Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 09: FELIZ NATAL

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 4808 palavras
Data: 03/02/2017 23:40:08
Última revisão: 21/09/2024 03:05:04

Tenha um Feliz Natal

Deixe seu coração ser iluminado

De agora em diante seus problemas ficarão fora do caminho, yeah

Tenha um Feliz Natal

Celebre a véspera de Natal com alegria

De agora em diante seus problemas ficarão milhas distantes, oh

****

O Natal é uma época de paz e amor. A serenidade da festividade natalina era visível na população de Londres. Kaity, por exemplo, estava encantada com a decoração e enfeites espalhados por todos os lados. Ela parou na frente de um coral que se apresentava e pedia doações para um abrigo da cidade. A música a deixou emocionada, a jovem lembrou da família que estava na Rússia.

De repente, uma mão tocou o seu ombro. Era Dylan. Nas últimas semanas, os dois começaram a sair mais juntos. Naquele dia, a dupla foi comprar doces para entregar aos sem-teto.

— Isso é tão a cara do Natal. — Dylan afirmou, tirando uma foto do coral para enviar aos pais.

— Sim. Verdade. É tão lindo.

— Estou feliz por ter te encontrado, por outro lado, eu, eu passaria o Natal sozinho. —revelou Dylan a beijando na bochecha. A loirinha reagiu de maneira fofa e devolveu o beijo para Dylan.

***

Aqui estamos como nos velhos tempos

Felizes passados dias dourados, ah

Amigos leais que são muito queridos

Eles se reúnem conosco mais uma vez, ooh

Através dos anos nós estaremos juntos e

Se o destino permitir

Segure uma estrela brilhante no mais alto laço, oh yeah, oh

E tenha um Feliz Natal agora, oh, oh

****

Visando ajudar a família que passava por uma situação desagradável no Brasil, Felipe pegou um turno em um restaurante. Com as aulas entrando em recesso, o jovem teria um tempo maior para trabalhar em outras coisas. Fora que essa também era uma oportunidade de melhorar a conversação em inglês.

Enquanto limpava uma mesa, ele ouviu um grupo de jovens falando sobre os planos para curtir o Natal. Felipe sorriu, mesmo estando destruído por dentro.

Já Guilherme tentava ligar para a mãe. O jovem estava dividido entre viajar ou não para o Brasil. Porém, ele recebeu uma missão do namorado: levar uma mala com presentes para dona Maria.

****

Amigos leais que são muito queridos

Eles se reúnem conosco mais uma vez, oh, oh

Através dos anos nós estaremos juntos e

Se o destino permitir, oh yeah

Mas até lá nos vamos no confundir de alguma maneira, oh yeah, oh,

E tenha um Feliz Natal agora, ooh yeah, oh , ooh

***

A manhã passou e Felipe continuou atendendo às mesas, sempre tentando manter o bom humor. Ele recebeu uma foto da mãe, que preparava a ceia de Natal. Após deixar uma porção de batatas fritas na mesa 4, Felipe seguiu para o banheiro e começou a chorar.

Felipe lembrou de um Natal em que precisou trabalhar até tarde. Sua mãe, como sempre, preparou um prato de comida e levou para o filho no quarto. Apesar da simplicidade, Dona Maria gostava de presentear os filhos. Ela entregou um pacote para Felipe.

Felipe leva o pedido para algumas mesas sempre tentando manter o bom humor. Ele recebe uma foto de sua família se preparando para ir à casa de sua tia Teresa. O jovem vai para o banheiro dos funcionários e começa a chorar.

— Meias? — Felipe sorriu com o presente. — Como a senhora adivinhou que eu estava precisando de meias? Eu te amo. Obrigado por tudo.

— Você é o meu orgulho, sabia? Sempre dedicado, prestativo e sorridente. Nunca perca essa sua essência, filho. — Dona Maria o abraçou forte. — Feliz Natal.

Nariko mandou para Wong a localização de um templo budista que comemoraria o Natal. Os dois estavam animados, Nariko avisou aos pais que estaria em contato com a religião japonesa na noite de Natal. A jovem passou no dormitório de Kaity para entregar uma lembrança.

