Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 05: 'Ameaças'

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 2176 palavras
Data: 07/01/2017 00:25:39
Última revisão: 31/08/2024 02:19:34

Ser ameaçado não é uma coisa boa. Felipe tentou disfarçar, mas Nick não acreditou e cravou o seu valor. Sem saída, o intercambista precisou aceitar a chantagem e pagaria 50 Euros para manter o silêncio de seu colega de trabalho. O nervosismo tomou conta dele e só uma coisa poderia acalmá-lo: a comida.

Naquela noite, Guilherme convidou o crush para um jantar. O restaurante era um dos mais bem avaliados em um aplicativo de gastronomia. O principal serviço do lugar chamou a atenção de Felipe, afinal, quem não ama um rodízio de massas? O Felipe ama.

Felipe ficou muito nervoso, e quando isso acontece apenas uma coisa consegue acalmá-lo, e essa coisa é comida. Ele foi a um restaurante com Guilherme e aproveitou que era rodízio de massas.

— Nossa. — Guilherme se impressionou com a quantidade de comida que Felipe estava colocando na boca. — Você está comendo mais que o normal. Tá tudo bem? — ele perguntou. Felipe respondeu com a boca cheia e Guilherme não entendeu nada. — Calma, Felipe. Engole a comida primeiro ou vai engasgar.

— Está tudo bem. — disse Felipe. — Tudo ótimo mesmo. Sem novidades.

— Se você diz. Ainda bem que na sexta-feira eu me livro desse troço no meu pé.

— Ainda está doendo?

— Não. Ainda bem.

— Que bom. — soltou Felipe dando um sorriso que iluminou os olhos de Guilherme.

A semana passou normalmente, mas Felipe continuava preocupado com a ameaça de Nick. Ao mesmo tempo, o jovem estava feliz por conhecer o Guilherme a cada novo encontro. Ele tentava negar, mas a cada dia gostava mais dele. Durante o almoço, ele ficou pensativo, Nariko até pensou que ele havia pegado um resfriado.

— Você está bem? — quis saber Nariko, chamando a atenção do amigo. Felipe não percebeu e continuou perdido em seus pensamentos. — Felipe. — estalando os dedos.

— Oi. — respondeu Felipe.

— Deve ser algo sério. — ressaltou Nariko olhando para Kaity, que solta uma risada.

— Tá tudo certo?

— Sim... não... quer dizer... eu acho.

— Nossa que situação. É um conflito de emoções? — perguntou Nariko mordendo uma maça.

— Quase isso. É... — Felipe procurou as palavras certas. — Eu estou gostando de alguém?

— Guilherme. — disparou Nariko para a surpresa de Kaity, que colocou as mãos no rosto. Felipe ficou vermelho de vergonha.

— Guilherme?! — Kaity gritou e chamou a atenção de alguns alunos. — Guilherme é um menino? Mentira.

— Isso, Nariko. — solta Felipe ficando vermelho e comendo com mais garra ainda.

— Ah, qual é? Isso é normal. — Nariko normalizou o assunto para tranquilizar o amigo. Ela pegou sua máquina fotográfica e mostrou uma foto de Guilherme para Kaity. — Olha, Kaity. Esse é o Guilherme.

— Sério? Felipe, ele é adorável. — Kaity afirmou, deixando Felipe encabulado. — Vocês ficam bonitos juntos. Gente, os dois são lindos. — Kaity se atrapalhou em algumas palavras, mas os amigos a ajudaram na pronúncia certa.

— Só tem um problema. Somos de universos diferentes. Não sou bom o suficiente para o Guilherme. — Felipe se sentiu derrotado ao dizer essas palavras.

— Nada disso, Felipe. Você é um cara bonito, inteligente e engraçado. Acho que deve pedir o Guilherme em namorado. — sugeriu Nariko, pegando a foto de Guilherme e mostrando para Felipe. — Me pede em namoro, Felipe. — fazendo uma voz engraçada.

