Cap 39
*Mariana*
Fui correndo pra casa, durante o caminho tentei ligar para Fernanda, mas ela não atendia. Sabia que havia vacilado feio dessa vez, ela é a mulher da minha vida, mas por um tempo eu havia me esquecido disso. Tentaria concertar tudo de ruim que eu havia feito ela passar. Assim que cheguei em casa vi que ela estava deitada no sofá, estava linda. O clima estava muito romântico, ela havia preparado um jantar romântico pra nós e eu não vim, magoei a pessoa que eu mais amo. Me senti um lixo por tudo que havia feito Fernanda passar nesses últimos meses. Respirei fundo, fui até ela e a acordei.
Eu: Fê, acorda. – Toquei em seu braço.
Fê: Você demorou, falou que ia voltar pro jantar. Acabei sentando aqui pra te esperar e dormi. Que horas são? – Ela falou se levantando.
Eu: Já esta tarde, eu perdi a hora. Me desculpa? Você está linda.
Fê: Obrigada! Onde você estava?
Eu: Sai com um amiga.
Fê: Saiu com uma amiga? É isso que você tem pra me dizer? Pra onde foi Mariana?
Eu: Pra uma festinha.
Fê: Não precisa falar mais nada Mariana. – Ela se levantou.
Eu: Desculpa Fê, eu perdi a hora. Me perdoa! Não vai mais acontecer. Você
esta com fome? Posso esquentar o jantar e comemos.
Fê: Não vai mais mesmo acontecer Mariana. Cansei! Cansei de ser compreensiva. Cansei de te entender. Ultimamente você não para em casa, sempre tem um compromisso, parece que a ultima pessoa do mundo que quer ver sou eu. Foge de mim. Pra que isso Mariana? O que eu te fiz? – Lagrimas corriam pelo seu rosto, mas sua expressão era de raiva.
Eu: Calma Fernanda! Eu sei que ando distante, que não estou te dando à atenção que você merece. Mas eu te amo Fernanda. Não desiste de mim. É tudo culpa minha.
Fê: Ama? Onde estava esse amor durante todo esse tempo? Você anda distante, mal conversa comigo. Me diz Mariana, o que esta acontecendo? Fala a verdade! - Ela estava em pé me fuzilando com o olhar.
Resolvi contar tudo para Fernanda, precisávamos nos acertar e isso só aconteceria se ela soubesse tudo. Sabia que ela ficaria chateada, mas acreditei que seu amor por mim a faria me compreender e superaríamos tudo isso.
Eu: Ok! Há uns meses atrás eu conheci um cara na boate. Começamos a conversar...
Fê: Não acredito que esta me traindo com um HOMEM Mariana. – Ela falou quase gritando.
Eu: Calma Fernanda, eu nunca te trai. Senta, me deixar contar tudo.
Fê: Conta! – Ela me olhava com muita raiva.
Eu: Eu e ele começamos a conversar, e nos tornamos amigos. Sempre saiamos juntos, a companhia dele era agradável, até hoje. Ele sempre jogava um indireta ou outra, me elogiava, mas sempre me respeitou. Nunca rolou nada entre nós.
Fê: Como assim Mariana? Por que nunca me contou nada? Você gosta desse cara? – Ela gritava.
Eu: Não gosto dele, mas gostava da companhia. Era um bom amigo e ele mexeu com meu ego, em um momento que eu estava muito frágil.
Fê: Por que nunca comentou dele comigo Mariana? O que você sente por ele Mariana? Seja Sincera! – Uma lagrima correu pelo seu rosto.
Eu: Nada Fernanda, confesso que durante esse tempo achei que poderia estar gostando dele. Mas hoje tive a certeza que te amo! Que quero você. Não sei exatamente porque nunca contei, medo do que fosse achar. Egoísmo, não sei Fernanda.
Ela ficou calada e aquilo estava me matando.
Eu: Fala alguma coisa Fernanda!
Fê: Você me traiu Mariana? – Ela me olhou com o rosto sem expressão.
Eu: Nunca Fernanda! Jamais faria isso com você. Eu te amo!
Cheguei perto dela e tentei abraçá-la.
Fê: Não encosta em mim. – Ela me empurrou.
Eu: Não fala isso Fernanda. Por favor! Eu te amo.
Fê: Você não me ama, não mais. Eu te amo Mariana, por muito tempo amei por nós duas. Mas casei, chega! Cansei de amar por nós! Cansei! – Sua expressão era serena.
