Então meninas, pra não ficar dividindo mais esses capítulos e começarmos a nova fase, postarei logo tudo agora, sei que esse capítulo vai dar o que falar, mas depois eu postarei uma premissa da vida de Charlote, está na hora de saberem como ela ficou assim tão autoritária, darei um tempo pra vocês lerem, mas acredito que amanhã eu já posso postar a parte da Charlote, por que pra entender o final era bom ter uma parte dela. Sei que algumas estão chateada com o final, mas eu disse que essa fase acaba em 2014, e pra chegar emé muito tempo de outras coisas acontecerem. Um beijo a todas que vem acompanhado essa história e gostaria de falar sobre outro conto, mas fica pro final.
Continuando...
Passei o domingo sozinha, pensando em tudo, mas ainda tinha certeza do que fazer, nenhum sinal de Ms. Charlote ainda, ela devia estar preparando o sermão para me dar quando viesse me ver. Eu fui trabalhar segunda, mesmo estando com a cabeça em outro lugar, sei separar vida pessoal do profissional, mesma rotina, até que o Digo chega e fala comigo:
- Tá bem maninha?
- Se eu disser que sim estarei mentindo.
- Como foi a conversa?
- Nada boa.
- O que houve?
- Eu fui a mais educada possível, porém, ela acha que só a usei.
- Complicado, mas eu te disse pra esperar.
- Eu sei, só que eu não podia esperar, ficaria mais difícil.
- Mas e aí?
- Eu por enquanto só pedi um tempo, pra depois realmente conversar, falarei com ela hoje ou amanhã.
- Olha maninha, sabe que estou do seu lado sempre, e se pra você não está bem, não irei impedi-la, mas tente não fazê-la sofrer mais.
- É o que eu mais quero, não fazê-la sofrer mais.
Assim passou o dia, não tive coragem de falar com ela hoje, esperarei mais um pouco, deixei passar duas semanas, Ms. Charlote ainda não entrou em contato comigo, até parece que ela veio caminhando de São Paulo até aqui, que coisa, enfim, hora de resolver as coisas de uma vez.
Eu tentei ligar pra Cris, porém ela não me atendeu, então decidi procurar ela na saída da faculdade, fiquei por horas esperando e lá estava, me aproximei para falar enquanto ela vinha com as amigas dela.
- Oi Cris podemos conversar?
- Que bom que você veio, estive esperando esse tempo para conversarmos. – Ela agia meio feliz.
Fomos até um lugar mais reservado para conversar.
- Olha Cris...
- Não fala nada... – Ela começou a me beijar.
- Espera eu...
- Shhh, aquilo foi uma briga do momento e sabia que iriamos voltar. – Ela continuava a me beijar e eu tentava evitar.
- Cristina, para! – Segurei os braços dela me afastando.
- O que foi? Não é uma reconciliação?
- Sinto muito Cris, mas quando eu pedi um tempo era sério, precisei pensar muito e... e... cheguei a conclusão.
- Para!
- Olha eu...
- Já disse pra parar!
- Precisamos terminar. – Falei com um tom meio desanimador, mas mantendo a firmeza.
- Eu sou muito idiota mesmo em achar que tudo aquilo tinha sido apenas cena de ciúmes.
- Cris eu sinto muito... – Ela me interrompe.
- Você sente? Você pode ter tudo, menos um sentimento verdadeiro, era o que desde o início? Um plano? Me fazer sofrer como uma idiota... – Ela dizia enquanto ainda lacrimejava um pouco.
- Cris, eu nunca menti sobre o que senti, você foi muito importante, me deu uma razão pra sorrir mais, quem diria que alguém que conheci por acaso iria me fazer feliz, a única coisa que nunca quis foi te magoar e isso é verdade.
- Se você não quisesse me magoar não estaria fazendo isso, e a Flávia, voltou a sentir algo por ela? É isso? Está me trocando por ela? Fale a verdade!
