Quando ele terminou de falar com a cunhada, que precisava de um martelo emprestado, ele voltou para o quarto visivelmente transtornado mas tentando me deixar tranquilo. Eu estava em pânico, pois eu já imaginei varias vezes como seria estar na situação da iminência da minha família descobrir, eu estava me sentindo um lixo por ser o causador da desgraça dele. Eu sei que fazia pouco tempo que o conhecia mas eu já sentia algo bem forte por ele.
Eu sei que muitos podem pensar que eu sou idiota ou algo assim, eu mesmo pensaria no lugar de vocês, mas eu nunca tinha encontrado alguém com quem eu pudesse falar de maneira confortável sobre varias coisas, alguém que eu amasse o sorriso, e amasse escutar a gargalhada que parece a de um adolescente passando pela puberdade pois ela desafina em alguns momentos e é grave em outras, alguém que o beijo me transportasse para uma zona de sentimentos e prazer plenos. Eu estava odiando ter vindo visitá-lo e causar essa situação. Eu estava quase chorando, e ele sendo forte por mim. Ridículo! É o que eu sou.
Ele disse que provavelmente ela não podia provar nada. Mas quando ela entrou no quarto pra falar com ele a camisinha estava em cima da mesa, gritando “me olhe”. Ele botou umas musicas e eu disse que era melhor eu ir porque eu poderia piorar tudo estando ali. Ele pediu pra eu ficar dizendo que se eu fosse ficaria muito mais obvio. Eu fiquei.
Fiquei um bom tempo encarando ele e tendo pensamentos egoístas, como:
“Não vou mais beijar ele de novo; Não vou mais poder conquistá-lo, porque ele sempre vai se ressentir por mim”.
Eu estava tremendo de receio por ele. Perguntei como ficaria. Ele disse que não tinha problema, ele trabalhava e poderia dar um jeito se a mãe dele o expulsasse e que ele sempre quis morar só.
Nesse momento eu me odiei ainda mais, e fiquei puto com ele. No dia anterior ele disse que nunca pretendia sair de casa e que queria construir uma casa no terreno de trás da casa da mãe. Eu só me odiando ainda mais. Ele levantou e me deu um selinho. Foi o selinho mais triste da vida. Ele sentou e ficamos esperando o tempo passar. Ele jogou umas partidas mas era impossível ignorar a tensão.
A família dele chegou, os pais foram gentis comigo, me ofereceram lanche, mas eu recusei e disse que já estava na ora. Ele me levou na parada de novo. Ficamos conversando trivialidades e ele não me deixava entrar no assunto sobre o problemão que ele teria dali a poucas horas.
Ele se despediu de mim com um sorriso triste e tímido e eu com um sorriso constrangido. Entrei no ônibus.
Quando eu entrei eu comecei a desmoronar. Sentei no único lugar livre que era do lado do cobrador, encostei a cabeça olhando para a janela e paisagem passando pelos meus olhos até elas começarem a ficar embaçadas e indistintas. Foi quando eu percebi que estava chorando, eu chorei quase a viajem inteira, ate hoje não tenho certeza do porquê. Acredito que seja pelo motivo de nunca poder ter mais do que eu tive com ele. Eu pensei que se passássemos tempo o suficiente sendo “amigos”, poderia fazer ele olhar pra mim de maneira diferente. Mas a cunhada dele estragou tudo.
Eu cheguei em casa destruído, mas normalmente minha família ignora meu estado seja ele qual for, o que eu sempre vou achar que é de propósito. Se vocês me conhecerem um dia entenderão que eu sou a pessoa mais expressiva da terra. Quando eu estou com raiva eu fecho a cara e não consigo ser agradável, embora me force a ser educado. Se estou feliz eu PAREÇO feliz. Se estou triste, eu tenho uma cara de derrotado. Em fim, eu expresso tudo na minha face, é um saco. Quando estou com vergonha, não só meu rosto fica vermelho, como minhas orelhas e peitoral... é bizarro. Então eu chego em casa com a cara mais derrotada possível e eles devem pensar “a tudo certo, show de bola”. Se bem, que ignorando o drama da pessoa rejeitada é ate melhor porque assim não precisei dar explicação alguma.
No dia seguinte, ele me disse que a cunhada dele contou para a mãe o que tinha visto. A mãe dele perguntou sobre o que tinha acontecido. Ele negou e disse que só estávamos jogando e ouvindo musica, que a porta esta fechada, pois estávamos sozinhos na casa e seria mais seguro, visto que o bairro não é um exemplo de civilidade. Acredito que toda mãe quer acreditar no que ele quer. Então ela perguntou sobre mim, se eu tinha namorada, ele falou que sim (mentiu, embora eu já tenha ficado com garotas e ate goste, nunca namorei uma). Ela ficou mais aliviada e disse que eu parecia ser um bom garoto e muito inteligente (viu, eu sou mesmo e daria um excelente genro). Eu disse pra ele que era tudo isso e muito mais . Estava tentando deixar as coisas menos pesadas. A mãe dele aceitou melhor porque ele é mesmo bissexual, ficou noivo durante um bom tempo. Mas a cunhada, segundo ele não foi tão fácil, ele disse que ela já tinha desconfiado há um tempo e tinha perguntado dele se ele era gay. Ele disse que brincou com ela fazendo algo do tipo “tá interessada fofa” fazendo uma voz afeminada. Por favor não entendam errado, ele não é preconceituoso e nunca vai desrespeitar ninguém mesmo porque onde ele ensaia dança muito são e ele é amigo de todos. A cunhada dele ficou com vergonha e não tocou mais no assunto. Mas o irmão dele, marido dela, veio conversar com ele. Falando que aquilo era errado, e que parasse com aquilo porque se descobrissem ele estaria ferrado. Ele desconversou e pelo que entendi ficou tudo ok na casa.
