Voltei! ;)
Desculpe a demora, mas aqui está mais um capítulo do meu conto. Agradeço desde já ao VALTERSÓ, Atheno, Geomateus, e tantos outros que leram esse meu primeiro capítulo. E quanto ao Chria, eu prometo que não demorarei demais para postar.
Então vamos à história
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TENENTE: Boa tarde, jovens combatentes! A partir de agora, cada um de vocês deixa a sua vida anterior fora dos nossos portões, e vão fazer parte dos nossos quadros...
Blá blá blá... Vou resumir: ele nos disse que iríamos atuar como militares na capital do Iraque, e que devemos ser fortes, pois veríamos cenas que poderiam destruir a autoestima de muitos ali. Ele nos deu algumas instruções e nos deu também roupas e os famosos "dog tags" - plaquinha que contém nome, data de nascimento, país de origem e tipo sanguíneo.
Ficamos confinados em alojamentos compartilhados com militares.
Depois de praticamente uma semana de treinamento pesado, e cansativo estávamos prontos para partir para o Oriente Médio. Quer dizer, em tese... Pois eu não estava confiante nessa missão. Sabe, pense em alguém que nunca pegou em arma na vida e agora teria que enfrentar uma das guerras civís mais violentas que existe até hoje. A quantidade de pessoas que morrem em ataques de homens bomba é assustador. Uma carnificina.
Agora eu estava no avião das Forças Armadas do Brasil, estava prestes a decolar para o aeroporto de Bagdá. Eu senti um frio na barriga, como se sentisse que algo de muito ruim vai acontecer comigo quando estivesse lá. Mas não havia escapatória: eu estava convocado - quer dizer, condenado - a essa missão.
Enquanto estávamos em pleno ar, e eu senti falta da minha vida antes do exército. Sentia falta das festas, dos amigos, das gatas, do sexo, da ostentação. Tudo isso me fazia feliz e satisfeito. Coisas que não poderia usufruir enquanto estiver em Bagdá. Ainda bem que só terei que passar três meses nesse país.
Foi uma viagem bem longa, mas chegamos no Aeroporto Internacional de Bagdá. Logo ao desembarcar, enfrentamos uma burocracia grande dos militares do país e da ONU. Ainda bem que falo fluentemente o árabe, me ajudou a passar por aquilo. O aeroporto é bonito, a pena é a cidade, que parece viver numa guerra intensa.
Fomos levados para um alojamento numa zona mais ao leste de Bagdá, aonde dormíamos esta noite. Fiquei feliz ao saber que dividiria o beliche com o cabo Mariano.
Eu: Cabo, eu nunca imaginava que Bagdá estava tão destruída pela guerra civil.
MARIANO: Você não viu nem 10% do estado desta cidade, soldado. Essa é a minha terceira missão aqui. Essa luta pelo poder causou essa carnificina. E o pior é que nenhum dos dois lados querem ceder, e quem paga até hoje por isso são os civis.
EU: O que não é muito diferente do Brasil. A diferença é que aqui, a guerra é declarada, enquanto no nosso país, tudo fica escondido na briga entre traficantes e policiais.
MARIANO: É aí que tu se engana, soldado. Amanhã a noite eu vou te perguntar qual é a pior guerra, o do Brasil ou do Iraque.
Nessa resenha fomos dormir, já que amanhã teria que estar acordado às quatro da manhã, para assumir meu posto, seja lá qual for.
No dia seguinte, fui acordado às 4 da manhã pelo cabo Mariano. Fomos em um pelotão com 30 militares fazendo uma ronda pelo arredores do hospital. O que eu vi foi horrorizante! Pela fresta do portão era possivel ver a quantidade de pessoas dentro do local. Realmente, nem se compara com a situação dos hospitais do Brasil.
O que me chocou foi ver um adolescente, sentado no lado de fora do hospital esperando alguém. Eu o via de lado, quando um homem sai pela portão e chega até ele. Pela expressão do rosto dele, o indivíduo era portador de más notícias. Ele passou alguns minutos falando, logo ele abriu os braços. O jovem se levantou e o abraçou, chorando muito. A situação era realmente ruim para aquele rapaz. Quando estava quase indo embora, ele se virou de frente para mim, e eu vi que ele não tinha o braço direito. Meu Deus… Pela enfaixar dos braços, ele não nasceu sem o membro. Era muito sofrimento para uma pessoa só!
