Continuando...
Tentei pensar no que fazer com o Deca por perto,mais não conseguia chegar a nennhuma idéia.Por fim decidi desistir e tirando a roupa devagar,fiquei apenas de cueca.Me sentei no colchão e retirei o tênis,me deitando logo em seguida.Não era a dormida mais confortável do mundo,pois podia sentir o chão.Mais era melhor que ter apenas um lençol fino para dormir,como era antes,então não podia reclamar.Me enrolei com o lençol que tinha ali,e não demorou muito até que adormecesse em um sono profundo e sem sonhos.
Senti uma pontada profunda nas minhas costelas,e abri os olhos,piscando várias vezes até conseguir mante-los abertos.Me sentei e passei a mão pelos cabelos,dando de cara com a minha mãe que me olhava nervosa.
-Até que enfim acordou seu miserável.Agora pega suas coisas e sai!-Ela disse com as mãos na cintura.
-O que?-Perguntei surpreso.
-Vou precisar da casa só pra mim e uns amigo aí,e tu têm que vazar agora.-Ela respondeu rapidamente.
-E eu vou pra onde?-Perguntei enquanto a observava.
-Não me interessa,vagabundo.Se vira!-Ela respondeu sem paciência.
Levantei,ainda bastante sonolento;e peguei minhas roupas.Me vesti apressado e fui em direção ao banheiro,onde fiz minha higiene.Voltei a casa e minha mãe me levou até o lado de fora,onde jogou o tênis em cima de mim.
-Só aparece aqui a noite,verme!-Ela disse com desprezo.
-Então larga um trocado aí,se tu não quiser que eu volte antes.-Disse irritado.
Minha mãe meteu a mão no bolso e jogou uma nota de vinte reais,batendo a porta com força na minha cara,logo em seguida.Apanhei os tênis,tentando decidir para onde iria,já que os únicos amigos que tinha,estavam presos.
Após um longo tempo,decidi que iria visitar a minha avó e ver como ela estava,então desci a rua até o ponto,e peguei a van que estava de partirda.Coloquei o tênis e depois de cinquenta minutos,cheguei a rua onde ela morava.
Como eu só havia estado ali umas poucas vezes,não sabia bem qual era a casa,então tive que perguntar e me indicaram uma de portão azul.Caminhei até lá,e bati palmas várias vezes.Um homem gordo,baixo e com cabelos cortados em estilo militar,saiu da casa e me encarou,sua expressão se tornando de fúria.
-O que você faz aqui,Lúcio?-Ele perguntou,cruzando os braços.
-E aí Tio João,eu tava dando uma volta ae pela cidade,e decidi dar um pulo aqui,vê a vó sabe?-Respondi enquanto segurava nas grades do portão.
-Conta outra,que não nasci ontem.O que tu aprontou?-Tio João respondeu.
-Nada cara,tô falando sério...Só vim ver a vó mesmo.-Respondi cansado.
-Aqui não é lugar pra vagabunda da tua mãe,e nem pra o vagabundo miserável que ela trouxe ao mundo.Vá embora!-Tio João disse após um tempo em silêncio,pondo pra fora toda a raiva que sentia.
-Tio João,só quero dar um oi pra ela,vê como ela tá.-Insisti,tentando convencer ele.
-Da última vez que minha mãe te viu,baixou o hospital e ficou muito mal...Então o melhor que você faz,é voltar pra o buraco de onde saiu e esquecer da gente,muleque safado!-Ele disse,com o tom quem está finalizando a conversa.
Pensei em continuar insistindo mais percebi que não iria levar a lugar nenhum,pois eu não era bem vindo ali.Na verdade não era muita surpresa saber disso,eles sempre deixaram bem claro,que de mim e da minha mãe,só queriam a distância.
Quando começei a me afastar do portão,uma voz doce e bondosa me chamou,fazendo com que eu me virasse rápido.Uma mulher baixinha,de cabelos pretos e rosto bastante enrugado me olhava com carinho,através das grades.
Um rapaz que eu nunca tinha visto,abriu o portão e me deixou passar.Caminhei até a minha avó e lhe dei um abraço apertado,sentindo ela me retribuir.
-Oh meu neto,desculpe a demora.Eu tava lá dentro e seu primo me avisou que você tava aqui!-Ela disse após nos afastarmos.
-Tudo bem,vó!-Disse com um sorriso.
-Agora me deixe ver você...Meus Deus,seu cabelo está enorme e precisa ser cortado...E que roupas largas são essas?...Lúcio você está muito magro,meu filho.Não está se alimentando direito?-Ela perguntou preocupada.
-Mais ou menos.-respondi.
-Você já comeu alguma coisa hoje?-Ela perguntou enquanto me olhava nos olhos.
-Ainda não vó,mais tô legal.-Disse,enquanto olhava por cima de seus ombros e via a expressão de ódio do Tio João.
-Não tá coisa nenhuma,você vai entrar e tomar café,agora.-Ela disse decidida.
-Acho que é melhor não.-Disse ainda sem tirar os olhos do Tio.
-Essa casa é minha,e você é tão meu neto quanto os outros...Ande,venha!-Ela disse,segurando minhas mãos e me puxando.
A acompanhei até a cozinha,onde me sentei a uma enorme mesa.Minha avó me serviu um copo de café com leite com bolo,que comi faminto,pois estava desde ontem a tarde não comia nada.