- Não tem nada a ver com ela, já disse, ela está em outra, não rolou nada entre nós aquela noite, eu que apenas a beijei enquanto estava e ela se afastou, ela está tão diferente que até me disse que eu deveria estar com você, por que me dá felicidade sempre, e é verdade, você traz muita felicidade.
- Então qual é o problema de verdade? – Ela ainda chorava baixinho.
- Eu não sinto mais nada por você, só carinho e... – Ela me interrompe.
- Não, você não é um ser humano capaz de sentir nada, é um monstro isso sim.
- Para Cris, por favor, o que senti por você jamais irei sentir por outra pessoa, mas... Acabou, desculpa. Você merece ser feliz com alguém melhor, alguém que sempre possa compartilhar dos mesmos sorrisos e alegrias, alguém que te entenda passo a passo. Me desculpe... Mas acaba aqui. – Falava com uma voz triste segurando as lágrimas.
Ela nada falou, apenas continuou a chorar, eu fui embora, nunca me senti tão mal assim, mas isso um dia vai passar, continuei a minha vida, nenhuma notícia de Ms. Charlote ainda, pelo menos até essa noite.
Nessa noite de quinta, última semana de novembro, quando eu achava que ficaria sozinha, eis que surge ela, Charlote, ao abri a porta fiquei até surpresa.
- Olá Charlô boa noite, estou surpresa, demorou a vir. – Falei abrindo espaço pra ela entrar.
- Ironia de novo... – Um tom de desprezo
- Quer alguma coisa para beber, antes de vir me dar o sermão todo.
- Você se acha a certinha né? Faz besteira, some, deixa todo mundo preocupado e acha que tem alguma autoridade pra falar agora.
- Tem razão, cometi um erro ao sumir, mas já concertei.
- Ah pelo menos você admite.
- E eu terminei com a Cris. – Falei enquanto olhava pro copo de água.
- Você o que?! – Ela falou em um tom surpreso e com raiva.
- Terminei com ela.
- Você não fez isso! Eu te disse, diferente de você ela tem sentimentos, ela é uma pessoa boa, dócil, que não merecia ser magoada.
- Eu não conseguiria ficar mais com ela.
- Isso foi por causa da ceninha de ciúmes? Ela me contou o que houve na festa de aniversário. Se foi por isso, pode voltar e ajeitar isso.
- Não foi por isso, a verdade é que eu não estou pronta pra ela, somos diferentes, eu ainda não sinto capaz de proporcionar uma felicidade a ela, não posso continuar estando incompleta.
- Você está se tornando o oposto do que ensinei, qual o seu problema?
- O meu problema? Você está reclamando por algo que não lhe desrespeita.
- Ah isso me desrespeita sim, você age como insolente, irônica, pensa que a razão sempre está ao seu lado.
- Não é o que está fazendo agora comigo? Achando que é a dona da razão?
- Olhe como fala comigo, não admito suas ironias pra cima de mim como se estivesse certa!
- Me poupe você com isso, não sou obrigada a nada.
- Fale direito!
- Falo como eu quiser. – Me levantei. – Desde que nos conhecemos você impõe ordens e nunca está satisfeita.
- Não me importa o que pensa, eu tenho autonomia, você acha que pode falar assim comigo? Olhe seu tom. – Falou chegando perto e me repreendendo.
- Eu estou na minha casa, falo como quiser!
Ficamos nos olhando um tempo, começou a rolar um clima entre essa briga.
- Não ouse falar assim comigo. – Falou ela com um tom leve como se fosse sussurro.
- Tem razão, chega de discussão. – Falei no mesmo tom que ela.
Estávamos bem próximas, ela caminhava pra trás e eu seguia aos poucos.
- O que foi? – Dizia ela com aquele tom de sussurro.
- Não sei, apenas estou te seguindo. – Falava no mesmo tom.
- Melhor eu ir.
- Não, não foi pra isso que esse clima acabou de rolar.
- Então foi pra que?
- Pra isso. – Dei um beijo nela.
Nossas bocas entraram logo em contato, não pareciam querer se soltar, é como antes, nada parecia ter mudado.
- Não devíamos fazer isso – Falava ela sussurrando enquanto eu beijava seu pescoço.
