O Hétero proibido. Essa história já passou por aqui. I

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 2281 palavras
Data: 21/02/2017 11:41:18
Última revisão: 21/02/2017 11:59:00

A gente nunca sabe todas as surpresas que a vida nos reserva. Justamente isso faz a vida ser tão emocionante.

Naquela tarde, após o expediente, fui correndo para o banco. Já fazia um mês que eu estava trabalhando, e a ansiedade para colocar as mãos na grana me consumia.

Entrei na fila do caixa eletrônico, e aguardei chegar minha vez. Deixei na conta, apenas, o suficiente para pagar a taxa de manutenção do mês.

Assim que entrei no carro para seguir viagem, liguei para o Danilo.

***

- fala primo. - disse ele com a voz cansada.

- ta batendo punheta é? - perguntei ligando o motor do carro.

- tava. - disse ele sorrindo.

- isso ainda vai te matar um dia mano. - sorri.

- culpa é tua que não quer mais ceder pra mim.

- uma pica que é culpa minha.

Danilo sorriu.

- brother, acabei de receber. Ta afim de sair pra tomar uma?

- pode ser. Eu to sussa mesmo.

- beleza. Vou combinar com os caras e daqui a pouco eu te retorno.

- tranquilo.

- falo primo.

- falo.

***

Fiz algumas outras ligações, e combinei com meus amigos de sair pra um barzinho qualquer.

Assim que cheguei ao apartamento, estacionei o carro do meu pai, e peguei o elevador.

- segura pra mim por favor. - alguém gritou.

Fui gentil, e segurei o elevador para um rapaz, que carregava muitas caixas.

- qual andar? - perguntei.

- o quinto. - disse o homem enxugando o suor do rosto com sua própria camiseta.

- to indo pra esse mesmo. - falei apertando o botão.

Pelo espelho do elevador, eu podia observar aquele cara.

Puta que pariu. Meu pau deu sinal na mesma hora.

O cara era negro, alto, seu corpo era bem trabalhado, olhos negros profundos, cavanhaque, e lábios carnudos na medida certa. Parecia ator porno gringo.

A porta do elevador abriu, e o homem fez força para apanhar suas caixas.

- quer ajuda amigo? - falei simpático.

- se você poder me ajudar, eu agradeço.

Peguei algumas caixas e ajudei o rapaz.

Chegando ao seu apartamento, ele colocou as caixas no chão, e abriu a porta.

Bagunça era o que definia a cena que eu acabara de presenciar.

- você é novo aqui né!? - perguntei.

- acabei de me mudar. Entra aí. - disse ele.

- percebi. - falei colocando as caixas no chão do apartamento.

- eu passei em um concurso, e vim tomar posse.

- porra, que bacana cara. Você é de onde?

- Rondônia.

- veio sozinho?

- sim. Família ficou toda lá.

- aí que é foda né!? Ter que ficar longe da família é delicado.

- muito cara, mas assim que der eu vou visita-los, ou então trago eles pra cá.

- ta certo. Eu moro no trinta e dois mano, precisando de alguma coisa é só chegar lá.

- tranquilo man, me ajudou demais. Só não te ofereço algo pra beber, porque nem geladeira tenho ainda.

- relaxa. - sorri.

Se ele me oferece sexo em troca da ajuda, já era de muita valia.

Será que gostar de um cara, e sentir tesão por outro é errado?

Entrando no apartamento, fui direto para o meu quarto, liguei para o Danilo confirmando o horário que iriamos sair, e depois entrei no banho.

- vai sair filho? - disse minha mãe ao me ver arrumado.

- vou dar uma volta mãe. - respondi.

- cuidado viu!?

- pode deixar. - disse dando um beijo em sua testa. - cadê o pai?

- ta no quarto.

- vou la falar com ele.

Minha mãe retornou à cozinha, e eu fui ao quarto ter com meu pai.

- posso entrar pai? - falei batendo na porta.

- claro filho. Entre.

- vai dormir cedo? - falei sentando ao seu lado na cama.

