O PASTOR – Parte final
Depois que eu gozei várias vezes, meu ânus perdeu a dilatação inicial e o rebolo do homenina, enfiado em meu cu, começou a me incomodar. Implorei:
- Ai, tira, tira, tira... Está doendo muito.
Ao invés disso, ele falou bem pertinho do meu ouvido:
- Não, cadela. Só tiro depois que você me disser de quem foi aquele telefonema agora há pouco, e o que te disseram de fato. E não minta. Eu tenho uma audição muito boa e consegui escutar o que estavam falando do outro lado da linha...
- Se você ouviu, então por que quer que eu diga?
- Porque acho que você está querendo jogar sujo comigo, e eu não gosto disso. – Ele falou essas palavras empurrando mais ainda o seu enorme caralho no meu cu. Novamente, tentei ficar de ponta de pé, mas ele acompanhou meu movimento com seu corpo. Imprensou-me contra a parede e eu fiquei suspensa do chão. O cara não tinha gozado ainda e seu pau estava duríssimo, machucando meu ânus. Porra, me arrependi de tê-lo seguido ao banheiro.
- Está bem. Tire esse cacete de mim e eu conto tudo. Por favor, está me incomodando...
Dessa vez eu disse a verdade, até porque ele não insistiu em estar metendo no meu pobre e arrombado anelzinho. Enquanto eu repetia palavra por palavra do que o técnico havia me dito ao telefone, ele se lavava na pia da toalete. Minhas pregas devem ter se rompido um pouco, pois percebi um filete de sangue no pênis dele. Ele, no entanto, não deu a mínima para o estrago que havia feito em meu rabo. Enxugou-se com papel toalha e ajeitou as calças. Eu sentei-me no vaso sanitário e também fiz a higiene. Quando passei papel no reto, ardeu pra caralho! E o sangue manchou um pouco o papel higiênico. Jurei para mim mesma que jamais deixaria caralhudo nenhum meter no meu rabo, mas eu sabia que não iria conseguir cumprir essa promessa feita a mim mesma. Devo admitir que a foda, a princípio, foi maravilhosa. Gozei muito mais do que quando trepei com o pastor, ou até com o meu negrão. Aí, bateu-me uma tristeza, ao lembrar que agora ele estava morto, e comecei a chorar.
Quando melhorei da crise, o homenina me entregou um lenço perfumado e eu enxuguei as lágrimas. Agradeci, me recompus, devolvi-lhe o tecido e saímos do banheiro. Só então ele me falou, como se lesse meus pensamentos:
- Não tenha dúvidas, vamos vingar teu namorado. Desculpe-me por pressioná-la, mas eu precisava saber se você estava me escondendo alguma coisa. Por que mentiu?
- Eu queria continuar no caso, por isso omiti a informação. Peço-te perdão. – Eu estava sendo sincera.
Ele beijou-me a testa e eu fiquei enternecida pelo cara. Não era um sujeito de todo mau. Mas fiquei pensando como sofria o sujeito que fosse enrabado por ele. Peguei-me rindo sozinha. Ele perguntou, mas eu não disse o motivo do meu riso. Ele deve ter ficado pensando que eu era doida.
Voltamos à mesa, ele pediu um cafezinho para dois, pagou a conta - apesar de minha insistência em pagar minha aposta perdida - e perguntou se eu queria uma carona. Achei que ele iria me confiscar o celular, para o caso do técnico me ligar com novas informações, mas o homenina apenas disse:
- Avise-me, se houver novidades. Até porque, deixa-la sem celular é arriscado: o sujeito ainda está atrás de você. Não quero que fique incomunicável. Tem para onde ir?
Pensei um pouco e acenei afirmativamente com a cabeça. Eu iria voltar a ficar com o pastor. Não me interessava mais estar na casa da hermafrodita, e também não me convinha voltar para o meu apartamento sujo de sangue. No entanto, assim que o policial federal se afastou em direção à delegacia, meu celular tocou. Era o arquivista:
- Estou te vendo na frente do bar e o travesti está vindo para cá. Significa que já encerraram a conversa que estavam tendo. Você tem para onde ir? Não está pensando em voltar para o teu apartamento, não é?