Ficamos um bom tempo conversando e ele ate brincou sobre quando eu ia visitá-lo novamente. Eu disse que nunquinha.
A partir daqui, as coisas tomaram um rumo que eu sustentei durante um tempo, e estaria até agora se não tivesse passado por algo que odeio.
Eu estava bem apaixonado. Tinha dias que ficava acompanhando todas as fotos que ele trocava no perfil do whatsapp, ficava pensando sobre o que se referia os status. Sobre quantos “amigos” ele tinha por ai. Eu estava obcecado por ele.
Às vezes eu puxava assunto e ele não dava brecha e tinha outros momentos que ele se empolgava e ficava naquele flerte tosco dele. Eu sou uma pessoa que preza muito pelo amor próprio, bom senso e orgulho. Então eu não queria dar o braço a torcer e que ele pensasse que a hora que ele quisesse eu estaria lá pra ele. Sendo que se ele piscasse eu estaria pronto pra tudo que ele quisesse fazer, triste não é?
Passamos um tempo marcando dele ir me visitar na minha universidade, mas como ela é federal ele tinha muito amigos lá e tinha medo de alguém desconfiasse dele. A ideia dele era que eu fosse visita a faculdade dele, mas eu nunca fui. Ele tinha me dito que já tinha ido onde eu estudava e ficou com um cara na trilha que tem lá. Serio, eu fiquei puto. Ele podia ir se comer com alguém na trilha, super mal falada e não podia ir falar comigo e lanchar e depois eu atacar ele com uns beijos? E eu aqui pagando de bom moço.
Eu o ignorei por um tempo. Não fui visitá-lo mesmo querendo os beijos. Ele perguntou se eu queria ir para evento de cultura japonesa que tem aqui na cidade umas 3x por ano. Eu disse que não iria porque alem de estar sem dinheiro, não tinha ninguém pra ir porque todos os meus amigos iam no domingo e nunca no sábado, que era o dia em que ele iria. Ele disse que eu tinha um amigo pra ir com ele, no caso ele mesmo. Ai eu disse que ele tinha vários outros amigos e que eu ficaria de lado com toda certeza. Ele falou ok então, queria que você viesse pra te dar uns beijos escondido por aqui. Eu idiota me derreti todo, mas não tinha mesmo como eu ir. Eu tentei, mas no fim foi como o previsto. Na segunda, ele disse que foi bacana e que ainda bem que eu não tinha ido, porque ele ficou com um cara super cheiroso, que beijava super bem, mas era difícil e ele tinha ficado gamado. Gente, eu não chorei, mas fiquei bem mal. Ele não sabia o que eu sentia, entendem? Então eu fui frio e disse: ainda bem que se divertiu, eu disse que não era pra eu ter ido kkkk. Ele falou: pois é. Desde ai paramos de nos falar durante umas semanas. Eu queria atenção. Ficava todo dia olhando o status e foto dele. Eu tentei achá-lo no facebook e no instagram, mas não encontrava de modo algum. Eu tirei minha foto de perfil e status do whatsapp, para meus contatos iria parecer que eu exclui eles. Nos primeiros cinco minutos, quatro amigas vieram perguntar que porra era aquela e eu disse “Relaxa, que é um experimento que to fazendo.”. Depois de mais dez minutos ele me liga “Ei corvino, porque tu me bloqueaste?”. Eu fiquei no cagaço, disse “João?, bloqueei não mano. Eu só tirei a foto porque estava uma bosta ai não tinha outra pra por.” “Bloqueou sim cabaço, eu não consigo ver tua foto nem perfil.” “Então manda mensagem lá, tu vai ver como ela chega”, e eu rindo por dentro. Ele mandou e chegou... “Quem me garante que tu não desbloqueou?”, ele disse me ligando de novo. “Tu não é o centro do mundo não linda, relaxa aí gata” eu sou bem cínico sim. “Tá neh” e a conversa ficou por isso mesmo.
Depois disso durante um mês ficamos tendo conversas esporádicas. Ele me ligou e ficamos conversando sobre algo que nem lembro. Eu disse que ia mandar uma parada pra ele no whatsapp. Ele disse que ia ver quando chegasse em casa. Eu mandei uma mensagem me declarando. Pior merda que já fiz na minha vida interia. O texto esta em uma das minhas publicações com o titulo “Junior que me era caro, mas jamais será meu”.
Ele leu, e disse “O que eu deveria fazer com essa informação?”.
-Nada, eu só queria externar. Sabe? Fazer parar e tals, porque tu já deixaste bem claro que não vai rolar nada. – eu disse.
-Cara, acho melhor a gente da um tempo neh de se falar, pra tu superar isso ai e esquecer. – disse ele enfiando uma faca no meu coração.
-Beleza mano. Sem problemas. Flw ai. – eu não chorei novamente mas eu fiquei mal a semana toda.
