Continuando...
Caminhando sem rumo,fui colocando ordem aos poucos,em meus pensamentos.Desde a entrada do Eduardo em minha vida,eu havia descoberto pedacinhos sobre a história do meu pai e agora eu a tinha quase completa e sabia que estava só a um passo de saber o restante,mais não conseguia imaginar qual seria esse passo e isso me atormentava.Respirei fundo e tentei ficar calmo,então fui repassando o que já sabia sobre o homem que me gerou.
"Lúcio Barroso era filho de uma mulher que matou seu pai,cresceu com os avós e se tornou policial militar.Casou com uma mulher chamada Melina e teve um caso com a minha mãe.Lúcio Barroso era um policial que tentava fazer justiça com as propias mãos,e com isso atiçou a
ira de um chefe do tráfico,o que causou o sequestro do seu amigo Carlos e o estrupo e morte da mulher dele.Lúcio Barroso engravidou a esposa e a minha mãe e teve dois filhos com as duas,mais sua esposa e filho morreram...A esposa dele foi assasinada...Ela foi assasinada."-A história se formou em minha mente,com todas as peças em seu lugar.
E ali estava o pedaço que faltava,a morte da esposa do meu pai.Como ela morreu?Quem a matou?E o bebê que ela teve,do que morreu?
Um barulho interrompeu os meus pensamentos e percebi que estava uma rua sem saida,dei meia volta e peguei a rua que descia,mais apartir dali tive a estranha sensação de estar sendo seguido e aos poucos fui apressando os passos,até que estava quase correndo e decidi voltar para casa.
Depois de pegar duas ruas erradas,finalmente cheguei a porta da minha casa e sem nenhuma cerimônia,entrei.Sem saber o que fazia,fui até a janela e de joelhos,observei o que acontecia lá fora.Não demorou muito e um homem magro da minha altura surgiu e se encostou ao muro da casa em frente a minha,aonde se sentou e puxou um cigarro.Por um minuto,tinha pensado que ele tinha me seguido,mais agora via que deveria ser só mais um dos maconheiros ali do bairro.Eu tinha me assustado por nada!
Aliviado,fiquei de pé e me joguei ao sofá.Com essa correria toda tinha perdido o fio da história do meu pai e agora tinha que recomeçar e repassar tudo de novo,mais antes que eu pudesse fazer isso,a porta se abriu com um estrondo e Noel me encarou,furioso.
-Onde você estava,Lúcio?-Ele perguntou após respirar fundo,como se tentasse se controlar.
-Eu precisava pensar...Fui dar uma volta!-respondi surpreso pela atitude dele.
-O que se passa na sua cabeça,muleque?...Como você inventa de sair de casa sem dizer nada,quando sabe que estou dormindo?-Ele perguntou,parecendo prestes a explodir.
-Desculpa,não queria te incomodar...eu...-Tentei falar.
-Desculpa?...Acha que isso resolve?...Lúcio,você não é mais uma criança,para tomar atitudes tão infantis!-Ele interrompeu.
-Eu sempre sai e ninguém se importou...Qual é o problema de dar uma volta?-Perguntei,sem conseguir compreender.
-Nenhum,só não é seguro e nem certo que faça isso sem me avisar.-Ele respondeu enquanto gesticulava bastante,seu rosto com a expressão rígida.
-Por que não é seguro?-Perguntei.
-Olha aqui,apartir de agora você não sai mais de casa sozinho,e eu não vou mais tirar os olhos de você,então pode esquecer a idéia de ir ao hospital ver os seus amigos ou de ir a escola.-Noel disse,me ignorando completamente.
-Tu não é o meu pai!-Rebati irritado,pela forma como ele falava comigo.
-Só que sou eu que estou cuidando de você,aqui...O seu pai está morto!-Ele disse,seus olhos encontrando os meus.
Senti vontade de responder,mais irritado e contrariado da forma que estava,decidi apenas me virar e sair em direção ao meu quarto,onde me deitei de costas para a porta.Não demorou muito e ouvi passos no corredor,logo Noel se aproximou e se sentou ao meu lado.
-Todos estamos cuidando da sua segurança,não fique com raiva de mim.-Ele sussurrou.
-O que tu falou aí?-Perguntei,enquanto me virava para ele.
-Nada,apenas que descanse bem e quando acordar vamos conversar...Não quero fazer isso agora,pra não perder a cabeça e falar algo que não devo.-Ele respondeu ainda bastante sério.
A contra gosto concordei e ele deu tapinhas em minha perna,saindo logo em seguida.Apesar dos fortes motivos para ficar acordado,o sono acabou me vencendo e eu adormeci em um sono profundo.
Com a sensação de descanso e vários bocejos,despertei horas depois,mais acabei demorando a me levantar,e só o fiz quando notei um barulho estranho.Saindo do quarto,fui em direção a sala e ao me aproximar,notei que o barulho na verdade eram vozes e elas vinham do Noel e do Fred.
-Lúcio está acordado...Então vamos deixar que ele decida se quer conversar comigo ou não.-Fred disse após notar a minha presença,enquanto lançava a Noel um olhar irônico.
-Eu já disse ao senhor,que ele passou a noite em claro e não vai conversar com ninguém.-Noel rebateu parecendo irritado.
-Bem,isso quem decide é ele!-Fred disse com um sorriso.
Ambos se viraram para mim e percebi que esperavam uma decisão,mais tudo que consegui fazer foi devolver o olhar deles,pois não entendia o que estava acontecendo ali.
Continua...
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Olá gente...
VALTERSÓ,MARTINES,Ru/Ruanito,Atheno e BRUNO NEGAO obrigado pelos comentários e notas.
Espero que gostem desse capítulo e vamos que vamos rumo ao desfecho dessa história.