Continuando...
Com o pensamento no que o piolho poderia ter aprontado,demorei a pegar no sono,e já era muito tarde quando consegui.No dia seguinte acordei lentamente e quando consegui manter os dois olhos abertos,me sentei no colchão.E então percebi algo estranho,eu tinha acordado por conta propia e não com a minha mãe e seus carinhos diários.
Disposto a saber o que tinha acontecido,me levantei e sai em direção a sala,onde a encontrei mexendo em umas caixas de papelão,com vários papéis em volta.
-O que tá fazendo mãe?-Perguntei surpreso.
-Nada,que seja da tua conta!-Ela respondeu irritada.
Dei de ombros e observei as pilhas de papéis com mais atenção.Em uma delas notei uma foto,que apanhei.A imagem era de três homens,um reconheci sendo como meu pai alguns anos mais novo.Do seu lado esquerdo,um TH bem jovem e bem diferente do que eu tinha visto.E do lado direito dele,um homem branco de cabelos loiros claros espetados.Seu rosto másculo,um sorriso enorme e a barba por fazer.Sem falar nos seus olhos azuis claros enormes,emoldurados por uma grossa sobrancelha,da mesma cor de seu cabelo.Olhei intrigado para ele,não era ninguém que já tivesse visto ou aparentava com alguém que conhecesse.
-Quem é esse?-Perguntei por fim a minha mãe,apontando o estranho homem.
-Um amigo do seu pai,um tal de Carlos!-Ela respondeu,após um minuto em silêncio.
-O que aconteceu com ele?-Perguntei curioso.
-Bem,uns dezesseis anos atrás,bandidos invadiram a casa dele e abusaram e mataram a esposa.Depois foram embora,sequestrando ele...E daí nunca descobriram o que aconteceu a ele,nem acharam seu corpo,apenas sumiu pra sempre!...Agora me dá essa foto aqui,que é a única que tenho do miserável do teu pai!-Ela respondeu,me estendendo a mão no final.
Estendi a foto para ela,que apanhou rapidamente e guardou em uma pasta.Em seguida me virei e fui em direção ao banheiro,onde fiz minha higiene e tomei um banho rápido.Depois de voltar ao meu quarto,vestir uma bermuda azul e uma regata branca,fui em direção a cozinha,buscar algo para comer.Apesar de já está odiando mingal,leite e farinha era a única coisa que tinha,então peguei uma panela e logo estava com um prato na mão,que comi em questão de segundos.
Quando lavava o que havia sujado,ouvi uma batida na porta e logo depois vozes.Sem me importar,terminei e guardei tudo.Sai em direção a sala e encontrei minha mãe conversando com um policial no sofá,o que me deixou bem nervoso.
-Fizeram uma denúncia daqui de casa.Ligaram pra eles e disseram que aqui era ponto de droga!-Minha mãe explicou ao notar minha presença.
Balancei a cabeça e caminhei até ela,me sentando do lado e observando o policial,que havia ficado em silêncio.Passou se alguns minutos,até que uma movimentação estranha se fez ouvir,e dois policiais surgiram arrastando um Piolho só de calção,para o meio da sala.
-Esse marginal,estava tentando fugir pelo muro.-O policial explicou,depois de soltar ele ali.
Antes que alguém pudesse dizer algo,ou o Piolho pudesse se defender,outro policial apareceu com uma mochila,que reconheci como sendo a que Piolho trazia ontem a noite.
-Ainda não achamos nenhuma droga,mais no quarto que parece ser do muleque,tinha isso aqui.-Ele disse enquanto abria e despejava seu conteúdo no chão.
Surpreso olhei para a pilha de coisas que rolaram pelo chão e um frio subiu pela minha espinha.Eu estava encrencado,mesmo sem ter feito nada.Suando frio,olhei de um policial a outro,que me olharam de forma acusadora.Minha vontade era gritar que era inocente,mais duvidei muito que acreditassem.
-Dinheiro,relógios,anéis...São as coisas que foram roubadas ontem a noite da loja de acessórios,lá do centro...O que tem a dizer sobre isso muleque?-O Policial que estava sentado perguntou,me encarando.
-Eu não fiz isso não moço...Essa mochila nem é minha,é do Piolho!-Respondi,enquanto ficava de pé.
-E como ela foi parar no seu quarto?-Ele perguntou,depois de olhar para cada um dos três policiais presentes.
-Não sei...ele deve ter botado lá.-Respondi nervoso.