Entendam, eu sabia no momento em que eu beijei ele e percebi ele estava se tornando algo a mais pra mim que eu ia me ferrar. Eu sabia. Eu já li romance, comic, BL, fic o suficiente pra saber que se apaixonar só da em merda. Mas eu queria experimentar isso uma vez na minha vida. Um vez. Eu só não tinha entendi que quando os personagens falavam que doía a rejeição, que você iria sentir DOR!!!!!!!!!! Era horrível porque a dor é alimentada por você mesmo. Ele e ninguém têm obrigação de te amar, de se importar. Zero obrigação. Mas eu pensava que ele já sentiu paixão por alguém, porque não por mim? O que me mais doía era imaginar ele com outra pessoa que não comigo. Ele rindo pra outra pessoa, fazendo as mesma piadas sem graça. Sendo beijado. Tocado. Isso fazia surgir um ódio em mim. Eu o culpava por não gostar de mim. Era um saco. Eu foquei em coisas idiotas pra fugir disso. Foi difícil. Eu exclui o numero dele. Eu tinha viciado em olhar o perfil dele no whatsapp. Quando eu exclui eu decorei a data do histórico das chamadas onde se encontrava o numero dele pra caso eu quisesse salvar novamente. Depois de umas semanas eu apaguei o histórico e decidi excluir ele da minha vida.
Baixei de novo o aplicativo. Eu conheci um casal. Ele era da minha idade. Combinamos nos encontrar. Eu precisava de sexo. Estava subindo pelas paredes. Nas fotos eles pareciam mais velhos, e diferentes. Tinha um com cara de mal e outro com cara de bobão. O bobão foi me buscar pra ir na casa do malvado. Acabou que o bobão não tinha nada de bobo e era muito legal. Ele havia estudo com uma amiga no ensino médio, de uma escola técnica. Ele gosta de tudo que eu gostava, anime, animação, HQ, musica no mesmo estilo. Já o malvado morava num casarão de lindo e bem feito. Fiquei ate intimidado, pois não estava acostumado a estar em lugares que esbanjam dinheiro, mesmo a minha melhor amiga morando numa casa ainda mais imponente, eu nunca havia me importado porque la todos me tratavam tão bem e agiam de maneira tão simples que eu me sentia em casa. Foi diferente na casa do malvado. Ele não era malvado, só tímido mesmo. Ele era alto mas um pouco afeminado. Foi a primeira vez que beijei um. Foi bom, eu nunca me senti atraído por afeminados. Eu sempre me senti desconfortável e coagido com a liberdade no mundo, é como se eles esfregassem que eles vivem a vida deles não importa o que as pessoas acham, sendo eu um cara que gosta de outros caras que nunca teve o menor indicio disso na conduta se sentindo preso e com medo constante. Eu me senti confortável com eles. O bobão que na verdade era legal, tinha um sorriso lindo, e era peludo, tipo urso com uma pancinha que só dava pra ver quando estava sem camisa. Eu pedi pra tomar banho, porque estava suado. Fui lá e eles já estavam de cueca me esperando. O beijo foi bom, mas eles queriam que eu fosse o passivo, eu preciso estar MUITO confortável pra sentir prazer. Eu não sou acostumado entendem? Eu amo sexo, mas passo tempo de mais sem fazer e ai acabo voltando da estaca zero. Eu sou traumatizado em ser penetrado. Sempre sofrimento. Mas eu tentei, ele me deixaram relaxado. Ter duas pessoas explorando seu corpo é divino. O urso que veio, ele era o menor lá embaixo, doeu pra porra. Mas sentir os pelos dele na minha costa e o suor nossa... Foi bom. Mas a dor continuou. Eu não senti prazer na penetração e sim nas outras sensações. Ele não terminou comigo porque eu não estava mais aguentando. Ele comeu o branquinho. No geral, foi bom. Fomos pra parada porque eles iam pra faculdade e eu pra casa. Ficamos conversando eu e o urso sobre nossos gostos e o branquinho ficou criticando. Ele era um pouco “maduro” na mente dele e não gostava de coisa de “criança”. Fiquei com pena do urso por não poder pirar com o namorado sobre coisas assim. Ficamos empolgados falando da Viajem de Shiriro. Cartoon, anime e vários musicais.
Na parada o branquinho percebeu que o urso estava com um chupão. Acho que ele ficou chateado porque fui eu quem fez, e não percebi. Eles falaram que não tinha problema, mas acho que teve e aí, mas uma vez percebi que não ir ter o contato mantido. Eu tinha gostado do urso, e queria a amizade dele, mas pelo visto não ia ser possível. Nós nos falamos mais umas duas vezes, porém ficou por ai mesmo.
Uma coisa estranha sobre mim, é que eu nunca me masturbei pensando no João. Quando ia transar com outra pessoa nunca pensava nele. Depois quando estava em casa eu pensava que tal pessoa nem de longe beijava tão bem quanto ele. O meu sentimento por ele sempre foi algo mais romântico do que sexual.
Eu decidi nunca mais usar aquele aplicativo. Fiquei sem sexo só me masturbando. Decidi não forçar essas coisas. Mas eu não sou alguém que chame atenção. Talvez se você me conhecer e gostar da minha presença pode ser que pense que valha a pena. Não sou bonito, mas não me acho feio. Sou só mias alguém sem graça no mundo. Nerd, óculos, roupas e cabelo sempre do mesmo jeito. Sou inseguro a mudanças. Então durante uns dois meses não tive contato nenhum pra flerte. Só no ônibus, mas nunca iria rolar nada porque ninguém toma atitude.
