Então, sumi um tempinho, mas voltei, amanhã eu postarei mais assim não sentirão tanta falta. Estou um pouco sem palavras esses dias, mas o compromisso do conto eu vou cumpri. Bora pro conto?
Continuando...
- Então Priscila vai continua me comendo com os olhos ou vai falar algo?
- Não estou te “comendo”, estou apenas admirando como antes, feliz em revê-la.
O nosso café chegou e ficamos conversando.
- O café daqui é tão bom quantos os de Londres, porém ainda prefiro o italiano.
- Acho que você não veio aqui pra falar de café, não estou certa Ms. Charlote?
- Sim, vim aqui por um motivo, mas acabei ganhando outro com sua ligação. Então, como está esse seu relacionamento? É sério mesmo ou é apenas um calor do momento?
- Ele é sério sim, já fiz até declaração.
- Uau, me surpreendeu agora, sinceramente não esperava.
- Não? ...
- Não esperava tanta pressa de alguém que decidiu abdicar do amor.
- Nunca disse isso!
- Não era o que parecia quando estava lá.
- Eu estou gostando, de verdade, confiante.
- Olha Priscila, você pode estar gostando e tudo, agora confiante, sei que isso é mentira, se não, não teria ligado.
- Eu queria te contar a novidade.
- Não, sabe que não é verdade, mais uma vez está insegura, se realmente quisesse me contar, esperaria até aqui para conta, não diria pelo celular com o tom de medo e insegurança.
- Como você acha que estou insegura se já me declarei e tudo?
- Se declarar qualquer um faz isso, mas o problema em questão é você saber lidar com isso.
- Eu sei lidar.
- Sabe? – Ela pergunta levantando a sombrancelha.
- Não sei dizer. – Falo olhando pro café meio desanimada.
- Não discuta comigo, te conheço bem.
- Mas eu gosto dela, porém não sei o que é isso que tá acontecendo.
- Primeiro, isso que está acontecendo se chama medo, você se trancou durante um tempo para o amor e nem sequer sabe dividir o certo pelo errado agora.
- O que faço?
- Isso não é comigo, e sim com você. Você realmente ama ela?
- Sim, gosto muito.
- Não foi isso que perguntei. Quero saber se a ama.
- Sim...
- Se realmente amasse, responderia direito. Mas nem tente agora.
- Qual a diferença? Mesma coisa.
- Haha, sério? Não minha cara, mesma coisa não é. Gostar, você gosta de um cachorro, de um pássaro, de uma música, agora amar, você só ama alguém.
- Pra mim é a mesma coisa.
- O que aconteceu com você Priscila? Tanto que lhe ensinei, mas agora parece que estou lidando com um bebê, me poupe né? Lhe pedi pra sempre ser firme com suas escolhas, agora me deparo novamente com aquela garota frágil de anos atrás.
- Olha, eu não vim pra escutar esculacho seu. – Falei me levantando.
- Senta logo ai, estou falando, não vire as costas pra mim. – Segurou meu braço.
- Mais alguma lição minha cara? – Falei com um tom desprezível.
- A única lição que poderia te dar agora era prender um orgasmo seu pela sua ousadia em falar com esse tom, sabe que eu não gosto, não me venha querer parecer forte depois disso.
- Humm...
- Já parou?
- Há muito tempo.
- Ótimo! Como eu dizia, você está sendo patética...
- Affs.
- Silêncio. Está sendo patética, por estar insegura e iludindo a outra pessoa.
- Não estou iludindo.
- Está sim, não sei como ela é, mas não faz isso com ela. Afinal, me descreva sobre a personalidade dela, como se conheceram, como começou.
- A Cris, nossa nem sei por onde começar, ela é uma pessoa incrível e animada com tudo...
Contei tudo pra Ms. Charlote, todas as qualidades da Cris, os defeitos, as loucuras, tudo sobre a bonequinha.
- Nossa Priscila, seus olhos brilharam tanto ao falar dela, que pensei que ia chorar.
- Comprovou sua teoria errada? Eu gosto dela sim.
- Sim, você gosta, como se fosse uma amiga que está com medo de dizer a amiga hétera que é apaixonada por ela.
- O que?
- Isso mesmo que você ouviu. Não está sabendo lidar com isso, seu medo parece te dar a insegurança de tudo, não consegue nem dizer um simples “eu te amo”, a não ser quando ele foge de ti pedindo espaço no mundo.
