Thithi et moi, amis à jamais! Capitulo 175

Um conto erótico de Antoine G
Categoria: Homossexual
Contém 4485 palavras
Data: 28/01/2017 21:19:43

Olá! Tudo bem com vocês? Gente, desculpem-me o sumiço durante todos esses meses, mas infelizmente eu estava impossibilitado de escrever e continuar a publicar aqui. Novamente eu adoeci e estou passando por um longe tratamento. Eu realmente não conseguia escrever, não tinha condições psicológicas e nem físicas para isso. Cada vez que essa doença maldita chega, ela me atinge com mais força. Cada vez é uma guerra, uma guerra que eu sempre acho que vou perder. Bom, mas eu já estava angustiado por não postar nada aqui. Não prometo postar sempre, virei aqui quando eu conseguir. Desculpem-me por isso também, mas eu não posso falar que eu virei todo dia tal, na hora tal publicar um novo capítulo. Tentarei sempre postar por aqui. Eu tenho quatro capítulos escritos, então, tenho certeza que quatro capítulos serão publicados aqui durante esses dias. Sei que quando a gente está acompanhando uma história, a gente quer ter uma frequência de publicações... Bom, obrigado pela compreensão. Um beijo em todos! Boa leitura!

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- Oi! – Ele me deu um beijo – Eu estava deitado no sofá, de olhos fechados – O que aconteceu?

- Nada! Por que? – Eu respondi

- Por que eu te conheço, quando tu ficas assim é por que tu estás preocupado com algo – Eu ri – Por que a mamãe estava chorando naquela hora?

- Ah, não era nada.

- Ela não choraria por nada...

- Ela só se emocionou em nos ver juntos, nós três.

- Sério? Por isso? Tu estás mentindo pra mim! – Ele sentou e eu levantei minha cabeça e a coloquei na perna dele depois, ele começou a passar a mão carinhosamente em meus cabelos

- Juro que não estou, foi isso mesmo.

- Que coisa boba!

- Por isso disse que não era nada...

- E por que tu estás todo preocupado? – Ele começou a fazer carinho em mim

- Eu estava aqui pensando... Tu queres te mudar para a França?

- Tá brincando? Agora eu sou francês, quero esfregar minha nacionalidade na cara de todo mundo. – Ele se abaixou e me deu um beijinho

- To falando sério, bobo.

- Eu também! Eu quero ir, se isso é importante para ti, eu vou te apoiar.

- Mas eu me preocupo se tu vais ser feliz lá.

- Antoine, eu só preciso de duas coisas para ser feliz. Duas pessoas, na verdade: tu e a Sophie. Se a gente se mudar para o Afeganistão, eu ainda serei feliz, pois estarei com vocês.

- Tem certeza? Tu não vais sentir falta da tua mãe?

- Ah, claro que vou. Assim como tu vais sentir dos teus pais, dos nossos amigos. Mas, é a nossa vida, Antoine. É a vida da nossa filha que está em jogo. – Eu achava tão lindo quando ele falava isso, eu não cansava de me encantar e de agradecer a Deus o fato dele ter adotado a Sophie como filha dele também

- Eu só me preocupo contigo...

- E eu fico muito feliz por isso, mas eu não sou teu “chaveirinho” como disse teu pai, eu sou teu companheiro, teu marido. Eu te apoio nas tuas decisões, quando eu achar que elas são incoerentes e que me afetarão de forma negativa, eu com certeza vou conversar contigo. Agora, morar em Amiens vai ser bom. Bom para nós, bom para a Sophie... Nós somos uma família, Antoine! – Ele me deu um beijo na testa e sorriu – Uma família... Cara, eu ainda não acordei desse sonho e não quero acordar tão cedo.

- Sabe, eu vou sentir falta de tudo, aqui... Por que é que a gente não pode morar em Amiens e levar todo mundo com a gente?

- Verdade! Seria perfeito, vamos comprar passagem pra todo mundo!