***

Guilherme estava sentado na sala de espera do hospital, impaciente e ansioso para finalmente tirar as ataduras do pé. Ele estava acompanhado por John, seu amigo de longa data, que o apoiava nesse momento difícil.

Depois de um longo tempo de espera, eles foram chamados para a consulta com o médico. Guilherme sentiu um misto de nervosismo e alívio ao entrar no consultório. O médico, com sua habitual seriedade, examinou o pé de Guilherme e, após alguns instantes de análise, começou a retirar as ataduras com cuidado.

O rapaz sentiu um leve desconforto enquanto o médico trabalhava, mas estava determinado a se livrar daquelas faixas que limitavam seus movimentos. Finalmente, depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade, as ataduras foram removidas completamente.

Guilherme seguiu as instruções do médico, mexendo os dedos conforme solicitado para avaliar a sensibilidade e a mobilidade do pé. Em seguida, com um misto de ansiedade e esperança, ele se levantou devagar, apoiando-se na cadeira ao lado.

Um sorriso de alívio surgiu em seu rosto quando ele percebeu que conseguia ficar de pé sem sentir uma dor aguda. Houve apenas um leve desconforto, mas o médico assegurou que era normal após a remoção das ataduras.

— Estou livre. — comemorou Guilherme, enquanto saia do hospital. — Vou poder trabalhar e...

— Tá muito animadinho. — John cortou o rapaz. — Posso saber o real motivo?

— Sério? — questinou Guilherme. — Meu dia está tão bom. Você vai querer estragar tudo? Olha, John. Eu agradeço o seu apoio, mas eu preciso ir. — saindo do hospital. Deixando um pensativo John para trás.

— Já sei. — soltou John, pegando o celular e ligando para o pai de Guilherme. — Sr. Thompson, o correu tudo bem no consultório. Escuta, eu queria pedir um favor.

O dia passou rápido, principalmente para Felipe que precisou fazer uma série de tarefas. Entre um atendimento e outro, ele encontrava breves momentos para praticar o seu inglês e interagir com os alunos.

Finalmente, ao término de um dia intenso de trabalho, o intercambista pode arrumar o escritório e fechar a porta. Uma sensação de cansaço misturada com gratidão o envolveu enquanto caminhava em direção ao dormitório.

— Olá? — ele disse ao entrar no quarto, sendo recebido por um animado Tchubirubas. — Calma. Vou já colocar a tua ração. O que eu já disse sobre ficar latindo alto? Seu lindão. — fazendo uma voz engraçada.

Após alimentar o seu animal de estimação, Felipe se permitiu relaxar, sabendo que havia cumprido suas responsabilidades com dedicação e empenho. Ele deixou um som rolando em seu celular e tirou as roupas, dobrando as peças com cuidado.

A melhor parte do dormitório era o chuveiro. Felipe adorava sentir a água quente percorrendo todo o seu corpo. De alguma forma, o rapaz se sentia em conexão com a natureza. Aquilo o relaxava.

Depois de um merecido banho, Felipe seguiu para a cozinha, apenas com uma toalha e um cachorro seguindo todos os seus passos. Ele pegou uma bandeja de lasanha congelada e colocou no microondas. De repente, a campainha tocou.

— Droga. Quem é?! — perguntou Felipe, estranhando uma visita tão tarde.

— Sou eu, o Guilherme. — o amigo tentava falar alto e baixo, ao mesmo tempo. Afinal, não queria causar problemas para Felipe.

— Droga, o Nick. — Felipe lembrou que o colega de trabalho o estava chantageando. Então, de uma maneira brusca, abriu a porta e puxou Guilherme para dentro do quarto.

— Eita. — Guilherme vociferou, olhando para o amigo e ficando vermelho.

— O que foi? — quis saber Felipe ao perceber o rosto de Guilherme ganhar uma coloração vermelha.

