A Vida é pra ser Vivida #18 - ft PRECISAMOS DE AJUDA parte I

Um conto erótico de Hyuuga5
Categoria: Homossexual
Contém 4232 palavras
Data: 17/12/2016 13:49:33
Última revisão: 17/12/2016 22:51:47

A Vida é pra ser Vivida #18

ft PRECISAMOS DE AJUDA

(PRECISAMOS DE AJUDA é meu segundo conto, ainda com lançamentos semanais, com a temática sobrenatural, claro, aliada ao tema da homossexualidade. Então, para entender o que vai se passar nesse capítulo, vai precisar entender o que se passa na história do outro conto).

Hoje acordei cedo para ver o cara dos meus sonhos dormindo. Na verdade eu nem consegui dormir. Estar com JP ao meu lado, na minha cama e não poder abraça-lo é muito pra mim, mas mesmo assim eu me sinto tão bem. Ele tem um sono tão pesado. Passo a mão em seus cabelos despenteados e mesmo assim não acorda. Fico ao seu lado sorrindo feito um idiota. Acho que é assim que é estar amando. Será que alguém pode me confirmar? Kkkkkk

Ainda o olhava quando percebi Hugo olhando pra mim.

Hugo: Cara de bobo. Só pode estar apaixonado. – falou sorrindo.

Antonio: Tá tão na cara!?

Hugo: Ôoh! Mas você vai contar para seus pais?

Antonio: Ainda não. Está tudo muito recente. Acho que vou precisar de um tempo. – falei olhando pra JP.

Hugo: Cê que sabe. Amanhã tenho que voltar pra casa. Meus pais já estão me irritando para que eu volte. Ainda mais por que passei o réveillon longe deles.

Antonio: Poxa, mas já!? Que pena. Estava gostando da tua companhia.

Faz dois dias que estamos aqui em casa e estou amando estar com JP e Hugo por aqui. Eu cresci sozinho, não tive irmãos e meus primos sempre moraram longe, em Fortaleza ou Floresta Linda. Então tive que me acostumar a estar sozinho. Meus pais sempre trabalharam muito, mas sempre tive certa autonomia desde criança. Acho que por isso sou insuportavelmente “certinho”, pelo menos Hugo sempre fala isso.

Hugo sempre foi meu primo mais próximo. Ele sempre vinha com meu tio visitar meus pais. Porém, fazia algum tempo que não o via. Essas semanas que ele havia passado aqui foram incríveis. Estava sentindo falta de um pouco de diversão e de alguém para conversar. Ele sempre me anima. Amo pessoas com alto astral. Além de serem felizes fazem aqueles que estão, ao seu redor, felizes também.

Como JP não acordava decidimos nos levantar e tomar banho. Enquanto tomava banho, Hugo escovava os dentes. Nunca tive problemas para tomar banho ao lado de nenhum homem, mas naquele dia estava me sentindo incomodado. Algumas vezes Hugo puxava assunto comigo e tinha que me virar para respondê-lo. O banheiro daqui de casa tem o espaço para um “banheiro normal” e um espaço para o chuveiro, sendo que existe apenas uma porta transparente separando o restante do banheiro do chuveiro.

Não estava suportando aquilo mais. Não sei se era por que estava com tesão de estar ao lado do JP a noite inteira e não poder chegar perto dele como eu queria ou se era porque Hugo estava sem camisa, apenas usando um short folgado que revelava suas coxas. Se bem que poderia ser um misto de tudo isso.

...

Estávamos tomando banho quando JP chegou à cozinha.

JP: Nem me acordaram seus vacilões.

Hugo: Você tava tão bonitinho dormindo que nem tivemos coragem.

Antonio: Isso! – falava comendo meu pão de queijo com café.

...

Meus pais saíram para visitar uns amigos e ficamos nós três em casa. Colocamos um filme de terror para vermos na Netflix e deitamos os três na cama. O filme era o Exorcismo de Emily Rose. Muito bom mesmo. Amo filmes de terror, meu gênero favorito.

Hugo: Sabia que isso pode acontecer realmente? Tipo pessoas que são assombradas por espíritos demoníacos?