- Aí é decretar falência... Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, esqueci de te falar. Adivinha com quem eu encontrei no supermercado.

- O Papa?

- Não, gracioso!

- Quem?

- A Loh!

- Ainda tá viva?

- Tá viva e gerando uma vida.

- Mentira que ela tá prenha daquele escroto?

- Tá, sim! Ela ficou de vir aqui em casa pra gente conversar.

- Vocês marcaram dia, hora?

- Não! Ela ficou de falar comigo pelo facebook.

- Ela não vem!

- Credo, Thi!

- Pode ter certeza, ela não vem!

- Vamos dar um voto de confiança para a menina.

- Eu não! Lohana não faz parte do nosso grupo, Antoine. Na primeira oportunidade ela se mandou.

- Não fala assim dela... E eu encontrei uma outra pessoa.

- Agora foi o Papa!

- Não, palhaço! – eu revirei os olhos – Foi o Fernando.

- E nós conhecemos algum Fernando?

- Conhecemos! Ele trabalhava conosco.

- Não lembro de nenhum Fernando.

- Ele trabalhava lá na escola com a gente, Thi. Que memória horrível!

- Aaaaaaaaaaaaaah!!! Esse Fernando não é um rapaz bonito, mas meio esquisito que vivia sozinho pelos cantos?

- É, é esse mesmo!

- Ele é beeeeem esquisito!

- Que nada! Não fala assim do pobrezinho! Vocês é que não falavam com ele, eu era o único que puxava assunto com ele, vocês o ignoravam.

- Vocês nada! Eu também falava com ele.

- Bom, enfim, ele tá namorando. Eu nem sabia que ele era gay! Combinamos de tomar um café um dia desses e ele disse que é para tu ires.

- Todo mundo sabia que ele era gay, só tu não sabias! Tu esbarras nas pessoas e sai marcando encontros, é? – Ele disse me beijando e me apertando

- É!

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Nós estávamos em casa e iriamos recepcionar nossos amigos. Seria a noite de vinhos e comidinhas gostosas. Estava todo mundo lá em casa: Pi, Dudu, Jujuba, Jean, Thi e eu. Sophie, Bruninha e Sheep brincavam pela casa, eu achava tão bonitinho quando a Sophie bancava a irmãzinha mais velha e cuidava da Bruninha.

- Viado, o Thi me disse que tu falaste com a Loh...

- Ah, foi! Nossa, mas que fofoqueiro!

- Nós estamos falando do Thi, meu amor!

- Fofoqueiro! – nós dois falamos juntos e rimos

- Ela tá bem?

- Tá, sim! Pelo menos foi o que pareceu... ela tá grávida.

- Jura?

- Unrum!

- E ela te falou o motivo de ter sumido?

- Disse que tinha algo a ver com o marido dela, mas não entrou em detalhes. Ela me disse que me mandaria mensagem marcando algo para conversarmos.

- E tu acreditaste?

- Ela me pareceu bem convincente.

- Eu doo meu rim se ela te mandar mensagem.

- Nem pra ela mandar!

- Filho da puta!

- Eu também te amo!

- Aaaaaaaaaaaaah viado, eu estava com saudades de ti! – Ela se jogou em cima de mim, nós estávamos na sala, sentados no sofá, os meninos estavam na varanda.

- Eu também estava com saudade de ti, Juh!

- Teve muita onda pra lá?

- Não! Foi tudo muito tranquilo.

- Nenhum babadinho? Nadinha?

- Olha, só tinha um viadinho lá que enchia meu saco. Cara chato pra caramba.

- Mentira? Ah, sabia! Tinha que ter um babadinho te envolvendo, meu bem, senão não seria tu... Tu encontraste alguém que não gosta de ti?

- Muita gente não gosta de mim, acredite.

- Amigo?

- Oi?

- Tu vais mesmo para a França?

- Vou sim, Ju!

