Continuando...
Um selinho leve e nossas bocas se separaram,mais nosso olhar permaneceu um no outro,como se estivessemos hipnotizados.Levei a mão até o seu rosto,e acariciei sua cicatriz,fazendo com que ele fechasse os olhos.
Desci meus dedos pelo seu pescoço e levei minha mão até sua nuca,o puxando novamente para mim.Sua boca voltou a se encaixar na minha,dando selinhos famintos,parecendo que ele desejava arrancar meus lábios.Com os braços ainda em volta do seu pescoço,senti suas mãos descerem até a minha bunda e apertar com força,me fazendo soltar um gemido involuntário.
Alguém bateu na porta com força,e eu e Eduardo nós separamos rapidamente.Ele se afastou e caminhou até o sofá,aonde se sentou.Fui até a porta e a abri,dando de cara com Piolho,que me encarou sério.
-Tua coroa esqueceu a bolsa...Vim pegar.-Ele disse enquanto passava por mim.
Sem saber o que fazer depois de tudo que tinha acontecido,continuei na porta olhando a rua lá fora.Piolho voltou com uma bolsa pequena e saiu,me deixando novamente a sós com Eduardo.Fechei a porta lentamente e então me virei e caminhei em direção a ele,me sentando ao seu lado.
-Você ainda está magoado comigo?-Eduardo perguntou sem olhar pra mim.
-Bastante!-respondi,também não querendo olhar pra ele.
-Eu cometi um erro,não deveria ter te acusado sem provas,muito menos,falado todas aquelas coisas...Você...eh...Você....me desculpa?-Ele perguntou,parecendo pouco a vontade.
-Tudo bem!-Respondi.
Eduardo se levantou e se sentou no chão a minha frente,sobre suas pernas.Me envolveu com seus braços,e me observou por um tempo em silêncio.
-Lúcio vamos fazer um acordo?...Eu tento ser um pouco menos ignorante e você me jura que não vai se meter em confusão.O que acha?-Ele perguntou em tom sério.
-Não sei cara,tu me magoou muito.-Respondi com sinceridade,enquanto acariciava seus braços.
-Garanto que não vou fazer isso de novo!-Ele disse,enquanto olhava dentro dos meus olhos.
-Tá...eu vou tentar não me meter em confusão.-Disse após um minuto em silêncio.
-Eu vou tentar ser,um pouco mais tolerante com você.-Ele disse.
Sorri e ele me deu vários selinhos.Em seguida levantou,sacudindo sua calça.Me levantei também e o acompanhei até a porta,aonde ele pôs a mão no meu braço,impedindo que eu abrisse.
-Lúcio,o que aconteceu aqui hoje,eu peço que fique apenas entre nós dois.Eu sou casado,e prefiro que ninguém saiba.-Eduardo disse em tom sério.
-Não se preocupe!-Disse,sentindo um incômodo ao ouvir aquilo.
Abri a porta e ele saiu,então a fechei.O gosto dele ainda em minha boca e suas palavras em meus ouvidos.Eduardo era casado e muito bem casado,o que ele ia querer com um muleque que nem eu?
A resposta surgiu rapidamente e tentei afasta-lá,mais no fundo eu sabia que só o que ele poderia querer comigo,era apenas uma diversão.Uma coisa passageira e que não lhe trouxesse problemas.
Caminhei até a cozinha,sentindo o estômago pesado.Peguei o mingal de milho,que havia deixado lá e o joguei no lixo.Lavei o prato e a colher,e em seguida fui ao meu quarto.
A tarde resolvi dar uma volta pelo bairro,para me distrair.Voltei com a noite já caindo e tomei um longo banho.Vesti uma cueca marrom,calça jeans preta e uma camisa um número maior que o que eu vestia;de cor cinza.Quando colocava o tênis,ouvi uma batida na porta e fui até lá,a abrindo.Fred me encarou com um sorriso enorme,que eu retribui sem nenhum esforço.Ele vestia uma bermuda de alfaiataria e uma régata branca.
-Que bom que está terminando de se arrumar,quero te levar a um lugar.-Ele disse alegre.
-Que lugar?-Perguntei curioso.
-Vai saber quando chegarmos lá,agora termine e fique gatinho pra mim.-Ele respondeu,me deixando envergonhado.