Um dia qualquer da minha vida, seguindo ela na monotonia que é. Ele me liga, o João. Puxa assunto como se eu nunca tivesse me declarado pra ele. Eu não reconheci o numero.
-Eae mano. Como tu tá. – perguntou a voz do numero desconhecido.
-Olha eu to bonzão, mas que está falando?- eu não reconheci a voz.
-Eita, tu excluiu meu numero foi? – ele perguntou um com uma voz um pouco nervosa.
-Cara, para de palhaçada e diz logo quem é que eu não tenho saco pra essa merda não. – estava ficando bem irritado, odeio falar no celular.
-Molho de carne. – disse ele neutro.
Pessoas, eu me arrepiei todo. Ele lembrava. Ele sabia. Mas estava aqui falando comigo. Ate então eu não havia botado culpa nenhuma nele, mas a partir de agora, talvez.
-Quê? – paguei de sonso e burro.
-Lee sin. – o filho da puta joga sujo, esse era o código que ele usava pra me lembrar do oral que fiz nele enquanto jogava.
-Há, oi João.
-Agora tu lembra neh safado. – ele disse rindo.
-Pois é. – estava bem envergonhado.
-Que porra é essa de tu excluir o meu numero? – ele perguntou meio puto.
-Fui assaltado, perdi todos os contatos. – isso realmente tinha acontecido, mas eu tinha excluído ele antes. E tinha deixado meu perfil visível pra todos pra ele não perceber que eu havia excluído ele.
-Hunrum. Mas eae, todo tu tá cara. – perguntou ele.
-Bem. – eu disse desconfortável.
-Ta normal já?. – ele perguntou na cara de pau.
-Sempre estiva gata. – respondi brincando pra acabar com o assunto.
-Que bom. Ei final do ano vai ter uma apresentação do meu grupo. Se quiser vai aparece. – ele me deu todas as informações.
Acabou que ficamos falando disse por um bom tempo. Ele agia como se nada tivesse rolado e eu mais ainda.
Umas duas semanas depois ele começou com as cantas toscas dele. Eu só dando patada. Estava de saco cheio de gostar de alguém com quem nunca ia ter nada. Queria ser normal novamente.
Ele dizia que estava com saudade da minha boca gostosa. E eu dizia que a chance dele já tinha passado. Ai ele perguntou “Quer dizer que tu já encontrou alguém que beija melhor do que eu”. Eu disse que não, mas que não queria mais nada com ele não, que eu tava era louco quando eu quis. Ele ficou bolado com isso. E ficou fazendo um monte de graça. Eu percebi uma coisa, ele queria sexo. Eu queria romance. Eu conversei com algumas pessoas sobre isso. Muitas falaram, aproveita mano pelo menos tu vai ter sexo. Mas não sei se alguns de vocês já passaram por isso. Mas amar alguém que não quer nada serio contigo e só quer sexo, quando ela esta interessada nisso, é degradante, desconfortável, doloroso, e destrói tua autoestima. Eu não queria ser o brinquedinho dele. Não mesmo.
Toda vez que ele vinha com essa merda eu dava patada. Ele é de leão, então ele ficava chateado quando não tinha o ego inflado. Eu estava sendo ruim mesmo. Mas só quando ele vinha com essa historia de sexo. Todo o resto eu era um bom amigo.
O problema era quando ele me pegava num pico de tesão. Aí eu caia na dele. Eu perguntei uma vez o que ele queria comigo porque já tínhamos feito de tudo em dois dias. Ele disse o seguinte “Mas você não me deu a honra de uma bela gozada.”. Eu fiquei com tesão mas ao mesmo tempo me senti sujo.
Passou outro tempo sem nos falarmos. Acho que ele encontrava alguém mais interessante pra passar o tempo falando e só voltava quando estava entediado e não queria deixar o brinquedinho encontrar um novo dono.
Um tempo depois ele apareceu novamente, trocamos vários links do youtube sobre musicas boas. Mandei pra ele uma muito minha vida com ele, que era Mercy - Shawn Mendes. Eu disse que essa era a musica do momento na minha vida. Se ele não sacou a indireta é um estúpido, mas se entendeu ignorou foda e ficou mandando mais musicas.
Nesse época o tempo de papo durou quase duas semanas. Foi longo comparado as outras. Ele perguntou um dia qualquer o que eu estava fazendo. Eu estava lendo um livro super caro que eu comprei num momento de loucura totalmente influenciado pela minha melhor amiga do mal. O livro tem quase mil paginas e é um compilado dos contos e livros do H.P. Lovecraft, o gênio do terror. São simplesmente incríveis. O chato que é que só leem Cthullu e esquecem de todo o resto. Eu mandei uma foto com uma pagina sobre o Alquimista. É muito bom ele gostou e pediu emprestado. Eu recusei. Ficamos nessa por um bom tempo, acabou que ele nunca foi buscar.
Passamos muito tempo sem se falar pelo whatsapp e de vez em quando nos falávamos pelo LOL.
