Olá galerinha da Casa dos Contos, eu estou em falta com vocês por causa dos meus outros contos que estão pela metade. Mas prometo finalizá-los. Eu lhes apresento minha nova obra, A Guerra me Ensinou. A história se passa com o Lucas Mariano, jovem que foi recrutado para servir às Forças Armadas em um outro país. Lá o jovem descobre novos sentimentos e o amor, e quando regressa, sua vida mudará drasticamente. Ele vive momentos turbulentos e de novas esperanças.
Será que a vida consegue ensiná-lo lições? Descubra nesse novo conto, que será publicado semanalmente, entre quinta à domingo.
Boa leitura!
######################
Capítulo 01 - O portão verde
Um portão verde era o que me separava da maior aventura amorosa da minha vida! Era o portão do 2ª Batalhão do Exército da minha cidade. Eu ainda não tinha noção disso; aliás, estava até entediado por ter que estar ali, obrigado a me alistar no exército.
Passei pelo tal portão e entrei no local. Por todo o lugar era possível ver jovens, com a mesma idade que eu tinha, 18 anos, agrupados em pequenas tropas de 15 pessoas, sendo cada uma delas fiscalizada por um militar do exército.
Logo fui abordado por um soldado, que pediu meu documento, deu uma olhada e me disse para entrar em uma tropa, apontando para uma que estava bem no canto à direita. La ia eu, me perdendo dentro de uma multidão de recém-adultos.
Logo uma voz autoritária se destacou dentre o burburinho dos jovens, que conversavam entre si.
TENENTE: Atenção jovens!
Todos ficaram em silêncio, prestando atenção a um homem, vestido com uniforme camuflado, típico do pessoal do exército.
TENENTE: Eu sou o Tenente Márcio e irei acompanhá-los durante o seu alistamento militar. Vocês são importantes para defesa do nosso pais! Por isso estamos alistando cada um de vocês, para que possam representar o Brasil nas relações de paz no Iraque.
Iraque??? Meu Deus! Agora é que eu vou morrer! Eu não quero ir pra terra de Bin Laden não.
TENENTE: E antes que perguntem, essa missão não é opcional. Entendidos?
TODOS: Sim senhor!
TENENTE: Vocês estão dispensados por uma semana. Na segunda-feira que vem, todos vocês devem estar dentro deste quartel às 6h30. Podem ir.
********
SARA: Que pena, né gato! Vai lutar lá no Iraque, na terra dos homens-bomba.
EU: Pois é! Que merda, viu?!
SARA: Olha, quando você estiver lá, manda um beijo pro Bin Laden, tá?!
EU: Ha ha. Engraçadinha. Eu só tenho essa semana de folga, segunda que vem estarei viajando pra Bagdá. Então, para matar a saudade, que tal uma noite bem gostosa lá em casa?
SARA: Claro, meu gatão militar!
Saímos da boate para a minha casa, e passamos a noite inteira transando. Deixe-me apresentar: Eu sou Lucas Mariano, filho de uma família bem sucedida, rica e bonita. Sei falar três idiomas, dentre elas o árabe. Tenho 90 kg de músculos bem definidos e distribuídos em 1,80 m de altura. Sou noiteiro, festeiro, amo baladas, dançar e ostentar, é claro!
Com os meus 18 anos, eu já tenho apartamento próprio, carro do ano, dinheiro, trabalho que me deu - e dá - dinheiro e lucro, e ainda abri um negócio de sucesso com sorvetes naturais com pedaços de frutas verdadeiras. Tenho muitos amigos, que sempre me elogiam pelo meu "toque dourado": tudo em que resolvia botar a mão na massa, dava lucro alto. Sou um achado, não acham, leitores?
Eu ficaria numa nice se não fosse esse maldito alistamento militar. Veja que em pleno século XXI ainda se obriga cidadãos a fazerem coisas pelo "bem da nação"... ¬_¬
Eu sou prevenido, e por isso deixei pra Sara, minha mina, o controle da empresa de sorvetes, o apartamento e a minha conta bancária. Antes que venham me dizer que eu estou sendo imprudente ao deixar tudo nas mãos dela, eu já te informo que ela é confiável, e já a conheço desde sempre, então eu confio nela.