- Está me oferecendo um lugar para ficar?
- Eu moro sozinho. Se quiser, pode ficar na minha casa. -, foi a resposta dele.
Aceitei, apesar da cisma do meu falecido negrão com o cara. E, se eu voltasse para a residência do pastor, com certeza ele iria querer sexo de novo. E eu não estava mais em condições de trepar com ninguém, ao menos naquele dia. Pouco depois, o arquivista parou o carro perto de mim.
- Sinto muito pela morte do teu negrão –, ele foi logo dizendo, assim que me acomodei no carro – mas não vamos deixar barato. Aí no banco de trás estão os jornais que você andou pesquisando. Estou levando-os para casa, para a gente pesquisar melhor. Quem sabe não achamos neles uma pista do assassino?
- Antes, quando chegarmos lá, eu vou querer tomar um demorado banho e depois dormir um pouco. Você se importa?
Pouco depois, quando saí do banho, ele já estava dando uma olhada na coleção de jornais antigos. O cara não era de perder tempo. Eu saíra do banheiro nua, me enxugando com a toalha. Ele, no entanto, nem prestou atenção em mim, entretido que estava.
- Vai querer comer alguma coisa? Posso te preparar um desjejum – agora ele olhava para mim, mas não pareceu surpreso em me ver quase nua e nem tinha desejo no olhar – Você come agora, ou quando acordar, mais tarde. Você decide.
- Eu já comi alguma coisa com o policial federal. Não tenho fome. Prefiro descansar um pouco. Você tem alguma roupa que eu possa vestir?
- Não, não tenho. Mas você pode dormir despida. Não vou te molestar.
Estranhei seu comportamento. O cara vivia insistindo para eu tomar umas cervejas com ele, por que iria deixar passar a oportunidade de me comer? Perguntei, mais para provoca-lo:
- Você não gosta de mulher?
Ele olhou para mim, com cara de surpresa. Depois, botou as mãos nos quadris e disse com todas as letras:
- Eu sou gay, querida. Ou será que ainda não percebeu?
Aquela afirmativa me pegou, realmente, de surpresa. Se bem que, dito daquele trejeito, fazia sentido. E eu nunca vira o cara com namorada. Ainda cética, disparei:
- Ué, e por que vivia me cantando para bebermos juntos? Achei que fosse porque queria transar comigo!
Eu tenho namorado, ouviu? Na-mo-ra-do! Eu também achei que você fosse sapatão, por isso queria me enturmar contigo, já que você também não tem amizades lá no departamento.
Eu dei uma sonora risada. Ele ficou surpreso, depois riu também. Meu sono passou num instante. Resolvi-me a olhar os jornais com ele. Cerca de umas três horas depois, quando eu já começava a me sentir cansada, ele gritou:
- Mulher, olha o que eu achei. Adivinha quem era o médico legista, quando o pastor foi preso?
Eu não tinha a mínima ideia. Mesmo quando ele me mostrou a foto, eu não a reconheci. Só quando ele afirmou quem era:
- Olha aqui, linda... esta, que aparece nesta reportagem, é a irmã do negrão!
Era mesmo. Com o cabelo cortado diferente e bem gordinha, mas era ela. No entanto, eu não via nenhuma relação entre ela e o pastor, se era isso que o arquivista queria me dizer. Ele explicou:
- Leia a matéria embaixo da foto, poderosa. Aqui diz que ela estava com a polícia, quando prenderam o atual pastor. Depois, foi ela quem recolheu o corpo incinerado do traficante, morto pelo seu lugar-tenente, o jovem Severino.
Li o texto e vi que ele tinha razão. Mas eu continuava sem entender aonde ele queria chegar.