Continuei ali, na portaria do hospital, protegendo a entrada do hospital de pessoas suspeitas. A cada pessoa ferida ou desfalecida que entrada pela portaria, eu me sentia triste. Sentia minha pele se arrepiar ao pensar que esse local pode ser o desfecho trágico para os pacientes e suas famílias. Eu era feliz no Brasil e não sabia.
Fui para quartel me sentindo muito "pra baixo". Era uma carnificina grande por causa de ideologias. Nada contra as crenças de alguém, mas o que é "verdade" para uns passar a prejudicar, a destruir a vida do próximo me faz rejeitar essa crença.
Ao chegar lá dou de cara com o Cabo Mariano. Ele estava alegre, mas desfez o sorriso quando viu o meu semblante.
MARIANO: Sd Lucas – esse é o meu nome de guerra, o que os militares utilizam para se referir a outro militar – O que aconteceu? Você parece triste.
EU: Pois é, Cb. Passei o dia inteiro vendo corpos, inteiros ou em pedaços, gente chorando, de crianças a idosos. Isso dá uma deprê...
MARIANO: Foi designado para vigiar o hospital, foi?!
EU: Foi... Como você sabe?
MARIANO: Pela sua cara e descrição do seu dia dava pra saber que você estava por lá. Eu já fui designado pra lá também, e eu voltava abatido mesmo.
Ele parou de falar, me analisou e me chamou.
MARIANO: Ei, venha aqui comigo. - Eu o olhei, estranhando o pedido pra me aproximar dele, mas me aproximei dele.
EU: O que foi, cabo?
Logo após dizer isso, ele me surpreendeu com algo muito simples: um abraço. Logo que me dei conta do que ele fez, eu tentei me soltar daquele abraço. Mas foi em vão, meu corpo parece que queria mais daquele gesto, foi aí que me entreguei àquele ato. Eu afundei o meu rosto no ombro dele e comecei a chorar em silêncio. Eu não tinha noção na época, mas era justamente aquilo que eu precisava para extravasar aquele sentimento ruim que estava no meu coração.
Nos soltamos do abraço e me senti mais leve, mais calmo. Ele me olha com uma felicidade no olhar.
MARIANO: Às vezes, soldado, momentos como esse é o que realmente precisamos para continuar a nossa caminhada pela vida. Nunca se esqueça disso.
O cabo desapareceu da minha vista. Eu nunca tinha sentido um abraço desses antes, somente minha mãe tinha me passado uma calma num abraço. Ah, minha mãe... Lembrar dela me faz bem. Ela sempre me ensinou o certo e o errado depois da morte de meu pai. Ele era envolvido com o tráfico de drogas, mas minha mãe nunca me deixou seguir os passos dele. Serei eternamente grato a ela pelo o que eu sou hoje.
Essa missão no Iraque me deixou muito sensível. Ah droga!
Depois de todo aquele protocolo militar – que estava me acostumando – eu fui dormir. Aqui dormíamos cedo, já que as 04h teríamos que estar despertos e prontos pra missão diária. Então cada minuto de sono era muito valioso.
Quando estava debaixo do cobertor escuto alguém chamar o meu nome.
MARIANO: Sd Lucas... Ei, Sd Lucas.
Ele me chamava num sussurro pra não chamar a atenção dos outros colegas, que dormiam nos outros beliches no alojamento.
Eu virei para a minha direita, e vi que o cabo Mariano estava no beliche ao meu lado.
EU: Diga, cabo.
MARIANO: Ih, parece que você está de mau humor. Eu pensei que meu abraço iria te acalmar, mas já vi que não deu certo.
Eu nada disse e o ambiente ficou estranho, pesado. Eu acho que deveria estar contente em ter um amigo de verdade comigo na missão, e não causar estresse.
EU: Mariano...
MARIANO: O que é!
EU: Me desculpe pela minha grosseria. Eu só não estou acostumado com essa vida de militar e essa missão é, sem sombra de dúvidas, o mais estressante que já tive, e acabei descontando em você.
Fiquei sem resposta por alguns segundos. Fiquei deitado de lado olhando pra cama dele, e Mariano ainda estava virado pro outro lado. Então ele se virou para a minha direção, me olhou sério por mais alguns segundos e depois sorriu pra mim.
MARIANO: Eu te perdoo...
Eu também sorri depois do que ele disse pra mim. Ele me faz sentir bem, me fazia relaxar, me sentia mais leve. Estranho, ele é um cara, um cara com uma vibe muito boa. Eu me sentia feliz ao ver que ele estava feliz. Criamos um tipo de amizade muito incomum, pelo menos pra mim, e que funcionava bem.
