... CONTINUANDO
Depois de transarmos eu acabei dormindo, porém fui acordado com um grande barulho vindo da sala. Levantei e procurei me vestir. Fui até a sala ver o que estava acontecendo e qual a minha surpresa? O Kelven estava na sala. Para que ele não me visse procurei me esconder atrás da pilastra e tentar ouvir o que eles falavam.
- Então é isso né? Você vai fazer com ele o que fez comigo. – Falou Kelven com ódio no olhar.
Hã? Como assim Brasil? O que o Bernardo fez com o Kelven? Isso me despertou e muito a curiosidade.
- Deixa de ser criança Kelven! Tu acha mesmo que ele vai querer ficar contigo um pivete que mal saiu das fraldas e que não tem coragem de assumir quem realmente tu és. Tenha paciência.
- Você é um doente! E vai fazer com ele o que fez com todos os outros.
- Ai que você se engana! Com ele é diferente...
- Diferente porquê? Porque a família dele tem grana? Você é um vigarista cretino e safado. Um lixo de ser humano. Seu doente.
Nesse momento escuto o som de um tapa ecoar na sala.
- Você lave sua boca para falar de mim seu pirralho.
- Eu sei que foi você que causou o acidente que matou nossos pais.
Meu mundo caiu e me fez ficar assim... Perplexo! Assim me senti. O Bernardo é irmão do Kelven.
- Então prove! Quando você provar a gente conversa.
- Você está usando o Miguel para ficar com a herança dele. Afinal o que nossos pais nos deixaram você torrou quase tudo.
- Você não sabe de nada moleque, eu amo o Miguel e é com ele que vou ficar. Queira você, ou não. Sinto muito maninho, mas o amor dele você nunca vai ter.
- Eu posso até não ter o amor dele, mas eu vou abrir os olhos dele em relação a você. – Falou Kelven.
- Sai da minha casa agora! E se você atrapalhar a minha vida eu dou um jeito de ti tirar de cena pirralho. – Falou Abrindo a porta da sala.
- Vai mandar me matar como fez com nossos pais? – Indagou ele.
- Eu disse fora! – Falou Bernardo mostrando a saída.
Eu não estava acreditando naquilo. Mas como eu sou medalha de ouro em me envolver em roubadas, fiquei com medo de ser a próxima vitima. Corri para o quarto peguei minha coisas e pulei a janela antes que ele aparecesse.
Corri pra casa e me tranquei. Joguei a mochila no sofá e corri para o banheiro. Precisava tomar um banho, pois estava me sentindo sujo. Tirei a roupa e entrei no chuveiro.
Estava quase terminando de tomar banho quando escuto a campanhia tocar. Dever ser ele, pensei. Fiquei calado esperando que ele desistisse e fosse embora. Após alguns minutos a campanhia para de tocar. Eu termino de me enxugar e saio do banheiro. Para minha tristeza e infelicidade ao sair do banheiro dou de cara com ele.
- O que você está fazendo aqui? Como conseguiu entrar ? – Indaguei surpreso e com o cu piscando.
- Porque você foi embora e nem se despediu de mim? Porque não atendeu meu telefonema? Porque não abriu a porta pra mim?
- Invasão a Domícilio é crime! Se não sabia, fique sabendo.
- Opa! O que foi que aconteceu?
- O que aconteceu é que não podemos ficar mais juntos. – Falei e fui até o guarda- roupas pegar um calção.
Ele me agarrou por trás, me virou e olhando em meus olhos perguntou.
- Você por acaso escutou algo que não devia ter escutado e fez suposições indevidas a meu respeito?
- Pode me soltar por favor?
- Não! Só depois que você me dizer o que realmente aconteceu.
- Não ouvi nada, não sei de nada e por favor me esquece. Foi bom ter transado com você, mas ficamos por aqui.
- Nada disso! – Falou ele alterado.
- Acho bom você me soltar! Olha aqui Bernardo, nós não podemos ficar juntos.