— Eu adorei! — exclamou Kaity ao ver uma pulseira. A russa colocou o presente e ficou admirando. — Obrigada, amiga. — abraçando Nariko, que odiava o contato físico.

— Para de sentimentalismo. Não gosto disso.

— Espera. — pediu Kaity, andando até o armário e pegando uma caixinha. — Comprei um presente para você. — entregando o objeto para a miga. — De acordo com o vendedor, está escrita felicidade em Japonês. Espero que goste.

— Valeu. — agradeceu Nariko, abrindo e tirando uma gargantilha com dizeres em japonês. — Que lindo. Pena que está escrito vagina.

— O quê?! — gritou Kaity, quase caindo da cadeira.

— Brincadeira. — revelou Nariko rindo da reação de Kaity. — Obrigada. Sabe dizer se o Felipe já tá no dormitório?

— Não sei. Vamos lá. Entregamos o presente para o casal.

— Vamos.

Felipe chegou cabisbaixo do trabalho e deixou o uniforme em cima da mesa. Ele acariciou Tchubirubas, que percebeu a melancolia de seu dono. O cachorro fez de tudo para alegrar Felipe, mas não conseguiu. Guilherme também tentava melhorar o humor de Felipe, tudo em vão. As meninas bateram à porta do dormitório.

Elas entregam os presentes para os seus amigos. E ficaram para conversar, pois Guilherme se preparava para ir ao aeroporto. Passou no dormitório para pegar a mala que Felipe havia colocado em alguns presentes para sua família.

— Vocês vão viajar? — quis saber Nariko. Tchubirubas estava em seu colo recebendo uma sessão de carinho.

— O Guilherme vai. — soltou Felipe, parecendo chateado com a situação.

— Eu vou. Meus pais vão passar o Natal no Brasil. A minha mãe não aceita um não como resposta.

— Viajar? Ouvi sobre uma tempestade de neve. — disse Kaity. — A prefeitura enviou todos os moradores de rua para um abrigo. A temperatura vai baixar muito.

— Quem vai ser louco de sair nessa nevasca? — questionou Felipe, olhando para janela e se sentindo mal por estar de birra com Guilherme. No fundo, ele sabe que o namorado não tem culpa.

Agora, vou contar a história de alguns personagens que vão ser importantes na jornada dos nossos protagonistas, afinal, quem não curte um conto natalino, né?

Longe dali, uma moça grávida chamada Jess caminhava em uma estrada de terra. Ela decidiu que não queria ter o filho na sua cidade, e como já estava com oito meses e meio, queria ir para Londres. Sua mãe tentou parar a gravidez para evitar comentários, mas a jovem assim mesmo insistiu e seguiu para a capital da Inglaterra.

Em Londres, as luzes brilhantes deixavam Julian um pouco tanto, o jovem nerd pisava pela primeira vez na cidade e sentia-se perdido no meio da multidão. Ele queria encontrar uma pessoa, eles haviam marcado em um lugar específico, em um horário bem incomum, meia-noite de Natal.

Já uma senhora olhava melancólica pela janela de sua casa. Ela bebeu bastante. Queria esquecer os problemas e as mágoas. "Natal, época mais estúpida", pensou ela. A mulher realmente estava embriagada e só queria que o dia passasse logo. Voltou a atenção para as garrafas vazias, e percebeu que não tinha mais álcool em casa. "Droga", pensou ela pegando o casaco e saindo de casa.

Todo mundo tem um problema na vida, certo? Para Felipe e Guilherme era a despedida. Por mais que tentasse, Guilherme não conseguiu convencer a mãe. Ele apelou para o pai, só que Leopold também se encontrava nas mãos de Anastasia.

Felipe e Guilherme fizeram aquilo que não queriam... se despedir. O jovem tentou convencer a mãe de todo jeito, mas não conseguiu. Ele apelou para o pai, porém Leopold

— Desculpa. — pediu Guilherme, antes de beijar o namorado.