-A senhora,vai trabalhar hoje?-Perguntei,ao parar para tomar fôlego.
-Já estive lá e só vim organizar umas coisas,mais já tenho que voltar.-Ela disse enquanto me olhava,seus olhos transbordando de alegria.
-Ah,legal!-Disse,enquanto voltava a comer mais devagar.
-Como tà a tua mãe?-minha avó perguntou,enquanto apertava as mãos.
-Na mesma,né vó?...Gente ruim não muda.-Respondi ainda irritado pela forma como ela me botou pra fora.
-Verdade,e pensar em tudo que fiz por aquela menina,dei o que tinha e o que não tinha pra ela.Fiz de tudo pra que ela estudasse,quisesse ser alguém,mais tua mãe se envolveu com quem não presta,e esqueceu do futuro.-Ela disse com tristeza.
-Fica assim não,ela não merece teus sentimentos,vó!-Disse enquanto pegava a mão dela e apertava.
-E tu veio fazer o que aqui?Quando vai pra casa?-Ela perguntou após um tempo em silêncio.
-Tô só andando por aí!-Respondi,sem querer fazer ela sofrer.
-Então vamo comigo até a padaria.-Ela disse ficando de pé.
Terminei de comer e coloquei o prato e o copo na pia.Minha avó entrou em um quarto e logo veio até mim,e saímos juntos até a calçada.Depois de fazer várias recomendações ao meu tio João e de falar qual horário,ele deveria acordar meu tio André que ainda dormia,caminhamos lado a lado em direção ao trabalho dela.
Quando chegamos lá,vimos que a padaria estava lotada de pessoas e demorou bastante até que chegássemos ao outro lado do balcão.Pegando minha mão,minha avó me levou até a cozinha,e então me encarou séria.
-Oh meu neto,me dói tanto saber o quanto você sofre...Saber que enquanto minha mesa tá cheia,você tá passando fome.Dormindo no chão como se fosse um mendigo e sendo tratado como um bicho.-Ela disse,seus olhos se enchendo d'agua.
-Fica assim não!...Eu vou sair dessa.-Disse,tentando dar um sorriso sincero a ela.
-Sabe que não sou rica,mais minha casa tá sempre aberta pra quando tu quiser vir...Quando quiser um prato de comida ou que a vó ajeite sua roupa,tá bom?-Ela perguntou emocionada.
-Valeu,vó!...A senhora é incrível!-Respondi enquanto a abraçava forte.
A porta da cozinha se abriu e uma mulher de longos cabelos loiros escuros entrou e veio até mim e minha avó,nos olhando com doçura.
-Dona Helena?...Esse é o meu neto,Lúcio.-minha avó disse com carinho,após nos afastarmos.
Nós comprimentamos e Helena me chamou para sair dali,pois a cozinha era proibida a não funcionários.Dei um beijo na minha avó e sai com ela até a área atrás do balcão,aonde ela me ajudou a passar e saímos em direção a calçada.
-Desculpe,ter que fazer você sair desse jeito,mais não é permitido.-Ela disse,sua voz saindo doce e meiga.
-Tudo bem!-Disse envergonhado.
-O que você faz aqui?-Uma voz forte e grossa perguntou atrás de mim.
Me virei rapidamente e dei de cara com Eduardo,que me encarava sério.Atrás dele seu carro preto,com a porta do motorista aberta.
-Ah,então vocês se conhecem?-Helena perguntou em tom de alegria.
-Não Helena,eu saio perguntando a qualquer um,o que eles fazem em tal lugar.-Eduardo respondeu azedo.
-Você sempre sendo doce,meu querido irmão.-Ela disse sem perder a alegria.
-E você sempre sendo irritante!-Ele disse ainda bastante sério.
-Mais ainda consigo te fazer sorrir...Mesmo que seja cada vez mais difícil.-Ela disse enquanto o encarava.
Eduardo pareceu que ia falar alguma coisa,mais desistiu.Ele caminhou de volta ao carro e fechou a porta com força,em seguida veio até nós novamente.
-Lúcio,quero você na minha sala.-Ele disse,saindo logo em seguida.
-Nossa,mais hoje ele está mordido.-Disse,após vê-lo entrar na padaria.
-Tenho pena dele!-Helena disse,ainda do meu lado.
-Por que?-perguntei enquanto olhava em seus olhos.
-Porque papai passou a vida tentando transforma-lo no chefe da nossa família,o responsável por tudo e por todos.Mais nunca lhe perguntou,se era isso que ele realmente queria!-Ela respondeu com tristeza.
Nunca imaginei o Eduardo sendo um homem,que alguém precisasse ter pena.Ele parecia tão forte e decidido,capaz de se defender sem precisa de ninguém.Será que as coisas não eram bem assim?
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Olá,boa madrugada!
Martines que legal sem sal!kkkkkk
Haryan tudo nesse conto está ligado,então o mistério é uma coisa que envolve todos.Ih falei de mais kkkkkkk
Morennaa ela a avó dele acabou de aparecer.Lúcio não é azarado,acho que ele nasceu no lugar errado kkkkkkk
impact,Ru/Ruanito,ValterSo e Nicolas H obrigado pelos comentários e notas.
Espero que gostem desse capítulo...
Até a próxima!