JP: Claro que pode. Você deveria ver minha ex-namorada. Aquilo me assombrava noite e dia. – rimos.

Antonio: É verdade JP. Mas sério. Eu acredito nesse tipo de coisa. Sei lá. Acho que existe algo que não podemos ver com nossos próprios olhos, mas que está em todo lugar.

JP: Deve ser o ar. Kkkkkkkkk

Antonio: Engraçadinho. – falei dando um beijo em sua bochecha.

Hugo: Iiiiih agora vai começar a orgia. Vou deixar o casalzinho só para realizar seus desejos mais secretos e sórdidos. – fazendo uma cara engraçada.

JP: Nem vem Hugo. Estamos juntos há dois dias!

Hugo: Vixe. Se fosse você eu não também não iria querer transar com esse cavalo aqui. – falou rindo.

Antonio: O que? – quando me lembrei da cena do banheiro. – cala a boca seu babaca. – Acabei dando um empurrão nele com o ombro que o fez cair da cama. – rimos os três da cena. Como estávamos espremidos para caber os três facilitou a ação.

Hugo: Em sabe... Estava pensando. Bem que vocês dois poderiam ir comigo pra Floresta Bela. Seria muito bom ter vocês dois por lá.

Antonio: Não sei acho que meus pais vão botar banca. Mas seria muito bom. Nunca fui à Floresta Bela.

JP: Por mim podemos ir. Estou com o cartão de crédito da minha mãe mesmo kkkkk.

Hugo: Estou partindo amanhã de ônibus. Pois é mais barato. Vamos?

...

Assim que meus pais chegaram fui conversar com eles com Hugo e JP. De inicio, como falei anteriormente, eles não quiseram deixar. Meus pais são muito protetores. Minha mãe só me deixou ir pra Fortaleza, pois iria pra casa da tia Ana, por que se não, ela nunca deixaria. Depois de insistir muito meu pai resolveu se pronunciar ao meu favor. Como era pra casa do irmão do meu pai, ele não veria problema.

Yeah! Floresta Linda nos espere. Estamos chegando.

...

Passamos a noite arrumando as malas. Na verdade eram apenas mochilas. Não íamos ficar por muito tempo, apenas três dias, por conta que JP teria que voltar pra Fortaleza.

Coloquei em minha mala apenas o necessário: camisas, shorts, apenas uma calça, cuecas, perfume, dinheiro, documentos. Acho que não faltou nada.

“Fomos” dormir mais de 23hrs, pois teríamos que acordar cedo para pegarmos o ônibus na rodoviária de Juazeiro do Norte às 5hrs da manhã.

...

Acordei bem cedo e fui terminar de preparar tudo para irmos para o Norte do estado. Quando saí do quarto acordei Hugo e JP com bastante dificuldade. JP quase não se levanta, acho que é porque não é acostumado a acordar cedo.

Dentro de 30 minutos já estávamos todos preparados para irmos para Juazeiros. Despedimos-nos de minha mãe, que me recomendou bastante cuidado na viagem, para não falar com estranhos, como se eu conhecesse alguém naquela cidade, e que voltasse o quanto antes. Como sempre minha mãe fazendo drama.

Fomos de carro com meu pai. Como Barbalha, onde estávamos, era próximo a Juazeiro do Norte, fomos sem pressa. Chegamos lá no horário estipulado. Já na rodoviária tive que ir comprar alguns lanches para comer na viagem: salgadinhos, chocolates, alguns outros doces. Sim, eu sou uma criança quando se trata de doces. JP comprou alguns comprimidos caso sentisse algum enjoo.

Quando entramos no ônibus já havia muitas pessoas por lá. Só sobraram os acentos do final. E foi para lá que fomos. Sentei ao lado do JP e Hugo se sentou perto de uma garota. Aparentava uns 25-30 anos. Não demorou nem cinco minutos para que os dois estivessem conversando como já se conhecessem há anos. Era incrível essa capacidade do Hugo. A sua maior virtude era ser um cara gente boa, alegre e contagiante. Claro, além de suas belezas físicas.