- Porquê? – Indagou ele nervoso.
- Eu estou com câncer e o médico me deu só tenho três meses de vida.
- Câncer? - Indagou surpreso.
- Leucemia! Meus pais andam meios desolados. Mandei até fazerem o testamento.
- Testamento?! E o que continha nele?
Bingo! Ele realmente está visando o dinheiro que receberei com a morte de meus pais. Preciso me livrar desse demônio de todas as formas.
- Nossa que barra! Mas eu estarei aqui ao seu lado pra o que der e vier.
- Mas eu não quero!
- Não estou entendendo porque você não me quer por perto.
- Não quero sofrer mais do que já sofro e ter você por perto vai me fazer imaginar tudo o que eu podia ter e não vou poder. Por isso peço que me esqueça.
- Eu não estou acreditando no que você está me dizendo. Tem algo de errado e você não quer me dizer.
Tem sim! Eu me envolvi com um psicopata, assassino e interesseiro. Eu só posso ter defecado na manjedoura.
- Não pense que vais se ver livre de mim tão fácil assim não. Eu vou está com você até o fim. Agora eu vou indo, pois tenho coisas pra resolver.
Ele veio me beijar mas eu virei a cara. Porém ele pegou em meu rosto e me beijou.
- Quando eu ligar atenda!
- Ok! Pode deixar que eu atenderei.
Ele foi pra varanda e pulou a janela, eu tratei logo de fechar. Assim evita de eu ter outra surpresa desagradável. Vesti minha roupa e peguei um livro para ler.
Estava eu lendo quando decidi que deveria ir atrás do Kelven e saber dele a versão disso tudo. Querendo ou não eu já estava me apegando ao infeliz.
Peguei meu celular e liguei pra Karina.
- Oi Miguel! Tudo bom?
- Tudo sim Ká! Melhor vai ficar se você me disser que tem o número do Kelven.
- O que estuda com a gente? – Indagou ela.
- Sim! Esse mesmo. Você tem o número dele?
- Tenho sim! Pera que vou te dar.
Peguei papel e a caneta e anotei o número.
A Karina me deu o número do telefone do Kelven e eu já estava com a faca e o queijo na mão. Era só ligar para ele e marcar um encontro. Disquei o número do Kelven e fiquei na linha esperando ele atender.
- Alô? Quem fala? – Falou a voz do outro lado da linha.
- Sou eu o Miguel! É você Kelven?
- O que é que você quer? – Indagou a voz em tom de raiva.
- Preciso conversar com você e entender uns problemas que envolvem três pessoas. Eu, Você e o Bernardo.
Por um instante ouve um breve silêncio e isso me deixou mega aflito.
- Ele falou o que a você?
- Ele não me falou nada, quem vai me falar é você. Preciso saber tudo.
- E quando podemos nos encontrar? – Falou ele.
- Quando você quiser, desde que seja o mais breve possível.
- Ok! Vou te passar um endereço e quero que você me encontre nele hoje as oito da noite.
Peguei um bloquinho de papel e uma caneta e anotei o endereço. O local de nosso encontro fica há algumas quadras de onde moro.
Era por volta das 19h30min quando sai de casa. Cheguei no local ainda faltava dez minutos para às 20h. Era um restaurante de comida típica brasileira. Entrei e logo me sentei em uma mesa e fiquei a sua espera.
Por incrível que pareça o Kelven foi bem pontual. Entrou no restaurante e ao me avistar ele veio logo em minha direção.
- Boa Noite! Espero que você possa me explicar tudo o que eu quero saber.
- Dependendo do que eu vou ganhar em troca. – Falou Kelven ao sentar.
- Eu vou fingir que não escutei. Bom... Eu vou direto ao ponto central.
CONTINUA...
Será que o Miguel vai ter todas as respostas? Isso vocês só saberão no próximo capítulo. Meu Nome é Bruno Del Vecchio e é nessa que eu vou.
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