Como qualquer pertencente da classe trabalhista do país, quando finalmente abri a porta da minha casa deixava para trás uma noite formada e uma lua exibida brilhando alto. Como em todos os dias nada fiz além de largar tudo que cobria meu corpo, até os sapatos, e passeei completamente nu pela casa usufruindo da liberdade que os outros ambientes não me davam. A nudez também me fazia sentir o frescor que aquela noite absurdamente quente me negava. Na cozinha tomei alguns goles de água gelada diretamente da garrafa e agradeci estar vivo quando me deliciei com o descer do líquido refrescante pela minha garganta. Na sala acendi um cigarro, dei alguns tragos diante da TV desligada e o deixei repousando no cinzeiro e brincava com uma fina linha de fumaça que subia e se dissipava acima da minha cabeça. No quarto pensei em tomar um banho mas a minha consciência reproduziu a voz da minha mãe alertando-me dos possíveis perigos de tomar banho com o corpo ainda quente. Isso era algo que ela sempre soltava pelo meio da casa quando ainda morávamos juntos. Meus irmãos, coitados, depois das aulinhas de futebol eram obrigados a continuar minando suor até que seus corpos estivessem resfriados. Somente aí eles poderiam se tacar na festa que os banhos naquela casa representavam. Eu, o sempre diferente, trocava os esportes pela dança, arte e literatura. Talvez por isso, sem julgamentos, é claro, eu tenha sido o primeiro a largar a barra da saia da mãe e adquirir a tão cultuada independência através dos estudos. A curiosidade e a vontade de ir além tinham me colocado na posição de diretor criativo de uma importante, ou talvez a maior agência de publicidade do país. Os meus vinte e poucos anos deixavam impressionados os clientes, que na maioria das vezes eram empresas gigantes e de massiva circulação em território nacional. Tal competência me deixou nas mãos carinhosas de um dos nossos clientes, um conhecido diretor de um empresa do ramo alimentício, que tão logo nas primeiras semanas de relacionamento decidiu que me queria ainda mais próximo e me elevou para o cargo de namorado. Aceitei sem pensar duas vezes. Mesmo com um anel no dedo a nossa preferência era por casas separadas. Cada um no seu canto nos fazia sentir saudade e isso elevava nossos encontros a um nível extremo de excitação. Era assim que queríamos a levar a vida, por enquanto.
Depois do banho, enrolado num alvo roupão macio ao toque e satisfeito com a pizza que eu tinha pedido, me muni do notebook para uma passeada básica pelo incrível mundo da internet e os deleites que ela nos oferece. O projeto em que eu trabalhava naquela semana já estava próximo da conclusão e isso me permitia, além de manter a cabeça fria, me entupir de outras coisas que não se referissem ao trabalho. Não precisei de muito tempo para descobrir o assunto da semana: um lançamento bagunçava a rede mundial e dividia opiniões, independente do território de circulação. O assunto em questão era um site que prometia diversão rápida e interação medida entre pessoas que desejam a mesma coisa: prazer. Aquilo me fizera rir. Como criar polêmica com algo que já existia há tanto tempo e em inúmeras plataformas? Os arquivos diziam que a ousadia estava em permitir que aquele que quisesse diversão fácil não precisaria cavar a internet e penetrar o submundo, como alguém que procura por algo ilegal. De fato a intenção dos desenvolvedores e criadores me deixou curioso. Era como legitimar o culto ao vazio ou superficial, mas também dar uma certa lição sobre a legalidade desse desejo. Quem não quer um pouco de diversão vez ou outra? Depois de pouco tempo de leitura larguei de lado os arquivos que se aprofundavam em discussões sobre relações interpessoais, desapego e mais uma quantidade incontável de assuntos e me joguei na cama para mais alguns capítulos da série que eu acompanhava naqueles dias antes de agarrar o sono em um abraço só nosso.