— Ei. — Felipe tocou com delicadeza no queixo de Guilherme e sorriu. — Tudo bem. É um Natal sozinho. Não vou morrer. — pegando um pacote e entregando para Guilherme. — Sei que não é muito, mas...

— Bebê. — Guilherme ficou todo bobo, enquanto abria o embrulho. Meias. — Adorei. — sentando na cadeira, tirando os sapatos e as meias. — Elas são lindas. — colocando um par de meias que ganhou de Felipe. Ficando em pé.

— Sei que não é nem um terço do que você merece e...

— Eu te amo. — beijando Felipe. — Você é perfeito, Felipe Ramos.

— Você também Guilherme Thompson.

— O meu presente é esse aqui. — revelou Guilherme, tirando um quadro digital da mochila. — É um porta-retratos eletrônico. Baixei todas nossas fotos e coloquei aqui. Eu ia comprar um notebook, mas tenho certeza que você ia fazer drama, então...

— É perfeito. — afirmou Felipe, beijando Guilherme. — Bem, eu preciso ir. — olhando para Tchubirubas. — Cuida dele, viu. É o meu presente mais valioso.

— Ei, não se preocupe. Peguei um turno duplo no restaurante. Não vou ficar só. E, por favor, cuidado. Nosso histórico no aeroporto é horrível. — brincou Felipe, antes de beijar o namorado mais uma vez.

Nariko gostava de Wong, muito mesmo, mas o rapaz parecia apenas querer ser amigo da jovem. Eles foram até uma padaria e compraram um delicioso bolo de morango, aquela seria a sobremesa de Natal para os dois. Eles seguiram para a casa de Wong, e deixaram o bolo.

Dylan encontrou Kaity no dormitório. Eles seguiram de metrô até a igreja para fazerem o atendimento aos sem teto. O casal parecia empolgado em passar o Natal ajudando ao próximo.

Julian destoava da multidão, o jovem parecia muito assustado com tudo aquilo. Ele pegou o celular e tentou falar com alguém, sem sucesso. O jovem então entrou em um bar para escapar do frio, ele viu muitas pessoas bebendo e se divertindo.

— Deseja alguma coisa, docinho? — perguntou uma garçonete.

— Eu queria uma água, por favor. — pediu o jovem, tirando algum dinheiro do bolso e entregando para a mulher.

Ali, algumas pessoas viram em Julian uma oportunidade de se dar bem. O jovem pegou a água, tomou e seguiu sua jornada. Ele teria que encontrar alguém, mas o problema é que esse alguém não o respondia. Julian desviou caminho por uma ruela, mas acabou esbarrando em alguns marginais que o agrediram e roubaram seus pertences.

Já a adolescente grávida, Jess continuava caminhando. Ela estava ofegante, a barriga grande a deixava cansada, mas ela queria sair daquela cidade e passar o Natal em Londres. "Meu filho vai nascer em Londres", pensava a moça. Jess chegou à estação de trem de sua cidade e comprou uma passagem apenas de ida para Londres.

Enquanto isso, Felipe se arrumava para o terceiro turno no restaurante, ele achava que o número de clientes na noite de Natal fosse baixa, mas muitas pessoas decidiram passar para comprar comida. O expediente seria até 22h. Então, quanto mais clientes, melhor, mais gorjeta. Ele recebeu mensagens de Guilherme que narravam cada parte de sua trajetória.

No aeroporto, um chateado Guilherme chegou. Para a sua sorte, Paris decidiu ir com os Thompsons para o Brasil. A loirinha nunca havia ido para a América Latina e agarrou a oportunidade, além de ficar longe dos pais. Paris não tinha uma boa relação com sua família.

— Que raiva. Cadê a Paris? — Guilherme questionou, enquanto olhava para o relógio. — O voo vai sair daqui a pouco.

— Oi, Guilherme! — Paris apareceu do nada e assustou o amigo.

— Claro. — Guilherme riu. — Discreta como uma elefanta.

— Já? Nosso voo é daqui duas horas. — avisou John, que pegou Guilherme e Paris de surpresa.

