Olá!
Pessoal, o Antoine ainda está em coma...
Desculpem-me, mas não consigo falar muita coisa aqui, agora. Por enquanto é isso. :( :(
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- Boa noite! – Eu disse recepcionando meus amigos
-Boa noite! – Pedro e Mirian disseram entrando em casa
- Oi, meninos! – Eu me abaixei para falar com a Agatha e o Juninho – Vocês não vão dar nem um abraço no tio? – Eles eram tímidos demais – Ah, não acredito.
- Vai lá filha! – Mirian disse para a filha
Ela veio timidamente, Juninho também me abraçou.
- Oi, tia! Oi, tio! – Sophie veio correndo, essa não tinha um pingo de vergonha na cara... – Oi, coleguinhas! Vamos brincar...
- Ela parece gente grande, né?
- É, isso é muito para frente. – Eu disse rindo – Vamos entrar!
Sophie levou os novos amiguinhos para brincar e eu sempre de olho nos três.
- Nossa, a casa de vocês é linda! Parabéns!
- Obrigado! Sentem-se, por favor! Vocês aceitam uma taça de vinho? Água? Suco?
- Vinho, obrigado! – Pedro disse
Eu fui até a pequena adega na cozinha e peguei um bom vinho.
- Um brinde a nós! – Pedro disse erguendo a taça
- A nós! – Thi, Mirian, Nelson e eu falamos juntos
- Olha, as crianças estão se entendendo bem. – Eu disse
- Estão mesmo!
- Eu estava querendo muito que a Sophie fizesse amiguinhos mesmo, ela passa muito tempo só com adultos.
- Ela não tem nenhum priminho?
- Tem só uma, mas é mais novinha que ela.
- Ah, entendi.
- No nosso caso, eles vivem grudados. Essa é a vantagem de vir dois em uma encomenda só. – Pedro disse rindo
- Não é muito complicado ter os dois, não?
- Oooooo, se é... Tem horas que só falto ficar louca.
- Eu te entendo! – Nelson disse – Mas, ao mesmo tempo, é tão bom ter crianças em casa, não é?
- Você tem filhos?
- Sim!
- Ué, e por que você não os trouxe?
- Ah, é que eu não sou daqui. Eu moro em Curitiba.
- Ah, eu pensava que você morava aqui. Nós te vimos lá no restaurante, pensávamos que trabalhava lá.
- Não, não! Eu só vim ministrar um curso para os funcionários do restaurante do Antoine.
- Ah, sim...
- Tio NéUsu! – Sophie veio correndo – Vem brincar!
Nelson se levantou e foi correndo que nem uma criança com a Sophie.
- Ela é louca por ele! – Thi disse
- Dá para ver.
- Vocês voltam quando para a França?
- Dentro de algumas semanas estamos voltando. – Eu disse
- Poxa, mas já? – Pedro disse
- Pois é, nós só viemos arrumar algumas coisas e já voltaremos.
- Para conseguir visto, nós fazemos isso aqui em Macapá mesmo?
- Se eu não me engano agora está sendo possível fazer isso no consulado.
- Você não tirou o seu aqui?
- Não! Eu sou cidadão francês, então, não preciso de visto.
- Eu tirei o meu por Brasilia, mas acredito que o consulado daqui já está podendo emitir, deem uma passadinha lá.
- Faremos isso!
- Meninos, quem diria que estaríamos reunidos com nossos filhos e tomando vinho? A gente era tão moleque – Pedro disse
- Verdade! Lembram como a gente brigava por tudo?
- Ah, eu lembro! – Eu disse – Vocês lembram que nossa turma brigou até por causa da cor do uniforme?
- Claro que a gente lembra! Tu foste o rebelde, o ÚNICO da turma que não usou o uniforme.
- Eu é que não ia usar aquela coisa feia. Quem em sã consciência cria um uniforme roxo e azul? Quem?
- Era horrível mesmo, a gente parecia uma berinjela estragada. – Thi disse rindo
- Essa eu queria ver! – Mirian riu também
- Nossa, eu lembro que quando o pessoal descobriu que vocês namoravam, vocês passaram por um momento bem crítico.
- Vocês namoram desde a faculdade?
- Sim! – Thi e eu respondemos juntos
- Mas vocês tinham se separado, né?!
- Isso! Eu fiz besteira e nós nos separamos. O Antoine casou, nós nos tornamos amigos novamente. Infelizmente, o primeiro marido dele faleceu e nós nos reaproximamos.
- Tu já foste casado antes do Thi? – Pedro perguntou assustado
- Já!
- Nossa, então, tu casaste cedo demais!
- Foi! Mas não me arrependo, não.
- E vocês, estão casados há muito tempo? – Thi perguntou
- Há 3 anos.
- A idade dos meninos?
- Isso!
Recepcioná-los foi muito prazeroso, eu sempre gostei de fazer novas amizades. Sophie e os meninos acabaram virando amiguinhos, se divertiram a noite toda. Nelson brincou praticamente a noite toda com eles.
- Nossa, isso aqui tá divino! – Mirian disse – Não é à toa que eu amo o teu restaurante. Essa amizade foi amor à primeira garfada, Antoine... e eu nem sabia. – Ela sorriu
- Olha, tu és tão bom na cozinha quanto eras na faculdade. – Pedro disse
- Valeu, gente!