Mas tão humano, tão fraco e completamente tomado pela curiosidade, saltei da cama sem pensar muito. Em passos largos cheguei ao notebook em cima de uma mesinha no canto do quarto que eu usava como escritório improvisado e o abri para imediatamente digitar, no campo de buscas, o endereço eletrônico do bendito site de encontros que eu tinha memorizado. A interface dele me surpreendeu pelo cuidado com que foi feita e não parecia nada com as dezenas de sites similares espalhados pela internet que mais parecem algo herdado da pré-história da programação. Eu ri como eu poderia ser facilmente impressionável e não demorei a iniciar o primeiro passo para de fato estar dentro de tudo aquilo. O cadastro não pedia muita coisa além de um nome, na qual eles indicavam que fosse preenchido inicialmente por um fictício, e uma senha. "Básico" eu sussurrei para mim mesmo com um sorriso no canto dos lábios. O bloqueio criativo talvez causado pelo resquício de sono que corria pelo meu corpo inteiro me fez olhar ao redor em busca de algo que pudesse servir como minha nova identidade naquilo que eu decidira chamar de projeto. Sobre a mesa minha agenda marrom chamou atenção e um nome tinha sido escolhido. Digitei "Brown" no espaço que correspondia à minha identificação, criei uma senha qualquer, entreguei minha idade, o gênero pelo qual eu me sinto atraído e com um único toque eu fui direcionado para outra página. Na tela saltaram vários nomes que definiam os subgrupos de uma comunidade LGBT e eu não precisei pensar muito para clicar em "MADUROS". Outra página se abriu e dessa vez um mundo inteiro veio com ela. Vários ícones se moviam pela tela e as cores indicavam suas disponibilidades. Estes ícones possuíam uma forma padrão e eu logo entendi que para saber com quem eu estava conversando, precisava de fato iniciar uma conversa. Nenhuma prévia seria me dada. Aquilo pareceu bastante estranho, até estamos na era da imagem, onde ela vale muito mais que nossos próprios ideais, mas lembrei que aquilo estava em fase de teste e num modelo definitivo os ícones ganhariam fotos dos usuários. Eu viajava por outros nomes e as disponibilidades que iam de "ocupado" para "pegando fogo" e uma conversa apareceu subitamente na tela. A aba que seguia o padrão adotado por quase tudo que se utilize de chats, me mostrou no canto esquerdo superior um quadradinho referente à quem me chamava e abaixo o meu. "Mr. Davis" eu li o nome daquele que iniciara a conversa baixinho como se alguém pudesse me escutar. No campo destinado para as mensagens imediatamente apareceu as primeiras palavras:
"Você é mesmo um homem ou é uma criança curiosa? Ligue sua câmera!"
Eu tomei um tempo para pensar se eu faria mesmo aquilo. Se eu me entregaria à minha curiosidade e deixaria ela tomar o controle do que acontecesse. Lancei para longe as perguntas que rondavam minha cabeça quando eu decidi que embarcaria naquilo e tratei de brincar com aquele que inacreditavelmente ainda esperava por mim. "Não sei se devo ligar" eu digitei criando a imagem de alguém que possuía a vergonha que eu mesmo não tinha. E imediatamente obtive uma resposta:
"Eu começo!"
Ergui meus olhos e agora o quadrado onde apenas aparecia o nome do sujeito, uma imagem embaçada se movia, mas claramente eu conseguia identificar um peitoral negro e farto. De tão musculoso, os peitos saltavam e vez ou outra era tensionado. A forma como o homem movimentava seu braço deu para entender que ali embaixo onde a câmera não conseguia pegar um membro era manipulado de forma lenta e estimuladora. Eu suspirei pesadamente quando vi a aparição. Eu não só tomava outra dose de curiosidade como estava começando a ficar perigosamente excitado com aquilo. Eu me preparava para digitar um "NOOOOOSSA!" entusiasmado até demais quando uma voz grossa, levemente rouca e imperativa viajou das saídas de som do notebook e me acertaram em cheio:
– Sua vez! - Eu ouvi ele dizer.
Descuidado, eu não tinha notado que havia ali uma opção que me permitia usar o microfone. Silenciosamente eu liguei aquela funcionalidade, mas nada de pensar em passar perto do ícone da câmera.
– Isso é mais divertido do que eu pensava – eu disse calmamente.
– Não é? Você só está demorando demais – disse-me a voz.
O mesmo tom imperativo estava ali. Aquilo soava quase como uma repreensão séria e naturalmente enquanto falava ele coçou a pele abaixo do peito massivamente musculoso e coberto por uma camada grossa de pelos escuros. Só não suspirei para não parecer alguém que já estava na efetivação de uma masturbação escondida.
– O que faremos, de fato? – perguntei, curioso.
– Coisas sujas – ele respondeu com a naturalidade de alguém que informaria as horas e depois soltou um risinho sacana. Eu vi o sorriso porque ele ergueu a câmera alguns centímetros me deixando ver seu queixo robusto e os lábios carnudos somente uns tons mais claros que sua própria pele. Eu quase grudei minha cara na tela.
– Então você só precisa pedir do jeito certo – eu sussurrei da forma mais insinuativa possível, mas sem parecer manhoso demais.
– Ligue a porra da sua câmera, seu teimosinho de merda.
