A história impossível de nós dois. (Capítulo 29)

Um conto erótico de Pudim
Categoria: Homossexual
Contém 1560 palavras
Data: 01/02/2017 23:39:22

Continuando...

Sentado no chão,abracei minhas pernas com força.Minha mente dando voltas com as palavras impressas no jornal e meu coração pesado com a imagem que pintavam dele.A porta se abriu e o barulho me trouxe de volta a sala simples e suja da minha casa.Asustado,apanhei o recorte e o dobrei,atirando para baixo do sofá,logo em seguida.

Minha mãe entrou e fechou a porta,se virando e me lançando um olhar desconfiado.Sem querer que ela começasse a fazer um de seus shows,tentei fazer cara de paisagem.

-Olha,vo comer lá na casa do Noel...E aí na cozinha deve ter um resto de cuscuz,se os rato não comeu...E se tiver comido,se vire que tu não é problema meu.-Ela disse por fim.

-Na casa do Noel?...E o papo de que o Piolho era especial?-Perguntei surpreso.

-Deixou de ser quando robou e trouxe a mercadoria pra dentro da minha casa.-Ela respondeu,enquanto ia em direção ao corredor.

Observei ela sumir e esperei até ouvir a porta do seu quarto bater,para tentar recuperar o recorte de jornal,mais percebi que para isso teria que arrastar o móvel,e o barulho poderia fazer com que ela voltasse.Frustrado,decidi ir até o mercado comprar algo para fazer um almoço decente,e aí na volta tentaria recuperar aquele pedaço de papel.

Com um grito,avisei que estava indo comprar comida e então sai,fechando a porta atrás de mim.Pelo bairro havia vários mercadinhos,mais decidi ir até o centro,pois o dinheiro que tinha era muito pouco e precisava encontrar produtos bem baratos.

Em passos rápidos,levei pouco mais de vinte minutos para chegar em frente ao Vierão,o maior mercado da minha cidade e que segundo o povo,seus produtos tinham preços que cabiam no bolso,só esperava que coubesse no meu.

Entrei,e senti todos os olhares sobre mim.Envergonhado,me perguntei se essas pessoas nunca viram alguém de bermudão e havaiana.Pelo modo como não tiravam os olhos de mim,percebi que não.

Tentando não dar atenção,apanhei uma cesta e passei entre uma prateleira e outra.Entusiasmado,peguei não só apenas o que tinha planejado,mais também outras coisas que me tentaram na hora.Com a cesta cheia,fui até o caixa e passei as coisas rapidamente.

-Sessenta e cinco reais e oitenta centavos.-A atendente disse séria.

-Eh...eu...eu só tenho vinte reais.-Disse baixinho,sentindo meu rosto queimar de vergonha.

-Olha garoto,eu não tenho tempo pra isso.Se você veio ao mercado com apenas vinte reais,deveria pegar apenas o que o seu dinheiro dá para pagar e não apanhar o que vê pela frente,fazendo com que a gente tenha que passar os produtos,para descobrir no final,que você veio sem o dinheiro exato...Agora por favor,retire os produtos que apenas vai levar e os passe novamente.-A moça disse em um tom de reprovação.

Todos me olharam com um sorriso aberto no rosto,e eu senti vontade de sumir dali.Com os olhos cheios d'água,decidi largar tudo e voltar para casa sem nada.

-Não precisa fazer o menino passar essa vergonha,deixe que eu pago o que faltar.-Uma voz disse atrás de mim.

Me virei rapidamente e dei de cara com um homem moreno,um pouco mais alto que eu e de cabelos castanhos escuros.Ele usava óculos e um jaleco branco,e também trazia em uma das mãos,algumas barrinhas de cereais,que depositou no caixa.

-Aliás moça,não necessitava desse pequeno show.Poderia ter falado em voz baixa com o garoto e resolvido isso facilmente.-Diego disse sério.

-Eu estou fazendo o meu trabalho,senhor!-Ela disse no mesmo tom que ele usou.