- Poxa, mas por qual motivo?

- Ah, Ju, aqui no Brasil é tudo tão ruim. Saúde, segurança, educação, lazer... tudo muito precário.

- Nossa, falou o viado europeu! Tem muita coisa boa aqui, viu? Não fala assim do nosso país.

- Não me entende mal, Ju... Eu amo o Brasil, amo minha cidade, tanto é que boa parte da minha vida eu passei aqui. Mas, agora, eu sinto que eu preciso ir para lá. Eu quero ter tempo para cuidar da minha filha, quero que ela cresça longe de tudo isso aqui.

- Eu posso ser bem sincera contigo?

- Desde quando tu pedes para ser sincera? – Eu virei os olhos e respirei fundo

- Amigo, tu não estás te mudando para lá para esquecer o Bruno, não, né?

- Também, Ju. Mas ele não é o principal motivo. Eu nunca irei esquecê-lo, jamais! Às vezes eu olho para essa casa nova e, mesmo sendo nova, eu lembro de tanta coisa que vivemos juntos, aqui.

- E por que tu casaste com o Thi?

- Por que eu o amo!

- Eu não entendo! Tu não amas o Bruno?

- Amo, com toda força do meu coração.

- E como tu amas o Thi também?

- É complicado, Ju. Eu nunca deixei de amar o Thi, nunca. Sabe aquela história que o primeiro amor a gente nunca esquece? Pois é, é a mais pura verdade. Mas, o que eu sinto por ele não se assemelha ao o que sinto pelo Bruno, jamais se assemelhará.

- Tu amas mais um do que o outro?

- Não faz isso comigo, Ju!

- Ai, desculpa! Mas posso ser sincera novamente?

- Vai...

- Tu não estás com o Thi só para esquecer o Bruno não, né?

- Não! Jamais faria isso com o Thi. Eu o amo, pode acreditar nisso. Eu jamais o faria sofrer...

- É bom ouvir isso, eu não quero que nenhum de vocês dois sofra, novamente...

- Não iremos sofrer, Ju. Após tanto sofrimento de ambas as partes, nós construímos nossa família, sabe? Nós nos adaptamos um a rotina do outro. Tudo o que vivemos nos amadureceu, nós estamos diferentes. Nós somos dois pais que cuidam muito bem da sua filha. Esse é mais um motivo para nos mudarmos. Aqui, todos nos veem como aqueles dois adolescentes que terminaram um namoro de forma muito trágica. Dois adolescentes imaturos e inconsequentes. Não somos mais assim e não queremos que nos vejam assim. Sinceramente, Ju, aqui eu me sinto meio que sufocado com meus pais em cima de mim, com vocês achando que nosso casamento é só uma tentativa de esquecermos nossas dores. Eu só quero reconstruir minha vida com meu marido e minha filha, só isso. Mas, aqui é impossível!

Ela ficou em silêncio por um tempo.

- MEU DEUS ESSAS MENINAS VÃO CAIR! – Ela pulou do sofá e foi até a Bruninha e a Sophie que estavam fazendo arte.

- Tá tudo bem aqui? – Thi veio rápido e sentou ao meu lado querendo logo saber o que Jujuba e eu conversávamos

- Tá, sim!

- Ela estava pegando no teu pé?

- Estava... mas acho que eu fiz ela entender.

- Que bom! – Ele me deu um beijo e se levantou – Vou pegar mais vinho, queres?

- Quero, sim! Obrigado!

- Papa, papa, papa, papa!!!! – Sophie chegou quase sem respirar

- O que foi, minha filha?

- TIA JUJUBAAAAAA!!! – Ela gritou, ela adorava gritar

- O que que tem a tia Jujuba?

- Sophie volta aqui! – Jujuba vinha andando com a Bruninha pendurada em um braço

- O que foi que ela aprontou?

- Nada! Eu só ia leva-la para comer.

- E ela não quis comer?

- Não!