- tomei um remédio para dor de cabeça, e vou cochilar um pouco pra fazer efeito.

- algo grave?

- não. Só o cansaço do dia a dia.

- eu também sinto as vezes. - falei tirando a carteira do bolso.

- é o peso da responsabilidade. - disse meu pai.

- acho que sim, mas vale a pena. Hoje recebi meu primeiro salário. - falei sorrindo.

- por isso ta com essa cara de preá no cio? - disse ele rindo.

- é por isso mesmo. - sorri. - Essa parte aqui é pra ajudar nas despesas. - falei colocando um bolo nas mãos dele.

- negativo. É seu. - disse ele recusando.

- faço questão pai. - insisti.

- não vou aceitar. Você trabalhou e merece essa recompensa.

Levantei e fui ate o roupeiro. Abri a gaveta onde ele guardava suas gravatas, e coloquei o dinheiro ali dentro.

- Gabriel. Não preciso desse dinheiro meu filho. Fique e gaste com suas necessidades.

- assunto encerrado pai. O dinheiro é seu. Eu vou dar uma saída, mas volto logo.

Aquela noite, eu me encontrei com os amigos da faculdade para passar o tempo, mas a emoção que eu comentei no inicio ainda estava por vir.

Na tarde de sábado, eu acabara de treinar, e após me despedir do Beto, peguei o carro do meu pai, e fui pra casa.

Liguei o som do veículo, e ia com pensamentos distantes.

Um bip e uma mensagem no celular.

***

- vamos fazer uma social essa noite?

***

Comecei a teclar uma resposta para o Kadu, quando percebi uma pancada na lataria do carro. Perdi a direção, e freiei bruscamente.

Senti um corte no lábio, devido o choque contra o volante, mas nada pior que a cena que eu presenciara do lado de fora do automóvel.

Um senhor estava caído no chão com o rosto ensanguentado. Vivo, porém com muitas feridas.

Naquele instante, meu corpo ficou gelado. Eu não sabia se socorria o ''velho'' ou se fugia deixando o carro e a cena sangrenta para trás.

Em poucos segundos um aglomerado de pessoas me rodearam, e eu fiquei sem ter escapatória.

- senhor. Fala comigo pelo amor de Deus. - Eu estava em estado de desespero.

- ele ta vivo? - perguntou uma moça.

Olhei para o homem na minha frente, olhei para a mulher nos curiando por entre os pequenos espaços deixados pelas pessoas.

- eu não sei. - minha voz saiu quase num sussurro.

- eu já liguei para o Samu. - disse um senhor de óculos ao meu lado.

- eu não tive culpa. Eu não tive culpa, ele entrou na minha frente do nada.

- calma meu filho, não adianta ficar nervoso não. - disse o homem.

- o que eu vou fazer agora? - sentia as lágrimas escorrendo.

Lembrei que o celular havia ficado dentro do carro, e resolvi ligar para o meu pai.

***

- você fez o que? - disse meu pai do outro lado da linha.

- não sei como isso foi acontecer pai. Eu não sei de onde esse cara surgiu.

- me diz aonde você ta.

- to aqui na amadeu, sentido centro.

- já ligou pra emergência?

- um homem ligou pra mim.

- me espere aí.

- vem logo pai. Eu to com muito medo. Ta cheio de gente aqui.

- fica calmo Gabriel. Espera uns dez minutos que eu já chego.

***

Os dez minutos do meu pai pareceram uma eternidade.

As pessoas perguntavam como acontecera o acidente, e nem eu sabia explicar.

Fiquei o tempo todo ao lado do senhor tentando reanimá-lo de alguma forma.

Olhava no relógio e nada do socorro aparecer. Resolvi então ligar novamente, reforçando o chamado.

- eles já estão chegando? - perguntou uma moça.

- falaram que já mandaram uma ambulância há um tempo.

Um táxi estacionou na outra via, e meus pais saíram do interior.