- Tanto eu como você queríamos isso agora.
- Isso está errado.
- Não, não está, esse clima não podia continuar.
- E a Cris? Ela não merece.
- Eu ainda sinto por ela, mas terminamos, eu a respeitei muito, jamais faria isso se estivesse com ela.
- Então vamos parar, não é certo.
- O que não é certo é esse clima continuar, eu sei que rola desejo, nada mudou e você tem muito e eu quero poder dar o que merece, suprir esse desejo, eu também tenho.
- Mas... – Falei interrompendo.
- Sem mais.
Aquele clima intenso de antes, nossos corpos se desejavam, logo a coloquei no meu colo e fui beijando levando-a até meu quarto, aconteceu uma coisa que acredito não ser do momento, parecia que ao terminar o namoro, aquele clima tinha voltado. Rolou um sexo como antes, forte.
Beijava seu corpo bem suavemente, tirei sua camisa devagar, chupava seus seios enquanto olhava nos seus olhos, subi até sua boca pra desfrutar de mais um belo beijo, ela segurava meu cabelo com força, fui descendo até chegar em suas pernas e tirar sua calça e calcinha, comecei a chupar sua bct, devagar depois aumentei o ritmo, ela gemia e eu adorava quando ela se contorcia, decidir enfiar um dedo e começar um vai e vem bem gostoso até enfiar dois e subir novamente até sua boca, continuar os beijos, ela segurava minhas costas com uma mão e a outra estava estirada na cama, então segurei a outra (como aquelas cenas de filmes que sempre rola um aperto entre mãos), quando senti que ela iria gozar logo apertamos nossas mãos. Ao acabar esse sexo continuamos a nos beijar um pouco e ficar nos olhando, parecia como antes, porém, um pouco diferente, ela mexia no meu cabelo e eu acariciava seu rosto, depois dormimos.
Eu acordei na manhã seguinte e ela já não estava deitada, ela parece coelho na cartola, sempre sumindo, liguei pra ela e só dava caixa postal, fiquei pensando sobre tudo o que tinha acontecido, eu fui trabalhar, nada melhor do que isso para esfriar a cabeça, afinal dezembro, mês de férias, melhor adiantar tudo.
Chego no meu consultório, pacientes de sempre, sexta calma, Digo já estava atendendo, eu também logo começaria, tudo ia normal, até eu tomar aqueles 15 minutos de pausa pro café e alguém adentra minha sala.
- Pri bom dia. – Era Rodrigo.
- Oi maninho, bom dia.
- Alguém quer falar com você.
- Quem?
“Eu o chapolin colorado, não contavam com minha astúcia kkkk, eita, texto errado, voltando ao foco...”
- Eu Priscila, bom dia. – Dizia Raul (pai da Cris), (oferecimento, fudeu bahia)
- Olá, bom dia seu Raul. – Falava eu.
- Vou deixar vocês a sós. – Falou Rodrigo fazendo gesto da mão no pescoço.
- Sente-se por favor, no que posso ajudar?
- Eu sei que você e a Cris terminaram...
- Olha eu... – Falou me interrompendo.
- Não, por favor, não estou aqui para brigar com você.
- Ok, continue.
- Eu sei que não devo me meter na vida de vocês, são adultas e sabem como resolver, mas eu queria entender se ela fez algo de errado?
- Olha seu Raul...
- Só Raul, chega de tanta formalidade kk.
- Ok, Raul. A Cris não fez nada, quer dizer, ela fez.
- O que?
- Me sorrir com vontade de novo, que era algo que não fazia a muito tempo, me fez acreditar que felicidade existe, que o mundo não é apenas uma sombra negra de pessoas hipócritas e chatas.
- Então por que terminou com ela?
- É complicado falar, mas foi justamente pra ela não sofrer.
- Eu estou sem entender.
- Como eu disse, ela é incrível, só que eu não estou pronta, por mais que eu tente, existe algo dentro de mim que não estava batendo com toda aquela bondade, felicidade. Eu tentei fazer da forma mais delicada possível, mas ela praticamente nem me deixou falar direito, não queria magoa-la, mas com certeza seria pior se eu continuasse estando despreparada.