— O que você está fazendo aqui? — Guilherme revirou os olhos e quis ter um surto na entrada do aeroporto, mas foi impedido por Paris.

— Em primeiro lugar, é um prazer te ver. E segundo, o teu pai me convidou para passar o Natal no Brasil. Vocês vão fazer o check-in? — John seguiu na frente e entrou no aeroporto.

— Claro. — Paris sorriu e olhou para o Guilherme. — E eu pensei que não podia ficar pior.

Infelizmente, o mau tempo acabou atrasando os voos. Guilherme, Paris e John não chegariam a tempo para celebrar o Natal no Brasil. O jovem avisou a mãe que fez o maior escândalo pelo telefone.

— E agora? — quis saber Paris.

— E agora, que vamos esperar. O voo vai sair às 22h. Vamos passar seis horas esperando um voo. Que merda.

— Você não acha que deveríamos voltar? — sugeriu Paris, sentando ao lado de Guilherme.

— Jamais! — exclamou John. — O Sr. Thompson exigiu a presença do Guilherme.

— Sim, Sr. Thompson. Me engana que eu gosto.

— Só você mesmo. — brincou Guilherme, pegando o celular e desejando estar ao lado de Felipe.

Felipe ficou feliz e triste ao saber que o voo de Guilherme atrasaria. Ele queria muito ir ver o namorado, mas não podia deixar o restaurante, que cada vez ficava mais lotado. "Eita, as pessoas compram tudo de última hora. Depois os brasileiros que estão atrasados", pensou Felipe.

Nariko e Wong se arrumaram para seguir ao templo budista. O frio começou a se atenuar, e eles precisavam usar roupas mais quentinhas. Eles caminhavam na rua quando encontraram uma mulher muito bêbada.

— Sabe qual o problema de vocês? — a mulher apontava para os dois.

— Oi? — questionou Wong, ficando na frente de Nariko.

— Sabe qual o problema de vocês jovens?

— Não. Qual?

— Vocês são inconsequentes. Vocês vivem de forma errada, sem se importar com as consequências. — a mulher se virou para ir embora, mas acabou escorregando e caindo no chão.

— Senhora! — Nariko gritou, saindo de trás de Wong e ajudando a mulher. — Me ajuda. — pediu do amigo.

A mulher começou a rir. Com muito esforço, Nariko e Wong a levantaram. Porém, a bêbada saiu andando pelas ruas e quase foi atropelada. Realmente, aquela era a noite de anjo da guarda dos japoneses, que não viram outra opção e levaram a mulher para a casa de Wong.

Kaity e Dylan estavam no metrô, mas perceberam que aquele trem não passaria perto da igreja. Eles desceram em uma estação bem fria e escura. De repente, a jovem grávida Jess fica perto deles.

— Feliz Natal. — Kaity desejou para Jess.

— Feliz Natal. — respondeu Jess, colocando um par de luvas. — Vocês estão indo para o Centro?

— Sim. — disse Kaity.

— Posso ficar perto de vocês? Essa estação é muito estranha. — comentou a moça, olhando para os lados e cruzando os braços.

— Eu também acho. Pode ficar sim. — disse Kaity, que percebeu a gravidez da moça. — Que fofa, está com quantos meses?

— Quase nove. O pãozinho vai pular a qualquer momento.

— Sério? — Dylan perguntou e não escondeu a surpresa.

— Sim. Quero que meu filho nasça em Londres. — explicou a moça.

A noite esfriou e os clientes no Omalley's começaram a ir. Felipe recolheu o lixo do restaurante e foi jogar tudo na lixeira que ficava ao lado da lanchonete. O jovem deixou o lixo e quando voltou tomou um susto ao ver Julian ferido tentando sentar na calçada.

— Você está bem? — quis saber Felipe, que manteve uma distância segura.

— Tô. Eu só preciso sentar.

— Aconteceu alguma coisa? Te agrediram?

— Sim. Fui assaltado.

— Droga. — soltou Felipe, pois queria ajudar o rapaz, mas estava com medo. — Quer que eu chame a polícia?

