Um hippie no trem 1/2

Um conto erótico de jornalista77
Categoria: Heterossexual
Contém 2482 palavras
Data: 25/01/2017 02:15:29

A família Rodrigues Neves se preparava para sua viagem anual de férias. O pai Vicente, a mãe Samantha e a filha Adriana optaram por uma viagem de trem desta vez. Chegaram à estação e embarcaram sua bagagem. Vicente era um rico empresário do ramo de máquinas pesadas, 52 anos, muito sério, conservador e rígido nos assuntos domésticos. Estava casado com Samantha, 44, há 21 anos. Loira, seios fartos, cabelos longos, muito bonita. Na juventude, foi jogadora de vôlei e quase seguiu carreira se não fosse uma contusão no joelho. Mesmo assim, manteve sua forma física invejável. Longe do marido, era uma mulher alegre, brincalhona, de sorriso fácil. Perto dele, mudava completamente. Tornava-se uma mulher calada, reservada e apagada. Adriana era como a mãe, em alguns aspectos. Igualmente loira, mas com cabelos curtos, seios pequenos e também muito bonita. A diferença ficava na personalidade. Respeitava muito o pai, mas o enfrentava, às vezes, não aceitando algumas opiniões antiquadas dele, o famoso choque de gerações. Veremos um pouco desse choque durante a viagem. Voltando a ela, Vicente chamou as duas para embarcarem, mas Adriana contestou.

- Não, papai, o Kris ainda não chegou – disse ela, referindo-se ao namorado. Krishna era um jovem de 26 anos com quem Adriana namorava há três meses. Ele ainda não fora apresentado aos pais dela e Vicente havia sido contra sua ida na viagem, mas Adriana disse que também não iria se ele não fosse. Vinte minutos depois, ela abre um largo sorriso e sai correndo na direção de um rapaz, pulando em seus braços e o beijando apaixonadamente.

- Meu Deus, que diabo é aquilo, Samantha? Tua filha está namorando um mendigo maloqueiro? – reagiu Vicente ao ver, de longe, o genro. Krishna era hippie e se vestia como tal. Usava uma calça amarela boca de sino e uma túnica de várias cores, com um colete marrom por cima. Nos pés, calçava um par de sandálias rasteiras de couro. Completando o visual, cabelos longos abaixo dos ombros, presos por um pano, barba farta, um par de óculos escuros de lentes redondas, colares, brincos e anéis. Carregava à cintura uma bolsa de pano bastante colorida. O casalzinho parou de se beijar e se aproximou dos pais de Adriana. A jovem os apresentou ao namorado.

- Saudações aos pais de minha querida Radha. Sinto uma bela e brilhante luz emanando de suas auras, uma luz de paz, amor e singeleza. Minha Jade se banha em águas puras e cristalinas e assim também eu me banharei – disse Krishna, fazendo o famoso Añjali Mudra, o gesto de saudação típico da Índia e países vizinhos, com as palmas de ambas as mãos juntas e encostadas no peito, curvando, levemente, a cabeça pra frente e fechando os olhos. Vicente não soube como responder e Samantha apenas riu, dizendo que era um prazer conhecê-lo. – Sim, é um prazer conhecê-los também. Quando saía de casa esta manhã, olhei para o céu e vi que o azul imenso e imponente não possuía nenhuma mácula. Ontem à noite, não sei se perceberam, mas as estrelas fizeram um espetáculo reluzente belíssimo e encantador. Foi tão lindo e singelo que não resisti e algumas lágrimas de emoção escorreram de meus olhos. Peguei meu bloquinho e um lápis e escrevi uma poesia. Desde ontem, os astros me diziam que essa viagem seria especial, um momento inigualável de amor, fraternidade e paz – falou Krishna. Pegou a mão de Samantha e a beijou, carinhosamente, olhando-a nos olhos. A loira sentiu um leve estremecimento nas pernas.