- Mas existe amor pronto?
- Eu não sei, sinceramente amor é uma palavra que nunca existiu direito na minha vida.
- Agora fiquei curioso.
Comecei a contar algumas coisas da minha vida pra ele, sobre meus pais, ex namorada, só não falei da Charlô por que seria pesado.
- Então é isso Raul, eis a minha história.
- Olha Priscila, saiba que não tenho raiva de você, de verdade, é complicado alguém vir conhecer um sentimento tão forte desses de surpresa e não se confundir, eu espero que vocês possam serem amigas.
- Tentei, mas ela não quis.
- Ela é assim mesmo, um pouco mimada kkkkkkk.
- Com certeza haha. Mas como ela está?
- Está lá fingindo que você não existe e agora deu pra escutar música antiga.
- Sério? Isso é novo kkkk.
- Aquelas músicas dos anos 80, principalmente Alone da banda Heart, já ouviu falar?
- Claro, eu amo música antiga e essa é uma das minhas preferidas. – Fiquei pensando, ela não parava de escutar a música que era nossa.
- Essa música era do tempo que eu chamava a mãe dela pros bailes.
- Kkkk, ela deve estar tentando um novo gosto.
- Ou tentando disfarçar o que sente, mas enfim, obrigado pela conversa, não vou atrapalhar mais seu dia.
- Que isso Raul, sempre será bem vindo aqui.
- Obrigado Priscila, fique bem tá?.
- Tá certo.
- Agora deixa eu ir, pra tentar impedir aquela maluquinha de ir pra um safari.
- A Cristina quer ir pra um safari? Ela já tem 5 feras no quintal (labradores), só o Bob é o rei do quintal hahaha.
- Justamente kkkkk, até hoje não encontro meu sapato de camurça.
- Se eu contar quantos calçados já perdi ali, dá pra fazer uma loja. Mas sério que ela quer ir pra África?
- Sim, disse que quer viajar pelo mundo e se aventurar.
- Olha posso ser sincera?
- Sim.
- Deixa ela ir viajar, vai ser bom, foi muita coisa pra ela, deixa ela ter suas próprias aventuras, conhecer o mundo.
- Tem razão, vai ser bom, contanto que ela não seja perseguida por um leão no safari kkkkk.
- Se ela levar o Bob, coitado do leão hahaha.
- Tchau Priscila.
- Tchau Raul.
Assim que ele saiu, entra Rodrigo:
- Tá viva mana?
- Sim.
- Pensei que o ex sogro iria te matar.
- Também achei, mas ele foi super simpático e apenas conversamos e ele me entendeu.
- Uau, esse ai é raro viu, que sorte a sua.
- Ele é um pai maravilhoso, sorte tem a Cris. – Eu lembrava de quando tinha o amor do meu pai.
- Ai Pri, fica assim não, sei que seus pais foram bem idiotas por não te aceitarem, mas você tem minha família que sempre será sua. – Falava me abraçando.
- Eu sei Digo, mas é por que ficou estranho, mas enfim, sem lamentações, bora voltar pro trabalho que ganhamos nossas férias.
Segui minha rotina normal do dia, trabalho, depois casa. Ao chegar no meu apto. estava ela Ms. Charlote, vou ter que trocar essa fechadura, todo mundo entra.
- Como entrou aqui? – Dizia eu.
- O porteiro deixou.
- Ah sim, por que tava pensando em trocar a fechadura, muitos ninjas tem aparecido aqui. – Mandei aquela ironia que até morto sente.
- Odeio quando faz isso.
- Já devia ir se acostumando, principalmente, quando pela manhã o truque de coelho na cartola de sumir funciona.
- Olhe o tom.
- Diz logo o que veio fazer aqui, por que vou tomar banho e depois sair.
- Sair pra onde?
- Por ai, conhecer gente nova e conversar.
- Só conversar?
- Vai me regular? Estou solteira lembra?