- Acho que está certa... O que faço– Falei vendo por dentro que parecia verdade.
- Priscila, não sou sua babá pra toda vez que fizer bagunça eu te limpar, já é adulta e tem que saber assumir seus erros e lidar com isso...
- Ok, entendo, só precisava de um conselho.
- Porém... Que mania irritante a sua de me interromper, sorte a sua que está “namorando”, pois iria saber qual seu castigo. Enfim, não machuque a Cris, diferente de nós, ela pode amadurecer de uma forma boa, sem dor.
- Mas ela me ama, gosta de estar comigo e tudo.
- Isso eu sei, mas e você? Enquanto sua dúvida for maior, com o tempo só haverá dor, e pelo que percebi, ela é uma menina doce que não busca ver maldade em ninguém e eu mesma sem conhecer de perto, percebo que ela não merece sofrer.
- Quer conhecer ela?
- Outro dia, mas como eu disse faça o possível para não a machucar.
- Isso não vai acontecer.
- Diz isso agora, mas com o tempo vai notar a diferença, seu jeito vai começar a esfriar, suas atitudes vão mudar, aquela Priscila bad girl vai falar mais alto, quando menos perceber, vai continuar a agir como se fosse apenas um passa tempo. O recado já foi dado.
- Sim Ms. Charlote, entendi, não vai acontecer.
- Ainda vai me ligar falando disso. Mudando de assunto, preciso que me acompanhe em uma reunião com um grande amigo meu, ele é um grande escritor e psicanalista, Dr. Albert Campbell.
- Já ouvi falar muito dele, porém não sabia que eram amigos.
- Somos amigos desde que eu fazia faculdade.
- Humm... Faculdade, entendi. – Falei com um tom irônico.
- Olha Priscila eu respeito muito a Cris no relacionamento, mas se não fosse por ela, eu juro que iria te castigar muito agora, só pra você não agir como idiota com esses tons irônicos.
- Ainda bem que namoro haha.
- Engraçadinha. – Ela me olhou me fuzilando.
- Prossiga Ms. Charlote.
- Tô esperando alguém deixar de palhaçada.
- Já parei faz tempo, apenas aguardo uma certa mulher sensual continuar o assunto. – Nem percebi que disse aquilo.
- Não fale mais isso. – Ela pareceu ficar envergonhada.
- Mas...
- Estou falando, não me interrompa. Continuando, Albert, vai abrir um consultório em Londres, porém ele não tem muito tempo para cuidar dos dois, esse e o de Nova York, fora a vida de escritor e palestrante.
- Sim, onde entro nisso.
- Ele precisa de alguém de confiança para gerenciar e exercer função lá, então indiquei seu nome.
- O que?! Como assim? Nem me consultou pra saber se eu queria.
- Para de ser ingrata, apenas indiquei seu nome, se não quiser, não vai.
- Não é isso, mas eu namoro, tenho um consultório com meu irmãozão o Rodrigo, isso é algo a se pensar muito.
- Se pensar muito, entendi. O que fala mais alto pra te deixar aqui? A Cris ou o consultório com o Rodrigo?
- Isso é um teste?
- Resposta errada, nem tente novamente.
- Pelo visto certas manias não mudam.
- Espero que isso se aplique a você também.
- Mais alguma coisa? Quando será a reunião?
- Amanhã, então as 9:00 da manhã me busque no hotel.
- Sobre esse emprego em Londres?
- Vai ter muito tempo pra pensar, não se preocupe, o consultório não será aberto agora.
- E quando será?
- Amanhã você descobre.
- Mais alguma coisa?
- Sim, quero conhecer seu consultório.
- Vamos.
Paguei a conta e saímos, apreciar a bela paisagem do Rio foi ótimo, quando chegamos ao consultório, ela conheceu o Rodrigo e simpatizaram.
“Interessante ver como o tempo passa e sempre tenho algo a aprender, Ms. Charlote pode estar certa ou não, até agora ela nunca falhou comigo, a resposta parece certa, mas e se dessa vez ela se enganou? Outra coisa que me deixou intrigada foi essa proposta, não abdicaria de tudo que construí aqui, muitas coisas a pensar e minha cabeça confusa.”
CONTINUAAA...
Eu percebi que muitas não gostam da Ms. Charlote, mas calma, ela nem é tão ruim assim, vamos dar uma chance pra ela haha. Beijos e até mais