Nós bebemos mais vinhos e conversamos por mais um bom tempo e depois eles foram embora. Eu estava bem feliz ao ver a Sophie tão sorridente e correndo de um lado para o outro puxando a Agatha pela mão.
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- Tchau, princesa do titio!
- Tchau, tio NeÚsu!
- Titio vai sentir saudade de ti...
- Tu vais sentir saudade do tio Nelson, filha? – eu perguntei
- Vô!
- Dá um beijo nele, então! – Ela deu um beijinho na bochecha do Nelson e ele se derreteu todo
Nelson se despediu do Thi e quando chegou na minha vez eu passei a Sophie para o Thi e abracei bem forte meu amigo. A próxima vez que nos veríamos seria em Curitiba para o curso que eu ministraria no restaurante dele.
- Tchau, Nelson!
- Tchau, amigo! Pensa bem no que eu te falei, tá?
- Tá bom! Obrigado por teres vindo, viu?
- De nada! Mas dentro de uma semana tu me retribuirás esse favor. – Ele disse rindo
- Sacana! Veio pra cá com segundas intenções.
- Claro! Bom, deixa eu ir! Tchau!
- Tchau! Até Curitiba!
Ele entrou na sala de embarque e nós fomos para casa, aquele dia era meu dia de folga, pois eu havia dado o curso, auxiliado o Nelson e ainda havia trabalhado normalmente no restau. Eu merecia uma folguinha. Nós passamos o dia inteiro em casa assistindo 500 filmes infantis (quem tem filho pequeno sabe que às vezes esses filmes são quase uma tortura hahaha)
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- Se a senhora veio brigar pode dar meia volta! – Eu disse para a Maman quando ela apareceu em uma manhã bem cedinho lá em casa
- Menino, não foi essa a educação que eu te dei...
- Olha, ela quer falar de educação, agora.
- Posso entrar?
- Veio brigar e repetir aquele papo todo novamente?
- Não! Mas quero conversar contigo.
- Se é assim, entre...
- Desfaz esse bico, menino! – Ela apertou o bico que eu fazia inconscientemente e eu acabei rindo – Cadê minha neta?
- Na cozinha com o pai
- Vocês estão fazendo o café?
- O Thi está, agora ele deu para fazer café todas as manhãs pra gente.
Ela foi andando para a cozinha e eu fui atrás.
- Cadê e menininha da vovó?
- Vóvóvóvóvóvóvóvóvóvó! – Sophie desceu do banquinho rapidamente e correu para o colo da vó
- Aí que saudade que eu estava desse abraço gostoso!
- Tu veio tomar café comigo, vovó? – Às vezes até eu me surpreendia com aquele pingo de gente
- Vim, meu amor! Eu estava com saudade de ti e dos teus pais.
- Por que queria, né? Cadê o outro encrenqueiro? – Eu disse me referindo ao Papa
- Tá trabalhando! Ele me mandou em missão de paz.
- Já era hora, não?
- Fazer o que, né?
- Se veio com a bandeira branca levantada... Aaaaaaaaaaaaaaah eu estava com saudades da senhora, Maman! – Eu corri e abracei minha Maman
- Eu também, mon p’tit!
- Vocês dois são meio doidos, viu? – Thi disse
- Tu não tens medo de chamar tua tiasogra de doida, não moleque?
- No momento, não.
- Vem me dá um abraço também, rebelde 2.
Ele largou o fogão e veio abraçar a Maman. Sophie virou sanduiche entre nós. Thi voltou a preparar o café e quando finalizou, tomamos café todos juntos.
- Meninos, eu vim aqui saber quando vocês vão voltar para a França.
- Daqui há algumas semanas, Maman.
- Quantas exatamente?
- Três! Mas, eu vou passar uma semana em Curitiba.
- O que tu vais fazer em Curitiba?
- Trabalhar!
- Trabalhar? Com o que já?
- Vou aplicar um curso no restaurante de um amigo.
- Tá importante, né?
- Tô, né?! – Eu disse todo bobo, como estávamos brigados, meus pais não faziam ideia do que acontecia em minha vida.
- Quando tu vais para lá?
- Daqui uma semana.
- Vocês já arrumaram tudo o que vão levar?
- Já, sim Tata! A mamãe ajudou a gente.
- Aquela amiga da onça vinha aqui, né?
- Sim, ela sempre está por aqui com a gente.
- Meu filho, tu tens feito teus exames?
- Tenho, sim, Maman. Assim que chegar em Amiens farei todos os exames novamente.
- Por que não fazes logo aqui?
- Essas três semanas serão bem corridas, não vou consegui fazer.
- Não brinca com isso, Antoine!
- Não, Tata, eu fico de olho, não se preocupe.
- Ah, difícil uma mãe não se preocupar, meu filho. Seria a mesma coisa se eu pedir a vocês para não se preocuparem com a Sophie. Vocês conseguiriam?
- Eu?
- É, neném da vovó!
- Isso é impossível, Maman! – Eu disse
- Então, vocês me entendem...
Maman passou a manhã conosco e combinamos de irmos almoçar no outro dia na casa dela. Ela disse que chamaria a família toda, isso incluía a Jujuba e família que ela já tinha adotado, Dudu e Pi.