- Pra quem diz amar tanto, está levando isso bem demais.
- Acredito que não veio aqui me dar sermão certo?
- Tem razão, vim falar outra coisa, mas antes senta ai. – Falou me empurrando pro sofá.
- Epa...
- Shhh... Agora que seu momento petulante já passou, hora da sua lição.
- Vai me bater? Chamo a polícia se fizer isso.
- Você tá merecendo, mas não farei isso.
- Então prossiga com seu assunto, estou ouvindo.
- Calada! Vim saber se irá aceitar o convite pra administrar o consultório em Londres?
- Já? Não ia demorar?
- Eu te fiz o convite em agosto, já estamos praticamente em dezembro.
- Olha eu não sei, eu tenho meu aqui, tem o Digo também.
- O consultório será inaugurado após as festas de fim de ano, e como janeiro é um mês de férias mundial, acredito que na última semana de janeiro será aberto. Mas antes preciso fazer sua confirmação.
- Quanto tempo tenho pra pensar?
- Três dias.
- Só?
- Você teve meses para pensar, não venha com essa.
- Caso eu não aceite, tem o que?
- Nada, só algo a menos no curriculum. Não estou te forçando a nada, pense bem e depois me diga a resposta.
- Mas alguma coisa?
- Sim.
- O que?
- Você não vai sair hoje.
- Quer mandar na minha vida é?
- Eu já mando e você não vai.
- Haha, mereço rir, quero ver me obrigar.
- Tem razão, não vou, pode ir.
- Tenho a impressão de que você está muito calma pra quem iria me matar quase agora.
- Estou bem calma.
- Tem certeza?
- Por que não estaria?
- Pela noite de ontem?
- Foi um erro que não deve se repetir.
- Por que?
- Tchau.
- Calma ae, estou falando. – Segurei seu braço.
- Tchau Priscila. – Falou ela se soltando e me deixando com cara de anta ali na porta.
Querem saber? Vou sair mesmo, ligar pro Digo, vamos encher a cara, só não quero ficar com ninguém.
Digo e eu fomos ao shopping, andamos, fomos ao parque, e depois paramos num barzinho, decidi conversar com ele.
- Digo, quer dizer algo.
- Fale mana.
- Eu transei com a Charlô ontem.
- Ah legal e... – Engasgou com a cerveja – Que!
- Isso que ouviu.
- Só eu que não tenho essa sorte de pegar essa mulher kkkk.
- Nossa mano, eu falando sério e você debochando.
- Também né, exs namoradas gatas, exs ficantes gatas e uma professora/psicóloga/sadomasoquista sexy e maravilhosa queria o que kkkk.
- Parou de rir?
- Tá parei, mas antes, melhor trocar a cerveja pela vodka, por que o assunto já sei que vai ser pesado. Garçom traz a vodka mais forte que tiver.
O garçom trouxe a vodka e continuamos a conversa, contei a ele do convite.
- Então Digo o que acha?
- Olha maninha, só desejo o melhor pra você, e Londres é sinceramente uma coisa bem enorme pro seu curriculum, fora que você já conhece tudo por lá, o jeito, o ritmo, as pessoas, se fosse você iria.
- Mas e o nosso sonho do nosso consultório?
- Mas já realizamos bebê, eu não estaria tão bem se não fosse por você, me arranjou tantos clientes, que só iam por causa da psicóloga, agora vão pros dois. Sério, esse sonho já foi realizado.
- Mas e a Leninha, prometi ajudar a superar esse trauma do acidente do pai dela.
- Primeiro, o pai dela já saiu da UTI, segundo tem o tio aqui pra ajudar muito, vou brincar sempre com ela, levar pra passear, duas crianças juntas.
- Meu medo esse kkkk.
- Eu sou um ótimo tio, que queria muito ser pai.
- Adota um cachorro.
- Estava pensando nisso mesmo, um labrador talvez.
- Que não seja igual ao Bob, se não teria prejuízos em calçados kkkk.
- Melhor um beagle então kkkkkk.
