Ele voltou para minha vida de um modo estranho. O Rodrigo foi um cara que estava na minha lista de "amigos que talvez eu transasse um dia" e que permaneceu lá porque decidi que o melhor amigo dele era uma escolha mais acertada. Depois de uns anos e imensas decepções vi que errei feio. Então a vida seguiu e num congestionamento monstruoso em que todas as pessoas desligavam o motor e saíam dos seus carros eu o vi. Mas por algum motivo estranho não me aproximei. Remorso, vergonha, sei lá. Alguns quilómetros a frente, num posto de gasolina ele bateu no vidro do meu carro.
- Sabia que eu não mordo?
E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele foi embora.
Fiquei mal, fiquei péssima. O que eu fiz a ele? Sabia, mas não tinha certeza. Fiquei a semana toda pensando numa reaproximação. Até que com ajuda de amigos em comum, descobri uma balada na qual ele sempre estava. Resolvi aparecer por lá.
A noite passou, nos vimos, não nos falamos. Aquela situação chegava a um ponto insuportável e ridículo. Precisava de uma palavra dele, mesmo que ele me mandasse ir pro inferno. Puxei conversa no bar, enquanto ele sorvia um wisky puro e olhava para o nada.
Me aproximei e prontamente ele me dirigiu a palavra:
- Qual a sensação de fracasso Maria? - e continuou - Porque eu sei qual é, mas você, eu acho, não faz ideia.
Pois bem, aquela conversa não ia dar em nada.
- Quando você parar de rosnar, conversamos. - dei um beijo no rosto dele e fui embora.
Uma semana se passou e nada do Rodrigo. Duas semanas. Três. Desisti.
Era sexta feira. Cheguei em casa louca por um banho quente e pela minha cama. Assim que saí do banho, o interfone tocou:
- Dona Maria, tem uma entrega especial na portaria.
Coloquei um casaco comprido e desci pra assinar o recibo. Era ele.
- Oi, meu nome é Rodrigo, trouxe flores seu vinho favorito, sou um idiota e deixei os dentes em casa. Posso entrar?
Ri, desacreditando naquela cena. Lá estava o Rodrigo: negro, mais ou menos 1,80 de altura, ainda dentro do uniforme branco (ele é fisioterapeuta). Em uma mão, rosas e na outra uma sacola com duas garrafas.
- Certeza que não precisa de uma focinheira?
- Absoluta - diz ele com voz convicta.
- Vem.
Entramos no meu apê. Era por volta de sete da noite. Fazia frio. Sentamos no sofá, um de frente para o outro. Seguiu um silêncio constrangedor de uns cinco minutos. Até que de forma totalmente sincronizada caímos na gargalhada. Era tudo ridículo demais. Nos restava beber.
Começamos uma conversa boa, sobre coisas atuais e do passado, de forma bem relaxada. Secas as duas garrafas, abrimos uma terceira que eu tinha guardada. Até que em determinado momento o Henrique meu ex namorado e ex melhor amigo do Rodrigo chegou ao assunto. Decidimos pular essa pauta e assim sendo, ficamos de bem de novo. Passamos mais um par de horas conversando e ele resolveu ir embora, tinha plantão no outro dia. O acompanhei até a porta. Nos despedimos, troquei o casaco por uma camiseta e calcinha e assim fui pra cama leve, um tanto enebriada pelo vinho. Assim que apaguei a luz, a campainha tocou. Lá estava o Rodrigo de novo. Abri uma fresta da porta.
- Esqueceu alguma coisa?
- Não... Na verdade sim. Preciso de umas respostas rápidas.
- Ok... Quais?
- Você sabia que eu era louco por você?
- Sabia.
- E namorou o Henrique ainda assim.
- Olha, Rodrigo, eu gostava dele, não de você.
- Mesmo sabendo que ele era meu melhor amigo e que eu gostava de você?
- E meus sentimentos não contam?
- Mas eu te amava.
- Rodrigo, chega, boa noite.
Fechei a porta.
Voltei pra cama. A campainha tocou de novo. Mas que inferno!
- Rodrigo vai embora!
- Fiz as perguntas erradas. Posso começar de novo?
- Embora - disse já fechando a porta.
- Não, não, não. Maria por favor, vai ser rápido
Respirei fundo. - Fala.
- Você me acha um cara atraente?
- Hum, acho.
- Você ficaria comigo?
- Em outra situação talvez.
- Quando?
- Outro dia.
- Mesmo?
- Sei lá, Rodrigo. Eu estou bêbada, você também está. Preciso dormir. Tchau
Fechei a porta, desconectei o fio da campainha. E fui dormir, me achando a pessoa mais grosseira do planeta e bem contrariada com a situação.
Dia seguinte estava de folga, então me dei a chance de dormir até mais tarde. Tive sonhos eróticos de madrugada, sem lembrar exatamente com quem ou com o quê. Fato é que acordei molhada, e como era sábado, provavelmente acionaria um pau amigo de alguns que tenho pra apagar aquele fogo. Tomei um banho, fiz um café e resolvi sair pra caminhar um pouco. Quando abro a porta, não acredito na cena: o Rodrigo ainda estava lá, acordado, lendo algo na tela do celular.
- Mas o que você acha que está fazendo?