- Meu Deus. Essa viagem promete – resmungou Vicente, dando as costas à família e entrando no trem. Os demais o acompanharam e foram encaminhados pelo funcionário até suas cabines. A família ficaria na primeira classe enquanto a de Krishna era na segunda, algo que irritou profundamente Adriana (Radha). – Você entendeu agora por que eu era contra trazer esse sujeito? Sua filha nunca nos apresentou e agora eu sei bem o motivo. O que se passou pela cabeça dela, Samantha? Um maloqueiro barbudo, cabeludo, hipponga? Aposto que ele sequer toma banho. Será possível que sua filha estava tão desesperada por homem que aceitou aquilo? Que futuro aquele traste imundo pode dar a ela? – esbravejou Vicente. Samantha apenas pedia para ele ter calma e dar uma chance ao rapaz. Talvez ele os surpreendesse. – Surpreender? Se ele souber o que é água, desodorante e escova de dente, sim, vou me surpreender. Mas, só assim. A gente trabalha a vida inteira, feito uma mula, para dar um mínimo de conforto aos filhos e é isso que recebemos em troca – Vicente continuou reclamando ao entrar no banheiro para tomar banho e irem jantar. Enquanto isso, Samantha foi à cabine da filha e a encontrou na porta em um ardente beijo de língua com Krishna. A mão dele espalmava, com força, a bunda da namorada, que chupava sua língua com incrível gula. Ao verem a aproximação da matriarca, se separaram e Krishna deu um gostoso e apertado abraço na sogra.

- O que achou dele, mamãe? – perguntou Adriana, rindo da cara de espanto de Samantha. - Ele é... único, filha. Isso eu posso afirmar sem medo de errar – respondeu, entrando na cabine da moça. – Drica, por que ele chama você de Radha? É assim que se fala? – perguntou. - É sim. Radha. O Kris morou na Índia muitos anos e é um praticante da religião hindu. Ele se batizou lá, Krishna não é o nome verdadeiro dele. E Radha, pela mitologia hindu, é a parceira de Krishna, sua amante e cara metade. É lindo, não é? – explicou Adriana. Samantha concordou que sim, era uma bela história. – Eu sei que ele não é quem vocês esperavam, mamãe. Imagino que o papai deve estar fulo comigo, mas o que eu posso fazer? Quando eu o conheci, minha vida mudou por completo. Ele é tão meigo, doce, sensível. Ele me fez ver o mundo com outros olhos. Se a senhora der uma chance a ele, vai amá-lo. Ele é um artista, escreve poesia, é extremamente culto, desenha e toca flauta como ninguém. É hipnotizante – Adriana se derretia ao falar do namorado. – E é um furacão na cama – completou, rindo.

Mãe e filha conversaram ainda alguns minutos e foram ao vagão restaurante. Adriana escolheu um blusão colorido, que lhe havia sido presenteado por Krishna, e penteou o cabelo de qualquer jeito. Ela não se preocupava mais tanto com vaidade. Samantha estranhou que ela não passara perfume nem maquiagem. – Aprendi com o Kris que o corpo humano tem seu próprio cheiro e é delicioso quando aprendemos a senti-lo. Não precisamos desses produtos artificiais. O dele é inebriante, cheiro de homem – suspirou. O vagão restaurante estava cheio e era muito luxuoso, assim como todo o trem. Pediram seus pratos e uma garrafa de vinho alemão.