- Tá mas e o consultório? Não posso deixar tudo aí à deriva.
- Arranjamos outra psicóloga (o).
- Tá querendo me ver longe né?
- Jamais, mas essa é uma grande chance, e se fosse comigo você também me incentivaria.
- Mas e a Cris?
- Para de enrolar minha amiga, você mesma disse que não está pronta pra encarar o amor e que ela também vai viajar pelo mundo pra ter suas próprias aventuras, pra que se preocupar?
- Tá mas e... – Ele me interrompe.
- Para de encontrar desculpas, você terá um emprego ótimo, uma gata sexy te auxiliando e cá pra nós ela sente algo por ti.
- Tá louco? Nada a ver, o interesse dela é apenas sexual.
- Sei, pelo que me disse ela foi embora quando você acordou, isso é coisa de quem esconde algo.
- Você com certeza já está bêbado, essa vodka já fez efeito.
- Pense bem, esse jeito autoritário, esses sumiços, essas broncas, aquele olhar que ela te encara.
- Mas por que ela me empurrou tanto pra Cris, pra não terminar nem nada.
- Então, ela nega o que sente por que você porque é cabeça dura, igualzinha a ti e mais, ela sentiria muita culpa em estragar o seu relacionamento.
- Você tá delirando.
- Vai por mim, essa mulher tem a queda do Everest por você, mas não vai admitir até você fazer algo.
- Mais? Depois da transa de ontem, ah meu amigo ela não quer nada mesmo.
- Naquela última transa de vocês em Londres, você falou que foi diferente.
- Sim foi, ela não estava autoritária, parecia frágil, mas com desejo e a mesma coisa rolou ontem.
- Vai pensando ai que a resposta chega, tô dizendo, essa mulher sente algo mas vai negar até o último fio de cabelo branco que ela não tem. Enfim, já que ta tudo certo, bora beber, porque a sua despedida começa de hoje.
- Ai ai viu kkkk, tá bem eu vou, mas você vai comigo no começo pra escolher um ap.
- Fica na casa daquela deusa.
- Tá louco mesmo, quero meu lugar.
- Então pra mim será uma honra, e sempre irei te visitar.
- Acho bom, se não mando sequestrar.
- Pode deixar kkkk.
Continuamos a beber, foi cachaça até umas 3 da manhã, o nível que estávamos era “garçom aqui nessa mesa de bar”, ninguém ia dirigir, mas meu apto era perto, então fomos caminhando até lá, o Digo dormiu por lá, o coitado caiu no tapete e eu no sofá. Ressaca a mil no outro dia, mas um cheiro de café e panquecas começou a penetrar meu nariz, até que eu falo.
- Nossa Digo que cheiro bom, está fazendo panquecas né? – Eu falava meia marota de olhos fechados.
- Achei que fosse você. – Respondia no mesmo tom
- Oushe, você não tá cozinha? – Falei abrindo os olhos.
- Eu tô deitado no seu tapete ainda maninha.
- Quem tá cozinhando?
- Eu. – Era Ms. Charlote.
- Você! – Rodrigo e eu respondíamos assustados.
- Bom dia seus cachaceiros. – Respondia ela analisando a gente.
- Que horas são? – Perguntava Rodrigo.
- 9:30 A.M. – Dizia ela.
- Acho que vou pra casa. – Dizia ele.
- Fica ai Rodrigo, toma um analgésico e come as panquecas. – Falava Ms. Charlote.
- Aproveita e toma um banho que seu cheiro parece um de usina kkkk. – Falava eu tirando sarro.
- Você também não está cheirando a flores viu Priscila? Kkkk. – Dizia ele.
- Eu também já vou tomar banho, mas primeiro um remédio, carnaval nem chegou mas a escola de samba já está na minha cabeça.
E se foi Rodrigo, ficamos apenas eu e Charlote na cozinha.
- Como se sente? – Perguntava ela.
- Cansada, acabada, como entrou aqui?
- O porteiro.
- Qualquer dia desses ele vai deixar um assassino entrar aqui haha.