- Bom dia, minha flor! Sinto cheiro de café. Preciso de uma xícara e de ouvidos abertos.
Abri a porta, fomos para a cozinha, servi o café e com a maior paciência do mundo escutei o que ele tinha a dizer.
- Você seguiu sua vida com o Henrique, eu não. Namorei outra menina, e mais outra, mas não deu. Sou fissurado em você, Maria. Preciso sair dessa. Não é um pedido de casamento nem nada. Preciso só sentir você, nem que seja uma vez, depois supero. Sumo da sua vida. Por...
Antes de ele terminar a frase, levantei e o beijei. Vontade de terminar logo com aquilo? Sim, a princípio. Tentei sair do beijo, quente e intenso, ele não deixou. Me puxou pela cintura e sentei no seu colo. Continuamos nos beijando. Dai a obrigação virou prazer, me senti envolvida por aqueles braços fortes e relaxei.
Eu com tesão, não racionalizo. Pensaria nas questoes éticas sentimentais depois.
Rodrigo me ajeitou no seu colo de modo que eu ficasse de frente pra ele, com as pernas abertas. Ia com as mãos explorando meu corpo: a nuca, as costas, a cintura, a bunda, os seios e não parava de me beijar. Encaixou a mão no meu cabelo e me deixou sem folego.
Saí daquele beijo, que parecia o mais longo da minha história e o encarei. Precisava de um breve permissão antes de continuar.
- Tem certeza, Rodrigo?
- Tanta certeza como a de que um mais um é dois..
Ele então se levantou comigo no colo. Enlacei as pernas em volta dele e fomos grudados nos beijando para o quarto. Me soltou na cama e já tirou a camisa. Tinha um peitoral lindo, super definido , assim como os braços. Eu já perdida de tesão, queria sentir ele dentro de mim com urgência. Já ele não tinha pressa nenhuma.
Começou a beijar cada pedacinho do meu corpo, me despindo aos poucos. Primeiro a blusa, a camiseta em seguida a calça. Tirou os meus tênis e as meias, beijando meus pés e foi subindo pelas minhas pernas. Chegando nos meus seios, me livrou do sutiã, beijando cada um dos meus mamilos com delicadeza. A essa altura eu já respirava forte, gemendo a cada toque dos lábios do Rodrigo. Enfim ele voltou a atenção para o meu quadril. Puxou a calcinha com os dentes, abriu minhas pernas e encaixou o rosto entre elas. A intensidade do beijo de língua foi aplicada na minha buceta. Eu não cabia mais em mim, me contorcia e gemia alto o nome dele
- Rodrigo, Rodrigo, Rodrigo...
Alguns homens se excitam em ouvir o próprio nome gemido por uma mulher. O Rodrigo era um deles. Quando eu estava quase gozando ele parou. Entendi o recado, era minha vez.
Ajudei ele a se despir da calça e da cueca. Suas pernas eram atléticas, bem definidas. Seu membro, de veias marcadas estava duro e ereto. O empurrei para observar o conjunto. Ele colocou a camisinha e se preparava para me cobrir com seu corpo, quando num movimento rápido fiquei por cima. Ele sorriu, aprovando minha atitude.
Eu, muito mais objetiva subi até a altura do quadril dele. Segurei o membro, encaixei na entrada da minha bucetinha e fui me posicionando, louca de prazer. Devidamente encaixada apoiei minha mão em seu peito e comecei a sentar gostoso em um vai e vem que fazia o membro entrar e sair de um jeito bem profundo.
- Porra, que delícia. Isso, vai...
Enquanto eu cavalgava, ele segurava meu rosto em sua mão enquanto a outra segurava minha cintura. Meus cabelos se espalhavam caindo sobre o seio e as minhas costas e vez ou outra ganhava um puxão de leve. Em dado momento, sentindo meu gozo chegar coloquei o dedo dele na minha boca e comecei a chupar como se estivesse chupando um pau. Isso o encheu de prazer. Ele também ia gozar.
- Fala meu nome.
- Rodrigo
- De novo
- Rodrigo
- Assim
Comecei a me movimentar mais rápido, gemer mais forte e gozei deliciosamente. Pra ele faltava pouco porque já controlava a velocidade dos meus movimentos. Comecei a literalmente quicar no pau dele que sentia a pulsação da minha bocetinha molhada. Gozou gemendo alto, numa mistura de prazer e alívio.
Escorreguei até deitar ao lado dele, ambos suavamos apesar do frio intenso daquela manhã. Ainda passamos um bom tempo trocando carícias e a qualquer menção minha em falar, ele colocava o indicador sobre os meus lábios e me silenciava com um beijo. Ficamos assim até eu dormir.
Acordei muitas horas depois, sozinha. O Rodrigo cumpriu a promessa. Nem um bilhete, uma mensagem, um telefonema por meses seguidos. Não procurei mais o Rodrigo, nem ele me procurou. Isso aconteceu faz pouco mais de três anos. E o silêncio continua.
Melhor assim. As vezes tudo que a gente precisa é chegar ao objetivo para esquecer dele em seguida."
Gostou do conto? Deixe-me saber: maria.vm.maria@outlook.com (tive problemas com a senha dessa conta, mas prometo responder todas as mensagens)