- Pense, bonita. Você disse que o cara que te atacou lá no teu apartamento usava uma máscara para esconder o rosto. Não será porque ele tem marcas de queimaduras?
- Você está querendo me dizer que o cara em quem o pastor atirou está vivo? – Eu estava pasma.
- E não faz sentido? Quem teria tanto ódio ao ponto de matar tantas mulheres? – Ele fez uma pausa para depois responder – Alguém que não pudesse ser mais amado por elas!
- Sim, pode ser, mas você deve saber dos bilhetes deixados pelo...
Aí, eu me calei. A ficha caiu, finalmente. O assassino matava as mulheres que foram amantes do pastor! Aquele que tinha tentado estuprar a sua esposa, e que ele atirou nela. Naquele momento, me veio à memória toda a história que o evangélico me contou. E ele havia recuperado sua amada das drogas, anos depois. Por isso, ela foi a primeira vítima do assassino. Mas qual a participação da médica hermafrodita naquele mistério todo? Bem, ela mesma teria que me contar. E eu estava tão feliz que dei um beijo na boca do arquivista. Ele cuspiu de nojo de mim, mas eu não liguei. Precisava contar aquilo ao homenina. Peguei o telefone, mas fui impedida de ligar.
- Não, você tem que ficar com os créditos do sucesso das investigações, e não aquele policial federal de merda, garota. Vamos, nós mesmo, atrás desse assassino – disse o gay.
- Não é muito arriscado? O cara é um assassino serial...
- Então, primeiro, a gente descobre onde ele se esconde. De lá, chamamos a polícia.
- Certo, mas como vamos descobrir o endereço do cara?
- Eu acho que sei onde ele mora. Certa vez, estava com meu namorado e, quando ia saindo de manhãzinha, um bofe abriu a porta de um escritório quase defronte aonde estávamos. Pensamos até que era um ladrão, pois o cara estava mascarado. Avisamos na portaria, mas o porteiro nos disse que nosso vizinho tinha uma doença de pele e andava com o rosto e as mãos protegidas do sol e da poeira.
Lembrei-me que o cara que me atacou também usava luvas, só que, naquele momento, não atentei para esse detalhe. Aí o gay apavorou-se:
- Ai, God! Nesse momento, meu namorado pode estar em perigo, por sabermos onde o cara mora. Vamos, temos que ir lá. Agora mesmo.
Eu deveria saber. Quando enveredamos pelo bairro da Encruzilhada, eu já adivinhava para onde estávamos indo e quem era o namorado do arquivista. Por isso, não me surpreendi quando entramos afobados no prédio onde ficava o ateliê fotográfico do tatuador. O gay perguntou ao vigia:
- Moço, pelo amooor de Deus, aquele bofe que anda de máscara está no prédio?
Para a nossa decepção, o recepcionista disse:
- Ah, aquele não mora mais aqui, e faz tempo. Mudou-se para perto da igreja evangélica daquele pastor que foi preso recentemente, e que depois a polícia teve que soltá-lo.
Agora, quem ficou aflita fui eu. O pastor Severino é quem estava em perigo. Eu tinha que alertá-lo. Mas aí, meu telefone tocou. Era Cassandra:
- Onde você está? Diga-me, que irei pegá-la. Estou precisando que reconheça um corpo...
- Porra, mais um? Eu estou de carro. Diga onde e irei até você.
Quando o policial federal me disse o endereço, eu gelei. Era a mesma rua do templo que o pastor Severino administrava. O número da casa, no entanto, era outro. Corremos para lá, eu e o arquivista. Quando chegamos, estava coalhado de policias. Entrei na casa de muros altos e toda gradeada com o coração aos pulos. Minha surpresa, quando vi o corpo estendido no chão e com um pedaço de cabo de vassoura enfiado no ânus, não poderia ter sido maior. O corpo do defunto era cheio de cicatrizes causadas por queimaduras. Tratava-se mesmo do sujeito que havia me atacado no meu próprio apartamento e depois assassinado meu negrão. Eu não tinha mais dúvidas. Cassandra esperou que eu me refizesse do choque, para perguntar:
- É o cara que te atacou?