Deixei ele entrar e voltei ao meu quarto,aonde terminei de amarrar o tênis e passei um perfume.Penteie os cabelos e voltei a sala rapidamente,dando uma olhada no espelho.
Fred que estava sentado no sofá,se levantou e caminhou até mim.Saímos juntos e eu fechei a porta.Fomos até o seu carro e entramos.Ele deu partida e pouco mais de vinte minutos depois estávamos na saída da cidade e ele estacionou.Descemos e Fred abriu o porta mala,pegando um tipo de cesta que havia lá.
-Uma cesta?-Perguntei curioso.
-Vamos fazer um piquinique!-Ele respondeu animado.
O acompanhei até uma estradinha que subia para os lados de onde era só mata,e levava até uma pequena capela.Logo estávamos em frente ao local,que parecia uma igreja em miniatura e pegamos uma trilha a esquerda,chegando a um meio círculo entre as árvores.
-Gostou?...Eu vim a capela hoje de manhã,e pensei,é um bom lugar para se comer,olhando as estrelas.-Fred disse enquanto colocava a cesta no chão e estendia a toalha que trazia.
-É incrível!-Disse enquanto olhava para o céu,vendo todos aqueles pontos luminosos.
Fred sorriu e tirou várias coisas de dentro da cesta,que arrumou sobre a toalha.Me ofereci para ajudar,mais ele negou.Então me sentei de um lado e fiquei a observar o que ele fazia.
-Eu não bebo alcool,então trouxe apenas sucos.Espero que não tenha problemas!-Ele disse após terminar,mostrando duas garrafas.
-Vou adorar isso aí também.-Disse com um sorriso.
Fred serviu duas taças e veio até mim,me entregando uma.E então se sentou ao meu lado,e fizemos um brinde a noite e outro a nossa amizade.
-Sabe Lúcio,nunca tinha me sentindo tão vivo,como venho me sentindo nesses dias que passei ao teu lado.-Fred disse enquanto me encarava.
Sem saber o que dizer,apenas sorri e ele acariciou meu rosto com delicadeza.Seus olhos encontrando os meus,fazendo meu peito se inflar de tanta ternura e carinho que sentia por ele.
Fred me deu um beijo leve na testa,fazendo meu rosto arder e se levantou.Experimentei um pouco de cada coisa que ele havia trazido,e gargalhava com sua tese sobre a personalidade dos alimentos.
Quando terminamos,me estendi no chão,e observei o céu azul escuro a minha frente.Era da mesma cor dos olhos do Eduardo,e tão mistérioso quanto os dele.Pensar nele,fez o idiota do meu coração se acelerar,fazendo meu peito subir e descer rapidamente.
"Ele nunca vai retribuir nenhum dos seus batimentos,coração burro."Disse mentalmente pra ele.
-Uma moeda pelos seus pensamentos!-Fred disse enquanto se deitava ao meu lado.
-Tava só olhando o céu,e como ele tá bonito hoje.-Disse sem olhar pra ele.
Fred estendeu sua mão e segurou a minha,entrelaçando nossos dedos.Não vi nenhum mal naquele gesto,e permiti que ficássemos de mãos dadas,a observar o universo e seus mistérios.
Continua...
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Olá pessoal,boa madrugada!
Hoje foi um dia especialmente corrido pra mim e escrevi o conto agora,então não deu tempo de revisar.Me desculpem por qualquer erro ou se não estiver tão legal.
ValterSó,Lúcio ainda não tem emprego e nem para onde ir,então ele se obriga a ficar na casa da mãe.As vezes a vida nós obriga a passar por certas situações,mas sempre melhora depois.
RU/Ruanito gostar de alguém e isso,é pagar esses tipos de papéis.kkkkk
Geo Mateus está é uma história de escolhas,então é difícil definir quem será o verdadeiro amor.Antes que Lúcio consiga chegar a essa definição,ele viverá várias coisas.
Chria tudo que Lúcio filho sabe sobre o pai,é aquilo que ele viu e ouviu dele,no pouco tempo que conviveu com ele.Então têm muita coisa por aparecer ainda.
Adios Pri,coração solitário,Morenaaa,impact e Haryan obrigado pelos comentários e notas,e também pelos elogios.Espero que gostem desse capítulo!
Obrigado a todos que leram...
Até a próxima!