Algumas mesas à frente, um bebê chorava inconsolável. Sua mãe, que devia ter a idade de Krishna, tentava em vão acalmá-lo juntamente com uma senhora ao seu lado, que parecia ser sua mãe. Krishna se levantou e foi até lá. Tirou sua flauta da bolsa, ajoelhou-se ao lado do bebê e começou a tocar uma melodia suave e alegre, balançando a cabeça no ritmo da música. A criança foi se acalmando aos poucos e começou a rir até parar totalmente de chorar. A mãe sorriu e agradeceu. Krishna beijou sua mão e disse que estava a sua disposição se precisasse novamente. Falou o número de sua cabine e retornou à mesa. Adriana o recebeu com um abraço e um beijo apaixonado, enquanto Vicente não disse nada, apenas fez uma cara de desgosto. Samantha, por sua vez, demonstrou alegria e emoção pela ação do genro. O jantar transcorreu e, próximo do fim, Krishna colocou a mão, discretamente, na coxa da namorada e foi puxando sua blusa até que a mão pudesse tocar a pele, na parte interna. Adriana se arrepiou e sorriu pra ele. Ela entendia que aquele era o sinal de irem transar. Despediu-se dos pais e Krishna fez o mesmo.

- Muito boa noite, minha Devi. Irei lhe rever novamente em meus sonhos e, amanhã, despertarei certo de que será mais um dia maravilhoso – falou, beijando suavemente a mão dela. Krishna e Adriana foram direto para a cabine dele e já começaram a se beijar e tirar as roupas no corredor. Transaram a noite quase toda e ela voltou a sua cabine no meio da madrugada, sabendo que o pai a checaria na manhã seguinte. Quando o dia amanheceu, Samantha se levantou e foi à cabine do genro, acreditando que a filha ainda estaria lá. Contudo, ao entrar no corredor, viu a porta se abrir e, ao invés de Adriana, quem deixou a cabine de Krishna foi a jovem mãe do bebê da noite anterior. Os dois se beijaram na porta e ela foi embora. Samantha ficou possessa e bateu, furiosamente, à porta da cabine. O rapaz abriu e a sogra o empurrou com violência, entrando em seguida.

- Seu cafajeste, canalha. Meu marido estava certo ao dizer que você não servia para nossa filha. Vocês saíram juntos do jantar e, agora de manhã, vejo aquela sirigaita deixando seu quarto? Ela dormiu aqui com você? – gritou Samantha. – Acalme-se, minha Devi, por favor. Não há necessidade dessa raiva toda. Está uma manhã tão gloriosa lá fora – respondeu Krishna, se levantando. – Responde! – berrou Samantha. – Sim, ela dormiu aqui. Ela chegou pouco depois que minha Radha foi ao seu quarto. Estava extremamente agradecida por eu ter acalmado sua criança. Ela é uma alma tão gentil, tão doce e veio me dizer que seu belo menino estava dormindo placidamente, como o anjinho que ele é. Minha alma se encheu de alegria e luz – contou Krishna. – Meu Deus, como você é cínico. Tudo isso pra se defender de ter traído minha filha, sua namorada? – perguntou Samantha. – Não estou me defendendo, minha Devi, estou falando a verdade. Ela veio agradecer e eu a convidei a entrar. Ofereci um pouco de chá e toquei um pouco de flauta. Ela estava nervosa e me contou coisas terríveis de seu casamento, que seu marido não lhe dava mais carinho, atenção e que preferia dar prazer a outras mulheres, deixando-a sempre como segunda ou terceira opções. A história dela me comoveu e os astros do amor e da noite convergiram para que nós fizéssemos amor, lindamente, nessa cama – falou Krishna.

Samantha começou a esmorecer sua raiva com o tom de voz calmo e tranquilo do genro. A esta altura, ela havia se sentado na cama e Krishna buscara sua flauta no armário. Sentou-se ao lado dela e começou a tocar. O som da música entorpeceu os sentidos de Samantha e ela foi relaxando, aos poucos, encostando-se à parede. Krishna olhava Samantha com ternura enquanto o olhar dela, antes de raiva e revolta, se tornava terno e carinhoso. – Você é tão linda. Este é o olhar da minha Devi, calmo, puro, como um céu estrelado. Você sabe por que eu a chamo de Devi? Significa deusa e o hinduísmo nos ensina a sagrada arte da adoração à deusa. É isso que eu senti quando a conheci: meu papel nessa viagem é adorar você. Sinto sua aura pesada, carregada, como se levasse um fardo enorme nos ombros. Hoje, percebo que não é fardo, é tristeza, desilusão. Você e a jovem que veio aqui são almas irmãs, sofridas, que não têm em casa o que merecem, que não recebem aquilo que buscam. Talvez por isso você tenha ficado tão irritada. Por um breve momento, sua energia astral ficou cinza, escura, mas já voltou a se colorir. O mundo precisa de sua alegria, seu sorriso. Eu preciso também, pois minha aura se energiza e se recarrega da tua. O que é a vida senão a alegria, o amor? Que riqueza pode ser maior do que a riqueza do espírito? A jovem chegou aqui melancólica, triste, e saiu exalando alegria e contentamento. O sol voltou a brilhar na vida dela e pode voltar a brilhar na sua também – afirmou.