Eu na universidade tenho duas amigas. Eu acabei criando muita inimizade lá por vários motivos, eu não me importo de ter poucos amigos e assim ate me ajuda a me manter periodizado. Estou na reta final dos meus estudos. A minha amiga a lésbica, ela também é leonina. Eu não acredito de verdade em signos. Mas com o passar do tempo o signo é como um alerta de como aquela pessoa pode ser e assim você pode tomar certas precauções. Essa minha amiga ela é muito carente por atenção. E ela gosta de tirar brincadeira com todos mas nunca aceita que revidem, fica com raiva. Ela não aceita que eu tenha uma intimidade com a minha outra amiga a Lizzy. Mesmo ela sendo muito amiga Lizzy, entendem? Nem eu.
Eu sou o tipo de pessoa que odeia ser forçado a estar em situações desnecessárias que eu não quero estar. Dificilmente vou saber que você esta com raiva de mim ate você me dizer que esta ou outra pessoa o faça. A Silvia, minha amiga lésbica, eu sei que é horrível caracterizar ela assim mas é só pra vocês se situarem, ela pensa muito como eu em varias situações mas, um grande mas, ela tem o mínimo de bom senso. Ela age como uma criança mimada às vezes, e o pior tem gente que da moral pra ela agir assim. Eu continuo sendo amigo porque existem momentos que tornam toda a parte ruim satisfatória. Ela fez uma coisa que eu particularmente odeio. Eu fui comprar um notebook pra Lizzy, pois ela precisava urgentemente e pediu minha companhia. Não convidamos a Silvia, pois a mesma dá aula às 17h na casa dela pra alguns alunos do bairro e já era 16h, não daria pra ela ir e sempre ela recusa essas saídas. Logo, não chamamos. Ela descobriu isso. E começou a falar da nossa pouca consideração pela amizade dela pra uma turma do nosso curso que odeia a minha pessoa por estar periodizado quando eles disseram que eu ia me ferrar (historia antiga). Eu fiquei mal falado nesse grupo porque passei cola pra uma integrante do grupo deles. Em vez deles brigarem com a moça vieram tirar minha paciência, eu mandei eles tomarem no cu deles e passamos a nos ignorar mutuamente. O problema é que a moça pra quem eu passei cola se tornou a presidente do clube “odiamos Rodrigo” e começou a falar mal de mim pra todo mundo, até para os calouros. Como eu nunca precisei deles e muito menos dos calouros eu segui minha vida, mas sempre odiei eles pela falta de bom senso nas suas atitudes e peguei mais ódio ainda da moça hipócrita que eu passei cola. É como a maravilhosa, poderosa e verde Elphaba, a bruxa má do oeste, um dia disse “Não há boa ação que fique sem punição”. Historia introduzida, voltemos para a Silvia, amiga que foi reclamar com o grupo de fãs da minha pessoa. Ela, a Silvia, passou a ignorar a existência minha e de Lizzy pelos corredores. E como eu não falo com quem não fala comigo, bem educado neh?, ignorei também. Mas ela fez algo que odeio. Ela me colocou numa situação que não quis estar. Eu não estava errado. Eu não fiz nada errado. E ela passou a falar mal de mim pra pessoa que eu tenho menos simpatia no mundo e se tornou melhor amiga as mesma, marcando pra cada 5 post 4 era com a pessoa lá marcada. Lizzy, como uma pessoa centrada cortou laços com Silvia, é educada mas não quer uma criança como amiga. Eu tive esperanças de que ela voltasse sacou? Porque sinceramente, eu sou show de bola. Aturava todo o drama. Melhor que eu não tem. Ela continua amiga e eu me afastei. Eu não vou ser amigo de alguém que se tornou amigo da pessoa que fala mal de mim só pra me afetar. E só pra deixar bem claro, a moça que falava mal de mim falava mal da Silvia também, e ela sabia. Logo, elas como amigas ta tudo certo neh?
O ponto de eu citar isso pra vocês é o seguinte, Silvia foi uma grande amiga. Passamos bons tempos juntos. Mas ela vacilou feio, já tinha vacilado varias outras vezes, mas nessa ela me jogou numa situação inaceitável. Ela ficou com raiva de mim, me tratou mal e me ignorou sem eu nem saber o motivo pra isso. Eu só pude especular. Achei a atitude infantil e descabida. Mas se eu fiz isso com uma amiga tão próxima, uma das duas que eu tinha na universidade, vocês podem imaginar que eu faria com qualquer outra pessoa não é?
Depois de um tempo desde que eu parei de falar com Silvia e João. Ele voltou a puxar assunto. Queria o livro emprestado de novo e mandou vídeo dele dançando. O moço sabia robolar a raba, mas era ativo (bem triste neh). Ele disse que não ia mais participar da competição porque quase morreu, de novo, num acidente de moto e estava se recuperando. O vídeo era da semana antes do acidente.