— Não. Meus, meus pais não sabem que eu saí de casa. Olha, cara, eu só não quero confusão. Eu vou ficar quieto aqui. — o jovem parecia receoso e Felipe sentiu verdades em suas palavras.

— Droga. Mas você precisa de ajuda. — Felipe se aproximou, analisou o rapaz e ofereceu ajuda. — Vem. Eu trabalho nessa lanchonete.

Enquanto isso, no Aeroporto, Guilherme, Paris e John esperavam pela chamada, mas tudo estava atrasado. John havia preparado todo plano e continuava acreditando em uma reaproximação de Guilherme.

— Gente. — Guilherme levantou da cadeira. — Ninguém fala mais nada. Que droga.

— Calma. Vão já chamar a gente. — garantiu John.

— Pelo visto vamos passar o Natal sobrevoando a Europa. — ressaltou Paris, fazendo uma selfie e mandando para o namorado.

— Droga. — Guilherme pegou o celular e tentou ligar para Felipe. — Atende.

— Problemas no paraíso? — John apareceu ao lado de Guilherme.

— Aff. Com licença.

Faltavam apenas três horas para o Natal. O plano de todos havia mudado um pouco. Kaity, Dylan e Jess tentavam chegar ao Centro de Londres, mas parecia que alguma coisa não queria deixar. O trem parou no meio de um túnel e todas as luzes se apagaram.

— Isso é normal? — Kaity levantou do assento e olhou em volta. Breu total.

— Eu não sei. — Dylan olhou no relógio. — Puxa. Já estamos atrasados...

— É meio estranho, né? Será que vão aparecer zumbis? — soltou Jess, que estava sentada perto do casal.

— Deus me livre. — disse Kaity em russo.

— Tem alguma goteira aqui? Vocês estão ouvindo. — Dylan ligou a lanterna do celular e olhou em volta.

— Eu acho que não.

— Sério? A goteira sou eu. — Jess olhou para baixo e confirmou a sua sugestão. — A minha bolsa estourou. Vou ter meu filho. Kaity e Dylan se olham e gritam desesperados.

Wong e Nariko carregaram a mulher no meio da rua. As pessoas estranharam aquilo, mas os jovens decidiram que não a deixariam no meio da rua, principalmente por se tratar do Natal.

— O papai noel vai ter que me dar um bom presente este ano. — comentou Nariko, após acomodar a mulher no sofá do apartamento de Wong.

— Para nós dois.

— A gente perdeu o culto, né? — perguntou Nariko, ajustando a temperatura do apartamento.

— Sim.

— Vou fazer um chá para a senhora. Espero que ela não demore a acordar. — falou Wong andando até a cozinha.

É sempre bom ajudar alguém. Na vida, Felipe sempre precisou lidar com os mais diversos obstáculos, mas apesar dos contratempos, ele nunca perdeu a sua fé na humanidade. Naquela noite, por exemplo, ele tirou dinheiro do próprio bolso para ajudar Julian.

Por causa do horário, Felipe fez um sanduíche e ofereceu para o rapaz. Julian aproveitou para carregar o telefone, o seu único bem que ficou intacto. Neste meio tempo, Felipe conheceu um pouco sobre a história de Julian. Ele também compartilhou um pouco do que aconteceu na sua vida nos últimos meses.

— Bem, o seu namorado parece ser uma boa pessoa. Aproveita, viu. — comentou Julian, comendo o sanduíche.

— Você não tem ninguém?

— Bem, eu tenho sido um babaca com a minha namorada. Ela é perfeita, cara. Eu que estou perdido.

— Se pensar desse jeito nunca vai ter coragem para enfrentar os problemas. Precisa pensar de forma positiva. Acho que sua namorada ia gostar disso.

— É que são tantos problemas e...

— Os problemas fazem parte do pacote. Mas se você a ama de verdade, vai saber contornar essa situação.

— Verdade. Você tem razão Felipe. — Julian olhou para a TV que transmitia um telejornal local e arregalou os olhos. — Droga. — indo em direção ao celular e pegando o aparelho. — Felipe. Obrigado por tudo. Nunca vou esquecer isso. — abraçando Felipe. — Feliz Natal.