Krishna largou a flauta e acariciou o rosto de Samantha, puxando-o, delicadamente, para junto do dele. A loira não impôs resistência e entregou o comando da situação ao genro. Seu corpo pedia, implorava por ver o sol voltar a brilhar. Os lábios se aproximaram e Samantha pôde sentir um odor delicioso de hálito fresco. Krishna não a beijou de imediato. Acariciou o rosto dela com o seu e a abraçou de forma afetuosa. Samantha não conteve as lágrimas e começou a chorar. Krishna se deitou de costas e a puxou para seu peito. Acariciou, suavemente suas costas e seus cabelos, sentindo-a totalmente relaxada sobre ele. Em meio a esse momento enternecedor, a porta da cabine se abriu e Adriana surgiu, vendo aquela cena. O namorado lhe fez um gesto para que saísse e ela foi embora sem que sua mãe notasse sua presença. Samantha não notaria nem se o trem se descarrilasse. Afagava o peito de Krishna e se deliciava com o carinho que ele fazia em seus belos cabelos loiros. – A Adriana me falou que você tinha um cheiro delicioso e ela tinha razão – murmurou. – Você e ela também exalam um odor maravilhoso. Ambas têm aromas parecidos, feromônios de fêmeas em busca da felicidade da carne, os corpos bradando sua necessidade por acasalamento, coito selvagem e sem culpa – afirmou Krishna.

Samantha ergueu o rosto e seus olhos transmitiam essa necessidade. Há tempos, ela não era possuída por inteiro e Krishna percebeu. O rapaz segurou seu rosto e o beijo foi forte e profundo. Ele a dominou, completamente, com sua boca e sua língua. Samantha jogou todo o pudor que lhe restava pela janela e se entregou àquele macho barbado, cabeludo, suado e tão estranho e diferente de todos os humanos com quem ela já dormira. Krishna a virou na cama, ficando por cima, e a despindo por completo. Samantha tinha uma beleza sem igual, para a idade e por já ter engravidado. Ele a olhava como um animal faminto e dominava seus instintos e desejos. Samantha tremia, sua boceta pulsava e seus mamilos doíam. O beijo não cessava e se tornava mais e mais animalesco a cada segundo e a cada respiração. As mãos calejadas e fortes de Krishna percorriam o corpo bem cuidado daquela coroa, com força, com decisão, com segurança do que queria e sabia o que fazer. Samantha abriu suas pernas e a fricção da virilha de Krishna contra a sua a fez gozar pela primeira vez, não apenas àquela manhã ou naquela cabine, mas em anos, anos de inanição sexual e abandono conjugal. Samantha o abraçou com toda sua força e deixou seu corpo curtir aquela sensação plena, prazerosa, serena, reconfortante. Não houve penetração, mas sem problema. Samantha virou o pescoço de lado e vislumbrou o exterior do trem e o sol brilhava lá fora.

P.S. Pessoal, este conto será curtinho, terá apenas dois capítulos. Não se preocupem que, até o final da semana, retorno com a história anterior. Acessem https://mentelasciva.wordpress.com

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Comentários

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Adorei o capítulo.Muita luz emana dele..Rs..

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