- Deixa ela, então!

- Como assim deixa ela?

- Se ela não está com fome, ela não come, ora.

- Mas ela tem que comer, tá na hora não tá?

- Bom, até está, mas não vou enfiar comida goela abaixo da pobrezinha.

- Tu estás falando que eu enfio comida goela abaixo da minha filha?

- Claro que não maluca! Eu só disse que quando a Sophie tiver fome ela come, só isso.

- Huuum... tu e essas tuas coisas estranhas...

- Não sou estranho!

- Não, onde se viu fazer vontade de moleque? – Ela fez cara feia e virou as costas para mim voltando por onde havia vindo.

- Titia baba, né papa?

- É, filha! – Eu a puxei e a enchi de beijinhos, ela soltava umas gargalhadas bem gostosas

- Amor?

- Oi! – Sophie respondeu toda graciosa.

- Oi, amor do Papai! – Thi me deu a taca de vinho e pegou a Sophie que já estava grudada na perna dele

- Pixina! Pixina!

- Não, senhora! Isso não é hora de piscina.

- Aaaaaaaah!

- Tu não vais comer nada, amor? – Ele disse para mim

- Num to com fome, Papa! – A graciosa respondeu novamente

- Eu estava falando com teu pai, Sophie!

- Ô sô teu amô, Papa!

- Tu és o amor do Papa, teu pai é meu amor, entendeu?

- Não! – Ela disse com uma carinha de duvida super engraçada, eu ri pois até para mim aquilo foi esquisito

- Deixa eu explicar melhor, então. Quando eu falar “amor do Papa” eu to falando contigo e quando eu falar “amor” eu tô falando com teu pai.

- Huuuum... – Ela olhou para ele, mas a duvida ainda estava ali.

Eu só fiz rir.

- Vamos lá comer alguma coisa. – Ele disse para mim

- Vamos! – Eu levantei e fui com ele até a varanda onde estavam todos.

- Ué, tá tão europeu que não se mistura mais com a gente? – Pi disse

- Querido, mais europeu que tu não tem!

- Eu sou brasileiro, meu bem, já sei até dançar samba. Tenho “giriguidun” no sangue.

- Essa eu pago pra ver! – Eu disse rindo – Vou colocar um samba, espera aqui.

- Deixa isso comigo! – Dudu se levantou, foi até a sala e colocou um samba para tocar

Ao ouvir a música, Pi se levantou e começou a “sambar”, eu até esqueci que eu ia comer. Ninguém conseguiu se controlar, todos riram, até as crianças.

- Eu danço melhor! – Jean disse se levantando também e começando a dançar ainda pior que o Pi

- Deixem isso comigo! – Eu disse entrando na brincadeira, mas de samba não entendia nada

- Dudu vem, vamos ensinar aos gringos como se dança samba de verdade.

Thi deixou a Sophie sentadinha e ele e o Dudu começaram a dançar magnificamente bem.

- Beleza! Nós três não sabemos nada de samba! – Pi disse rindo

- Isso é um fato, meu querido. – Jujuba gritou praticamente – Agora toca ai uma daquelas músicas da Guiana pra vocês verem quem sabe dançar.

- Boa, Ju! Dudu, põe musica guianense ai!

- E onde é que eu encontro isso?

- Pateta! – Eu fui até o som e procurei um CD

- Meu querido, a casa é tua! Eu não sei onde estão tuas coisas.

- Como se tu já não tivesses morado aqui! – Eu respondi

Eu coloquei o CD no som e ao tocar a música Jean e eu já saímos dançando. A música que tocava não era muito agitada, mas também não era muito calma (https://www.youtube.com/watch?v=YozZDN5nP5M). Jean e eu dançávamos lembrando de nossa adolescência em Guyane. Ela era um pouco sensual e no meio da dança Thi veio dançar comigo, apesar de não saber muito bem. Nós dançávamos bem próximos, o Zouk é um ritmo bem intenso, bem erótico e sensual. Eu amava!!!