Eu aproveitei ao máximo a semana antes da apresentação ao quartel. Fui pra todo o tipo de festas, boates, curti todo o tipo de mulheres, tranquei minha matrícula na faculdade de administração, preparei as malas e gastei muito com tudo isso. Ah, e frequentei bastante a academia, para fortalecer meus músculos.
Então, no meu último dia em solo brasileiro, eu chamei a minha gata para dar as instruções.
EU: Então, gata, vou deixar a casa e a empresa na sua mão. Como sabemos que você não entende nada de negócios, você pode ligar para o meu gerente neste telefone aqui - dei um cartão com o telefone dele - e ele vai te orientar. Aqui está a procuração reconhecida em cartório, te dando poderes para ter controles dos meus bens.
Sara pegou os envelopes e as chaves que estavam na minha mão.
SARA: Deixa comigo, meu general gato, eu fazer direitinho o que você disse! - disse ela, passando a mão pelo meu corpo sarado - para a sua despedida, gostoso, quero provar desse seu corpinho, sarado, gostoso, grosso...
Ela dizia isso com uma voz bem sensual, me deixando de pau duro. Peguei ela de jeito, botei ela de quatro, e meti bem gostoso naquela xota molhadinha. Meti com força ali, fazendo ela gemer e a cama do meu quarto se mexer. E ela era fogosa, viu?! Pois aguentava minha tora de 20 cm numa boa. Eu tô até em ponto de bala aqui, só de relembrar a foda com ela. Morena puta, viu?!
Bom, tive que acordar bem cedo na segunda, pois tive que estar no quartel bem cedo. Fui um dos primeiros a chegar. Fiquei esperando até chegar o horário combinado. E aproveitei para conhecer a rotina do quartel. Eu vi um cabo sentado, de cabeça baixa, apoiado na coluna de um dos vãos do quartel. Apesar da tristeza, ele aparentava confiança, e isso me chamou a atenção. Em seguida um outro militar chega e se senta ao lado dele. Eles conversavam e parecia que ele dava consolo ao primeiro militar.
O que me chamou a atenção foi que eles entrelaçaram os dedos, acho que eram namorados, e sorriram um para o outro. Eu sou hétero, cara, mas eu gostei daquela demonstração de afeto. O militar ficou mais feliz depois daquela conversa.
Bom, fiquei quase uma hora sentado, esperando dar 6h30. Era interessante o nível de organização dali: os pelotões marchavam bem sincronizados, até as atividades designadas para os soldados eram feitas com uma organização exemplar.
Saí dos meus pensamentos com um praça me abordando.
CABO: Com licença. Você foi convocado para a missão para o Iraque?
EU: Sim. Fui convocado e estou esperando dar o horário.
CABO: Ok. Você sabe que será uma missão difícil! Os ânimos lá no Iraque tá pra lá de Bagdá! - dei uma gargalhada baixa, e ele sorriu - Bom sorte pra você!
EU: Obrigado cara! Vou me lembrar disso... Me chamo Lucas. E você?
CABO: Sou o Cabo Mariano. Pode me chamar apenas de Mariano, mas só quando estivermos sós, é pra eu não perder o respeito aqui. Acredite que o respeito aqui vale ouro!
EU: Tudo bem! Valeu pela informação.
CABO: Por nada. Eu também viajarei nessa missão com vocês. Essa é a minha segunda missão, e espero voltar vivo dela.
EU: Eu também, Mariano, eu também...
CABO: Com licença, pois eu tenho que ir para o meu posto. Aproveite a viagem!
EU: Obrigado! - e me levantei para apertar a mão dele. Eu olhei para aqueles olhos dele, e o meu coração simplesmente amoleceu. Não sei explicar bem o porquê, mas me senti bem apertando aquela mão.
Ele foi embora, para o local dele, enquanto eu continuava esperando o início da viagem. Logo os outros "passageiros" chegavam ao quartel.
Por último eu vi o mesmo tenente que conversou com a gente há uma semana atrás. Ele nos colocou em forma - agrupados - e foi conversar com a gente.