Confesso que o Cabo Mariano foi o meu suporte emocional durante os trinta dias que durariam aquela missão. Cada dia que passava, a gente se sentia mais atraído um ao outro. Passamos a conversar sobre a vida que tínhamos. Ele era um jovem que saiu do ensino médio sem perspectiva profissional. Ele chegou a trabalhar como operador de telemarketing, mas se sentia vazio. Até que viu nas Forças Armadas uma chance de fugir do marasmo que sua vida passava. Ele tem quatro anos servindo ao exército, e me contou que a vida dele aqui o ajudou a se tornar um homem.
Já eu contei um pouco da minha vida, sou um jovem festeiro, amo a vida, às mulheres, a boa vida, o dinheiro. Tinha minha empresa de doces e minha vida era bem sucedida, apesar da pouca idade. Confessei o meu descontentamento por estar nessa missão.
MARIANO: Lucas, já percebeu o quão diferente somos?
EU: Não tinha parado pra pensar, mas realmente somos pessoas de vidas diferentes.
MARIANO: E quem diria, nós estamos aqui, juntos. Sabe, eu acredito que tudo na vida acontece por algum motivo. Às vezes nós não entendemos claramente a razão disso, mas eu creio que se estamos aqui hoje, nesse local, nessa missão é porque éramos pra estar.
EU: Talvez você tenha razão, Mariano. Talvez você tenha razão...
MARIANO: Você está com sono, né Lucas? – ele me questionou após eu bocejar – boa noite, soldado.
EU: Boa noite, cabo.
Eu já estava me acostumando com o Cabo Mariano. Nossa amizade fortaleceu muito, se aprofundou bastante. Conversávamos sobre as nossas ambições, desejos, alegrias. Até mesmo os meus segredos mais íntimos contei pra ele. Eu também fui o seu confidente mais seguro que tinha ali na base. Em menos de quinze dias, nos tornamos melhores amigos, dá pra acreditar?!
Nossa amizade tomou outro sentido pra mim no dia em que tivemos a nossa primeira experiência sexual juntos.
No quartel a gente não poderia levar pessoas não autorizadas por razões de segurança. Então ficávamos confinados ali, só podendo sair para cumprir alguma missão. Imagine um monte de marmanjos jovens, vivendo num espaço, com os hormônios a mil e sem mulher nenhuma para extravasar o tesão. O que é que poderia acontecer? Eu descobri a resposta num dia em que fiquei sem missões no quartel.
Eu estava com um tesão descomunal nesse dia. Sentia falta de uma buceta, de um sexo bem gostoso. Meu pau, que é grande e grosso, estava doendo de tão duro dentro da calça, e ficou BEM marcado a minha ereção.
MARIANO: Pelo visto você está na seca, né?! – Disse após olhar pra minha calça.
EU: É. E vem cá. – e o trouxe para perto de mim e longe dos outros recrutas – e como você faz para acalmar a fera?
MARIANO: Ora, como todo faz: na punheta.
EU: Isso eu sei, mas como você vai fazer isso com tanto homem por todos os lados.
MARIANO: E desde quando isso é problema? – Ele falou com um tom de voz tão estranho que me assustou – Se você quiser, use a hora do banho.
O banho no quartel acontecia num vestiário nos fundos do quartel. Os chuveiros eram separados por divisas laterais que cobriam parcialmente a pessoa que estiver utilizando, mas nas divisórias não possuíam portas, o que nos deixavam expostos aos olhares alheios. O local era perfeito para uma bronha.
Eu conseguir guardar o tesão ocupando a mente com atividades burocráticas. Claro que o pau ficava duro mas tentava lembrar das vítimas do hospital e logo o tesão passava.
Chegou a hora do banho. Agora era a hora de aliviar o tesão que já não aguentava mais guardar. Cheguei à área dos chuveiros e vi que estava vazio. Eu pensei “Que ótimo! Vou aproveitar bastante.”
Eu me dirigi para o último chuveiro à direita justamente por ela me dar uma visão estratégica da entrada do vestiário. Então eu tirei a farda e tirei a cueca. Assim que a peça desceu meu pau pulou pra cima e mostrou serviço. Ele estava tão quente e se mexia sozinho, me intimando a passar a mão nele, fazer nele carinho em troca de um prazer que só ele poderia me dar.