- Essa música e essa dança estão despertando quem não devia. – Ele disse no meu ouvido.

- Jujuba, vem dançar comigo! – Jean disse

- Eu não sei dançar isso aí não! Parece que vocês nem tem ossos, Deus é mais.

- Vem que eu te ensino.

- Não, não!

- Vem logo, Ju! Deixa de ser besta!

- Jujuba, tu não tens noção do poder que isso tem! – Thi disse todo alegre

- E que poder isso teria?

- Tu ficas com vontade de fazer sexo aqui e agora!

- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, minha nossa senhora da periquita foguenta! Eu QUERO, eu PRECISO aprender isso aí, então! – Ela disse deixando a Sophie e a Bruninha e vindo dançar com o marido

Depois tocou essa música https://www.youtube.com/watch?v=F-HPWyZmMWE e eu empurrei o Thi e comecei a dançar feito um louco. O Jean fez a mesma coisa com a Jujuba. Era muito engraçado, bastava a gente ouvir uma musica nesse ritmo que a gente já saia balançando a bunda. Dudu entrou na onda e dançou também, de forma horrível, mas dançou. O francês duro do Pi até tentou, mas não deu muito certo, não. Quando terminou essa tocou mais uma https://www.youtube.com/watch?v=emizzs4yaBU e Thi e eu , Jujuba e Jean voltamos a dançar bem juntinhos.

- Vocês vão engravidar assim! – Jujuba gritou

- Nem sonhando a gente engravida, minha filha! – Eu ri e continuei a dançar com o Thi – agora, tu...

- Mais tarde tu sabes o que te espera, né?!

- Não!

- Não te faz de inocente que tu me deixas ainda mais louco! – Ele falava baixinho no meu ouvido – Eu te amo! – Ele disse beijando meu pescoço

- Eu também te amo, amor!

- Tu não fazes isso comigo! – Jujuba deu um tapão no Jean

- O que tu queres que eu faça?

- O que o Thi e o Antoine fazem!

- E o que é que eles fazem?

- Eles são todos romantiquinhos...

- Jujuba! Eu sou romântico!

- Olha como eles dançam! A gente não dança assim...

- Claro, amor, tu não sabes dançar! – Ele disse rindo o que fez ele levar mais um tapão

- E agora a culpada sou eu?

- Tá, tá bom! Presta atenção, eu vou te ensinar a dançar direitinho.

Ele foi instruindo ela a como dançar zouk, mas não deu muito certo.

- Ai, como é que o Thi sabe? Isso é difícil!

- Ele sabe por que ele dança desde moleque! – Eu disse

- Aaaaaah, desisto! – Jujuba parou frustrada

- Ta vendo! A culpa não é minha! – Jean disse e se afastou, pois se não fizesse isso, ele levaria mais um tapão

Nós nos divertimos bastante dançando e bebendo. As crianças ainda ficaram um pouquinho por lá, mas logo Jujuba e eu as colocamos para dormir, o que foi uma missão quase impossível.

- Ela dormiu? – Thi me perguntou quando voltei para a varanda

- Dormiu! – Eu disse me sentando ao lado dele, ele esticou os braços sobre a grande cadeira e eu me encostei nele

Nós ficamos bebendo até surgir novamente o assunto da minha ida para a França.

- Tu vais mesmo? – Dudu sentou ao meu lado, o álcool já tinha feito efeito ali

- Vou, sim, mano!

- Mas por que? Por que tu não queres mais morar aqui?

- É tão complicado, mano...

- Poxa, tu vais me deixar para trás mesmo? – Ele me disse com lágrima nos olhos, ele era todo bobão bom, porre nem se falava, era manteiga derretida

- Oh, mano... Não chora! – Eu o abracei

- Poxa, mano, tu és meu irmão. Tu és a pessoa mais importante pra mim, tu és tão importante que eu decidi morar do lado da tua casa, só pra ficar perto de ti... e agora? Agora, tu vais para o outro lado do mundo.

