Cap.24
Quando voltei para o quarto, ele ainda dormia, lindamente. Me aproximei dele, com todo cuidado e fiquei observando ele enquanto dormia... Aos poucos, lembranças daquela noite voltavam a minha mente, e me deixava ainda mais apaixonado...
- Eu não imaginava que chegaria a gostar tanto de alguém quanto gosto de você – sussurrava, enquanto o olhava – e nem que você era tão bom de cama – sorria, o observando. Quase que naquela hora ele acordou, e me olhou. Com aquela cara de sono incrivelmente charmosa que só ele tinha – Bom dia – falei, eu.
- Bom dia – ele retribuiu. Sorriu, ao me ver – dormiu bem ?
- Melhor do que em qualquer outra noite – sorri... Se dali pra frente o nosso namoro se baseasse sempre naquela felicidade, ele duraria muito.
- Tem certeza ?
- Tenho – falei, sorrindo.
MINUTOS DEPOIS
Eu e ele comíamos algo no café.
- Quer dizer que o seu irmão brigou com os seus pais ?
- É isso aí... E de novo, já que ele já tinha brigado com eles uma outra vez... Só hoje eu percebi o quão conservadores os meus pais são... Tenho até medo sabia, de nós... – falei, olhando para ele.
- Eu também tenho... – ele falou, mordendo o pão enquanto pensava. De repente, ouvi passos na escada. Quando olhei, era Samuel descendo, com as malas. Quase que imediatamente me levantei, e caminhei até ele.
- Então você vai mesmo embora ? – falei, olhando pra ele.
- Vou... Já não me sinto mais bem vindo nesta casa. Vou para um hotel esperar o dia da viagem...
- Eu ainda estou indignado com isto tudo – falei, olhando pro alto – porquê eles não aceitam a sua felicidade ?
- Talvez porque eles se preocupam mais consigo mesmos do que com os filhos – falou, sorrindo de canto, mas era um sorriso triste, forçado... Aquilo me entristecia ainda mais – espero que você tenha mais sorte que eu Lucas... E que tudo entre você e o João, dê certo – dizia ele, olhando para cozinha.
- Obrigado irmão...
- Vá me visitar nas suas férias, eu faço questão.
- Pode deixar, eu vou – falei, sorrindo
- E se precisar de alguma ajuda, não importa qual seja... Me chame, ouviu bem ? Eu ajudarei você com o que precisar...
- Tudo bem irmão... Eu não me esquecerei de você....
Vê-lo sair daquela casa assim, cabisbaixo, triste, simplesmente por causa de um puro preconceito era de se indignar. Eu não conseguia acreditar que os meus pais estavam sendo tão intolerantes como demonstravam naquele momento serem. Aquilo, ao mesmo tempo que me entristecia, me dava medo. Já que eu estava namorando um rapaz....
DIAS DEPOIS
Como sempre, dia após dia a nossa cumplicidade só fazia aumentar, e eu adorava tudo aquilo. Andava por entre os corredores da Biblioteca, a procura de um livro, quando de repente senti um abraço forte por trás.
- E ai ? Já estava com saudade de mim ? – e de repente um beijo na minha nuca, que me arrepiou por completo. Eu já sabia quem era.
- Com muita saudade – falei, me virando e olhando para ele...
Já tínhamos praticamente 90 dias de namoro e aquilo só fazia melhorar... Eu não entendia como, mas o meu sentimento por ele só aumentava. Algumas outras vezes nós dormimos juntos, e como sempre as lembranças ficavam estampadas no nosso corpo...
- É o músculo Masseter esse aqui – dizia Iasmyn, me olhando.
- Tem certeza ? – quase que de repente ela sorriu – o que foi ?
- A noite foi boa hoje ein ? – no primeiro momento eu não entendi o que ela quis dizer .
- Porquê está dizendo isso ? – perguntei, com ingenuidade. De repente então ela colocou a mão no meu pescoço.
- Te arrepiou muito quando o João deixou esse chupão aqui no teu pescoço ? – de repente então arregalei os olhos. Peguei o celular, e foi só quando notei que haviam marcas no meu pescoço.
- Meu Deus, acredita que eu nem tinha notado...
- Para de perturbar ele Iasmyn – um outro colega falou – só os melhores casais se amam assim kkkk – aquilo tudo me deixava envergonhado. Mas eu não podia negar, que adorava cada marca que ele me deixava...
Aquela altura, eu já não conseguia viver sem ele. Sentia que um dia longe dele seria uma tortura. Não sabia até quando aquele sentimento ia durar, mas ele era enorme, disso eu tinha certeza. Entretanto, aos poucos eu comecei a descobrir um lado do João que eu não conhecia.
- Alunos, preciso que vocês formem trios e peguem esta folha aonde estão os músculos da expressão facial e da mastigação. Vocês vão colocar aonde cada um se localiza... – todos começaram a formar os seus trios, e eu logo me juntei ao João. Entretanto faltava uma pessoa. Quase sempre era a Iasmyn mas naquele dia ela se juntou a outro grupo. Até que eu vi Jonathan ali, sozinho.
- Porquê a gente não chama ele ? – olhei para João.
- Tudo bem – ele falou, por algum motivo de cara fechada. Logo em seguida cutuquei Jonathan.
- Ei ? Você não quer vir para o nosso grupo ? – perguntei, quase logo em seguida arrancando um sorriso dele.
- Tudo bem – logo ele se juntou a nós... Começamos a avaliar a atividade juntos, até que de repente ele me chamou atenção para algo.. – vem cá, você poderia me ajudar com uma coisa ?
- Claro – falei, sorrindo.
- É que eu ando tendo muita dificuldade com aquele assunto de parasitismo... Me disseram que você entende bem o assunto... Você não quer me ajudar ?
- Tudo bem... A gente marca uma hora na biblioteca e eu ajudo você – falei, sorrindo...
TEMPO DEPOIS
Logo a aula terminou, entregamos a atividade e começamos a sair. Jonathan começou a andar, ao nosso lado.
- Vocês moram muito longe daqui ? – ele perguntou
- Depende... Eu acho longe, mas tem lugares mais longes – falei.
- Ah... Então até mais rapazes... E não vá esquecer do que eu pedi - falou, sorrindo. Eu retribui o sorriso, como sempre faço com qualquer pessoa. Quando virei, vi um João sério e emburrado.
- O que foi ein ? Porquê você está com essa cara de criança castigada ?
- Esse rapaz... Algo não me agrada nele...
- Porque não ? Ele parece ser boa pessoa...
- Esse é o problema... Não fique muito próximo dele... – a feição dele era idêntica aquela que ele fazia quando me via com Samuel antes de saber da verdade.
- O que ? Você está com ciúme dele, é isso ?
Continua
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