“Com tantos pontos finais, que haja força pra recomeçar.”
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Mariane assustou-se com as sirenes da polícia que soavam não tão distante de onde estávamos... Pisou fundo no acelerador e saímos pela rua de barro... O carro ao sair da pequena estrada do chalé dá de cara com os carros de polícia...
Mariane puxa o freio de mão derrapando e mudando o curso da estrada... A partir dali uma perseguição se inicia...
- Olha que emoção irmãozinho... Viu o que fez com a nossa vida... Era tão mais fácil se tivesse em casa naquela noite fatídica... estaria morto também... Sabe que eu não apenas mandei matar os dois, como também presenciei cada segundo... Desde a hora que foram envenenados até o momento que foram alvejados... Seu pai foi o primeiro a morrer sabia? Ver ele pedir por socorro me fez se sentir tão viva! Ele nunca me aceitou... ele só me aturava por causa da mamãe... E ela, bem ela não me defendeu dele... Ela sempre preferiu você... Eu sempre fui desprezada...
- Mariane, isso não é verdade... a mamãe sempre nos tratou igual...- argumentei.
- Vai se foder Romulo! Pra você era tudo, e pra mim não... eu vivia na sua sombra, esperando alguma migalha...
- Voce sempre teve tudo Mariane...
- Eu queria mais.... Eu queria todo o dinheiro pra mim... Eu queria que todos vocês estivessem mortos pra eu ficar rica... Aquilo ia ser tudo meu... Mas você sempre atrapalhou os meus planos...
Enquanto conversávamos, ela continuava acelerando o mais rápido possível... desviando dos carros, e distanciando-se dos policiais...Ela fez uma curva brusca e entrou numa estrada de barro e passou a seguir mais rápido...
- Mariane, para por favor...Não adianta mais você querer me matar, você não vai mais ficar com nada que é meu... Você não entende que poderia ter cumprido sua pena e ser solta numa boa? Me matar vai fazer você ficar mais tempo ainda presa, e o pior sem nada na vida...
-Hahahahaha- gargalhava ela- Eu não tenho nada a perder Romulo...Não ache que vou deixar você vivo e rico enquanto eu apodreço na cadeia... Posso até passar o resto da vida presa, mas estarei satisfeita de ter acabado com você...
- Para esse carro Mariane... agora.- gritei com ela...
Ela pisava ainda mais no acelerador...
Eu ia morrer de qualquer forma...mas não ia permitir que ela fugisse...
Levantei e me joguei em cima dela...puxei o volante, ela perdeu o controle do carro e começamos a descer um morro em meio às arvores... até que de impacto batemos de frente em uma árvore grande...Os air-bags foram acionados com o impacto e perdi por um momento os sentidos...
Mariane saiu do carro, abriu a porta do outro lado...
- Desgraçado... vem ..- disse ela me puxando pelo braço...
Eu sempre fui maior que ela, mas ela me segurava enquanto a arma estava em minhas costas... Eu esperaria o momento certo pra dar o bote, mas não podia me arriscar...
Ouviamos a sirena da polícia se aproximar... Ela me levava de volta à estrada...
- Me deixa aqui e foge Mariane... é sua última chance...
- Cala boca Romulo... Vamos acabar logo logo com isso... temos que esperar os convidados especiais chegarem...
- Você está louca... do que você está falando?
- Espera pra ver... Tá ouvindo as sirenes? Vamos lá...
Mariane me usava como escudo com a arma em minha cabeça quando chegamos na pequena estrada novamente...
Quatro carros de polícia nos cercaram...
- Largue a arma e ponha a mão na cabeça... Agora!- disse um dos policiais apontando a arma para nós... Todos os demais policiais fizeram o mesmo...
- André, Eduardo... eu sei que vocês estão ai... Saiam... venham ver o Romulo de vocês indo pro espaço... Vem...- dizia ela...
- Largue a arma- dizia o policial.
Eduardo e André saíram de um dos carros da polícia... Me admirei por Eduardo ter aparecido... Ele podia muito bem ter ido embora com o dinheiro que dei a ele...
- Mariane, deixa ele sair... você não precisa fazer isso- disse Eduardo
- Era pra você estar morto Edu... Não acredito que falhei até nisso..-disse ela...
- Deixa o Romulo sair... fica comigo no lugar dele.- disse André...