Logo minha mão direita estava tocando o meu sexo. Parecia que eu nunca tinha tocado uma punheta antes. Comecei a movimentar devagar o meu pau, para cima e para baixo. Eu levantei a cabeça para cima meu corpo se chegou para frente. Estava tranqüilo porque não havia ninguém mais ali além de mim. Logo comecei a acelerar os movimentos, me fazendo gemer e meu corpo encurvava mais.
Minha mente me levava para um outro lugar, para minha casa. Ao entrar no meu quarto encontro a Sara deitada na minha cama. Ela estava nua, somente com a coberta de seda cobrindo seu corpo de violão.
SARA: Venha, meu soldado! Eu estou aquí, só para você…
Com essa voz tão sensual, não tinha como eu negar.
Eu me meti debaixo dos lençóis e a agarrei, trazendo o corpo dela para minha direção. Então eu me aproximei do rosto dela e mordi os lábios dela com os meus dentes. Ela gemeu, o que atiçou o meu tesão para tê-la comigo. Logo minha boca invadiu aquele território, desvendando os sabores do céu da boca dela.
Minhas mãos trataram de percorrer o corpo da minha Sara. Eu precisava sentir todas aquelas curvas; ah como eu precisava possuir ela agora. Os dedos dela deslizavam pelo meu peitoral, apertando de leve os meus mamilos. Isso me dava prazer. Eu gemia ainda com a boca dentro da boca dela. Minha amada agora sentia os gomos do meu abdômen. Ahhh… Seu toque me deixava arrepiado. Eu já sentia espasmos pelo meu corpo.
Sara abandonou a minha boca e se posicionou de frente para mim. Eu estava deitado na cama e ela estava por cima de mim. Ela passou a língua pelo meu mamilo esquerdo. Ai que tesão! Ela contornava o meu mamilo deixando sua marca em meu peitoral. Em seguida ela foi linguar meu outro mamilo. Essa mulher sabe como me dominar! Eu estava entregue ao seu bel prazer.
Aquela língua dominante começava a desbravar outros territórios do meu corpo. Por onde passava ela deixava seu rastro de domínio. Agora sua nova conquista era o meu tanquinho. Ela beijava e chupava cada um dos meus gomos.
Quando ela resolveu ir mais além, passando pelo “caminho pro paraíso”, uma voz me faz despertar desse momento de prazer.
MARIANO: Não perdeu tempo mesmo, não é soldado?!
Droga! Era o cabo Mariano que falou isso. Ele me pegou em flagrante, no meio da minha masturbação. Meu tesão derreteu que nem pastilha efervescente dentro de um copo de água. Eu fiquei sem graça, envergonhado por estar na frente dele, se masturbando.
MARIANO: Calma soldado. Não fique assim. Eu vou te ajudar.
O cabo veio em minha direção e parou a poucos centímetros de mim. Logo senti algo quente tocar no meio pau. Ao olhar pro meu sexo eu vi que a mão dele envolvia o meu pênis semi ereto. Voltei a olhar para ele incrédulo com o gesto dele.
EU: O.. Que você está fazendo, Mariano? – eu perguntara num sussurro quase inaudível.
MARIANO: Shi! – e colocou o dedo nos meus lábios – Pare de falar e só curta…
E o cabo começou a fazer o movimento de vai-e-vem no meu pau. No início achei estranho em ter um cara me punhetando, mas logo o tesão reapareceu. Aquela mão quente estava tão boa ali, me dando prazer… Eu comecei a gemer baixo, minha respiração ficou cada vez mais forte e minha cabeça virou para cima de tanto prazer. Percebi que Mariano também se masturbava ao mesmo tempo que fazia isso comigo.
A mão dele agora acelerava o movimento, e junto com isso o meu gemido. Ele caprichava no movimento e ele ali, me dando prazer. Logo eu aviso que vou gozar. Ele acelera os movimentos ainda mais. Parecia que iria arrancar meu pinto fora. Meu corpo se contorcia com o tesão a mil. Em seguida meu gozo veio. Eu esporrei pelo espaço do banheiro aonde eu estava, na parede a minha frente e no Mariano. Ele foi para o chuveiro ao lado do meu e foi se limpar da gozada.
Eu fiquei ali, encostado na parede, esgotado pela punheta, analisando o que é que aconteceu agora a pouco. O que significa isso? Por que será que gostei do que aconteceu, apesar de que era errado? Eu nunca tiver contato íntimo com outro homem antes. Será que eu sou gay?