— Ok. Até mais, cara! E boa sorte. — desejou Felipe sorrindo.

Guilherme não aguentava mais esperar. Ele olhou para a televisão e se impressionou com o que viu. Ele foi até Paris, e falou que não viajaria mais para o Brasil, pois teria algo melhor para fazer. A amiga desejou sorte, e garantiu que continuaria com John, pois encontraria Steve, seu namorado, em terras brasileiras.

— Me ajuda a despistar o John? — pediu Guilherme. — Ele parece aqueles cachorros guarda-costas.

— Distração é comigo mesma. — garantiu a jovem, que levantou e olhou em volta. — Hora do show em 3, 2 e 1. — Paris andou na direção do saguão da companhia aérea. — Esse avião não sai mais não?! Ei, atendente.

— Paris. — John andou em direção a Paris. — Garota, menos.

— Não, estamos esperando há quase 10 horas. Esse tempo não melhora não? Estou cansada.

— Temos que ter paciência.

Paris começou uma mini revolução no aeroporto de Londres. Todos os voos foram cancelados por causa do mau tempo, ou seja, aquelas pessoas passariam o Natal ali. Guilherme aproveitou a distração causada pela amiga e fugiu.

Uma hora antes disso, Kaity e Dylan se encontravam em uma situação no mínimo delicada, Jess começou a entrar em trabalho de parto no trem de Londres. Os dois tentaram de tudo, mas as portas do vagão não abriram. Dylan deitou Jess e a deixou confortável, quer dizer, o máximo que pode. Kaity entrou na internet e verificou formas de fazer um parto.

— Eu não vou fazer isso. — disse Kaity, andando de um lado para o outro, enquanto Jess gemia de dor.

— Ei. — Dylan tocou no rosto de Kaity. — Precisamos ajudar a moça. — tirando o casaco.

— Ok. — Kaity pegou o celular e discou o número da emergência. — Vamos sim, mas vou pedir ajuda médica.

— As contrações estão fortes. Eu não quero ter meu bebê nesse vagão. — pediu Jess, chorando e arrependida de ter se aventurado sozinha.

— Jess. Você não vai aguentar muito tempo, eu meio que tenho experiência com partos, então vou te ajudar. — Dylan afirmou. Ele usou o casaco para fazer uma espécie de travesseiro para Jess. Depois de um tempo, Kaity conseguiu falar com a emergência e explicou a situação.

— Você já fez partos? — questionou Jess, que ficou mais ofegante por causa das contrações.

— Sim. Todas as vaquinhas da fazenda do meu pai nasceram pelas minhas mãos. — explicou Dylan, arregaçando as mangas e abaixando perto de Jess.

— Ei, Dylan! — exclamou a grávida, apertando o braço do rapaz. — Tá me chamando de vaca?!!

— Desculpa. — pediu Dylan, que se assustou com o grito forte de Jess. — Meu Deus. Precisamos tirar a tua calça. Kaity, eu preciso de álcool em gel, por favor.

— Calma. — Kaity pegou o pote de álcool da bolsa e entregou para Dylan. — A ajuda vai estar na próxima estação. Eles estão resolvendo o problema do trem.

— Precisamos tirar a tua calça e sua calcinha. — explicou Dylan, olhando para Kaity que entendeu o recado.

— Segura o telefone. — ela entregou o aparelho para o Dylan e ajudou Jess a se despir.

Com toda gentileza e calma, Dylan explicou o que Jess teria que fazer. As contrações estavam fortes e a moça sentia algo descendo por suas pernas. Ao ver a cena, Kaity desmaiou, mas a atenção de Dylan estava em Jess.

— Tua namorada não participava dos partos das vacas, né?

— Não. — respondeu Dylan, sentindo a cabeça do bebê. — Empurra, Jess!

Foram quase 15 minutos de tensão. Dylan tentou se manter calmo, mas ficou com muito medo. Jess fazia força e gritava bastante. De repente, o trem começou a andar novamente. Após recobrar a consciência, Kaity ficou ao lado de Jess. Aos poucos, a criança saiu e Kaity desmaiou de novo.