Ficamos nos falando durante uns dois dias. No terceiro ele mandou uma foto na rede. Ele não aparecia, mas dava pra ver o volume na rede da ereção dele. Ele pediu uma minha, e como eu estava levemente naqueles momentos de necessidade de sexo, eu mandei uma também. Ele me convidou pra ir assistir o campeonato de LOL que iria ter num bar muito famoso aqui na cidade. Ia ter como brinde um cordão e uma skin de um personagem no jogo (quem não sabe skin, é tipo um visual novo do personagem). Eu disse que o cordão. Ele disse que daria pra mim o cordão se eu desse pra ele. Eu perguntei dar o que? O cuzinho. Eu fiquei puto. Mas no estado que eu estava eu queria oh. Eu disse que não dava pra eu ir porque meus pais jamais iriam deixar eu sair naquele horário pra ir num bar. Ele disse que tudo bem então e disse que se quisesse o cordão já sabia o que tinha que fazer. Ele perguntou se podia dormir aqui em casa. Eu ri, mas ri alto mesmo, e mandei pra ele dizendo que era mais fácil minha mãe matar ele e eu junto do que deixar um estranho dormir em casa. Ele mandou “Então sem bundinha?”. Eu respondi “Sim, sem nada pra tu”. Então vou dormir na casa de um brother meu. Fiquei mais puto ainda. “Tu não tem casa pra dormir não?” eu perguntei pro idiota. “Eu to indo de busão pra lá mano, quando acabar o tornei vai estar fora do horário da linha e de moto eu não ando mais.” Paramos de nos falar ai e eu já tinha aceitado que não iria pro bar.
Uma amiga do nada, DO NADA, me ligou perguntando se eu não queria ir ver a competição do jogo que eu gostava no porão, ela disse que estava sendo arrastada e queria me arrastar. Ela disse que me deixava em casa. Eu disse para os meus pais que iria à casa de um amigo assistir o tal campeonato, mas acabei que fui para o bar. Avisei o João, mas ele não recebeu a mensagem. Cheguei ao bar, ganhei o cordão e a skin, não precisava fazer mais nada pra conseguir.
Eu comecei a procurar por ele, mas o local era grande e muito escuro. Eu uso óculos e tenho problema de vista um pouco serio, mesmo que ele já tivesse chegado eu não conseguia ver se era ele ou não. Quando ele chegou viu minha mensagem e disse que ia falar com uns amigos, porque em paralelo ao campeonato mundial iria ter um entre os espectadores valendo uma camisa de um jogador famoso, e iria ocupar o lugar de um deles. Demorou muito mas ele apareceu, fazia mais de um ano que não via ele pessoalmente, ele já tinha me visto pelo shopping uma vez mas não veio falar comigo. Ele estava bonitão. Sorridente. Mais forte porque estava frequentando a academia. Ele ficou se entrosou bem com minha amiga e o amigo dela, mas ate do que eu. Ele estava sentado do meu lado. E nos dois sentados em frente aos outros dois. Ele falava comigo rindo e me encarando. Essa minha amiga, certeza que percebeu que estava rolando algo ali, mas não comentou nada ate hoje. Ele ficou passando a perna dele na minha. Passou a mão na minha coxa de leve. E eu todo vermelho e sem graça. E ele falava perto do meu ouvido porque estava com muito barulho lá. Ele disse “Tu não sabe disfarçar não é. Todo vermelho aí”.
Eu tomei coragem e passei mão na costa dele, e apertei a cintura dele. Ele fechou o olho e riu. Ficamos nessa ate ele ter que descer pra jogar. Ele disse que queria um beijo antes que eu fosse. Eu estava eufórico. Todo idiota, tudo voltando novamente. Ele foi jogar. Estava ficando tarde. O amigo da minha amiga queira ir embora. E como eu ia embora de carona tive quer ir. Mas pedi pra eu ir me despedir dele antes. Eu fui lá e ele já estava vindo pra onde eu estava, falei que precisava ir embora. Ele pareceu triste. Disse que eu não tinha mudado nada, que continuava uma pitanguinha. Eu disse que ele estava com uma cara melhor e se parecia menos com um delinquente. Ele riu e me abraçou. Eu não ganhei beijo, mas o abraço valeu muito mais. Foi um abraço que me cobriu todo, me senti aquecido e confortado. Ele durou uns cinco segundos, mas eu lembro até hoje. O cheiro dele era bom, estava um pouco suado só que deixava tudo ainda melhor. Eu tive que ir embora. E cheguei em casa como se nada tivesse acontecendo, mas se você me conhecesse o suficiente e se importasse o mínimo veria que eu estava com um sorriso no rosto escondido, que estava feliz, o que não era habitual, mas minha família ignorou totalmente.
No dia seguinte ele disse que dormiu na casa de um amigo, joguei uma indireta, mas ele disse que não rolou nada não. Que eu era o único amigo especial dele. Eu duvido muito que fosse verdade de eu ser único em alguma coisa na vida dele.
Ele disse que ganhou o minicampeonato, que ficou com a camisa mas deu pro amigo dele que ficou em segundo, porque o amigo estava sem emprego e iria vender a camisa pra ajudar a mãe em casa.
Vocês não sabem o quanto eu fiquei feliz por estar sofrendo por alguém bacana e que valia a pena estar apaixonado. Ele sempre foi alguém divertido, parceiro, de boa com todo mundo. Os únicos momentos ruins eram quando ele ficava dando em cima de mim, e só era ruim porque eu me sentia desconfortável.
Eu disse para ele que depois dessa, ele tinha recuperado e ficado com bônus nos pontos de estima que eu tinha por ele. Ele falou que não sabia que eu contava pontos. Eu disse que ele já estava quase no vermelho mas que voltou a estar no azul.
Jogamos juntos varias vezes e meu aniversario estava chegando. Falei que queria a skin ultimate da Lux, era super cara, mas eu falei brincando. No jogo a nova plataforma estava com muito bugs (falhas no sistama) então um pouco depois do meu aniversario, onde ele mandou um áudio de três minutos me desejando parabéns e elogiando, ele começou a me tratar mal do nada. Mas como ele sempre foi bacana eu pensava que era brincadeira. Ele falava algo do tipo:
“To com raiva de ti seu ingrato; Falava comigo não mano;”
E eu achando que era brincadeira. Ate isso se tornar repetitivo. Eu fiquei intrigado e perguntei:
“João, qual a tua? Ta com raiva mesmo de mim?”