Meio desajustado, meu coroa saiu empurrando algumas pessoas até chegar ao meu encontro.

- então? E o socorro? - foi a primeira coisa que ele perguntou.

Quando movimentei meus lábios para responder, ouvimos as sirenes.

Minha mãe me apertou firme e falou em meu ouvido:

- vai ficar tudo bem. - disse com a voz calma.

Eu apenas assenti.

Daí em diante o meu pai tomou a frente de tudo. Ele ficou responsável pela perícia e todo resto.

Após esclarecermos tudo, na delegacia, seguimos para casa de táxi. Meu pai deixou a gente na portaria e seguiu ate o hospital.

Não demorou muito e o Danilo apareceu lá por casa.

- e aí '' Dick vigarista''. - disse entrando no quarto.

- e aí primo. - respondi sem muita animação.

- o tio me disse o que aconteceu. - Danilo sentou na cama ao meu lado.

- por que isso tinha que acontecer logo comigo primo?

- todos os dias tem acidente naquela rodovia. Relaxa.

- não tem como relaxar. E se o cara morrer?

- Isso não vai acontecer primo. Você não teve culpa de nada. Foi um acidente.

- eu tive culpa sim primo. Eu fui mexer no celular e perdi a visão da estrada, mas não foi de propósito.

- eu sei que não foi primo. Eu sei que não foi.

Danilo aproximou-se de mim, e deitou na cama, fazendo cafuné em minha cabeça.

Caí no sono, e fui acordado pela minha mãe.

Olhei para os lados da cama, e Danilo já não estava mais ali.

- o que foi mãe? - falei despertando e sentindo uma pontada de dor na cabeça.

- o seu pai ligou.

- o que ele disse? - falei sentando na lateral da cama.

Minha mãe sentou a meu lado e falou calmamente:

- o homem não resistiu.

- como assim não resistiu mãe? A pancada não foi tão forte assim.

Voltei a ficar desesperado.

- eu sei que não foi meu amor.

Minha mãe passava as mãos em meu rosto.

- ele não pode ter morrido mãe. O que vai acontecer comigo?

- fica calmo meu amor. Você não é responsável.

- cadê o pai?

- ele ficou no hospital. Vai tentar conversar com a família da vítima pra tentar resolver tudo sem ter que ir pra justiça.

- família da vítima? Porra mãe, falando assim parece até que sou um assassino.

Minha mãe me abraçou forte.

- eu usei a expressão errada. - disse em meu ouvido.

Comecei a chorar. Medo, desespero, tristeza: Tudo aquilo estava me deixando angustiado.

Meu pai chegou do hospital dizendo que não havia conseguido falar com a família do senhor, mas que iriamos diretamente na casa deles.

- e o senhor sabe onde é?

- sim. Já peguei os dados completo do homem.

- mas porque temos que ir lá pai?

- evitar um processo.

Meu pai, minha mãe, meu avô e eu estávamos sentados à mesa.

Os únicos que conseguiram comer foram meu pai, e meu avô.

Durante a noite, mal consegui pregar os olhos.

No domingo, cedo, meu pai estava me acordando.

- o que é pai?

- se arruma rapidão que vamos sair.

- vamos na casa do homem?

- isso.

- precisa mesmo pai?

- claro Gabriel, temos que resolver isso o quanto antes.

Contrariado, tomei um banho, coloquei uma roupa e acompanhei meu pai.

Pegamos o carro do Danilo emprestado e seguimos até o bairro da família do homem.

Depois de um bom tempo na estrada, meu pai estacionou o carro em frente a um galpão. A rua deserta e sem saída, era um pouco assustadora.

- é aqui? - perguntei.

- pelo endereço, acho que sim. - disse meu pai saindo do veículo.

Não tinha uma alma na rua. Aquilo parecia cena de filme de terror.

Fomos até o portão, e meu pai bateu palmas.

- acho que não tem ninguém. - falei sentindo um calafrio na espinha.

Meu pai empurrou o velho portão com o pé, e esse veio abaixo.

