Continuando...
Me levantei e observei Dona Socorro segurar as mãos de Maia,enquanto dividia com ela as lágrimas e a preocupação pelo Betão.Com a sensação de que invadia algo particular,fiquei de costas e percebi que a recepção estava vazia.Não sei quanto tempo fiquei ali parado até que senti algo encostar em meu ombro e quando me virei,algo se chocou com força contra o meu rosto.Levando a mão ao lado atingido,percebi que Dona Carla;mãe do André,havia me dado uma bofetada e se preparava para dar outra,enquanto seus olhos queimavam de ódio e dor.
-SE NÃO FOSSE POR TU,SEU VERME MISERAVEL,MEU FILHO NÃO ESTARIA AQUI...DESGRAÇADO!-Ela disse,tentando me acertar novamente,mais em um reflexo segurei seu braço com força.
-Eu gosto muito do André e eu não queria que...-Tentei falar.
-MENTIRA!...SEU MONTE DE MERDA MENTIROSO...TU TÁ ACHANDO BOM QUE NÃO FOI O TEU PESCOÇO QUE FURARAM MISERAVEL.-Ela disse descontrolada.
-Carla por favor,se acalme...Meu filho também está aqui e eu sei o que sente,mais Lúcio não têm culpa de nada.-Dona Socorro disse,após se levantar e se colocar entre nós dois.
-ME ACALMAR?...SABE O QUE ACABARAM DE ME DIZER,SOCORRO?...QUE O MENINO ESTA A BEIRA DA MORTE...E TUDO POR CULPA DESSE MALDITO...POR CAUSA DELE QUE MEU FILHO TAVA PRESO...EU ODEIO ESSE DEMÔNIO DOS INFERNOS!-Ela disse enquanto gesticulava bastante.
-Dona Carla,eu sinto muito...Eu não queria que isso acontecesse,eu juro!-Disse em lágrimas.
-ENGULA SUAS LÁGRIMAS FALSAS,SEU VERME...VOCÊ TÁ É FELIZ PORQUE FOI O MEU FILHO E NÃO UM IMUNDO COMO VOCÊ...UMA PORCARIA QUE NEM A PROPIA MÃE QUER SABER,SEU ABORTO NOJENTO!-Ela gritou,enquanto tentava me acertar com as mãos.
-Lúcio,saia daqui...Vá dar uma volta!-Dona Socorro disse,enquanto tentava conter a mãe do André.
Concordei e com o coração em pedaços sai para o lado de fora,onde me sentei na escadaria do hospital.A rua estava deserta e nenhum sinal do Eduardo e do Noel,o que me fez sentir bastante solitário.As lágrimas ainda escorriam e lavavam o meu rosto,as palavras da dona Carla ardendo dentro de mim como se tivessem sido feitas com um ferro em brasa.Eu entendia que como mãe deveria doer ver o filho naquele estado,mais não consegui evitar de me sentir magoado com ela que antigamente,me tratava tão bem e sempre dizia que eu era como irmão para o André.Aos poucos as lágrimas foram secando e quando só restava a dor em meu peito,vi Noel descer a rua sozinho.Ele se aproximou aos poucos e ao notar que eu estava ali,se sentou ao meu lado.
-Lúcio você não deveria estar aqui fora sozinho,o que aconteceu?-Ele perguntou surpreso.
-A mãe do André me me culpa pelo que aconteceu com ele...Mais eu não queria ver o meu amigo desse jeito.-Respondi,voltando a chorar.
-Não fique assim,tenho certeza que seja lá o que ela tenha dito,falou da boca para fora.Ela está vivendo um momento terrível para uma mãe,e é normal que se deixe levar e fale alguma besteira.-Noel disse,com carinho,passando o braço pelos meus ombros e me puxando contra o seu peito.
As lágrimas foram secando e a dor diminuindo,mais me permiti ficar ali por mais tempo,pois com o abraço dele,tive a sensação de segurança e conforto que tanto precisava naquele momento.A medida que ia serenando,percebi que o Eduardo não havia voltado e que em nenhum lugar havia sinal de seu carro.
-Cadê o Eduardo?-Perguntei por fim.
-Meio contra a vontade,ele teve que ir...Ocorreu um problema com o sobrinho e o Cristóvão ligou pedindo ajuda.-Noel respondeu,após me soltar.
-Sobrinho?-Perguntei surpreso.
-Não de sangue...O rapaz é filho do primeiro casamento da esposa do Cristóvão,e este o considera como um filho.-Noel explicou,depois de alguns minutos em silêncio.
-O Eduardo e o Cristóvão são muito unidos.-Disse.
-Eles brigam bastante e tem várias diferenças,mais realmente são bem ligados um ao outro...O Eduardo séria capaz de qualquer coisa pelo Cristóvão e assim vice e versa.-Noel concordou.
-Tu parece conhecer bem a família dele.-Disse,intrigado com esse fato.
