Enquanto Douglas estava no banheiro vi Daniel passar, não sei mais senti uma imensa vontade de falar com ele, não aguentaria viver com aquela situação por muito tempo.
- Daniel! – Falei tocando seu ombro.
Ele virou e ficou me encarando.
- Podemos conversar? – Falei. Ele pareceu pensar.
- Ok. – Não deu muita importância.
Dirigimo-nos para a parte externa da escola sentamo-nos na mureta da escada, ele me encarou impaciente.
- Olha eu acho que já sei sobre o que você quer conversar. – Disse impaciente. – Eu guardei isso comigo por muito tempo. Não te culpo, tive muitas oportunidades de contar a ele e tal, mas por medo deixei passar. Douglas sempre foi aberto, mas eu não. Não sei como meus pais reagiriam. Mais pode ficar tranquilo eu vou parar de implicar com você e tal, você realmente tem o feito feliz e se ele está feliz eu também estou.
- Que bom que pense assim, realmente eu acho que não aguentaria mais você fazendo aquilo. – Sorri.
- Eu sei. Posso ser bem infantil às vezes. – Riu. Agora o estava vendo de verdade.
- Sabe você não é o único, também já tive uma paixão não correspondida e por um hétero.
Contei a ele sobre minha primeira paixão, Fernando.
- Pois é sofremos muito até aprendermos ou não a parar de se apaixonar por héteros. – Me encarou. – Me desculpa mesmo, você parece tão legal.
- Já desculpei. Gostei de você também. – Sorrimos.
Nos despedimos ele foi para casa enquanto eu fui atrás de Douglas que deveria estar me procurando. Segui para a cantina onde possivelmente ele estaria, o avistei em uma das mesas.
- Ah! Até que enfim. Aonde você estava? – Perguntou.
- Fui beber água. – Menti. Não queria falar sobre Daniel.
- Ok. Ei quer ir lá em casa hoje? – Falou sorrindo.
- Conhecer sua mãe? Não sei se estou preparado para isso. – Falei um pouco assustado.
- Fica calmo, ela já sabe da gente. – Falou ajeitando meu topete para o lado.
- Ah tudo bem, mas não estou menos nervoso por isso. Você devia ter me preparado. – Ele riu alto.
- Não se faça de vítima, a forma como conheci sua mãe não foi das melhores. – Me olhou ainda rindo.
- Ok, mas foi por culpa sua que você a conheceu daquela forma.
- Acho que foi mais pelo medo de te perder, poderia ter procurado você qualquer outro dia, mas acho que não aguentaria nem mais um minuto. – Ele me encarou.
- OK temos que ir agora né, se não acho que eu não vou aguentar mais um minuto. – Ele deu um sorriso safado para mim.
- Vamos Douglas...
- Tá. Mais lá em casa você não escapa. - Deu-se por vencido.
Conhecer a mãe de Douglas foi melhor do que eu esperava, ela demonstrou ser uma mulher doce, amorosa, divertida e muito atenciosa, durante o almoço nos divertimos demais, eu me senti em casa.
- Adorei sua mãe. – Falei acariciando seus cabelos.
- Para quem estava com medo você foi bem. – Falou sorrindo. Eu ri também.
- Eu não imaginei que fosse ser tão fácil, sabe? Nem para todos é assim. Eu conversei com o Daniel hoje... – Douglas me encarou.
- Sério?
- Aham. E ele me contou que nunca se declarou para você porque tinha medo de contar que era gay e os pais dele descobrirem, aí quando penso vejo o quanto somos sortudos por isso. É tão difícil assim aceitar o amor entre dois homens?
- Pois é. O ser humano é complicado.
Douglas voltou a deitar em meu colo e eu a acariciar seus cabelos.
- Mas você e o Daniel ficaram de boa? – Perguntou.
- Sim ficamos. – Falei.
- Ei! Me lembrei de algo agora. – Douglas falou levantando. – Acho que você me deve algo? – Ele falou engatinhando na cama até mim.
- Ah é? Não me lembro. – Fingi.
- Não se lembra? – Ele falou em seguida me beijado. – E isso te refresca memória?
- Ainda não, vou precisar de mais alguns! – Falei o puxando contra mim.
Senti que naquela tarde nos completaríamos.