- Eu preciso fazer isso...

- Mas por que? Eu não entendo! Não vai, não!

Foi só ali que eu percebi que eu só estava pensando em mim e em um pedacinho da minha família, que eu não estava pensado nos meus amigos/irmãos que sofreriam com a distância. Eu nunca tinha ficado muito tempo longe deles. Dos meus pais eu era mais desapegado, pois eu sempre morei longe deles, apesar de que a partir do momento que eu tive câncer pela primeira vez, eu nunca mais fiquei longe deles. O Thi só nos olhava, não falou nada. Pi chamou o Dudu e ele se levantou, ainda com lágrimas nos olhos, e foi até o marido.

- O que foi? – Eu perguntei para o Thi que estava me olhando fixamente

- Nada, não! – Ele me abraçou e voltou a conversar com o Jean

- Não é querendo ser chata, mas eu acho que tu estás fazendo merda indo para a França. – Jujuba disse

Jean e ela estavam sentados na nossa frente. Jujuba sentou ao me lado e enquanto o Jean e o Thi conversavam sobre algo que eu não entendia, Jujuba e eu conversamos sobre minha ida definitiva à França.

- Ai, Ju, tô cansado desse assunto.

- Antoine, todos nós não queremos que tu vás para lá, poxa.

- Eu sei, Ju. Mas eu já te expliquei meus motivos.

- Para mim, só tem um motivo. – Ela disse beeeeeem baixinho, para que somente eu ouvisse – O Bruno!

- E se for só esse o motivo? Eu mereço ser feliz, não é? Não é isso o que vocês vivem me dizendo?

- Feliz longe de todos nós?

- Ai, Jujuba, tenta me entender, vai?!

- Não, Antoine, eu não entendo isso! Para mim, a pessoa só pode ser feliz perto daqueles que ela ama! Eu sei que tu estarás com o Thi, mas tu também nos ama, né? Ou não?

- Deixa de ser besta! É claro que eu amo vocês! Vocês são minha família!

- Se somos tua familia, porque tu queres ficar longe da gente?

- Eu não quero ficar longe de vocês, Jujuba!

- Então, fica aqui!

- Eu não quero ficar aqui!

- Então, tu queres ficar longe da gente, por que é impossível irmos todos para a França. Para de pensar um pouquinho em ti, Antoine. Pensa no Dudu, tu já paraste para pensar no que esse menino já fez pra ficar perto de ti? Tu tens noção que tu és praticamente a única familia que ele tem? Tu tens noção que tu és o porto seguro dele, visto que ele não tem uma relação muito boa com os pais?

- Nossa para tu estares defendendo o Dudu....

- Pra tu veres como tu estás fazendo merda.... Mas não é só ele, pensa no Pi. Tu tens noção que ele se mudou justamente da França para ficar aqui perto de ti? Tu tens noção que tu também és a família dele?

- Ele tem toda a família dele aqui, Jujuba. Eu não sou o único!

- Eu sei! Mas é diferente! Pensa em mim também, Antoine! Tu achas que eu não voltei para a minha cidade porquê? Eu não fui para lá por que minha família estava aqui também. Por que tu estavas aqui. O Jean também se mudou da Guiana para cá.

- Epa, mas esse aí não foi por mim, foi por ti.

- Sim, foi mesmo, mas se não fosse tua amizade com ele, ele não teria vindo para cá, mesmo por mim. Tu entendes que tu és a cola que une todos nós? Tu entendes que sem tu aqui, tudo perde um pouco o sentido? Não que a gente não se fale quando tu não estás aqui, mas não é a mesma coisa. Pensa um pouquinho em todos nós e não só em ti.

- Eu não estou pensando só em mim.

- Não adianta tu falares que é por causa da Sophie, por que educação a gente recebe em casa e não na escola.

