Continuando...
Mantendo o silêncio,eu e Piolho chegamos a delegacia,onde fomos retirados da viatura e levados até o lado de dentro.Depois de uma pequena movimentação,nós dois fomos levados por um corredor e nós fizeram atravessar um portão.As celas estavam lotadas de homens,que assim que virão os policiais começaram a reclamar e bater nas grades.Confusos,eles nós mantiveram parados por alguns minutos e então nós empurraram para uma cela a esquerda,onde abriram e nós fizeram entrar.
O policial que havia me trazido;esperou o colega retirar as algemas do Piolho e sair,para se aproximar e pedir que eu estendesse as mãos.
-Garoto,se você é inocente mesmo,logo vai sair daqui.-Ele disse enquanto retirava as algemas.
-Eu espero,Alex!-Disse com tristeza.
-Nosso delegado é um bom homem e muito correto,se você não deve nada,ele não vai te manter preso.-Ele disse com um sorriso.
-Obrigado!-Disse,me sentindo um pouquinho mais animado.
Ainda sorrindo,ele se afastou e saiu.Observei ele desaparecer pelo corredor e em seguida me sentei próximo das grades.Piolho se aproximou e se sentou ao meu lado,enquanto esfregava os dedos no chão.
-Ainda tá com raiva de mim?-Ele perguntou por fim.
-O que tu acha?-Respondi sem olhar pra ele.
-Lúcio,eu vou dizer pra eles que tu não tem nada a ver com isso.Relaxa!-Ele respondeu arrependido.
-Relaxa?...Como posso relaxar se estou dentro da gaiola de novo,e ainda mais por algo que não fiz?-Perguntei irritado,sem me importar em manter a voz baixa.
Piolho deu de ombros e se levantou,indo em direção ao fundo da cela.Segurei as grades com força,sentindo a raiva dar lugar a tristeza.Todos aqueles homens atrás daquelas barras de ferro,sem saber como seria o dia de amanhã ou se veria a rua novamente.Eu não queria ser um deles!
Um policial se aproximou da cela e chamou meu nome.Surpreso,eu me levantei e deixei ele me algemar.O policial bateu na grade para que todo mundo se afastasse e me puxou para fora.Me levando de volta pelo corredor e passando pelo portão pelo qual tinha vindo.Caminhamos em direção a uma sala de porta de madeira,aonde ele bateu e abriu.
-Entra muleque!...Teu advogado está te esperando!-O policial disse enquanto me empurrava para dentro,fechando a porta logo em seguida.
Não acreditei no que vi e achei que meus olhos me pregavam uma peça.Lá no meio da sala,estava um homem branco,bastante músculoso e de cabelos loiros espetados.Meu coração deu um salto,espantando toda a tristeza,que deu lugar ao alívio.
-Tu veio!-Disse,abrindo um sorriso.
-Pode tirar o sorrizinho do rosto,seu marginal desgraçado!-Eduardo disse,colocando em cada palavra a raiva que estava sentindo.
-Como é?-Perguntei atordoado,com a sensação de que tinha levado um soco bem forte no estômago.
-Eu arrisquei o meu nome,a minha vida e o meu casamento para ajudar alguém como você...E olha como você retribui!...Assaltando uma loja e voltando para a cadeia.-Ele respondeu,enquanto batia com o punho na mesa que havia lá.
Senti como se ele tivesse aberto o meu peito com uma faca e puxasse meu coração para fora,o esmagando com força.As lágrimas encheram meus olhos e não consegui impedir que caíssem.
-Isso é mentira!...Eu não roubei nada!-Disse,desviando meu olhar do dele,para não ter que ver a fúria e a decepção que tomavam conta de seus olhos.
-Assim como não estava vendendo droga ou aplicando golpes em senhoras?...VOCÊ NÃO PRESTA,NÃO VALE NADA...E SÓ DE PENSAR QUE TOQUEI NO SEU CORPO IMUNDO,SINTO NOJO!-Ele rebateu,a fúria e o ódio estampado em cada palavra que saia da sua boca.
Como um espelho que se racha,senti meu coração se desfazer em pequenos cacos dentro do meu peito.Cacos que cortaram a minha alma e me fizeram sangrar,causando uma dor tão grande que não conseguia descrever,apenas sentir.