- Olha só, o namoradinho apaixonado... Pena que meu plano pra te mandar pra fora do país falhou... Até nisso esse desgraçado do Romulo me atrapalhou... Nunca houve proposta de emprego verdadeira fora daqui... Imagina, um merdinha como você ser escolhido pra trabalhar no Canadá... hahahhha
Eu não acredito que o André ir pro Canadá era mais uma armação da Mariane...
- Chega de mimimi.- disse ela. – chegou a hora...Estou em dúvida se mato o Romulo... O edu, ou o André... Em Quem será que vai doer mais?... Se matar o Romulo, o Eduardo e o André vão sofrer... se matar o Edu... aiii, quem se importa com o Edu... Acho que primeiro quem morre é o André... pro Romulo sofrer bastante antes de morrer... é isso...
E atirou...
Mais rápido que pudéssemos imaginar o Edu entrou na frente do André e tomou o tiro em seu lugar...
- Shiiiiii... ninguém se aproxima... estou pronta pra estourar os miolos do meu irmãozinho...
Edu caiu de joelhos... ela havia o atingido no tórax... André abaixou para socorrê-lo...
- Levanta daí...- gritou ela...- deixa ele agonizar... Vai morrer por ser burro...
Mariane não percebeu, mas um dos policiais tinha dado a volta pelo mato e estava atrás dela, pronto para segurá-la...
Nesse momento André gritou pra mim, enquanto o policial tentava segurá-la... e veio em minha direção...
Ouvi dois disparos da arma...
André me abraçara fortemente...
Aos poucos ele foi olhando em meus olhos e me soltando, até que caísse no chão... Minhas mãos estavam sujas do sangue dele... ele havia sido atingido...
- Desgraçada... o que você fez? – gritei
Mariane já estava imobilizada pelos policiais, quando ouvi um disparo e vi Mariane ser atingida no meio do peito...
Seus olhos arregalados pra mim...
Olhei para trás e vi Edu, com a arma na mão... ajoelhado no chão com dificuldade...
- Me perdoa Romulo... mas agora acabou... você está livre...- disse Edu, caindo morto logo em seguida...
Ele usou das últimas forças, do último momento da sua vida pra me pedir perdão... Não havia mais o que perdoar...
Me aproximei de Mariane...
Ela estava deitada no chão, algemada, seus olhos vermelhos... Respirava com dificuldade ... Começava a tossir sangue...
- Porque você escolheu isso em Mariane? Podia ter sido tão diferente a nossa vida... Você queria tanto que eu morresse, mas quem está morrendo ai é você... e olhe, não me orgulho nada dessa cena... Estou tão triste, não queria que fosse assim... eu jamais ficaria feliz com a sua morte...
- Se eu não fosse morrer você morreria... Mais cedo ou mais tarde eu ia matar você... – grunhiu ela em meio ao sangue de sua boca...
- Vá em paz Mariane, eu te perdoo...- finalizei com dificuldade, mas era necessário pois ela morreria ali, e eu não poderia conviver com isso...
- Eu não quero o seu perdão... Vai pro inferno Romulo. – disse ela, em seguida puxando todo o ar que pode, e olhando fundo em meus olhos...
- Está morta.- constatou um policial...
Uma lágrima involuntária desceu do meu olho...
- O rapaz ainda tem sinais vitais. –disse um policial referindo-se a André...
Em alguns minutos uma ambulância chegou, e o levou. Eu fui levado à delegacia, pois precisava prestar esclarecimentos...
Os corpos de Edu e Mariane foram encaminhados ao IML, para comprovar a história contada por mim e pelos policiais...
Assim que fui liberado, corri pro hospital... precisava saber de André...
- Onde ele está?
- Eles estão trabalhando no caso dele nesse momento- o policial que o acompanhara disse- O doutor saiu pra perguntar sobre a família. Eu disse que você estava a caminho. Ele disse que o rapaz precisa de sangue.
- Merda...- eu disse.
Segui até a recepção...
- André Willis. Quero vê-lo agora...
- Senhor, eles estão tratando dele agora. O senhor vai ter que esperar aqui fora.
- Porra nenhuma que vou esperar... Me leve até ele agora... Eu tenho que vê-lo. Ele não vai morrer sozinho... Eu tenho que vê-lo...
- Luane, deixe ele passar.- um médico mais velho disse ...
Fui imediatamente em direção do mesmo...
- Como ele está? Ele está bem? – um medo se apoderou de mim... e se o médico dissesse que ele havia morrido?
- Venha comigo...