- Ele já me conhecia das vezes que vim aqui.
- Nossa que cheiro bom, mas que surpresa, você cozinhando.
- Sempre cozinho quando estou afim.
- Mas a surpresa não é essa.
- E qual é?
- Você aqui logo cedo, como sabia?
- Na verdade eu não sabia, eu estava passando de táxi para ir pra casa de madrugada, vi você o Rodrigo bebendo no bar, imaginei que fossem chegar assim, então vim antes pro seu ap, dormi no seu quarto e esperei vocês chegarem.
- E se eu tivesse ido pro meu quarto.
- Me poupe, o estado de vocês não passava nem da porta, quem você acha que ajudou vocês a passarem por ela?
- Eu não lembro haha.
- Então pronto, agora coma e depois tome banho, precisamos conversar.
- Sim senhora kk.
Digo já havia saído do banho e foi comer/ cantar Charlote, logo em seguida apareci de roupão na cozinha, mas estava apenas de sutiã e calcinha por dentro.
- Então Digo, já parou de cantar minha mentora? – Logo ele se assustou.
- Quanto tempo estava ai?
- O suficiente pra ver sua baba escorrendo kkkk.
- Ms. Charlote, é brincadeira dela. Vem cá Priscila vou te matar. – Começou a correr atrás de mim pelo ap.
- Kkkkk, cuidado pra não cair Rodrigo lembre que ainda estamos meio bêbados kkkk.
- Besta kkkkk. Deixa ir, por que ainda vou pegar meu carro que ficou lá na porta do bar.
- Seu carro está na garagem do prédio Rodrigo, pedi pra trazerem. – Dizia Ms. Charlote.
- Obrigado então, deixa eu ir que ainda vou ver meus pais.
- Manda lembranças pros tios, diz a eles que amanhã vou lá. – Dizia eu.
- Vá mesmo Pri, ainda não acabamos essa despedida viu, vamos comemorar sua nova jornada até o dia da sua viagem, tchau meninas.
- Tchau. – Dizia nós duas.
- Então você aceitou o convite?
- Sim Charlote, eu aceito o emprego em Londres.
- Meus parabéns, será uma nova fase pra você, uma nova mulher, bem já que comeu, eu vou, por que ainda tenho que arrumar minhas malas.
- Espera, fica.
- O que foi?
- Ainda temos algo pra conversar.
- Olha Priscila se for sobre aquilo de novo, esqueça, já passou, foi um erro.
- Por que você foge de mim?
- Eu não estou fugindo.
- Está sim, toda vez que me aproximo você quer sumir, ou se afasta.
- Priscila você está confusa e acha isso, é apenas impressão.
Me aproximei e beijei-a, ela retribuiu.
- Confusa né? – Dizia eu.
- Preciso ir, volto pra Londres logo.
- Espera, e eu?
- Você viaja depois das festas, tchau.
Eita mulher complicada viu, mas iriamos ter muito tempo pra conversar em Londres, os dias foram se passando, nem acreditava, voltar pra onde tudo começou, última semana no Brasil e o Rodrigo já estava choramingando, me despedi dos tios, foi uma coisa simples mas que deixaria marcado. Como meu maninho iria comigo pra Londres pra me ajudar a escolher um ap. ainda não sentia falta dele kkkk. Antes de ir, passei na casa da Cris, quem me recebeu foi a Pâmela.
- Priscila? Que surpresa.
- Oi Pâmela, bom te ver.
- Bom te ver também, mas o que faz aqui?
- A Cris está?
- Está, mas não sei se ela vai querer falar com você.
- Eu vim me despedir dela.
- Vai pra onde?
- Oferta de trabalho e não pude recusar.
- Entendo, olha seja breve, não quero o IML batendo aqui em casa kkkk.
- Ninguém vai morrer não, relaxe.
Pâmela foi chamar a irmã, fiquei esperando na varanda, última vez que veria aquele quintal/jardim/ floresta.
- Oi quem tava me procurando? – Falava ela sorrindo, não sabia que era eu.
- Oi Cris, sou eu.