Eu balancei afirmativamente a cabeça. Mas ainda estava abalada. Eu e o arquivista estávamos crédulos de que havíamos solucionado o mistério, mas tudo indicava estarmos totalmente enganados. O assassino mudara de método. Agora, assassinava homens.
- Qual é o bilhete, desta vez? - Eu perguntei.
Cassandra pediu uma luva a um dos peritos que estava por perto e retirou o pau do ânus do cara. Tentou achar uma cápsula, como das outras vezes, mas não havia nenhuma. Nem a peça tinha encaixe, como seria de se esperar.
- Tem algo errado –, eu disse, pensativa. – Quem achou o corpo?
- Recebemos um telefonema anônimo – disse um dos policiais.
- Homem ou mulher? – Perguntou Cassandra.
- Não sei, não fui eu quem atendeu a ligação. Mas posso saber já, já. Basta perguntar à telefonista.
- Faça isso – disse Cassandra, sem mais delongas. Enquanto aguardávamos ele telefonar, meu celular tocou. Era o técnico que investigava sobre o circuito de TV.
- Oi, moça. O cara deixou o circuito ligado de vez, então localizamos de onde vem o sinal. Anote aí o endereço.
Era o mesmo endereço onde estávamos, naquele momento. Disse isso ao cara e ele ficou frustrado. Disse que havia sido mais de quarenta e oito horas de vigília em vão. Pedi que ele fosse descansar, agradeci o empenho e desliguei. Relatei o ocorrido a Cassandra. O policial nos informou que quem ligou avisando do crime foi uma mulher. O homenina mostrou-se cismado:
- Então o cara deve ter ligado o circuito depois da chegada do seu assassino. Ou, então, quando ele foi embora. Sabia que estava sendo vigiado por nós e pediu-nos socorro de forma muda. Procurem em toda a casa. Achem o transmissor de TV. – Exigiu o agente federal.
Não demorou muito e logo encontraram um quarto na residência, onde tinha uma verdadeira parafernália de câmeras, inclusive cobrindo quase toda a rua e até algumas ruas próximas a delegacias. Depois, localizaram no subsolo um esconderijo de drogas. Muita cocaína e maconha armazenadas em pacotes, prontas para distribuição. Cassandra disse:
- Continuem procurando. Falta encontrar onde estão escondidas as armas e munições. Esse sujeito era um traficante que agia no maior sigilo.
Eu observei que uma das câmeras mostrava o ateliê fotográfico do tatuador. Focava bem na cama redonda do estúdio, onde o cara fazia fotografias de mulheres. Então, era assim que o assassino sabia quem tinha a tal tatuagem. Outra câmera vigiava a residência do tatuador. Mais de uma estava apontada para o templo e para a residência do pastor. Naquele momento, este metia em uma de suas “ovelhas”. Alguns policiais se aglomeraram para assistir a foda do cara. Cassandra, no entanto, desligou a TV. Mas não antes de eu ficar excitada. Tentei tirar aqueles pensamentos da cabeça, mas já era impossível. Mordi os lábios de tesão. Cassandra percebeu, mas não disse nada. No entanto, acho que percebi um leve sorriso em seu rosto. Quando ele me chamou num canto, eu achei que iria me propor novo coito. Fui disposta a rejeitá-lo. O assunto, no entanto, era outro:
- O cara foi morto por três balaços no peito, de arma de pequeno calibre. Por isso, demorou a morrer e conseguiu ligar as câmeras, nos avisando. Esse caso ainda não está encerrado, mas ele é o nosso assassino procurado. O que matou teu namorado.
- Como pode ter certeza?
- A arma que o matou foi disparada por uma mulher. Ainda consigo distinguir o perfume dela no ambiente, você não sente?