-Seu trabalho é receber os produtos e cobrar por eles,não servir de auto falante e anunciar para o mercado todo que seu cliente não tem dinheiro para pagar.-Diego disse após retirar a carteira.

A moça ficou em silêncio e passou as barrinhas de cereal.Coloquei os vinte reais sobre o balcão e ele colocou outra nota em cima,ao qual ela apanhou e lhe deu o troco.Apanhei minhas sacolas e depois de ele pegar a dele,saímos juntos do mercado.

-Por que tu fez isso?Pagou o resto das minhas coisas?-Perguntei intrigado.

-Apesar de saber para onde vou,gosto de fazer uma boa ação diária.-Ele respondeu.

-Valeu...Valeu mesmo!-Disse,abrindo um sorriso sincero a ele.

-Você tem o sorriso da sua mãe!-Diego disse surpreso,após um minuto me observando.

-Tu conhece a minha mãe?-Perguntei,também surpreso.

-Eh....bem...ah...Sim...sim,eu conheço...Eh,ela esteve no hospital, lembra?...Quando você teve doente na cadeia!-Ele respondeu aparentemente nervoso.

-Ah sim!...É claro!-Disse.

-Lúcio,meu marido voltou a te procurar?-Ele perguntou,mudando de assunto.

-Não!-respondi apreensivo.

-Bem,eu acabei de lhe ajudar e se não for pedir muito...Gostaria que mantivesse distância do meu marido!-Ele disse bastante sério.

-Você o ama muito,né?-Perguntei sem pensar direito.

-Amo intensamente,como nunca amei outra pessoa.-Ele respondeu enquanto me lançava um olhar profundo.

Observei ele se virar e ir em direção ao carro dele,onde entrou e foi embora.Me obrigando a caminhar,tentei não pensar mais no Eduardo e nem no Diego,que eles vivessem a vida deles lá e eu vivesse a minha aqui.

Ao chegar em casa,entrei e levei as coisas até a cozinha,colocando uma parte na geladeira e deixando a outra em cima da mesa.Enquanto eu tentava decidir o que faria para o almoço,uma batida soou forte na porta e fui abrir,dando de cara com Fred.

-Atrapalho?-Ele perguntou com um sorriso.

-Não!-Respondi.

-Vim te buscar pra gente ir almoçar.-Ele disse.

-Mais eu acabei de comprar umas coisas e queria fazer algo em casa.-Disse,um pouco frustrado.

-E eu queria a sua companhia...Comer sozinho,é tão ruim.-Ele disse com tristeza.

-Tá...eu vou!-Disse,enquanto dava passagem a ele.

Fred entrou e após apontar o sofá,para que se sentasse,fui até a cozinha e guardei no armário,o resto das coisas que havia comprado.Voltei a sala e fui em direção ao meu quarto,onde coloquei uma calça jeans e uma camisa de manga curta na cor branca.Passei um pouco de perfume e voltei a sala.Fred se levantou e saímos juntos em direção ao seu carro,onde entramos.

-Tenho que passar no meu apartamento para pegar umas plantas...Mais é bem rápido!-Fred disse,enquanto dava partida.

-Tudo bem!-Disse,observando a rua pela janela.

Não demorou muito até que chegassemos em frente ao seu prédio,onde ele estacionou.Com muita sede,decidi acompanha-lo e juntos passamos pelo portão e entramos no elevador.Logo estávamos em seu andar e depois de ele destrancar a porta,entramos em seu apartamento.

Enquanto ele entrou em seu quarto,fui até a cozinha e abri a geladeira.Retirei uma garrafa de suco e enchi um copo que levei a boca.O barulho de algo caindo me assustou,e eu acabei derramando metade do suco na minha camisa.Larguei o corpo em cima da mesa e tentei reverter o estrago com um pano de prato,mais não havia muito o que fazer.Minha camisa agora tinha uma enorme mancha laranja e úmida.

-Já peguei as plantas,vamos?-Fred perguntou,entrando na cozinha.