- O que faz aqui? Veio terminar de dizer que não quer nada comigo, pode ir já.
- Não, não é isso, vim me despedir.
- Mas eu não vou viajar hoje, aliás, como sabia que eu ia viajar?
- Seu pai me disse.
- Agradeço a preocupação, mas você não vai me impedir.
- E como eu poderia se estou indo embora?
- Hã?
- Boneq... Cris, sou eu que estou indo viajar, recebi uma proposta de emprego e estou indo.
- Então por isso terminou comigo né? Achava que iria atrapalhar sua carreira? Ok pode ir, faz bom proveito dela, era só isso? Tchau.
- Poxa Cris para de agir feito criança, essa proposta eu recebi depois que terminamos, recebi umas 2 semanas depois.
- Ainda vem aqui na minha casa pra me ofender, boa. Mas pelo visto você nem deixou esfriar a relação pra aceitar a primeira viagem.
- Cristina, não vou discutir com você hoje e nunca mais, mesmo que você queira. Tem todo direito pra me xingar, querer me bater, mas eu vim em paz, e se um dia nos encontrarmos novamente, espero que esteja mais calma. Eu sinto muito pelo que houve, mas eu não estava preparada, não queria te fazer sofrer, o significado amor foi tão grande que me pegou de surpresa, acredite eu perdi esse sentimento há muito tempo e quando você apareceu me mostrou que ele é poderoso ao ponto de me deixar confusa. Mas isso foi bom, eu te amei muito ao ponto de me afastar por medo de não conseguir dar conta e mesmo você agindo feito criança mimada eu vim aqui me despedir. – Falei de um jeito que quase chorei.
Eu já estava indo embora até que ela me chama:
- Priscila?
- O que é? – Ela me abraçou.
- Boa sorte na sua nova jornada, vou tentar esquecer esse rancor que ficou, vou viajar e viver minhas aventuras.
- Obrigada Cristina, boa sorte nessa sua nova fase também.
Terminamos o abraço e eu fui embora, o táxi me esperava na porta junto a Rodrigo. Fiquei o caminho todo até o aeroporto calada, só quando chegamos no avião, respondi ao Digo.
- Então maninha?
- Ela disse que não vai guardar rancor e me desejou boa sorte nessa jornada.
- Nossa, ela tá mudando.
- Com certeza maninho, acho que essas viagens vão mudar mais ainda.
- Mais uma coisa.
- O que?
- Estamos saindo do Rio, coisas novas pra você, levanta sacode a poeira e dá volta por cima. Rumos novos maninha.
- É maninho, rumos novos.
E o avião partiu, ao chegarmos em Londres, quem foi nos encontrar lá, Ms. Charlote. Rodrigo a tinha avisado que iriamos, só que era pra ser segredo até eu achar um lugar. Ela nos levou até a casa dela, ficamos hospedados mesmo contra gosto.
- Releva Pri, vocês já se conhecem. – Dizia Rodrigo.
- Mas eu queria um lugar só meu.
- Depois você ver isso, ia pegar mal você não dizer que não chegou.
- Oi Priscila, nem me avisou né? – Dizia Ms. Charlote.
- Não queria incomodar.
- Entendo, amanhã olhamos alguns lugares, já marquei consulta em alguns prédio e casas.
“Ao chegar na casa dela foi uma surpresa, sensação de flashback, parecia a primeira vez que eu entrava ali, foi estranho, mas bom, quem diria que estaria aqui de novo, janeiro de 2014, o ano que será das mudanças, vamos ver como vai se sair, se é Gelo no Coração ou Coração de Gelo.”
Não digo que é o fim, postei logo um grande pra depois não dizerem que demoro muito kkkkk. Enfim, sobre outro conto, estava pensando em fazer uma história nova e curta só pra vocês se despedirem mais dessa fase antiga do Coração de gelo. Vocês que sabem, qualquer coisa estarei lá no Skype/Email, (stardustwriter@hotmail.com), quem não quiser falar via Skype, pode ficar em anônimo, responderei a tudo. Um beijo, Stardust.