Funguei o ar, mas não consegui aspirar nenhum perfume.
- Bem, eu dou o caso por encerrado. – Disse-me ele - Não teremos mais nenhuma morte de mulheres, vítimas desse cara. Pode ter certeza. Eu deixaria tudo como está, mas quem sabe é você. Se quiser continuar, fica por tua conta e risco. Não quero nem saber do resultado, está bem?
- Por que está me dizendo isso?
- Vai descobrir por si mesma. Se decidir ir fundo nas investigações, pode contar comigo. Mas prepare-se para peitar metade do teu departamento. Vai começar a briga pelo controle do tráfico desta área, e você tem razão: tem muitos policiais, da tua delegacia, envolvidos. Aconselho-te a fazer o curso de Direito, antes de se meter nesse ninho de vespas. Depois, faça o concurso para delegados. Eu prometo te indicar para o cargo na tua própria delegacia. Seja paciente e terá sucesso. Não procure dar o passo maior que as pernas. E boa sorte.
O homenina deu-me as costas e foi embora. E eu fiquei ali, abobalhada. Porra, o cara é muito bom. Mas não é um sujeito bonzinho, já que praticamente me deu carta branca para matar o assassino do meu negrão, que deve ter sido o mesmo do cara que me atacou. Era assim que eu via as coisas: o cara cheio de cicatrizes não matou as mulheres. Quem o matou, sim. E eu jurei para mim mesma que iria descobrir a sua identidade. Pedi uma carona ao gay, mas ele disse que iria se encontrar com o namorado. Ofereceu-me dinheiro para eu pegar um táxi. Aceitei, pois assim economizaria o meu. Passei em casa, troquei de roupas e resolvi devolver o vestido que havia tomado emprestado da irmã do negrão.
Quando cheguei na residência da hermafrodita, ela parecia estar à minha espera. Abraçou-se a mim, chorando a morte do irmão. Chorei, também. Quando se afastou, no entanto, vi a pequena arma apontada para mim. Eu não estava surpresa. Estive pensando, enquanto me dirigia à sua casa, e tinha chegado à conclusão de que ela era a assassina do traficante. Eu só não sabia ainda o motivo do crime.
- Não está surpresa? – Perguntou-me ela.
- Só um pouco. Falta-me descobrir o motivo de tudo isso. E, também, como você sabia que eu chegaria até você...
- A resposta é fácil. O homenina ligou para mim, dizendo que você já sabia quem era o assassino. Alertou-me que, se eu te fizesse mal, ele viria atrás de mim. E eu o conheço. Sei que não arriscaria deixar que eu me encontrasse contigo, se não tivesse certeza de que eu não te molestaria.
- Quer dizer que você não vai me matar? – Minha voz estava trêmula. Eu não esperava que o agente federal estivesse mancomunado com os policiais corruptos do meu departamento.
- Ela não, mas eu sim. E depois prepararemos um álibi bem forjado para nos livrar da acusação do crime.
A voz vinha de dentro do quarto da irmã do meu falecido negrão. Eu a reconheci. Tratava-se do delegado, meu chefe. Gelei, pois, até então, eu acreditava ter sido traída pelo homenina. O safado disse:
- Amarre-a bem apertado e amordace-a. Não quero que grite.
Meti a mão na cintura à procura da minha arma, mas recebi uma pancada na nuca, dada pela hermafrodita, e a pistola escapuliu da minha mão. Não desmaiei, mas fiquei meio grogue. Fui amordaçada e amarrada aos pés e espelho da cama, formando um xis com o corpo. Entrei em pânico. Que merda, a minha. Mesmo desconfiando daquela víbora, fui sozinha à casa dela.
- Já que ela vai morrer, não devemos lhe contar o que está acontecendo?
- Conte você, se quiser – disse o delegado – por mim, nós simplesmente a matamos. Antes, porém, gostaria de dar uma foda com ela. Desde que chegou no departamento, eu a desejei.