Já estávamos com cerca de uma hora de viagem. Paramos em algumas pequenas cidades para irmos ao banheiro, abastecer. Quando deu 13hrs, paramos num posto em uma pequena cidade para almoçarmos.

JP: Finalmente! Simbora comer que não estou aguentando mais de fome.

Antonio: Tomara que esse lugar seja descente. Não gosto de comer em lugares estranhos e que não conheço. – falava receoso.

JP: Para de frescura eu aposto que você vai comer tudo que colocarem no prato. – falou me abraçando.

Hugo: Huuum. – falou fazendo coração com as mãos. – Meu casal favorito.

Ele nos apresentou a Samanta. Ela era uma mestranda de Ciências Biológicas de uma universidade do Crato, cidade vizinha à Juazeiro do Norte. Muito legal e simpática. Almoçamos os quatro juntos. Obviamente que Hugo, com seu jeitão moleque, estava toda hora dando em cima da mulher. Tava tão na cara que dava até vergonha.

Hugo: Você é casada? Namora? – falava enquanto comia.

Samanta: Não exatamente. Eu sou lésbica.

Hugo: O quê? Sério? Você poderia ter me dito. Faz horas que estou dando em cima de você! Kkkkkkk – ria tímido.

Samanta: Estava me divertindo com suas piadas. Você é um cara legal Hugo.

Hugo: Obrigado!

Samanta: Vocês dois são lindos juntos! – falou olhando pra mim e JP.

Antonio e JP: Obrigado. – rimos.

Conversamos mais alguns minutos e terminamos de almoçar e logo partimos de volta para o ônibus.

Eu e JP estávamos de mãos dadas esperando o ônibus voltar da rodoviária. Conversávamos com Hugo e Samanta quando um casal, uma mulher que parecia ter uns 40 anos e seu esposo começaram a se sentir incomodados com o fato de que eu e JP estávamos de mãos dadas. Tipo: O quê?

Percebemos depois de alguns olhares tortos que o casal jogava para nós. Eu decidi ignorar e seguir meu caminho, mas Hugo estava se sentindo incomodado com o incômodo dos dois.

Hugo: Qual o problema desses dois? O que eles tem a ver com vocês de mãos dadas?

Tentei argumentar para que ele não fosse até os dois, mas sem efeito. Ele foi em direção aos dois senhores.

Hugo: Oi, boa tarde. Estou percebendo que vocês parecem incomodados em relação ao meu primo estar com o namorado dele... de mãos dadas? É isso?

Senhora: Olha meu jovem, eu sinceramente não me importo com gays, eu não sou preconceituosa nem nada do tipo, mas eles não precisam ficar mostrando a todo mundo que são gays.

Senhor: Acho uma pouca vergonha.

Hugo: Pois é senhora. Você não é preconceituosa, mas está se incomodando com algo que não lhe diz respeito. Eles são namorados, são felizes juntos, não estão se beijando ou se esfregando na frente de ninguém e você – nesse momento ele falou para todos ouvirem. – e nenhuma outra pessoa aqui tem o direito de julgá-los. Acho melhor cuidar da sua vida. Tenha uma boa viagem.

A senhora parecia possessa, mas não revidou à fala de Hugo. É incrível que pessoas preconceituosas nunca admitem ser preconceituosas. Elas vivem em mundo próprio onde pessoas diferentes e que pensam diferentes de sua esfera, são impuros, impróprios para viver nesse mundo. Exalam ódio para quem não conhecem. Fiquei surpreso e feliz com a atitude de Hugo, apesar de achar melhor ele não ter feito isso.

JP: Obrigado Hugo. Aquela chata merecia algumas palavras. Se você não tivesse ido eu iria falar algumas verdades na cara dela.

Hugo: Odeio pessoas preconceituosas. Odeio mesmo. Não entendo como essas pessoas ficam julgando os outros.

Samanta: Gostei da atitude Hugo. Pelo jeito você convive bastante no mundo GLBT.