Eu: Não fala isso Fernanda! Eu te amo! Te amo mais que tudo. Eu sei que vacilei com você, mas vou mudar. Tudo vai voltar ao normal. Como era antes da Cecilia nascer. – Eu chorava.
Fê: Mariana chega! Você teve muito tempo pra se tocar e tentar resolver alguma coisa. Mas tudo tem limite, e o meu chegou. Volta pro seu amiguinho. Seja feliz com ele. Por que nosso casamento acaba aqui!
Meu mundo parou naquele instante.
Eu: O que você esta falando Fernanda? Eu te amo! Não acaba com tudo assim. Eu não te traí.
Fê: Não fui eu que acabei com tudo, foi você! No instante que se afastou de mim, que conheceu outra pessoa e começou a mentir pra mim. Depois de tudo que vivemos eu esperava no mínimo que você fosse sincera e falasse que não me queria mais. Mas você preferiu brincar comigo, com meus sentimentos.
Eu: Você esta de cabeça quente, amanhã a gente conversa e tudo vai se resolver.
Fê: Não tem o que resolver, acabou! Vou dormir no nosso quarto, por favor não venha atrás de mim. Dorme em outro.
Não soube o que falar, ela saiu andando. Só consegui chorar, Fernanda não parecia que ia mudar de ideia. Ela estava com muito ódio de mim. Me senti a pior pessoa do mundo, dessa vez tinha certeza que havia perdido Fernanda para sempre.
*Fernanda*
Fui para o quarto com um misto de sentimentos, sentia raiva, ódio, estava magoada, chateada. Meu peito doía, era uma dor que vinha de dentro. Só conseguia chorar, era tudo que me restava. Nunca havia pensado que Mariana poderia me magoar tanto assim. Depois de tudo que passamos ela havia trocado tudo por uma aventura. Não dava pra acreditar, e o pior de tudo que eu me esforçava pra agrada-la, me esforçava para manter nosso casamento. Doía, doía muito! Chorei muito tempo até adormecer, acabei acordando cedo. Meus olhos estavam inchados. Percebi que tudo que havia acontecido noite passada era verdade. Me levantei, tomei um banho demorado, depois vesti uma roupa confortável, peguei uma mala grande e coloquei algumas coisas. Tinha que sair daquela casa, não conseguia ficar lá depois de tudo. Coloquei o necessário na mala, depois mandaria buscar o resto. Ainda possuía aquele velho apartamento, minha irmã havia morado lá por um tempo, e acabei adiando sua venda. E nesse momento dei graças a Deus por ter enrolado isso. Havia alguns móveis nele, o resto compraria depois. Acabei de jogar as coisas na mala e sai do quarto, ainda tinha que buscar Cecilia na casa de minha mãe.
Sai do quarto e Mariana estava em pé na porta do quarto, estava com outra roupa, acho que estava me esperando. Seu rosto era de quem havia chorado a noite toda. Olhei em seus olhos e continuei andando.
Mari: Não vai embora Fernanda! Por favor!
Eu: Eu não consigo ficar aqui Mariana, não depois de tudo que falou ontem.
Mari: Eu não te traí Fernanda.
Eu: Eu sei, mas isso tudo me fez perceber que você não me ama mais. Que não sou o suficiente pra você.
Mari: Você é suficiente pra mim sim Fernanda. Eu te amo! Não quero te perder, não vai. – Ela chorava.
Eu: Não da Mariana, eu não consigo e não quero mais lutar por algo que acabou. Você me magoou muito nesses últimos meses. Eu fiz de tudo pra ficarmos bem, pra ser o suficiente pra você. Me sentia culpada o tempo todo, não sabia o que falar, fazer. Agora sei que não era minha culpa. Você me machucou Mariana, machucou muito. Eu preciso ir. Vai me fazer bem!
Mari: Desculpa Fernanda, fui uma idiota com você. Te amo! Eu não sei viver sem você Fernanda. Como Cecilia vai ficar sem você aqui?
Eu: Esses últimos meses você viveu pra si mesma, não participei da sua vida, agora não vai ser diferente. E Cecilia vai acostumar, vou ver ela sempre, ela é nossa filha. Vou combinar com você depois os horários pra eu ver ela. Por enquanto ela fica aqui com você, mas se não quiser eu levo ela pra ficar comigo.
Mari: Ela vai ficar aqui, essa mudança já vai ser demais pra ela.
Eu: Tudo bem, trago ela a noite. – Me virei e fui em direção à porta.
Mari: Fernanda!
Olhei para trás.
Eu: O que?
Mari: Eu nunca vou deixar de te amar!
Ignorei e fui embora.
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