Porra, eu ainda estava toda dolorida do enorme caralho do agente federal. E o delegado não fazia meu tipo. Ele, no entanto, já estava tirando a roupa. Puxou a saia que eu vestia, rasgando-a. Tentei gritar por socorro, mas a mordaça me impediu. Enquanto o cara se ajeitava sobre mim, a hermafrodita começou a falar:
- Eu já era viciada em drogas, quando salvei a vida do traficante que foi incendiado pelo pastor. Ele estava muito queimado, mas ainda vivo. Tratei-o em sigilo, por anos a fio. Até que ele se recuperou das queimaduras. Ele me disse que o delegado era seu parceiro no tráfico, e eu exigi entrar para o grupo de policiais que eram pagos por ele. Com o futuro pastor preso, não tínhamos concorrentes.
O delegado, apesar dos meus esforços, conseguiu me invadir a xoxota com seu cacete. Por sorte minha, ele não era bem-dotado. Não me fez estragos, como os outros amantes recentes.
- Passamos a vender drogas só a mulheres, principalmente as com mais grana. Fazíamos o aliciamento em escolas e faculdades. Mas o traficante que havia virado churrasco tinha fixação em se vingar do bonitão que se tornaria pastor. Principalmente quando ele cumpriu sua pena e tirou das drogas a ex-mulher do cara, que havia se tornado uma viciada. A coisa piorou quando o churrasco humano descobriu ser portador de uma doença degenerativa, agravada pelas queimaduras. Então, quis apressar a sua vingança, antes que morresse. Como sabia do fetiche do pastor, de pedir que suas amantes se tatuassem com aquele desenho, para marcar as mulheres que ele já tinha fodido, montou o esquema de câmeras no templo, na casa e nos locais de residência e trabalho do tatuador. E as evangélicas adoravam ser fotografadas nuas. Muitas queriam posar de atriz, ao menos um dia na vida delas.
O delegado fungava meu pescoço, enquanto grunhia como um porco, fodendo em minha boceta ainda dolorida. O pior é que eu, aos poucos, fui sentindo excitação. Fiquei molhada além da conta e, claro, ele percebeu. Isso o fez meter em mim com mais entusiasmo. A hermafrodita também deve ter ficado excitada, pois tirou a roupa. Mas continuou:
- Falei com meu parceiro do tráfico, o delegado, e combinamos de botar você nas investigações. Infelizmente, você foi tão incompetente que o governador mandou te tirar do caso. Foi quando pensamos em meu irmão. Mas ele não sabia que nós estávamos envolvidos e monitorando ele. Se chegasse perto da verdade, alertaríamos o traficante. Só que ele foi pego de surpresa pelo meu irmão, no teu apartamento. Aí, para não morrer, o cara teve de matar Eliezer.
Eu senti se aproximar o primeiro gozo. Lutei contra ele, para não dar o gostinho de vitória ao meu estuprador, mas não teve jeito. O primeiro jato de esperma jorrou de dentro da minha vulva, molhando o cara que estava sobre mim. O delegado começou a urrar e meteu com mais sanha ainda. Quando estava para gozar, gritou para a hermafrodita:
- Agora. Estou gozando. Vem, vem agora!
Depressa, a hermafrodita subiu na cama e se posicionou atrás do chefe de polícia. Encaixou seu pau deformado na bunda dele e fez pressão. O cara gritou contente:
- Puta que pariu, que gozo arretado, porra! – E eu senti seu jato de esperma dentro de mim.
Frango safado - eu pensei –, goza fodendo uma mulher e levando rola no cu. A hermafrodita, também, logo estaria gozando dentro da bunda dele. A cada jato dela, ele dava uma estocada na minha vulva. E não é que eu gozei de novo? Puta merda, fiquei furiosa. Mas confesso que o ineditismo da foda me deixou excitada. Os dois ficaram imóveis sobre mim, que estava de olhos fechados. Quando os abri, vi o motivo da parada brusca: o homenina encostava o cano da sua arma na nuca da irmã do negrão. O delegado ficou gelado de repente. O agente federal disse, finalmente:
- Levantem-se bem devagar. Ou levarão porradas. Não estou para brincadeiras.
