A ESCRITORA DE POEMAS ERÓTICOS - PARTE UM
Conheci-a por acaso. Eu morava num apartamento no Leblon, num prédio não muito distante do seu. Da janela do meu quarto, dava para ver o seu dormitório nitidamente, através do binóculo. E, naquela noite, eu matava o tempo xeretando os apartamentos de prédios vizinhos, afim de encontrar algo que alegrasse minha ociosidade. Por conta de um acidente de carro, eu teria de passar uns dias me locomovendo sentado numa cadeira de rodas. Por recomendação do meu médico, não devia fazer nenhum esforço para andar pois correria o risco de ficar com a coluna vertebral avariada para sempre.
Por azar, o acidente acontecera um dia após ter brigado com a minha namorada e ela não queria mais me ver nem banhado a ouro. Palavras dela, referindo-se a mim como um pobretão que às vezes nem tinha dinheiro para levá-la a um cinema. Culpa da minha profissão. Sou detetive particular e ultimamente não tenho conseguido bons casos. O que tenho ganho mal dá para as minhas despesas pessoais. E minha ex-namorada é dessas que preferem os homens que a cubram de luxo. Ah, nem se eu fosse podre de rico! Não valeria a pena. A mulher é uma geladeira na cama. Dessas que acham que só a sua beleza basta para fazer um homem gozar precocemente. Mas, cá pra nós, ela nem é tão bonita assim. Filha única, acostumou-se a ter a mãe mimando-a, sempre dizendo que ela era linda. De tanto ouvir isso, a danada acreditou.
Peraí, eu não estava falando sobre minha ex-namorada nem de como a conheci. Falava da mulher que avistei com o binóculo.
Era uma noite de muito calor e eu abri totalmente a janela do meu quarto. Peguei um binóculo, apaguei a lâmpada e fiquei saltando a vista de prédio em prédio, janela em janela. Foi quando a vi. Entrou no quarto enxugando os cabelos, com o corpo todo nu. Devia ter saído de uma ducha e, pelo jeito, morava só. Ao meu entender, só mulheres sozinhas costumam ficar o tempo todo pelada dentro de casa. Ela estendeu cuidadosamente a toalha molhada e eu acreditei que era uma mulher metódica e bem organizada. A boceta raspadinha me chamou a atenção. Dirigi o foco do binóculo para a racha. O pinguelo estava proeminente, como se ela tivesse saído do banho excitada. Meu pau subiu na hora. Levei uma das mãos ao colo e abri o zíper da bermuda que estava usando.
Botei o pau pra fora e me preparei para uma bronha. Mas aí, a mulher deitou-se de bruços na cama de um jeito tão sensual que eu resolvi aguardar mais um pouco para me masturbar. Primeiro, ela ficou se esfregando nos lençóis, serpenteando o corpo como se estivesse no cio. Depois de passear as mãos pelas ancas, pelos seios e entre as nádegas, meteu um dedo na racha da vulva, separando mais as pernas. Foquei meu olhar para ali e aproximei mais o foco no binóculo. Consegui um close maravilhoso dos seus dedos enfiados na vagina, numa masturbação primorosa. Gemia de prazer, a danada, e eu estava cada vez mais excitado.
Então ela levou os dedos à boca e os lambeu como uma gata. Devia ter ejaculado bastante, pois demorou a sorver todo o líquido que lhe lambuzava a mão. Ainda não satisfeita, levou-a de volta à xoxota e friccionou com mais vontade. Logo começou a gozar de novo e, para isso, empinou bem a bunda. Aí minha imaginação tomou conta de mim. Libertei totalmente o pênis que agora latejava e iniciei a punheta. Eu me via ali, perto dela, me posicionando entre as suas pernas. Cuspi no pau, como faria se estivesse prestes a enraba-la. Comecei a movimentar a mão devagar, fantasiando todo o cuidado para não violentar o ânus dela. Foquei o binóculo ali. As pregas dela piscavam, como se soubesse que eu a estava espreitando. Então, mentalizei minha pica adentrando-lhe o túnel e imaginei que ela era bem apertadinha. Aumentei a pressão da mão no cajado e a sensação foi a de que eu estava realmente me enfiando naquele cu.
Ela gozou várias vezes, primeiro que eu. Apressei os movimentos da punheta, querendo gozar junto com ela. Mesmo já tendo ejaculado, continuei a bronha tentando gozar novamente, como se estivesse dando duas sem tirar de dentro. O cu dela era maravilhoso, e merecia outra gozada - pensava eu. O segundo jato de esperma foi mais vigoroso e espirrou longe. Sujou a parede do meu quarto, abaixo da janela. Mas quem estava incomodado com isso? Depois eu daria um jeito de limpar, antes que minha faxineira diarista visse. Fechei os olhos e descansei a nuca no encosto da cadeira de rodas, sentindo um torpor maravilhoso. Quando, minutos depois, apontei de novo o binóculo, tive um sobressalto. A mulher não estava mais no quarto. Eu não vira quando ela saiu. Fiquei torcendo para que voltasse e logo.
Para a minha sorte, ela não passou muito tempo ausente. Retornou ainda nua, com um laptop nas mãos, e sentou-se na cama. Demorou um pouco tentando abrir algum site e finalmente se pôs a escrever. A vulva, cujos lábios estavam muito vermelhos, ainda pingava gozo nos lençóis. Os seios estavam eriçados e duros, como se ainda estivesse muito excitada. Tinha um sorriso no rosto, de quem está fazendo alguma trela. Pena que, de onde eu estava, mesmo com o binóculo, não dava para ver o que escrevia. Via-se apenas a tampa do laptop, que estava virada em minha direção. Aí, percebi o espelho na parede, por detrás dela. Pelo espelho, identifiquei o site que já conhecia de outras vezes, quando estava a procura de ler putarias. Aproximei mais a imagem do binóculos e deu para ler, invertido, no momento em que ela finalizava:
MEU GOZO
Me deito de bruços...
Quando me sinto gostosamente tesa
Vibrações percorrem pelo meu corpo
Vou me saboreando aos poucos
Entre sarros de lençóis e fronhas
Vou rebolando as minhas ancas
Sussurrando palavras desconexas
Viro um poço de inquietudes
Meus dedos mártires e confessores
Denunciam a minha lubricidade
E eu os lambo com o meu sabor
Sabor de tara. Sabor de fêmea
E em seguida acomodo-os
Ao longo do meu corpo
Entre flâmulas ociosas
Levitando toda a pele
Atiçam os meios;
Apalpam as coxas
Eriçam os seios
E quando a seiva brota já úmida
Entro em convulsões
Num prelúdio ao avesso
E gozoooo... Primitivamente
FIM DA PRIMEIRA PARTE