Terminei o meu banho em silêncio e o Mariano também o fazia. Meu estava ali, recebendo uma ducha de fria, mas minha mente estava em outro lugar aonde minha sexualidade era questionada constantemente. Eu percibía que Mariano queria falar comigo, mas não me dirigia a palavra devido ao medo da minha reação. Era melhor assim…
Minha cama no alojamento virou meu divã. Aquela pregunta não saía da minha cabeça: será que eu sou gay? Aquela punheta que o cabo Mariano fez em mim me confundiu a minha mente. Eu olhava pro vazio e tentava entender o porquê eu gostei daquilo.
MARIANO; Sd Lucas? – eu me virei para o outro lado da cama, para onde estava o cabo – você está bem?
EU: Eu não sei, cabo.
MARIANO: Então me fala, pra eu entender.
EU: Bom… isso que a gente fez no chuveiro… você sabe… mexeu bastante comigo.
MARIANO: Mexeu como?
EU: Sabe, eu nunca tive contato íntimo com nenhum homem antes e aquilo que fizemos lá no vestuário me perturba. Eu sinto que isso é errado, é feio, é vergonhoso.
MARIANO: Então quer dizer que você não Gostou do que aconteceu ali? – Senti uma misto de apreensão e culpa no tom de voz dele
EU: na verdade, é justamente o oposto. – percebida a atenção prestada por ele em mim – Eu curti bastante a brincadeira. Esse é o meu medo. Será que virei viado, cabo? Esse é o meu medo…
MARIANO: hum... Só me diga uma coisa: você gostou?
Já que é para ser sincero.
EU: Na verdade eu amei o que rolou ali. Só o fato de lembrar daquilo na me fez ficar de pau duro agora. Eu nunca toquei em homem nenhum naquela forma e pelo fato de ter gostado é que me preocupa, Cabo.
Eu me sentei na cama, ficando de frente a frente com o Mariano.
Eu: Será que eu sou gay, Mariano?
Mariano: Talvez sim, talvez não, soldado. Você pode considerar isso como uma experiência e tentar seguir em frente, ou pode viver esse sentimento e explorar um novo mundo. Mas aí só vai depender de você.
Fiquei sem palavras, olhando para ele enquanto ele falava aquilo para mim. Eu gosto de mulheres, isso não mudou, mas parece que nasceu em mim um novo gosto, uma nova perspectiva. Eu curti o que rolou comigo e com o Mariano. Preciso descobrir o que eu quero.
MARIANO: Eu vou deixar você a vontade para pensar. Mas saiba de duas coisas: você pode contar comigo para o que for, e que eu estou apaixonado por você. Boa noite, soldado.
Mariano se deitou na cama de costas para mim. Eu fui me deitar com aquelas informações na cabeça.
Nos dias seguintes, a minha amizade com o Mariano deu uma esfriada. Eu precisava de tempo para pensar. Ainda conversávamos, andávamos juntos e tudo, mas passei a me isolar um pouco.
Demorei uma semana para me decidir, mas tomei a decisão sensata possível naquele momento. Resolvi contar ao cabo na hora de dormir.
MARIANO: O que você gostaria de me contar, SD Lucas?
EU :Eu precisava falar contigo sobre aquilo…
Estávamos na mesma escala de vigia do acampamento e ficávamos tomando conta de um dos portões de acesso.
MARIANO: Eu estou todo a ouvidos.
EU: Então… Passei um bom tempo pensando e meditando em tudo o que aconteceu entre a gente. Eu nunca pensei em ter qualquer contato íntimo com outro cara antes e nunca pensei que diria isso, mas… eu gostei do que aconteceu com a gente lá no vestiário e te conhecendo como eu te conheço, eu decidi que quero continuar com isso.
Mariano ficou surpreso mas esboçou um grande sorriso por ouvir a minha confissão.
EU: você me ensina como funciona esse negócio de ficar com um homem?
MARIANO: Você nunca teve nenhum contato com homem? – Eu balancei a cabeça negativamente – nunca fez uma daquelas “brincadeiras” com os coleguinhas de escola, tipo ver quem tinha o pinto maior? – Eu neguei de novo – Puxa vida…
Eu fiquei sem jeito porque era verdade o que eu neguei. Homem nunca tinha me chamado a atenção, só as “Minas”.
MARIANO: Bom, já tivemos muita emoção por hoje, né?! Vamos dormir que pegamos o turno bem cedo. Mas não se preocupe: Eu serei seu guia no mundo dos Lgbt e etc. – e deu uma risada.
Eu nunca senti algo tão diferente por homem antes, mas vi que o Mariano vai ser alguém importante na minha vida.