- O que significa isso, meu prezado amigo? – Ousou dizer a hermafrodita.
- Eu já fui teu amigo. Não sou mais. E ouvi toda a confissão de vocês.
O delegado quis pegar Cassandra de surpresa, levantando-se com impensada agilidade para o seu corpanzil. Mas levou um murro, um único murro, que o fez cair desmaiado no chão. Então, o arquivista entrou no quarto, aperreado e de arma empunhada e engatilhada. Quando o homenina tirou minha mordaça, eu vociferei:
- Porra, se estava aí há tempos, por que não interferiu antes que esse porco me estuprasse???
- Correria o risco dessa catraia atirar em você. - Respondeu-me Cassandra - E eu te vi excitada lá, quando assistiu na TV o pastor enrabando aquela nega. Pensa que não percebi? Então, essa foda te foi um favor, já que você até gozou.
- Filho da puta. Você me paga!!! – Eu esculhambava o cara, mas estava agradecida a ele.
- Algeme esses merdas. E chame a polícia federal. Agora temos motivos para agir às claras. – Disse o arquivista. E o agente fez o que ele pediu, como se fosse seu subordinado.
Estranhei sua intimidade com o policial federal, pois até pareciam grandes amigos. O próprio Cassandra me esclareceu:
- Rômulo é meu superior e, também, um agente disfarçado. Esteve vigiando esses dois já faz algum tempo.
- E não sou gay, como te afirmei. Sou muito macho. E um dia ainda como esse teu rabo empinado. – Disse-me o “arquivista”.
- Mas você namorou, mesmo, o tatuador?
- Claro que não. Mas fingi que queria fazer uma tatuagem e fui ao seu estúdio. Ele até me propôs fazermos uma sessão de fotos. Foi nesse dia que vi o cara mascarado.
- Filho da puta, você também. – Eu estava, realmente, irada. Era muita coisa sendo esclarecida ao mesmo tempo.
Os dois riram. Pouco depois, ouvimos a sirene de uma viatura policial se aproximando. Não demorou muito, chegaram os repórteres. Em seguida, o pandemônio estava formado. A notícia de um delegado envolvido com o tráfico causava grande estardalhaço. Deram-me uma saia pertencente à médica, pois a minha estava muito rasgada. Pouco depois, estávamos todos na delegacia.
- Bem, acabou meu trabalho aqui – agora quem dizia isso era Rômulo, o que se passava por arquivista. – Pressionando o delegado, chegaremos aos outros policiais corruptos deste departamento. Você está de férias, até ser escolhido um novo delegado. Aproveite-as bem. Não te convém estar por perto quando começarmos a prender os tiras safados. Eles podem querer se vingar de você, por nos ter ajudado nas investigações.
Despedi-me também de Cassandra. Aproveitei para perguntar por que a cúmplice havia matado o assassino de mulheres. Ele respondeu, zombando da minha ingenuidade:
- Para vingar o negrão, claro. A irmã não esperava que ele fosse morto. Ela enfiou-lhe um pedaço de pau no cu, mas não sabia que o cara botava bilhetes dentro das cápsulas. Foi isso que me fez desconfiar dela. Como eu sabia seu endereço, vim para cá e fiquei esperando que você aparecesse. Não sem antes ligar para ela afirmando que você já sabia de tudo, como eu. Esperava, com isso, antecipar sua ação contra você. Ainda bem que não deixou para vir outro dia, senão a espera seria longa.
Quando ambos foram embora, pensei em fazer uma visita ao pastor, para contar-lhe todos os detalhes. Mas não. Eu estava dolorida e satisfeita de sexo. Deixaria para fazer isso outro dia.
FIM DA SÉRIE