“To. Ingrato.”
“Ta doido, não te fiz nada. Para de fogo no cu idiota.”
“Não quero falar contigo não.”
“Por que tu ta com raiva?”
“Tu sabe porque!”
Nesse momento eu estava puto. PUTO. Não me bota nessa merda. Eu não fiz nada. E a pessoa vem com fogo no cu me botar numa situação de merda. MERDA!
“Se eu soubesse seu imbecil eu não estaria perguntado0”
“Eu te desejo feliz aniversario, te mando uma skin e tu nem agradece”
“Que skin? Não recebi nenhuma.”
“Não? Mas eu mandei.”
Como o novo cliente da plataforma do jogo mudou ele apresentou alguns bugs e um deles era não mostrar o baú com o presente. Eu descobri o que ele tinha mandado e era um skin foda.
Eu agradeci e ele me ignorou.
Eu botei comprei RP (que é a moeda de troca dentro do jogo) só pra comprar um skin pra ele e me desculpar adequadamente. Sendo que eu não me considerava culpado de maneira nenhuma, a culpa não foi minha e o motivo de ficar com raiva foi estúpido. Mas pra manter a boa vizinhança eu tentei ser uma boa pessoa. Tentei, mas do que eu fiz em toda minha vida.
Eu enviei o presente. E perguntei:
-Eae João, gostou? To desculpado?
-Gostei, obrigado. Mas não ta desculpado não. Ingrato.
-João, tu ta com raiva de verdade?, eu precisava saber pra tomar uma atitude.
-To.
-Uma pena. Boa noite.
Em seguida, eu o excluo do jogo. Dos meus contatos. Bloqueei até. Não era porque eu gostava dele que eu iria aturar essa situação de merda. Ele que fosse tomar no cu.
Eu deitei na cama e pela primeira vez refleti sobre toda a situação. Eu estava a mais de um ano obcecado por alguém. Nunca me permiti olhar pro lado alem do sexo. Eu estava inerte quanto aos sentimentos. Estava mais carente do que nunca estive. Eu estava chorando por qualquer coisa. Se eu via um filme de romance eu chorava, via uma animação da Disney eu chorava, se lia um livro eu chorava. Tinha dia que eu deitava na cama e abraçava forte meu travesseiro de tanta dor no meu peito querendo um toque ou carinho vindo dele. Eu necessitava de um pouco de amor. Estava cansado de amar sozinho. Cansado de não existir reciprocidade na minha vida. Meus pais não demonstravam o mínimo de interesse por mim, pela minha vida. Meus amigos viravam as costas pelo motivo mais besta. Apenas a Lizzy, do meu lado contra o mundo. Até agora eu tinha me permitido manter essa loucura que é gostar de um cara que não pensava em mim de maneira gentil que em nenhum momento da vida dele e só falava comigo pra ser um alivio de tesão, porque ele sempre foi bacana, alguém gentil com os outros, nunca ofendendo ninguém seriamente, mas agora ele fez algo que me deixava com ódio no coração. Chega. Eu queria mais. Estava cansado, exausto de me sentir rejeitado. De ser o plano b, se bem que estava mais pra z. Odiava quando ele ia embora, eu ficava um pó. Tinha que me acostumar com a ausência mais vezes do que era suportável. Eu tinha que focar em todo o resto e engolir a dor. Não tinha ninguém pra consolar essa dor. Ninguém pra me dar colo. Mas, eu odiava muito mais quando ele voltava e me fazia esquecer a dor que eu passei pra atenuar o que eu sentia pro ele. Eu só amava calado. Admirava de longe. Pra mim ele brilhava. E tudo por culpa de um beijo. Maldito beijo bem dado. Depois o resto foi sustentado por ele ser tão bacana. Mas isso acabou. Talvez ele tenho usado o motivo mais estúpido pra decidir parar de vez de falar comigo. Ele me irritou tanto. Eu já estava com todos os nervos à flor da pele durante um ano. Se alguém falasse você é feio, eu diria meu amor eu tenho espelho em casa você não precisa dizer o que eu já sei. A pessoa ria e eu também, mas em casa era outra historia. Eu chorava. E pensava que se eu fosse mais bonito talvez ele mudasse o discurso só da amizade. As pessoas me chamaram de burro, eu nunca fui isso, pode parecer prepotência, mas algo de bom uma pessoa tem que ter e eu era inteligente. Mas nesse ano se alguém me disse que eu era burro, eu acreditava. Se alguém falava você é um baixinho ridículo, eu pensava que se fosse alto ele me notaria. Eu pensava tanta coisa, me martirizei tanto. Sofri sozinho durante tanto tempo. Eu estava saturado dessa situação. E ele me fez o favor de chegar numa situação que eu nunca esperei dele. Nunca esperei que ele fosse um escroto comigo gratuitamente, não relacionado ao coração e sim a amizade. Talvez eu tenha me enganado achando que havia uma amizade. Eu só queria que ele não tivesse voltado tantas vezes. Talvez agora eu estivesse livre.