-Sente nojo de mim?...Não é o que mostra quando tira a minha roupa,né?-Perguntei,sentindo a dor me sufocar.
-Isso era antes de saber o que você é de verdade,por que apartir de agora,isso não acontece mais.-Ele respondeu enquanto ficava de costas para mim.
-Fred me contou sobre tu e o meu pai.E agora eu consigo ver,porque meu pai preferiu o Fred...Porque ele sim vale a pena.É um homem gentil,doce e carinhoso.Qualquer pessoa daria tudo para ter ele do lado.-Disse,após perceber que via com meus próprios olhos,o que Fred tinha me avisado.
-Se pensa assim seu miserável,porque não corre para os braços dele?-Eduardo perguntou enquanto se virava e me encarava,a fúria lhe mudando a expressão do rosto e tornando sua cicatriz,mais bizarra.
-Porque o imbecil do meu coração não consegue bater por ele,apenas por um ridículo metido a besta,que não sabe fazer outra coisa,se não me magoar com suas palavras!-Respondi em desespero,tamanha a dor que sentia e só fazia aumentar com suas palavras.
Eduardo me olhou surpreso e caminhou para trás como se tivesse levado um soco,e então ficou de costas e em silêncio.Sem suportar mais ficar no mesmo lugar que ele,caminhei até a porta e bati.O policial abriu e me puxou para fora,me levando pelo corredor até a cela,onde abriu e me empurrou para dentro,tirando as minhas algemas logo em seguida.
Sentindo me afundar em um mar de agonia,me sentei a um canto e abracei minhas pernas,deixando as lágrimas correrem livremente.As palavras de Eduardo ainda vivas em minha mente,me fazendo sentir cada vez pior.
Eu tinha a sensação de que algo havia se quebrado dentro de mim,e nesse momento desejei distância do Eduardo.Estava cansado da forma como ele e minha mãe me tratavam e senti uma necessidade de ser cuidado,de ser querido por alguém,como era por meu pai.O rosto dele veio a minha mente,despertando em meio a dor que sentia;a dor da saudade.
Não sei quanto tempo se passou até que ouvi bem distante,alguém chamando meu nome e com muito esforço olhei pra cima,dando de cara com Fred.Me levantei com dificuldade e me aproximei da grade,pegando suas mãos e apertando.
-Oh meu anjo,como dói te ver aqui!-Ele disse,seus olhos demonstrando tristeza.
-Como tu sabia que eu tava preso?-Perguntei,em um fio de voz.
-Passei na sua casa,e sua mãe me contou...Me desculpe se demorei a chegar,mais tive que procurar um advogado.Agora ele tá com o delegado e vai assistir seu depoimento!-Ele respondeu.
-Tão me acusando de ter roubado uma loja,mais eu não fiz isso...Eu juro pra tu!-Disse,sentindo que precisava explicar.
-Eu acredito em você!-Ele disse,sua voz saindo carregada de carinho.
Era apenas uma frase,mais depois do que ouvi de Eduardo,significava muito para mim e isso fez meu peito inflar de gratidão e carinho por aquele anjo de olhos azuis,que caiu na minha vida.
-Obrigado!-foi tudo que consegui dizer.
Fred sorriu e tirando suas mãos da minha,acariciou meu rosto,me fazendo notar que talvez eu não estivesse tão sozinho assim.
Continua...
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Olá pessoal!
Me desculpem pelo tamanho,mais é o que estou conseguindo com meu celular,apesar de outro dia ter conseguido um texto gigante,agora ele deu pra travar quando tô digitando kkkkkkkk
Martines,o pai do Eduardo se chama Afonso.Mais Carlos e Eduardo são parentes!
VALTERSÓ tô compensando o tamanho,postando todo dia.kkkk
Ru/Ruanito violência só gera violência kkkk
Morennaa kkkk não há necessidade,eu acho até que o mistério de Lúcio Barroso é algo bem simples!
Smile.Smile com um padrasto chamado Piolho,é só o que podia acontecer com ele.kkkkkkkk
Marcos Costa e é isso que vai acontecer.
Chria há um ditado que diz,que por trás de tanta frieza,há o medo de se machucar novamente.
Geo Mateus coitado mesmo!
Obrigado pelas notas pessoal...
Espero que gostem deste capítulo...
Gente,vocês que lêem na moita,vêm aqui da sua opinião.
Valeu
até a próxima!