- Ai, Jujuba... tu só tornas as coisas ainda mais difíceis... – Eu suspirei – Assim como tu estás pedindo para eu pensar em vocês, eu peço para que vocês pensem um pouquinho em mim. Tu tens noção do tanto de coisa que eu passei nos últimos anos? Tu tens noção do tanto de recordações que essa cidade me traz? Tu tens noção do tanto de sofrimento que essa casa aqui me traz? Tudo me lembra ele, Ju. Tudo me faz pensar que eu estou traindo ele com o Thi. Tudo me faz crer que eu estou esquecendo ele, e eu não quero esquece-lo. Eu não tô fazendo isso por maldade, eu não quero ver vocês sofrer, mas eu preciso me afastar por um tempo. Eu preciso respirar, sabe? Eu preciso fortalecer minha família longe daqui. Macapá não faz bem para mim, nesse momento. Entende isso, por favor. Deus sabe que eu amo o Thi, Ju, Deus sabe... Mas, eu não posso esquecer o Bruno, não posso!

- Antoine... – Ela me olhou e parou de falar por um bom tempo – E aí? Como tu vais fazer?

- Como eu vou fazer o quê?

- Para tu te mudares, porra!

- Ah, sim... Tu és meio bipolar, sabias? – Eu ri – Já está tudo pronto lá, nós vamos morar em Amiens.

- Não era em Paris?

- Não, não quero Paris!

- E essa Ami alguma coisa é boa?

- É ótima! Thi e eu pesquisamos bastante para saber para onde nos mudaríamos. Nosso apartamento fica perto de uma escola para a Sophie, perto de uma escola de línguas estrangeiras, onde o Thi talvez possa trabalhar. A nossa vizinhança é bem tranquila, eu penso em abrir um pequeno restaurante para mim, nada grandioso, não. Quero ter tempo para cuidar da minha filha.

- E as coisas daqui? Como vais levar para lá?

- Bom, essa casa aqui nós estamos pensando em alugar com tudo dentro. Meus livros, CDS e coisas pessoais eu levarei, o Thi fará o mesmo.

- Nossa, vocês vieram decididos mesmo, viu? Vieram com tudo pronto...

- Jujuba... Eu tô falando da minha família, eu tinha que vir com tudo planejado.

- E o que tu vais fazer com a Sophie? Ela tá registrada no nome do Bruno...

- O Thi já disse que gostaria muito registra-la no nome dele, mas isso vai dar maior confusão legalmente falando. E eu não sei se quero tirar o nome do Bruno da certidão dela.

- Tadinha, mas não seria confusão demais para a cabecinha dela ter três pais?

- Pois é, o Thi falou a mesma coisa...

- O que foi que eu disse?

- Nada! Papo meu e da Ju! – Eu disse rindo

Ele me olhou de cara feia e voltou a conversar com o Jean.

- Vem cá... cadê aqueles viado?

- Eles foram na casa deles. – Eu disse

- Mas que filhos de puta, deixaram a gente aqui para se pegarem.

- Deixa eles, Ju!

- Tu sabes que vai ser bem difícil para o Dudu, né?

- Sei, sim! Mas eu preciso ir, Ju. Ele sobrevive.

- Poxa, eu queria tanto que nossas filhas crescessem juntas.

- Te muda para a França, ora! – Eu disse rindo – Teu marido é francês, querida. Tu tens dupla nacionalidade e tua filha também.

- Viaaaaaaaaaaado, eu não tinha pensado nisso.

- Na verdade, todos vocês poderiam se mudar para lá. Tu tens o Jean e o Dudu tem o Pi, todo mundo pode entrar na França tranquilamente.

- Nem fala uma coisa dessas para o Dudu, tu sabes que ele é doido e ele vai mesmo.

- Eu ia gostar muito que vocês fossem...

- Seria muito bom, mas não dá para eu mudar do nada para lá, né?

- Eu to indo!