Hugo: Sim, sim. Na minha faculdade faço parte de uma pequena confraternização contra preconceito, em todas as esferas. E uma delas é o preconceito contra homossexuais, a homofobia. Tenho amigos que são gays, lésbicas, bissexuais, e entendo o que eles passam diariamente com a família e a sociedade que os julgam constantemente.

Antonio: Ainda não me acostumei com esse tipo de coisa.

Hugo: Pois é meu primo. Você ainda vai se deparar com algumas cenas dessas, infelizmente.

Seguimos viagem novamente e dessa vez sem nenhum olhar de reprovação. As palavras de Hugo calaram qualquer um que se incomodassem comigo e JP.

JP estava dormindo em meu colo e eu acariciando seu cabelo. Hugo continuava conversando com Samanta. Eu estava escutando música com fone de ouvido olhando pela janela, quando uma garotinha, de uns oito anos, veio até meu assento.

Garotinha: Vocês são namorados? – perguntava curiosa.

Antonio: Somos sim. – sorri.

Garotinha: Mas vocês dois são meninos.

Antonio: Sim, somos meninos. É que existem casais com um menino e uma menina, um menino e outro menino, ou uma menina e uma menina. Entendeu? O que importa é o que sentem um pelo outro.

Garotinha: Acho que entendi. O amor é o mais importante né!? Minha mãe sempre diz isso.

Era lindo ver a inocência da garotinha. Um ser sem preconceitos e aprendendo que nem sempre o diferente do tradicional deve ser atacado apenas por ser diferente, mas que tem que ser encarado com naturalidade. A diferença é algo natural.

A mãe da garotinha veio até ela e a levou. Pediu desculpas pelas perguntas da filha e terminou com “Vocês são lindos juntos. Tomara que sejam muito felizes”. Eu apenas sorri e agradeci. Ainda bem que existem pessoas boas nesse mundo. Pessoas que não julgam às outras.

...

Finalmente chegamos em Floresta Bela depois de quase oito horas de viagem. Ficamos esperando o tio Marcos vir nos buscar. Hugo avisou que já estávamos na cidade. Não demorou muito para que ele chegasse.

Tio Marcos: Desculpa pela demora. O trânsito está uma loucura e olha que a cidade tem só 240 mil habitante imagina se tivesse 1 milhão. – falou sorrindo para nós.

Hugo: Demora? Pai você demorou um século. Já sinto meus cabelos grisalhos e dores nas costas! – falou abraçando o pai.

Tio Marcos: Para de drama. E esse aqui só pode ser meu sobrinho Antonio. É a cara do Otávio quando tinha a sua idade. Como está meu filho? – falou me cumprimentando.

Antonio: Tudo bem tio Marcos. Ah esse daqui é meu primo João Pedro. Ele é filho da irmã da minha mãe. Ele veio conosco para conhecer a região.

Tio Jonas: Tudo bem meu querido. – cumprimentou JP.

Tio Jonas era daqueles homens antiquados, mas que nunca perdiam a elegância. Ele era dono de uma agencia de advogados da cidade. Era bastante influente aqui na cidade.

Fomos direto para a casa deles. Ficava um pouco afastada do Centro num condomínio próximo a Serra Verde, uma elevação que ficava nas redondezas de Floresta Bela, daí vindo o nome da cidade, só para acrescentar.

...

Já estávamos devidamente instalados no quarto de visitas da casa de meus tios. Finalmente havia conhecida Helena, a mulher do meu tio. Minha mãe sempre comentava que as duas eram muito amigas e que sempre se falavam por telefone. Super simpática.

Era 21horas e estávamos mortos da viagem. Tratei logo de ligar para meus pais para avisar que estava tudo bem e que a viagem tinha sido tranquila. Conhecendo minha mãe, se não avisasse, ela viria, em pessoa, aqui. JP fez o mesmo.

JP: Minha mãe ficou louca quando disse que estava em Floresta Linda. Ela vai me matar quando voltar.

Antonio: Poderia pelo menos ter avisado antes né espertalhão.

Ele me deu um beijo demorado. Era ótimo ter aquele nível de intimidade com JP. Desde o conheci senti vontade de beijar aquela boca gostosa dele. Sem falar daquele sorriso. Acho que é o mais bonito nele.