Segui o médico até o final do corredor, e entrei num quarto... André estava todo entubado...
- Ele perdeu muito sangue... foi preciso estabilizar a hemorragia... Por enquanto não temos retorno... Precisamos observar o quadro nas próximas horas para poder dizer...
- Ele pode morrer doutor?- questionei.
- O quadro dele é estável, vamos aguardar ok?
- Posso ficar aqui com ele doutor?
O médico apenas assentiu e saiu da sala...
Me aproximei do leito... peguei na mão fria de André...
- André... por favor- engasguei- acorde e fale comigo. Você tem que voltar pra mim... Eu estou perdido sem você. Por favor, volte pra mim. Eu te amo. Apenas abra seus olhos pra mim. Eu estou implorando. Não me deixe. Pelo amor de Deus não me deixe...
Os olhos de André se arregalaram. Ele tentou falar, estendeu as mãos pra mim...
- Romulo...
- O que meu amor... Isso luta por nós... seja forte.
- Euu... te amo...
Uma lágrima de felicidade saiu dos meus olhos ... Meu homem estava de volta. Eu iria amá-lo a cada dia das nossas vidas...
***
Cuidei dos preparativos dos enterros de Edu e Mariane.. era o mínimo que eu podia fazer... Apenas pedi que Mariane não fosse sepultada com nossos pais...
O André me disse que o Eduardo estava indo embora do país quando soube que eu havia sido sequestrado e ele voltou porque não se perdoaria se algo me acontecesse. Achei uma prova de amor bonita...Ele matou Mariane pra acabar de uma vez por todas com essa história...
***
A recuperação de André foi rápida, pois o tratei com muito amor e carinho...
Um mês depois ele estava recuperadíssimo. Trabalhando na empresa comigo, que voltou a dar um up nas vendas...
Vendi a casa onde morava, e comprei uma nova, menor que aquela e mais simples, onde poderia viver com André e os filhos que pretendíamos adotar.
A filha dele tinha um quarto todo decorado pra ela na nossa casa, e nos dávamos muito bem... Ela me chamava de Tio Ro do papai... muito fofa...
Meu homem chegou em casa por volta das 19h e eu preparava o jantar, eu gostava de cozinhar pra ele... Me encoxou por tras... beijou meu pescoço...
- Oi meu pequeno... Já estava morrendo de saudades de você... Vou tomar um banho e já desço pra jantar. Estou faminto e o cheiro disso está muito bom...
- Vai meu amor...
Arrumei a mesa, e logo André desce, com aquele cheiro de banho recém tomado, um shorts sem camisa...
Senta-se à mesa, eu o sirvo, e começamos a jantar... Tomamos uma taça de vinho...
Após o jantar ele me pega no colo...
- Ai seu doido... me solta...- digo fazendo charme...
- Solto nada... Agora vou levar meu amorzinho lá pro nosso quarto pra gente brincar bem gostoso...
Mordi o lábio safadamente... Eu adorava o jeito daquele homem me possuir...
André me joga na cama, e eu empurro os travesseiros. Os olhos dele brilhavam enquanto ele me abraçava com força...
- Acho teu sorriso tão lindo...- disse ele.
- você que é lindo Amor.
André tira cada peça nossa de roupa, enquanto beija o meu corpo...
Enquanto me beijava ele começou a me penetrar... Suavemente, e logo me fodia com força...
Estavamos presos um ao outro, como se fossemos um só... André me possuía com muito amor e paixão... de uma forma quente e avassaladora... enquanto nosso tesão crescia, parecendo que eu estava sendo virado do avesso...
André começou a mover-se mais rápido, mais forte... Tudo o que eu podia sentir era ele dentro de mim... a sua boca em minha pele...
Ambos chegamos ao ápice juntos... e gozamos loucamente... eu no meu peito e André dentro de mim... Estavamos ofegantes e realizados... Ele sabia me foder como ninguém... Eu era dele e ele meu...
Nossas bocas se encontraram e ele me beijou com tanta ternura que lagrimas de felicidade escorreram dos meus olhos. Eu estava feliz, realizado... Todo o pesadelo vivido ficara para trás. André me completava e me fazia feliz...
“ Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticencias... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou superando, compreendendo, e continuo indo assim, desse jeito, sem virar páginas, nem colocar pontos, apenas sendo feliz.”
FIMMMMM
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Obrigado amados que acompanharam o conto... Comentem o que acharam...
Kykontista.