Ele não voltou ate agora, mas tenho medo dele voltar de alguma maneira. Eu estou conseguindo superar. Esta bem menor o sentimento. Ele me deixou bem chateado e com raiva, e isso é bom porque quando eu pego raiva de alguém rapidamente ela vai pra zona da indiferença. Mas ele ainda habita meus pensamentos. Ele ainda é meu referencial sobre muita coisa. Com a Lizzy, eu sempre uso ele como exemplo e no momento seguinte eu me odeio. Eu ainda estou cansado.
Eu queria voltar no tempo e dar um murro da minha cara quando eu tive a brilhante ideia de me permitir alimentar um sentimento tão ruim. Eu me espancaria e no final diria “Essa dor que você esta sentimento agora não é nem um terço do que você vai sentir no próximo ano seu otário, então para com essa porra enquanto da tempo”.
Em momentos de extrema carência eu me pego pensando que eu poderia ter contornado a situação e feito ele me perdoar. Mas a que custo? Mas sofrimento? Mas dor? Mas indiferença? Ansiedade?
Ate eu tenho limite. E ele chegou.
Mas ainda tenho medo. Medo dele voltar, porque eu sei que tudo voltara a ser com antes. As vezes eu tenho medo de me permitir gostar de alguém novo e ser ainda pior.
Uma dica pra quem esta lendo isso. Você tem que ter maturidade pra se permitir gostar de alguém. Sexo não alimenta carência. Você precisa que a pessoa participe com você de momentos simples, mas que significam muito. Um abraço, um beijo, um olhar ou um sorriso. Gostar de alguém é complicado. Principalmente porque ela não tem obrigação nenhuma de gostar de você também. Existem pessoas que dão sorte. Elas encontram alguém que possuem interesse nelas. Eu tenho inveja delas. Deve ser tão bom abraçar e beijar alguém que quer um abraço e beijo seu. De verdade. Eu ainda não superei o João. Não sei quando vou superar por completo. Muitos dizem que a melhor maneira é arranjar outra pra substituir. Mas eu não quero isso. Quero um tempo pra mim. Quero sentir como é ser livre e egoísta novamente. Pensar apenas em mim. Odiar o mundo. Odiar as pessoas. E estar em paz. Mas se alguém aparecer pra me apresentar o sentimento tão tentador da reciprocidade eu estarei aceitando. No momento eu to me formando. Isso vai ajudar na minha independência. Isso me deixa um sentimento de quase alegria. Eu estou engatinhando. Mas estou satisfeito por estar dando um ponto final sobre uma parte da minha vida tão dolorosa. Eu penso se teria forças pra enfrentar as próximas. Se eu superar essa, e passar por outra e venho aqui e escrevo outro relato.
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Eu queria me desculpar por ser tão enfadonho e deprimente. Escrever isso esta ajudando a exorcizar e se vocês leram e gostaram é um bônus. Não sou um escritor embora eu desejasse ter o dom. Eu sei que vocês estão acostumado com sexo. Acreditem eu queria que tivesse mais também, mas sinto decepcionar.
Um dia terminarei os contos que deixei parado, mas como vocês podem ver não estou no clima pra terminá-los. Eu também desisto de contos em serie. Porque se eu não escrever tudo de uma vez e postar eu perco a empolgação e a inspiração. Alguns aqui odeiam contos longos, mas eu particularmente amo.
Quando o Escritor_Contista ainda participava da casa, e o /Tiago também, eu ficava com receio de acabasse logo e normalmente os contos deles era enormes. Era incrível. Tinha o Emyryz que era um gênio mas ele deixou vários contos pela metade e isso me traumatizou, então preso pelos longos e únicos. Sendo que eu mesmo sou um hipócrita por fazer o mesmo, logo não julgo mais não. Escrever é difícil ainda mais na casa onde o reconhecimento é baixíssimo e os aplausos vão pra as historias mais clichês possíveis. Não to pedindo atenção para as minhas, longe disso, pra mim aqui é um terapia. Mas existem escritores super talentosos totalmente ignorados. É triste. Deve ser bem chato você passar a semana interira escrevendo e não ter um comentário.
Espero não ofender ninguém e veja como uma critica construtiva, mas algumas pessoas tem comentado nos contos e dando nota baixa porque o conto não foi como o esperado. O autor pensou bem antes de você pra ler, ele quis aquele final. Faz sentido pra ele. Acredito que deve haver o respeito. Eu não vejo ninguém nesses contos repetidos onde estão as mesmas historias com nomes diferentes falando que chega disso. Existe pouca representatividade nos contos. Tem contos com clara pedofilia e são aclamados. E o que me deixa mais triste, o machismo entre nos mesmo. Retratam sempre as mulheres como algo baixo e imundo, elas sempre são as loucas e venenosas, sendo que hoje em dia existe muita mulher que apoia o movimento. Eu fico decepcionado com isso. Muito mesmo. Acho que deve existir o respeito. A maioria das mulheres retratadas são interesseiras, mentirosas, adulteras e violentas, elas podem existir, mas normalmente estão na cadeia minha gente. E não é só em um conto é com a maioria que isso acontece. Poxa vamos ter bom senso.
A maioria das historias são rasas e usam essas coisas pra deixar “interessantes”. Espero que não me odeiem, mas quis dar minha opinião mesmo ela podendo ser uma bosta e totalmente ignorada.
OBRIGADO, por lerem ate aqui.