O trem parou e uma equipe médica já estava preparada para o caso. Os médicos entraram para ajudar no resto do parto. Jess teve seu bebê quase um pouco antes do Natal. A imprensa se encontrava toda na estação, e Dylan saiu como o herói da noite.

Guilherme pegou um táxi e ficou perto do dormitório, ele passou por Julian que corria como um foguete. "Feliz Natal", eles falaram um para o outro.

Na casa de Wong, a tia bêbada recobrava a consciência. A mulher pediu desculpa pelo infortúnio e reconheceu alguém pela televisão. "Jesus", gritou a mulher, antes de sair em disparada pela porta. Nariko e Wong viram Dylan e Kaity na televisão, eles aumentaram para saber do que se tratava.

— Olha só. Seus amigos são heróis. — disse Wang, sentando ao lado de Nariko. — Eu queria ser herói também.

— De certa forma somos. Ajudamos essa senhora. — contou Nariko. Tomando uma atitude e descansando a cabeça no ombro de Wang.

— Você tem razão. Fizemos uma boa ação na noite de Natal. Merecemos pontos extras e uma reportagem de televisão.

— Não vai querer o frango?

Engraçado como a vida funciona. De certa forma, todos nós estamos interligados, seja por uma boa ação feita, ou até mesmo, durante um caso complicado. A vida está conectada de todas as formas. Os médicos colocaram Jess em uma maca, e Julian conseguiu se aproximar e a beijou.

— Meu amor, desculpa. — Julian pediu perdão da namorada. — Eu te amo. Eu tentei entrar em contato com você, mas....

— Tudo bem. Eu disse que iria te encontrar...

— Cadê nossa filha?

— Os médicos a levaram. Ela é perfeita. Ela é linda.

— Vamos ser felizes... os três...

— E os nossos pais?

— Jess, eu te amo. — se declarou Julian. — E amo a nossa filha. Os problemas fazem parte do pacote. Mas eu te amo e você me ama. Juntos vamos conseguir contornar essa situação.

Dylan e Kaity se despediram de Jess. Eles desejaram felicidades para o bebê. Dylan precisou ir até um banheiro para lavar as mãos. Eles seguiram para a igreja. Uma mulher se aproximou do casal. Ela se aproximou de Jess e beijou o rosto dela. A mulher pediu perdão para Julian, e falou que apoiaria o romance dos dois.

— Evelyn. Você está bem? — questionou Julian ao ver a mulher.

— Filha, desculpa ter te mandado para aquela cidade horrível. — pediu a mulher, abraçando Jess.

— Tudo bem, mãe. A senhora estava tentando me proteger.

— Meu bebê tendo que passar por tudo isso. — lamentou a mulher, ainda abraçando Jess. — Onde está a minha neta?

— Precisamos ir para o hospital. — ordenou um dos médicos no local.

— Vou acompanhando a nossa filha na outra ambulância. — afirmou Julian, pegando na mão de Jess. — Te amo. Até daqui a pouco.

E quem disse que os finais felizes na véspera do Natal não existem? Paris aproveitou que todos prestavam atenção nela, subiu na mesa e começou a falar da importância do Natal. Algumas pessoas aplaudiam, outras assobiavam. Ela pegou o microfone da recepcionista e começou a cantar.

***

Eu não quero muito neste natal

Só tem uma coisa que eu quero

Eu não me importo com os presentes

Embaixo da árvore de natal

Eu só te quero pra mim

Mais do que você pode imaginar

Faz com que o meu desejo se realize

Tudo o que eu quero neste natal é você

***

Felipe conversava com a família pela internet, e a mãe agradeceu pela ajuda que o filho estava dando. Ele começou a chorar. De repente, alguém bateu à porta. Tchubirubas começou a latir. Felipe abriu e ficou emocionado ao ver Guilherme.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu te amo. — Guilherme avançou e beijou o namorado.

— Eu te amo. — se declarou Felipe, enquanto Tchubirubas ficavam entre os dois.