-Na verdade não,deles eu só conheço bem o Eduardo,Cristóvão e a Helena...O resto sei apenas o nome!-Noel rebateu.
-E o que acha dos três?-Perguntei,enquanto o encarava.
-Helena é uma mulher maravilhosa,muito doce e humilde.Já Cristóvão é egoista e ele têm uma visão distorcida do que é certo e errado...E o Eduardo,bem,não é uma má pessoa...Claro,ele é bem cruel quando quer,mais no fundo é só um homem solitário e perseguido pelo seus fantasmas.-Noel respondeu,parecendo distânte.
-Sabia que ele teve um caso com meu pai?-Perguntei,sem pensar.
-Oh,verdade?...Isso é novo pra mim!-Ele respondeu com sinceridade.
-É,e eu acho que no fundo,o Eduardo ainda gosta do meu pai.-Disse,me sentindo mal ao tocar nesse assunto.
-Olha Lúcio,Eduardo sofreu um grave acidente anos atrás e depois que ele saiu do coma e começou a se recuperar,ele foi se mostrando um homem muito diferente do que eu conheci antes,então é difícil afirmar o que ele pensa ou sente...Mais eu acho que pelo seu pai ele não sente nada,já pela ex noiva dele,acredito que ainda à alguma sombra do sentimento que ele tinha por ela.-Noel disse com sinceridade.
-Tu conheceu a noiva dele?-Perguntei surpreso.
-Sim!-Ele respondeu desconfortável.
-Como ela era? -Perguntei com curiosidade.
-Ela era muito parecida com você Lúcio,tinha a mesma ingenuidade e também a sensibilidade,chorava por qualquer coisa...E assim como você,ela não abandonava seus amigos e era muito leal a eles.-Noel respondeu,depois de um longo tempo em silêncio.
-Como tu conheceu ela?-Perguntei.
-É uma longa história,mais resumindo...Sofri um atentado e me jogaram em um hospital,lá ela era voluntária e cuidou de mim até que eu ficasse bom.Ela me ofereceu sua amizade e com seu jeitinho,foi me tornando um homem melhor. -Noel respondeu,a voz embargada.
-Noel,tu gostava muito dela,não é?-Perguntei,colocando a mão em sub braço e apertando.
-Era impossível ficar ao lado dela e não gostar,Lúcio.-Noel respondeu.
-E o Eduardo?Ele também gostava muito dela?-Perguntei,tentando não demonstrar a vontade de saber tudo que podia sobre ele.
-Ele a amava,a amava com todas as forças que tinha.Tudo que fazia era para vê-lá bem e feliz,por ela,ele era capaz de tudo.-Noel respondeu,passando as mãos pela cabeça.
-Nossa!-Disse,sem saber o que falar,pois me sentia incomodado com as palavras dele.
-Sabe Lúcio,esses dias eu acabei descobrindo algo sobre o Eduardo,que me surpreendeu bastante...Nunca imaginei que ele fosse capaz de abraçar uma causa tão nobre,até investiguei para ver se é verdade e mesmo tendo confirmado,me custa a acreditar que o senhor iceberg seja capaz de um ato tão bonito.-Noel contou,enquanto esticava as pernas.
-E o que tu descobriu?Me conta de uma vez!-Disse,sentindo minha curiosidade ser atiçada.
-Eu posso ficar aqui com vocês?-Uma voz perguntou atrás de nós,fazendo com que nos virassemos.
Maia sorriu com tristeza e eu fiz um gesto para que ela se sentasse,o que fez rapidamente.Com a sua presença,a conversa saiu do Eduardo e andou por outros assuntos,fazendo com que Noel começasse a relaxar e até começasse a sorrir um pouco.
Eu não havia me esquecido da conversa que tive com o Eduardo sobre o meu pai e eu não sabia como eu e ele ficaria apartir de agora,pois ao descobrir como era a reação dele com o homem que havia me gerado,tinha a sensação de que uma barreira havia se formado entre nós e eu não sabia se era capaz de ser quebrada.
Mais no momento tentei me concentrar na conversa com Maia e Noel que falavam sobre a infância e o homem que havia sido pai de Maia e Betão.
Continua...
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Olá boa noite!
Ontem a Tim me deixou na mão...mentira,acabou o crédito mesmo kkkkkkkkk Mais eu voltei para vocês!
Chria só faltou Moisés aqui em casa kkkk
BRUNO NEGAO com o celular que tenho,nem se faltasse mil pragas do Egito ia pra frente...Ele deu pra travar quando chega em um certo ponto e agora tem até buracos luminosos na tela.kkkkk
Martines a relação deles começou a ser moldada e ainda muita coisa vai rolar até ganhar graça kkkk
Missy,Marcos Costa,impact,Regi1069,Atheno,k.m.s,Ru/Ruanito,Elizalva.c.s obrigado pelos comentários e notas.
Espero que gostem desse capítulo e até a próxima...
Amanhã tô aqui de novo!
kkkkk