Estava deitado em cima do JP, beijando-o quando Hugo chegou ao quarto.

Hugo: Não se preocupem comigo. Podem transar em paz. – sacana.

Saí de cima de JP e sentei na cama.

Antonio: Engraçadinho.

Hugo: Vim avisar que amanhã estamos de saída pra Santo Antônio. É uma cidadezinha que fica na Serra Grande. Lá tem sempre um festival de música que eu amo. Vou sempre com os amigos para lá. E como vocês estão aqui faço questão de levar vocês dois comigo. Já conversei com meus pais e eles já liberaram o carro.

JP: Opa! Gostei. Adoro uma festinha. Agora ficou animado. – falou rindo.

Antonio: Uhuul. Que animação. Festival de que estilo musical?

Hugo: Do que você quiser meu amorzinho. Lá tem palcos com bandas de rock, MPB, forró, sertanejo, Eletrônica. Têm pra todos os gostos.

Antonio: Ah sim. Interessante. - falei tentando parecer animado. Não que eu não goste de festas, eu gosto, mas é que sou um bicho do mato. Gosto da calmaria, de um passeio a dois, de ler um bom livro. Mas ok. Já que estou aqui, pq não!?

Hugo: Pois bem. Agora vou dormir que amanhã temos que irmos cedo. Vê se vocês transem rapidinho e sem fazer muito barulho. – e saiu correndo.

Nem me conta de quando dormi, mas em algum momento da madrugada, acordei e estava abraçado, de conchinha, com JP. Estava excitado.

...

Acordamos às 6hrs da manhã. Tomei um banho demorado, pois ontem esqueci. JP foi em seguida. Nos arrumamos e fomos para a cozinha. Vesti uma camiseta preta com desenhos étnicos e uma bermuda branca e tênis e peguei meus óculos escuros também. JP foi com uma camisa vermelha, short verde e tênis preto, também de óculos.

Descemos e Hugo já estava na cozinha comendo.

Hugo: Até que enfim. Parecem mulheres para se arrumarem, nunca vi! Bora comam rápido que temos 90 km para percorrermos.

Antonio: Eita.É isso tudo? Caramba.

Hugo: É mais a gente chega rapidinho.

Acabamos demorando por que Hugo nem arrumado estava. Então podemos comer direito. Nem tia Helena e nem tio Marcos estavam. Como disse, ele é um advogado aqui da cidade e tia Helena estava na academia.

Depois de uma meia hora Hugo desceu. Eu e JP estávamos no pátio tirando algumas selfies para mandar para nossas mães.

Hugo chegou. Seu cabelo bem penteado num topete que combinava com seu rosto perfeitamente desenhado, com seu cavanhaque e barba bem feita. Camisa branca por baixo e uma preta desabotoada por cima, marcando seus bíceps. Uma bermuda preta, tênis e óculos. Aquele ali se arrumou para pegar geral nesse tal festival.

Antonio: Eita em... Vestido para matar. Bicho quer matar todas as mulheres e gays do festival. – ri.

Hugo: Assim eu espero. Mas os únicos gays que quero perto de mim são vocês meu casal favorito. – deu um beijo na minha bochecha e na do JP. – Poderíamos marcar de fazer um ménage à trois?

Antonio: Idiota. – rimos.

Hugo: Pois vamos que se não chegaremos atrasados.

...

Logo já estávamos na estrada. Eram 90 km de viagem para chegar até Santo Antônio, uma cidade localizada na Serra Grande para um festival de música.

Já havíamos viajado metade do percurso. Mas algo estava me intrigando. Hugo parecia meio desnorteado.

Antonio: É... Tá tudo bem Hugo?

Hugo: Cara acho que estamos com um probleminha. Acho que acabei pegando um caminho errado. O GPS não está funcionando desde que chegamos nessa cidade. Já passamos dela e nada ainda.

JP: Mas você já não tinha ido pra Santo Antônio muitas vezes com seus amigos?