-Acho que não...Olha como estou.-Respondi,ficando de frente pra ele.

-É só uma mancha!-Ele disse sério.

-Tenho que trocar de camisa!-Disse,enquanto retirava aquela.

-As minhas ficariam enormes em você.-Ele disse com um sorriso.

-Não têm problema!-Disse,dando de ombros.

-Eu tenho outra sugestão,mais não sei se vai gostar.-Fred disse após um minuto em silêncio.

-Qual?-Perguntei curioso.

-Bem,ainda guardo algumas peças de roupas do seu pai...E elas são do seu tamanho.-Ele respondeu,visivelmente desconfortável.

O tempo estava passando e logo a hora de almoço dele se passaria,então decidi aceitar vestir algo do meu pai.Fred sorriu e pegando em minha mão,me levou até o quarto,onde puxou uma mala pequena vermelha e abriu em cima da cama.Remexendo seu conteúdo por alguns minutos,ele puxou uma camisa social preta de mangas dobradas,que recebi e coloquei.

Caminhei até o espelho e observei meu reflexo.Senti um arrepio frio subir pela minha espinha e tive a sensação de que eu estava roubando algo.Era muito estranho e desconfortável para mim,vestir algo que tinha sido do meu pai,que agora era um homem morto.

-Nossa,você é mais parecido com ele do que imaginei.-Fred disse,me lançando um olhar distânte e emocionado.

Continua...

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

Olá,boa noite!

Martines o que adivinhou?kkk

CaahPoderosa1 Nada a ver,kkk Não diria que a faculdade de história é uma coragem,mais sim uma tentativa de fazer alguma coisa enquanto estou parado.Não é bom ficar sem estudar.Eu não gosto de rótulos,mais tenho um amigo íntimo no momento.

Chria desafio aceito,as respostas irão surgindo nos momentos certos.E quanto a Eduardo e Lúcio,vamos ver o que acontece com eles.

Guilmarajwinsk,VALTERSÓ,Morennaa,Ru/Ruanito e Geo Mateus obrigado pelos comentários e notas.

Espero que gostem desse capítulo...

Até a próxima!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 1 estrelas.
Incentive Pudim a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Nossa, estou tendo a sensação de que o Fred está tentando buscar o pai no filho.

0 0
Foto de perfil genérica

Adorei o capítulo! Desculpa por ñ ter comentado nos anteriores! Acho que Eduardo e Diego sabe sobre o passado de Lúcio! Tô estranhando Eduardo ñ ter aparecido até agr! Pelo jeito Fred tá conquistando Lúcio!

0 0
Foto de perfil genérica

Tendeu. Hoje não farei nenhum palpite até pq no ultimo conto errei tudo rz. Mas, apesar de eu não gosta do Eduardo ele ta fzd falta, pq ele sumiu da vida de lúcio que é bom, mas ele têm que volta e conversa com lúcio direito sem mentiras só vdd e coloco um ponto final nessa história ou um rumo nela, mas só como amigos nada além disso. Faltou um pouco, mas de ação.

0 0
Foto de perfil genérica

AOS POUCOS FRED ESTÁ CONSEGUINDO SE APROXIMAR MAIS AINDA DE LÚCIO. SENTINDO FALTA DO EDUARDO. E DIEGO REALMENTE PERCEBEU QUE EDUARDO E LÚCIO TINHAM ALGUMA COISA. E COMO BOM MARIDO PEDIU A LÚCIO PRA SE AFASTAR. FOI EDUCADO ATÉ. MEIO CURTO ESSE CAPÍTULO.

0 0
Foto de perfil genérica

Não vou dizer o que descobri, mas tá encaixando tudo.... Fique na curiosidade kkk

0 0
Foto de perfil genérica

Realmente, sem o "Meu Malvado Favorito" a narrativa fica estranha! #voltaEduardo

0 0
Foto de perfil genérica

Vou ficar decepcionado se Eduardo não terminar com lúcio por favor esses captulos sem ele é tão da uma sensação que tá faltando algo

0 0