— Eu, eu atrapalhei alguma coisa? — questionou Guilherme, apontando para baixo.

— Não. — Felipe baixou a cabeça e percebeu que estava pelado. — Jesus. — pegando a toalha rápido e envolvendo no corpo nú. — Me perdoa, Guilherme. Pelo amor de Deus. Eu sinto muito. — ficando sem graça, quase desesperado.

— Felipe...

— Meu Deus. Eu sinto muito mesmo. Eu acabei de tomar banho e coloquei uma lasanha para esquentar, então você chegou e me viu nesse estado. Eu vou só um minuto no banheiro. — saindo do quarto em uma velocidade singular.

Se matar. Felipe queria se matar, após passar a maior vergonha na frente do seu crush. Por outro lado, Guilherme ficou nervoso demais para tocar no assunto quando o amigo voltou do banheiro.

Ele contou para Felipe todas as novidades sobre a sua saúde e garantiu que já estava com o pé pronto para novas aventuras. Para celebrar, Guilherme o convidou para jantar. Felipe acabou aceitando, pois acabou deixando a lasanha queimar no microondas.

Enquanto dividiam a refeição, os olhares trocados entre Felipe e Guilherme revelavam a profundidade dos sentimentos que nutriam um pelo outro. No entanto, apesar da atração mútua e do carinho que compartilhavam, ambos hesitavam em dar o próximo passo em sua relação.

Para Felipe, a ideia de se envolver romanticamente com alguém de uma classe social tão diferente da sua era intimidadora, enquanto Guilherme, apesar de sentir uma conexão genuína com o amigo, temia não ser bom o suficiente para Felipe.

— Essa sobremesa está uma delícia! — exclamou Felipe, todo lambuzado com creme.

— Você é uma graça. — Guilherme se esticou e limpou a boca de Felipe, que ficou sem graça e sorriu. Com o movimento, Guilherme deixou o celular cair no chão e se abaixou para pegar o aparelho.

— Com licença. — entregando a conta para Felipe.

— Obrigado. — pediu Felipe, abrindo o envelope e ficando chocado com o valor do jantar.

— O que foi? — Guilherme voltou a sua atenção para Felipe. — Ah. — pegando a conta. — Eu pago essa.

Felipe passou quase meia hora falando sobre o preço da conta. Guilherme até se assustou com o drama, mas para Felipe aquele valor estava fora de cogitação. Eles decidiram mudar de assunto, afinal, o momento é de celebração.

Querendo aproveitar o resto da noite, Guilherme levou o amigo para conhecer a London Eye, uma roda gigante que dava visão panorâmica da cidade. Eles embarcaram no compartimento e subiram.

— Caramba! — exclamou Felipe com o rosto colado no vidro. — Olha que incrível. Eu não acredito.

— É lindo, né?

— Essa cidade é perfeita. E tudo o que ela me trouxe até agora também. — virando e olhando com ternura para Guilherme.

— Você é muito especial. — garantiu Felipe se aproximando de Guilherme e tocando em seu rosto. — Obrigado por ser tão maravilhoso. — o beijando.

— Você também é. — afirmou o rapaz, pegando o celular e aproveitando o momento para tirar uma selfie.

Noite perfeita. Porém, o vinho falou mais alto para os dois. Eles seguiram sorrateiramente no dormitório, mas quando estavam próximos ao quarto foram parados por George, o diretor da Escola. O homem ficou surpreso ao encontrar Guilherme junto a Felipe. Os dois foram dedurados por Nick que já arquitetava um plano para extorquir mais dinheiro do colega.

— Desculpa, George. — pediu um bêbado Guilherme, enquanto era amparado por Felipe. — Está muito tarde. Pedi ao meu pai para dormir aqui.

— Tudo bem. — afirmou o homem. — Você não quer dormir em um alojamento só para você?