- Mas tu é diferente, tu já moraste lá, tu já passaste várias temporadas lá. Tu conheces muito bem, eu não.

Jujuba ouviu a Bruninha chorar e foi correndo ver o que estava acontecendo. Thi me deu um beijo no rosto e um cheirinho.

- Te amo!

- Eu tbm!

Ele ficou me olhando e eu sorrindo feito um bobo.

- O que foi? – Eu perguntei

- Nada!

- Por que tu estás me olhando então, ué?

- Por que eu gosto de te olhar...

Jujuba veio com a Bruninha no colo lá de cima.

- O que foi que aconteceu?

- Teve pesadelo...

- A Sophie tá dormindo ainda?

- Como uma pedrinha, não acordou mesmo com todo o escândalo da Bruna.

- Vem com o papai, vem! – Jean falou estendendo os braços em direção a ela - Teve pesadelo, meu amor? – Ela só balançou a cabecinha e se aninhou no colo do pai

Ela ficou quietinha e logo adormeceu novamente e o Jean a levou para o quarto mais uma vez.

- Ai, tu nunca me falaste que filho dava tanto trabalho...

- Credo, Ju!

- Não, eu amo minha filha. Mas, tem horas que eu quero um tempinho para mim.

- Credo! Eu não sinto isso com a Sophie, não.

- Claro, viado! Tu não tens que cuidar de pele, de unha, de cabelo, de marido, de casa, de filho, de cachorro, do caralho aQuem te disse? Tenho que cuidar de tudo isso, meu bem!

- Vai-te pra puta que pariu, Antoine! Tenho ódio de ti por isso, tu fazes parecer tão simples...

- E é!

- Teu rabo que é!

Eu só fiz rir. Ela reclamava, mas não desgrudava da filha um segundo sequer. Nós passamos a noite sentados na varanda bebendo vinhos, beliscando qualquer coisa, falando mal dos outros, falando de nós, falando da minha mudança. Dudu e Pi no meio da noite voltaram para onde estávamos e o grupo ficou completo novamente. A gente viu o dia clarear dali, esses momentos com minha família eram sempre mágicos.

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Comentários

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Quase enfartei quando vi este capítulo postado! Achei que te mudaste para a França e te esqueceste de nós! KKKK Mentira. que torço por você (isto é, todos os que acompanham tua história torcem por ti). Entendo a dificuldade que é para postares regularmente, mas gostaria de que,mesmo que não postasses um capítulo da tua história, pelo menos um bilhete nos atualizando de tua situação, pois como disse, torcemos por ti. Um abraço carinhoso para ti e tua imensa família,Plutão

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Ô meu lindo, espero e torço para que vc consiga superar essa doença mais uma vez. Vc é forte e já sabe o caminho, vai vencer novamente. Cuide da sua saúde que é mais importante. Vamos ficar aqui torcendo e esperando ótimas notícias. Grande abraço!

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Você vai sair de cabeça erguida mais uma vez dessa provação. Que o Papai do Céu, em sua infinita bondade, derrame bençãos sobre sua vida e de toda a sua família. Publique no seu tempo. Estarei orando por vc. Um beijo enorme no seu coração e um maior na Sophie.

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Olá querido, não se preocupe com o conto em si, claro que queremos saber de toda sua história, mas o importante é estar bem. Você que é um cara que possui fé, sabe que é possível alcançar mais essa vitória, ainda mais tendo a família e os amigos ao lado. Na torcida e oração por você! Beijos!!!

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Oi Antoine nao se preoculpe querido sua saude vem em 1 lugar poste quando puder. Desejo a vc melhoras e força pra superar mais essa guerra contra essa doença. bjos

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A sua saúde sempre em primeiro lugar, depois é so correr atras, espero que vc possa ter força pra enfrentar mais essa batalha e sempre olhe pro céu que vc verá uma estrela brilhando e pense que ha algum que esta pensando em vc e mandando toda força possível

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