-Bem,o flagrante ainda vale.Então vamos levar você e o marginal ai para a delegacia!-Ele disse enquanto ficava de pé.
-Mais isso não é justo!...Eu não fiz nada.-Disse,me sentindo acuado.
-Se isso for verdade,não têm com que se preocupar.-Ele rebateu.
-Como não?...Tu tá me levando preso!-Disse o encarando.
-Encontramos mercadoria roubada dentro do seu quarto,garoto...E esse é o procedimento!-Ele explicou.
-Ei caras não me leva não...O muleque aí é problemático,cheio de amigo errado...Ele deve ter assaltado lá com os parceiros dele e agora vem com essa de que a mochila é minha.-Piolho disse com um sorriso tenso.
-Seu safado mentiroso!-Disse,sentindo vontade de bater nele.
-E você ia fugir pelo muro porque é santo,né?-Um dos polícias perguntou,dando uma gargalhada logo em seguida.
Levantando Piolho do chão,eles o algemaram e o levaram porta a fora.O policial que estava sentado,me encarou e abriu uma algema.
-Não me leva não moço,por favor!...Eu não fiz nada,eu juro!-Implorei,em desespero.
-Sinto muito,muleque!-Ele disse ficando de pé e vindo até mim.
-Não,por favor!...Faz isso não!-Pedi mais uma vez.
-Eu não quero machucar você.-Ele disse após respirar fundo.
Com mais um olhar sobre mim,ele se aproximou e me algemou.Em seguida de um tapa no meu ombro e me levou porta a fora.
-Eu me chamo Alex e se você não fez nada,não precisa se preocupar.-Ele disse com firmeza.
Balancei a cabeça em sinal afirmativo e olhei pra trás,vendo minha mãe observar eles me levarem.Com tristeza,notei que ela não falou uma palavra e nem se importou com o que estava acontecendo.
Ao me aproximar da viatura,senti que alguém me observava e me virei,dando de cara com Eduardo.Seus olhos tomados pela decepção e sua expressão rígida,deixando bem claro o que ele sentia.Meu coração pesou dentro do peito e fiquem sem saber o que fazer.
Queria gritar seu nome e poder explicar que eu era inocente,mais no fundo,eu sabia que ele nunca acreditaria em mim.E foi com muita dor e tristeza,que desviei o olhar do seu e entrei na viatura,deixando que baixassem a porta sobre mim e o Piolho.
-Ae muleque,desculpe pelo que falei pra os gambes lá dentro...Num queria ir pra gaiola.-Ele disse de cabeça baixa.
-E tu acha que eu quero ir?-Perguntei,sentindo vontade de socar a cara dele.
-Eu escutei lá do quarto,um dos gambes falano a tua coroa,que fizeram uma denúncia de aqui era ponto de drogas...Tu não acha isso estranho,não?-Piolho perguntou,ignorando o que eu havia perguntado.
-Porque acharia?-respondi sem interesse.
-Por que aqui na minha mente,bateu uma idéia muito doida muleque...Eu tô achando que alguém nós denunciou por qualquer coisa,só pra fazer a polícia vir e achar algo de errado.-Ele respondeu com um tôm sinistro.
-Se alguém fez isso mesmo...Então conseguiu,graças a tu né Piolho?-Perguntei,lançando a ele um olhar de fúria.
Ele se encolheu e ficou calado.Com o silêncio,minha mente voltou a Eduardo e a decepção em seu olhar.Um sinal de que talvez,ele nunca mais quisesse me ver.Pensar nessa possibilidade era como sentir uma faca perfurando minha alma,e meus olhos encheram d'água.
Continua...
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Olá,boa noite!
Acabei de chegar do curso e digitei rapidinho pra vocês,me desculpem pelos erros de pontuação.
Smile.Smile todos terão um final satisfatório kkkk
Morennaa na verdade,Lúcio se ferrou por causa do Piolho.kkkkkk
Haryan,Lúcio aos poucos vai tomar seu caminho e também o controle da sua vida.
VALTERSÓ não rola incesto entre eles não.Então por enquanto é só raiva e disputa entre Fred e Eduardo.
Ru/Ruanito acertou...vai ganhar um milhão!kkkkkkk
Guilmarajwinsk,cellinho,Ainda inocente,impact e Marcos Costa,obrigado pelos comentários,é muito legal ver como a minha história está envolvendo vocês e obrigado pelas notas também.
Espero que gostem desse capítulo...
Até a próxima!