Hugo: Sim, mas eu vim de carona. Nunca vim dirigindo. Acho que acabei me confundindo com alguma estrada.

Antonio: Ótimo. Agora estamos perdidos no meio do nada. Você pelo menos sabe onde estamos?

Hugo: No fim do mundo? – ria.

Antonio: Você ainda rir cara?

Hugo: Ué? Estamos perdidos. Vamos nos desesperar para quê?

JP: Vamos procurar algum vilarejo e pedir informações de como chegar nesse lugar!

Antonio: É uma boa ideia.

Continuamos a percorrer uma estrada deserta e não víamos nenhuma cidade, vilarejo ou uma casa habitada, perdida, no meio do nada. Era incrível. Aquela estrada nem passava nenhum carro.

Antonio: Só eu que percebi que essa estranha não tem nenhum movimento?

Hugo: Percebi também. Que estranho!

...

Demorou alguns minutos e encontramos uma encruzilhada. Para quem não sabe encruzilhada é um encontro de estradas formando uma cruz. Hugo parou o carro.

Hugo: E aí? Que caminho nós pegamos?

JP: Acho melhor continuarmos por essa estrada a frente.

Antonio: Poderíamos pegar essa estrada de chão batido e ver se existe alguma casa por aqui para pedirmos informação, não?

Hugo: É sim. Podemos ir por essa estradinha aqui e ver se chega há algum lugar.

...

E assim fomos seguindo a estrada de chão batido. Percorremos cerca de 1 km e parecia a levar a nenhum lugar. Tudo que víamos era a mata fechada da Caatinga, típica do semiárido nordestino.

Quando estávamos pensando em desistir avistamos um casebre de longe. Parecia morar alguém por lá. Paramos o carro em frente ao local e fomos andando.

Chegando perto do lugar podemos constatar que havia realmente alguém morando ali. Tinha fumaça saindo da chaminé, o que significava o uso de fogão à lenha, tipicamente usado pelos moradores do interior do estado.

Antes de chegarmos naquele casebre havia um enorme juazeiro. Juazeiro é uma árvore com caule cheio de espinhos que dá pequenos frutos chamado juá, que é comestível e serve de alimento para animais. É muito bom, inclusive. Quando nos aproximamos podemos ver, no alpendre, várias moedas. Havia moedas de cruzados, cruzeiros, reais e algumas outras moedas que não podemos identificar.

O local tinha a aparência de abandonado, mas resolvemos bater palmas para ver se alguém sairia do local. Batemos e nada.

Hugo: é... Acho que não tem ninguém nesse lugar.

JP: Mas têm uma chaminé fumaçando aqui.

Antonio: Esse lugar é muito macabro. Olhem só aquilo dali. – apontei. – era um símbolo estranho encravado na parede, vermelho. Cheguei perto. – Isso parece sangue?

JP: O quê? Tá louco?

Antonio: Não! Isso é sangue! O cheiro é semelhante ao do sangue.

Hugo: Galera olha isso aqui! Venham cá!

Hugo estava olhando por uma frecha da janela.

Hugo: Isso são... são...

Antonio: O que foi? – quando vi paralisei. Eram marcas que perfuravam a parede. Pareciam feitas de unhas... Garras pra ser mais preciso.

JP: Galera não é por nada não, mas isso daqui não tá me parecendo um lugar muito convidativo. Vamos dá o fora daqui.

...

E voltamos para a encruzilhada novamente assustados com as marcas de sangue e as que se assemelhavam à garras.

Hugo: Pqp. O que eram aquilo?

Antonio: Eu não sei, mas não quero mais voltar naquele lugar. Parecia algo tirado de um filme de terror.

JP: Agora vamos por essa outra estrada de chão... Quem sabe podemos encontrar mais alguma casa.

E fomos. Percorremos uns 300 metros dentro daquela estrada e o carro começou a parar.

Hugo: PqP. O que foi desta vez?

Descemos do carro e fomos olhar na parte da frente. Estava saindo fumaça. Não podia acreditar nisso. Estamos perdidos no meio do nada, o carro está quebrado. O que mais falta acontecer?

