaria de trocar de roupa.

— Só um minuto. — Felipe colocou a mochila no chão, tirou uma camiseta e trocou na frente de todos. — Pronto. — deixando a camiseta suja na mochila.

— Esses brasileiros. — pensou Guilherme quando Felipe passou por ele.

— O senhor pode sentar aqui. — pediu uma aeromoça. — Assim que o comandante estiver no ar volto aqui para o você trocar de roupa.

— Claro. — assentiu Felipe sentando.

Apesar de atrasado, o Felipe deu a sorte grande, porque não haviam pessoas nos assentos ao seu lado. Antes do avião taxiar na pista, o bebê que estava ao lado do Guilherme passou mal e vomitou. Com um bom reflexo, o jovem conseguiu desviar do jato de gorfo.

Devido a decolagem, a aeromoça levou o Guilherme para um dos poucos assentos disponíveis, ou seja, com o Felipe. Em seguida, a equipe começou a rotina de instrução de segurança, para Felipe aquilo tudo era novidade. Ele até se assustou em alguns momentos, mas para Guilherme aquilo era tedioso.

O comandante avisou que o avião vai iniciar a subida. O coração de Felipe começou a bater mais forte. Ele ficou com muito medo desse momento. Guilherme também não gostava dessa parte. Ele deu uma pausa no livro e olhou para Felipe.

— Ei. Garoto.

— Oi? — Felipe se questionava.

— Calma. Só piora. — respondeu Guilherme, segurando o livro com força.

— Obrigado pelo alerta. — agradeceu Felipe, antes de voltar a atenção para a janela do avião.

Seriam nove horas de voo. Felipe aproveitou os primeiros minutos para terminar de trocar a roupa suja. Ele voltou, sentou e sua barriga começou a roncar, então ele lembrou que não havia comido nada o dia todo. Felipe pegou a mochila e tirou o sanduíche que sua mãe havia feito.

— Aceita um pedaço? — Felipe ofereceu para Guilherme que não aceitou. — E como você veio parar aqui do meu lado?

— Um bebê golfou, quase me acertou. — explicou Guilherme, que não tirou os olhos do livro.

— Puxa. Por causa do bebê agora você tá aqui preso comigo. Aviso logo que é a minha primeira viagem de avião, então te peço paciência. — garantiu o jovem, que prestou atenção no livro de Guilherme. — Nossa que legal. Eu li toda a saga do Harry Potter. Aprendi inglês lendo as versões originais.

— Sério? Que bacana. — disse Guilherme fechando o livro e prestando atenção em Felipe. — Eu estou lendo pela décima vez, eu acho. Adoro esses livros de magia e mundos fantásticos. Já que na vida real nada dessas coisas acontece.

— Faz a gente viajar, né? No bom sentido, claro.

— É verdade. — concordou Guilherme, mas foi atrapalhado por uma turbulência, algo que deixou o Felipe em pânico. — Calma. O avião deve ter passado em cima de alguma nuvem. Não se preocupe. — tentando tranquilizar o rapaz. — Ei, qual o seu destino?

— Londres. Estou tão nervoso. Vou fazer um intercâmbio.

— Eu também vou para Londres. Você vai adorar. É uma cidade encantadora. Temos uma casa que fica perto de uma vinícola. É linda. — Guilherme deixou o Felipe mais ansioso para chegar ao destino final.

Felipe mexeu na tela da TV sem sucesso. Guilherme viu a dificuldade do garoto e o ajudou. Explicou para o que servia cada botão e comando. O jovem agradeceu a ajuda e assistiu a um filme. Três horas se passaram, e Guilherme adormeceu. Sua cabeça encostou no ombro de Felipe que assistia a um filme de comédia.

O rapaz olhou para o lado, sorriu e evitou se mexer. Depois de alguns minutos, a aeromoça passou para entregar o almoço. Guilherme acordou e ficou mais vermelho que um pimentão ao ver que dormiu com a cabeça encostada no ombro de Felipe.

Durante a espera pelo almoço, Guilherme e Felipe conversaram bastante. Guilherme descobriu, por exemplo, que Felipe já quebrou os dois braços e as pernas também. E, Felipe, ficou sabendo que Guilherme é fera no violino e violão clássico. O bate-papo entre os dois fluiu bastante.

— Então eu disse para o assaltante: "Por favor, eu tenho apenas a passagem do ônibus". — contou Felipe, que levantou as mãos para simular o assalto.

— Você é uma figura. — Guilherme não aguentou e deu um sorriso que aqueceu o coração de Felipe.

— Vou aceitar isso como um elogio.

A aeromoça trouxe o almoço deles. O Felipe pediu uma lasanha de carne, enquanto o Guilherme optou por macarronada de espinafre, um prato vegano.

— Guilherme, o almoço veio com um bolinho vegano, afinal, é o seu aniversário, né? — questionou a aeromoça, depois que deixou a bandeja com o Guilherme.

— Sim. — ele respondeu ficando vermelho e baixando a cabeça.

— Ah, hoje é seu aniversário? Parabéns. — Felipe o parabenizou pegando em seu ombro. — Vai ter bolo?! (rindo)

— Obrigado. — ele agradece, ficando mais vermelho. — Serve bolo vegano?

— A melhor parte do dia. O almoço. O que vem aqui? (abrindo a embalagem) – Nossa. (assustando Guilherme)

Durante o almoço, eles continuaram o bate-papo. Felipe ficou surpreso por Guilherme ser vegano. Ele provou as opções que Guilherme pediu e não achou tão ruim no fim das contas.