- o que o senhor ta fazendo pai?

- vamos entrar. - disse ele já tomando a frente.

- mas não deve ter ninguém em casa. Isso aqui ta parecendo abandonado.

- iremos descobrir.

Caminhamos por um corredor que ficava entre o cercado e o galpão. Mais a frente, avistamos uma senhora baixinha conversando com um rapaz.

- Ola. - disse o meu pai.

Os donos da residencia pareceram não ouvir.

Meu pai assobiou. Os dois nos olharam ao mesmo tempo.

- da licença senhora. - disse meu pai se aproximando.

O rapaz nos deu as costas e entrou em um casebre de madeira.

- posso ajudar em alguma coisa? - disse a senhora com os olhos molhados.

Pele clara e maltratada do sol, cabelos grisalhos, estatura baixa, corpo magro. Parecia uma senhora bastante cansada.

- estou procurando pela família do sr Carlos. - disse meu pai.

- eu sou a viúva dele. - disse a senhora.

Meu pai a cumprimentou.

- desculpe chegar nesse momento, mas gostaríamos de ter uma conversa com a senhora. Se possível é claro.

- mas sobre o que vocês querem conversar? - disse a mulher um pouco confusa.

Meu pai me olhou e fez uma pausa.

- vocês vão conversar com o capeta! - disse o rapaz, retornando com um rifle.

- o que é isso Junior? - disse a senhora.

- abaixa essa arma rapaz. - disse meu pai. - Estamos aqui em missão de paz.

- missão de paz é um caralho. Vocês tiraram o que eu tinha de mais precioso nessa vida.

- que historia é essa meu filho? - a senhora não entendia o que estava acontecendo.

- não reconhece esses dois mãe? Esse daí é o playboyzin que matou o meu pai.

O cara estava com a mira apontada para mim.

- abaixa isso e vamos conversar. Foi tudo um acidente. - meu pai tentava argumentar.

- acidente é meu ovo. Meu pai era um cara trabalhador, e vem um filho da puta pra estragar com a nossa vida.

- não foi intencional fera. Por isso estamos aqui. - argumentei.

- essa conversa não cola pra cima de mim.

- isso é verdade? Foi você que matou o meu marido? - a senhora me olhava.

- eu que estava dirigindo, mas não tive culpa. Eu juro senhora. O seu marido praticamente se jogou na frente do carro.

- mentira. - gritou o homem. - Você ta mentindo.

- to falando a verdade.

- vou fazer você engolir sua verdade.

O rapaz - branco, mais ou menos 1,80, cabelo castanho, olhos claros, corpo trabalhado, mas igualmente a mãe também castigado pelo sol - colocou o dedo no gatilho.

- não faça uma besteira rapaz. - disse meu pai.

- besteira fez seu filho ao cruzar nosso caminho.

- Junior, abaixa essa arma agora que eu to mandando. - disse sua mãe um pouco nervosa.

- desculpe minha mãe, mas dessa vez eu não posso obedecer.

- escuta tua mãe cara. Abaixa essa arma e vamos resolver tudo. Estamos aqui para ajudar. - disse meu pai.

- dispenso. E você playpoyzin de merda, mande lembranças minhas ao capeta.

Continua...

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Comentários

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acho que a culpa é dele sim, mesmo não tendo a intenção. Todos sabem que é proibido dirigir e usar celular, vai ter que arcar com as consequências

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VIDA COMPLICADA A TUA. SE BEM QUE JÁ APROVEITOU BASTANTE. MAS ISSO NÃO SE RESOLVE DESSA MANEIRA. CELULAR E VOLANTE NÃO COMBINAM. VC DEVIA SABER DISSO. FOI IRRESPONSÁVEL. TEM QUE ASSUMIR E ARCAR COM AS RESPONSABILIDADES.

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Mano q foda nn sei nem oq falar kkk

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Uau, começou bem... e ahh, sou de RO, adorei a referência hehehehehe

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Nossa mas que falta de atenção no transito e com o celular...

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