Hugo: A merda desse carro acabou de ter um super aquecimento. Fora que deve ter danificado alguma coisa aqui. Tenho que ver isso direito para ver o que eu posso fazer.

Esperamos uns 10 minutos e Hugo nos disse que não poderia fazer nada, pois havia uma mangueira danificada por causa do super aquecimento no motor do carro.

Antonio: Ótimo. Cara como viemos parar aqui?

JP: O pior é que nesse fim de mundo nem pega sinal. Que tipo de lugar não pega sinal de operadora?

Hugo: Nossa única opção é seguir esta estrada a pé mesmo e ver se encontramos alguma casa para pedir ajuda. Nem que seja uma fita isolante para colocar naquilo.

Antonio: Pois então vamos. Não se esquece de trancar as janelas. Vai que passa algum louco e entra ai e danifica mais alguma coisa.

E andamos. Andamos. E andamos mais um pouquinho. Finalmente avistamos alguma coisa de longe. Parecia ser um portão.

JP: Aquilo é um portão? – falava surpreso.

Hugo: É sim. É um portão. Parecer ser de uma fazenda ou algo do tipo.

Antonio: Está escrito Sítio Lagoa do Canto. Eu acho.

Quando estávamos chegando próximo do portão avistamos alguém. Quando nos viu ele parou no portão. Finalmente chegamos.

Rapaz: Oi. Vocês estão perdidos?

Hugo: Olá meu caro amigo. Será que você poderia nos ajudar?

Rapaz: Claro que sim. No que vocês precisam?

Antonio: Um pouco de água e uma fita isolante. Por favor?

Rapaz: Fita isolante? - riu.

Hugo: É que nosso carro deu problema e danificou alguma mangueira interna do motor.

Rapaz: Entendi. Infelizmente com isso não posso ajudar. Mas com certeza meu companheiro poderá ajudar vocês. Só que ele chega apenas às 21hrs.

JP: Adeus festival de Santo Antônio!

Rapaz: Festival de Santo Antônio? Caras vocês estão muito perdidos. A estrada que leva pra essa cidade é há uns 10 km daqui. Esse sítio fica no município de Várzea da Cacimba.

Antonio: Acho que nos desviamos um pouquinho.

Rapaz: Vamos entrando então. Ah, por sinal me chamo João.

Antonio: Tudo bom João. – falei cumprimentando-o. – esses aqui são meus primos: Hugo, o mais forte, e JP, meu companheiro.

João: Namorados? Que legal. Onde ficou o carro de vocês?

Hugo: Aqui perto. Temos que voltar para buscar.

João: Não se preocupem. Aqui não há outros moradores por perto.

JP: Não? Mas encontramos um casebre que fica próximo daqui, mais ou menos uns 500 metros daqui!

João: O que? – ele parecia intrigado com essa informação, mas não quisemos fazer mais perguntas.

Adentramos no Sítio Lagoa do Canto, com o jovem João, que parecia ter a nossa idade e seu pequeno cão vira-latas. João era um cara bem bonito. E pelo que parecia era gay e morava ali com seu companheiro. Mas o que eles faziam ali? Morando nesse fim de mundo, longe de tudo e de todos? Era simplesmente loucura.

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Bom galera. Eu uniu meus dois contos para passar alguns capítulos misturando as duas histórias.

Eu, Hyuuga5, tenho dois contos: A Vida é pra ser Vivida, que é esse aqui e um segundo chamado “PRECISAMOS DE AJUDA”. Ele tem a temática gay mistura com sobrenatural, ou seja, assombração. E como as duas histórias se passam no Ceará, decidi colocar as duas para fazer um “featuring”.

Então, para entender essa parte do conto “A vida é pra ser vivida” tem que ler o conto “PRECISAMOS DE AJUDA”, para não ficar voando com as informações que serão postas aqui.

Então... Boa leitura.

Se houver erros de digitação, concordância corrijo depois.

Um grande abraço. <3

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Comentários

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MUITO BOM VER ANTONIO E JP VIVENDO FELIZES JUNTOS ESSE AMOR.

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