Cap.2
Eu me assustei com aquilo... Aquele abraço, de repente e sem avisar... Mas não fiz nada. Apenas me deixei ser abraçado... Logo ele me soltou, e olhou nos meus olhos.
- Nos vemos depois – ele falou.
- Sim – foi só o que saiu da minha boca. Cheguei a sair daquele banheiro atordoado, e sem entender o porquê daquele abraço.
Fui caminhando de volta lentamente, pensando ainda naquele abraço e naquele rapaz. Mas não demorou muito para Ryan voltar a minha mente. E mais ainda quando eu vi ele.
- Eric ! – falou ele, se aproximando com a mão sobre o meu ombro.
- Eu fiz o que você pediu – falei, continuando a andar.
- Sério ? O que você falou ? – ele perguntou
- Pedi pra ele ir comer alguma coisa com a gente...
- E ele ?
- Aceitou... – logo vi um sorriso enorme se formar no rosto dele. Um sorriso que dificilmente eu conseguiria formar.
- Que bom... Sabe, eu acho ele tão bonito... Tão másculo... Tão perfeito... – ouvindo todos aqueles elogios, eu lembrava de quando ele se assumiu pra mim...
“ Era uma tarde de domingo, um dos dias em que ele costumava vir a minha casa pra jogar vídeo game. Eu ficava muito feliz quando ele vinha, pois adorava a companhia dele. Aquela altura tínhamos uns 16 anos. Ele já não tinha mais tanta cerimônia pra entrar na casa e nos quartos.
- E aí Eric ? – dizia ele, entrando pela porta...
- E aí... Senta aí que eu tô jogando, se quiser jogar vai ter que esperar...
- Eu até quero jogar, mas não foi só por isso que eu vim aqui... – ele dizia, sentando na cama. Como ele costumava estar feliz quase todo tempo, quando eu o vi com aquele semblante triste, percebi que algo havia acontecido com ele.
- O que foi que houve ? – falei, pausando o jogo. Logo me levantei, e me sentei ao lado dele...
- Você promete que não vai deixar de ser meu amigo ?
- Não, claro que não – dizia, curioso – vai, fala, o que houve... – ele respirou fundo, olhou pro alto, e falou.
- Eu acho que sou gay... – num primeiro momento eu não acreditei que tinha ouvido aquilo. Não falei nada – olha, eu não sei como isso aconteceu tá bom ? Eu só... Eu só... Me sinto assim – ele falou, se levantando de repente, nervoso.
- Calma – falei, o puxando – eu não vejo problema nenhum em você ser gay – falei, o abraçando.
- Não ?
- Não... Até porquê, acho que eu também sou... – falei, olhando para o chão.
- Jura ? – falou...
- Juro... – logo ele retribuiu o meu abraço.
- Aí que bom... Você não sabe como me tranquiliza ouvir isso – falou, sorrindo – sabe, acho que a gente vai acabar namorando um dia Eric... – falou, sorrindo.
- Porquê você diz isso ?
- E porquê não iria acontecer ? Pelo menos eu acho você um rapaz quase perfeito. Bonito, charmoso, inteligente...”
Hoje já nem sei se ele lembra dessas palavras que disse pra mim e que significaram tanto.
- O que foi ? Você parece que não está feliz por mim...
- Eu estou feliz... Só estou chateado com uma coisa...
- Ah é ? Com o que ?
- Com o fato de eu ser um idiota ! – falei, me soltando dele... Eu tinha raiva de mim mesmo... Raiva por ter me apaixonado, por não ter coragem de dizer nada... E por sentir ciúmes dele...
MINUTOS DEPOIS
Algum tempo depois, quando a aula terminou, eu, Leandro e ele estávamos lá, numa lanchonete de perto. Começamos a comer enquanto esperávamos ele chegar. Eu juro, estava torcendo muito pra que ele não viesse. Mas, para o meu azar, ele veio...
- E aí, Eric ! – falou, acenando para mim... Eu retribui, com um sorriso. Havia deixado uma cadeira vazia pra ele ao lado do Ryan, para que eles pudessem ter chance de conversar. Mas assim que ele chegou, puxou uma cadeira e colocou do meu lado, pra minha surpresa – afasta um pouco mais pra lá – falou... Eu fiz, com surpresa. Ninguém na mesa entendia, porquê ele havia feito aquilo. De repente eu, ele e Leandro começamos a conversar... Entretanto não se ouvia a boca de Ryan abrir... Ele parecia com medo, simplesmente escutava sem falar nada.
- E então, vocês gostam de que tipo de comida ? – eu, como sempre, tomei a dianteira...
- Eu adoro qualquer comida – falei, fazendo eles rirem – mas tenho um gosto grande por comida japonesa... – falei, sorrindo.
- É mesmo ? Então você gosta de comida japonesa ? E você Ryan ? – logo todos nós dirigimos o olhar para ele. Ele olhava pra mim, olhava para Leandro ,e focava o olhar em Samuel, sem falar nada.
- E então Ryan, o gato comeu a tua língua ? – falei, sorrindo... Até o momento em que ele se levantou da mesa e saiu correndo. E eu, ao ver isso fui quase que imediatamente atrás.
MINUTOS DEPOIS
Durante diversos segundos eu fiquei me perguntando se valeria a pena o procurar pra tentar encoraja-lo. Eu queria ele, porquê iria ajuda-lo a conquistar outro ? Entretanto, tudo indicava que não era eu quem ele queria. E quando a gente gosta de alguém, a gente Quer que a pessoa seja feliz... E foi pensando nisso que eu fui atrás dele... Corri, e logo o encontrei no jardim da escola... Me aproximei dele e toquei o ombro dele.
- Não cometa o mesmo erro que eu – falei, atraindo a atenção dele.
- Erro ? Do que está falando ?
- O erro, de ter medo de falar o que sente pra pessoa que gosta – falei, olhando pro céu – eu cometo esse erro todo dia... – falei, me sentando ao lado de onde ele estava – e tenho certeza que nada vai mudar, se eu não falar nada...
- Mas e se eu falar e levar um fora ?
- Não vai saber se tentar... – ele sorriu, e de repente me abraçou.
- Obrigado por me encorajar – falou, beijando lentamente o meu rosto. Era um daqueles beijos simples e marcantes, que ficavam na mente por muito tempo.
Eu dava aqueles conselhos simplesmente por amizade... Nem eu mesmo tinha coragem de cumpri-los... Deixei ele lá, pensando por diversos segundos, até que de repente senti uma mão no meu ombro. Era Samuel, me segurando...
- E então ? O que houve ? – ele perguntou.
- Nada, ele só se sentiu mal – falei, sorrindo.
- Sério ? Se quiser podemos procurar uma farmácia...
- Tem uma ali perto – falei, sorrindo...
- Entendo... Você deve cuidar bem dele mesmo, afinal, ele é seu namorado...
Continua
E aí ??? Gostaram ??? Comentem e votem por favor.
P.G: Será ?
Edu19>Edu15: Será mesmo ?
Rogean: Será se ele gosta ?
Ru/Ruanito: Que bom que gostou
Martines: Será se abala essa amizade longa ?
Teuss: Será ?
Keki: Pois é kkk
Beijos