A tarde chegou e Felipe ficou impressionado com o pôr do sol. Ele soltou um 'Nossa', que assustou a todos. Guilherme fez um vídeo da reação do novo amigo. Era algo novo para Felipe, ele quase chorou ao ver a cena. Ele desejava do fundo do coração que sua família estivesse ali.

— Olha. — Felipe pressionou a cabeça contra a janela e apontou para a frente. — As estrelas estão começando a aparecer.

— Né? Olha como elas são lindas. Olha esse pôr do sol. — se aproximando de Felipe e conseguindo ter um pouco da visão do lado de fora. — Somos sortudos, né? Poder ver isso.

—É verdade. — Felipe ficou com os olhos marejados. Ele virou e quase beijou Guilherme que estava bem próximo. — Desculpa. — indo para trás e batendo a cabeça na janela. – Aí.

— Não se preocupa. — Guilherme não soube como reagir, mas não conseguiu esconder o nervosismo. Um grande solavanco faz todos irem para frente, então, o alerta de cinto apareceu no painel. No susto, o Felipe abraça Guilherme.

— Calma. — Guilherme olhou para o rapaz com ternura. — É só uma turbulência. — o avião tremeu mais e, dessa vez, algumas pessoas gritam com o susto. E Felipe segura em Guilherme com força.

— Ei. Tá tudo bem. — garantiu Guilherme, tocando no rosto de Felipe. — Está tudo bem. Acontece. — segurando na mão de Felipe. — Estou com você.

— Desculpa. Devo parecer patético, né?!

— Não. Você está tendo uma reação normal de quem viaja de avião pela primeira vez. — ainda segurando a mão de Felipe. — Quando eu fiz 10 anos, os meus pais me mandaram para Nova York para encontrar a minha avó. No meio do voo, o avião pegou fogo. Imagina, uma criança de 10 anos, sozinha em um avião em chamas.

— Tadinho. — a única reação de Felipe foi abraçar o jovem, que agradeceu o apoio. — De nada. — se afastando.

— Depois disso continuei viajando e pegando turbulências. Acabei acostumado. — pegando na mão de Felipe e fazendo carinho. — Então, vai dar tudo certo.

— Senhores e senhoras, — a voz grossa do comandante ecoa pelo sistema de som. — passamos por uma área de instabilidade. Dentro de 20 minutos chegaremos a Londres. — Se você quiser meu contato, sei lá, a gente pode passear.

— Claro. — concordou Felipe pegando o celular.

Depois de contatos trocados, Felipe e Guilherme se organizaram para a chegada em Londres. Felipe ficou babando pela janela ao ver as luzes da cidade. E realmente, ele estava certo, a cidade era realmente um lugar maravilhoso.

— Olha. — olhando através da janela. — Nossa. Nem acredito que vou morar aqui.

— Vai sim.

— Senhoras e senhores, — mais uma vez a voz do capitão ecoou pelo avião. — chegamos. Agora em Londres, são 20h. O clima na cidade é de 20 graus.

No Hyde Park, em Londres, Tchubirubas ficou olhando os cachorros brincando com seus donos. Ele bocejou e pressentiu algo. Um grande avião passou bem perto da cidade. Ele olhou para cima e latiu. O cachorro chamou atenção do guarda. Mais uma vez, o animal precisou correr para não ser pego. Tchubirubas se escondeu atrás de um vendedor de pipocas, que não falou nada para o guarda.

— De nada. — o pipoqueiro falou olhando para o cachorro, que latiu.

— Obrigado, humano burro! — saindo, mas olhando em volta para não encontrar o guarda do parque.

O clima na cidade de Londres estava agradável, então, os jovens não sentiram a diferença. Eles desceram do avião e seguiram para uma espécie de ônibus. Os dois seguiram para a sala de desembarque para pegar as malas e teriam que passar no controle do aeroporto.

Guilherme contou para Felipe sobre o procedimento e afirmou que era tranquilo. Mas, mesmo assim, Felipe não ficou tranquilo. O jovem pegou a pasta com todos os seus documentos e seguiu para o guichê.

— Vai ficar por um bom tempo, né? — questionou uma mulher, enquanto analisava os documentos de Felipe.

— Sim. Vou sim. É um intercâmbio, então espero aprender muito sobre a cultura de vocês.

— Estou certo que você....

Um grande impacto lançou Felipe contra a parede. Ele perdeu os sentidos por alguns segundos, mas logo tratou de levantar. O jovem pegou a pasta no chão e colocou na mochila. Uma mulher em chamas passou por ele e ficou se debatendo no chão. Do outro lado, um homem chorava debruçado em cima do corpo de uma garota. Felipe colocou a mão na cabeça e percebeu que havia sangue em sua jaqueta. Ele encontrou Guilherme caído e ajudou o amigo.

— Guilherme?! Guilherme, acorda? O que foi isso?! — colocando a mochila nas costas e pegou Guilherme no colo. — Guilherme, não faz isso comigo.

— Socorro! — uma outra mulher passou gritando com o corpo todo queimado.

— Vamos sair daqui. — ele disse.

Outra explosão levou os dois ao chão. Dessa vez, o Felipe ficou desacordado, enquanto o aeroporto todo estava em chamas.

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Comentários

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Massa !! Bastante interessante, ansioso pela continuação !

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MUITO DRAMA PRA FELIPE. MUITO ESNOBE O GUILHERME. MAS VEREMOS.

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gente eu não vou conseguir dormir de ansiedade, continua please. E continua o conto Amor de peso por favor.

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Amei. Muito esse final ai foi supreendente ansiosa pelo proximo. Continua sim vai ser demais. bjos

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