— Não precisa! — exclamou Guilherme. — Eu vou ficar mais confortável com o Felipe. Não se preocupe.

— Perfeito. — disse George, antes de seguir o seu caminho.

— Ok. Que susto, Gui. — soltou um ofegante Felipe. — Bem, agora vai sobrar para o Tchubirubas. — abrindo a porta do dormitório.

— Por que?

— Ele vai dormir no banheiro hoje. Eu tenho um assunto urgente. — puxando Guilherme para dentro do quarto.

— Tem certeza?

— Sim. — respondeu Felipe, tirando as peças de roupas e ficando pelado na frente de Guilherme.

— Bem, eu já tive um spoiler. — comentou Guilherme, também tirando as suas roupas.

Despidos, os dois se olharam de forma apaixonada. Os olhos de Felipe brilharam com uma intensidade apaixonada enquanto olhava para o seu crush. Eles se aproximaram lentamente, seus corpos quase se tocando, mas hesitantes, como se cada movimento fosse precioso demais para ser apressado.

Quando finalmente se encontram, é como se o mundo ao seu redor desaparecesse, deixando apenas eles dois no centro de um universo feito de amor e desejo. Seus lábios se encontram em um beijo suave, mas cheio de paixão, selando o início de uma jornada emocionante juntos.

Tudo certo. O encaixe perfeito. Eles dormiram juntos e pelados. De madrugada, Felipe acordou para ir ao banheiro. Ele liberou Tchubirubas, que estava dormindo, e reclamou por ser acordado. Ele retornou para a cama e ficou admirando um adormecido Guilherme.

Um final de semana maravilhoso. Guilherme e Felipe se amaram de todas as maneiras possíveis. Tchubirubas, que sentiu o impacto, pois dormiu quase dois dias no banheiro, mas também não se importou.

Na segunda-feira, aconteceu uma apresentação de Felipe sobre a cultura brasileira para os seus colegas de intercâmbio. Ele decidiu levar um pouco da gastronomia do Brasil, como um prato de brigadeiros, bolinho de chuva e guaraná Antártica.

Felipe serviu seus colegas de classe e explicou mais sobre os pratos típicos do Brasil. Após a aula, o rapaz almoçou e seguiu para a administração. Ele recebeu o chamado de uma aluna que havia entupido o ralo do banheiro com cabelo. Com nojo, o jovem ligou para a empresa responsável pelos encanamentos, mas não conseguiu nada, ou seja, mãos na massa.

No final daquela tarde, George reuniu os funcionários da escola e queria dar dois avisos. O primeiro era a entrada de Guilherme para a administração da Escola de Intercâmbio. O segundo aviso pegou todos de surpresa. O diretor anunciou John como o novo supervisor da instituição, que ficaria responsável de arrecadar recursos e novos parceiros.

— Eu fico muito feliz que o Sr. Thompson tenha pensado no crescimento desta escola. Então, a partir de agora qualquer decisão precisa passar pelo John. — explicou George para a surpresa dos funcionários.

— Opa, desculpa o atraso. — pediu John ao entrar na sala de reunião. — Fui pegar a minha identificação. — balançando o objeto. — Então, senhoras e senhores, a partir de hoje estarei aqui na Escola sendo os olhos e ouvidos do Sr. Thompson e conto com a ajuda de todos presentes aqui.

— Lascou. — pensou Felipe, quase caindo da cadeira.

— E agora? — questionou Guilherme, que fuzilava John com os olhos.

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Comentários

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maldito Jhon vontade soca a cara dele,e aquele escroto sujo do Nick tambem como coisa que o Felipe sabia que o Guilherme era filho so chefe desde sempre fala serio esse e outro que tenque se fude bem fudido,pra aprender cuida da sua propria vida.

To adorando e uma comedia romantica com um toque de erotismo perfeito amando ja sou tua fã.

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esse john é um filho da puta cara, que vontade de bater nele.

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