***

Eu não quero muito neste natal

Só tem uma coisa que eu preciso

Eu não me importo com os presentes

Embaixo da árvore de natal

Eu não preciso de pendurar

A minha meia na lareira

Papai noel não vai me fazer feliz

Com um brinquedo no dia do natal

***

Wong e Nariko comeram sua ceia de Natal e durante o jantar deram seu primeiro beijo. Eles ligaram o rádio e começaram a dançar na sala do apartamento. "Feliz Natal", desejou Nariko.

Kaity e Dylan conseguiram chegar a tempo de dar comida para os necessitados. O namorado de Kaity foi aplaudido, pois todos viram a matéria na televisão. "Feliz Natal", desejou Kaity beijando Dylan.

***

Eu só te quero pra mim

Mais do que você pode imaginar

Faz com que o meu desejo se realize

Tudo o que eu quero neste natal é você, você baby

Eu não vou pedir muito neste natal

Eu não vou nem querer neve

Eu so vou ficar à espera

Debaixo do visco

***

Jess, Julian e Evelyn passaram a noite no hospital. Eles prometeram que formariam uma família feliz.

— Essa garotinha linda que trouxe tanta paz para nós. — afirmou Evelyn, caminhando com a neta pelo quarto do hospital. — Vocês já decidiram qual vai ser o nome dela?

— Bem. Queremos homenagear a vovó. — anunciou Jess, que estava se recuperando do parto.

— Ela vai se chamar Justine. — continuou Julian.

— Obrigada. É um lindo nome.

***

Eu não vou fazer uma lista de presentes e mandar

Ao polo norte para o papai noel

Nem vou ficar acordada até tarde

Pra ouvir os sininhos mágicos das renas

***

Guilherme, Felipe e Tchuribubas celebraram o Natal no pequeno dormitório. O cachorro estava vestido com uma roupa de rena e latiu ao se olhar no espelho.

— Eu não poderia desejar estar em outro lugar hoje. Você é minha família. — disse Guilherme, abraçando Felipe e o beijando.

— Obrigado. — agradeceu o rapaz. — Obrigado por ser um namorado tão maravilhoso. Eu te amo.

***

Porque eu só te quero aqui esta noite

Segurando-me bem apertado

O que mais eu posso fazer

Tudo o que eu quero neste natal é você, você baby

***

Paris continuava sua performance e adorou a atenção das pessoas. John procurou Guilherme e percebeu que suas coisas não estavam lá. Ele sorriu e voltou sua atenção para Paris que continuava cantando. A moça pegou na mão do John e o ajudou a levantar.

— Canta, John! — pediu Paris, que estava sendo ovacionada pelas pessoas.

— Eu... eu....

— Qual é! Tá na hora de você se soltar mais.

***

John (Paris olha para John e se surpreende):

Todas as luzes estão cintilando

Por todos os lugares, tão brilhantes

E o barulho das risadas das crianças

Está pelo ar

John e Paris:

E todo mundo está cantando

Eu escuto aqueles sinos tocando

Papai Noel, você não vai me trazer a única coisa que eu realmente preciso?

Você poderia, por favor, trazer o meu amor para mim?

Oh, eu não quero muito para esse Natal

Isso é tudo que eu estou pedindo

Eu só quero ver meu amor

Parado na minha porta

Oh ,eu só quero você pra mim

Mais do que você pode imaginar

Faça meu desejo se realizar

Querido, tudo que eu quero de Natal é você

Você, você, querido

(Todos aplaudem)

***

— Senhores e senhoras passageiros, os voos estão liberados. Tenham todos um Feliz Natal!

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Comentários

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Adorei o de Guilherme não ter deixado Felipe sozinho na noite de natal e mais ainda do John não ter conseguido levá-lo pro Brasil.😍😍😍😍😘😘😘😘😘

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AMEIIIII POSTA LOGO A CONTINUAÇÃO, NOSSA TOU QUASE CHORANDO AMEIIIII.

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ADOREI GUILHERME TER VOLTADO E PASSADO NATAL COM FELIPE.

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