E o grave da voz quase fez o notebook tremer. Os lábios tão próximos da câmera deixou a imagem ainda mais embaçada por causa de seu hálito. Com pressa eu liguei minha câmera, mas deixei a tela em um ângulo que ele não conseguisse ver nada além do meu peitoral que naquela ocasião estava coberto pelo meu roupão habitual.
–Um roupão. Quanta delicadeza – ele disse ironicamente antes de uma gargalhada debochada. – O que a doçura esconde aí embaixo?
–Estou pensando se te mostro – eu me vinguei.
–Pensando? Tá louco pra me ouvir ordenar novamente.
–Talvez – eu respondi com desdém. – Estava mais pensando em algo que envolvesse recompensas – eu completei.
–Faça seu jogo – ele disse se encostando completamente na cadeira de forma largada. Ainda assim seu peitoral e barriga eram as únicas coisas que eu conseguia ver. Infelizmente.
–Bem básico: eu largo mão dessa delicadeza desde que você se mostre mais.
–Mais que isso? – Ele arrastou os dedos grossos pela barriga e depois para o corte que eu não conseguia ver, mas que obviamente era o seu membro livre.
–Sim, mais que isso aí – eu insisti.
–Então comece você – ele ordenou do outro lado.
–Mas...
–Eu disse que você começa – ele me cortou ainda mais rude e autoritário. A ordem era incontestável.
Levantei da cadeira onde eu estava e de pé eu deixava ele ver apenas o alvo do tecido. Comecei tirando da lateral da minha cintura a tira que prendia o roupão ao meu corpo. Depois de solto eu segurei as duas partes dele, ainda mantendo meu corpo seguro e fui abrindo lentamente, expondo minha pele aos desejos insanos e indecifráveis do homem do outro lado. Ele soltou um risinho de quem estava gostando e me incentivou:
– Isso. Do jeitinho que eu gosto.
O tecido escorregou pelas minhas costas e eu fiquei completamente exposto, mas me assegurei de que ele veria apenas meu tórax, assim como ele fazia comigo. Minha barriga seca e as curvas acentuadas do caminho que antecede minha virilha fizeram o homem se aproximar da tela e com isso eu consegui ver seus lábios outra vez. Ele primeiro sussurrou algo que eu não consegui ouvir com clareza, mas a proximidade me trouxe a frase que me fez ficar duro imediatamente:
– Eu acabaria com esse corpinho de uma vez só. Que vontade de machucar essa sua doçura juvenil.
Eu ri de forma provocativa e sentei, lembrando que agora ele estava em dívida comigo. Prontamente ele levantou um pouco a câmera e me deixou ver seu rosto de perfil. O queixo quadrado e coberto por uma barba grossa e escura. Os lábios saltados para a frente pareciam perfeitamente molhados. Mesmo com a imagem propositalmente embaçada eu consegui ver o castanho do olho quando Mr. Davis colocou aquela parte do seu rosto em enquadramento. Mesmo do outro lado de uma tela ele me cercava com tanta ferocidade que eu senti minha pele arrepiada e meu pau aumentar de tamanho. Eu o apertei entre meus dedos, mas eu queria mesmo era a mão do homem rude em mim. Quando a imagem abaixou, passou pelo sorriso insinuativo e foi descendo pela barriga. Na verdade era ele que estava ficando em pé. De tão alto ele precisava se curvar para não mostrar demais. O umbigo entrou em plano e depois o comecinho da virilha. Havia muitos pelos ali, e pelos grossos. Eu quis enfiar minha cara naquela região e só sair quando não pudesse mais respirar.
– Desgraçado – eu sussurrei e ele riu, ainda mais provocativo.
– Quer mais?
– Vai, acaba logo comigo porque eu já passei dessa para outra.
Ele riu em toda sua safadeza suja e ajeitou a postura para me deixar ver a base daquilo que ele guardava entre as pernas. Era tão absurdo e monstruoso que facilmente poderia ser comparado à espessura do meu pulso. Mesmo não tão corajoso assim, eu desejei enfrentar aquilo de peito aberto. Ou melhor, de pernas vulgarmente abertas.
– Imagine isso aqui em você. – Ele estava manipulando aquilo tudo, mas eu continuava vendo somente a base e o movimentar de seu braço. – Eu poderia destruir você só com meu pau, sabia? E eu adoraria fazer isso.
– Então faça – eu brinquei com o perigo.
Garantindo que ele ficasse ainda mais animado, resolvi quebrar a regra daquele e me levantei. Eu fiquei de lado e direcionei a câmera para a minha cintura, entregando para ele a curva que minha coluna faz naturalmente centímetros antes da fenda entre minhas nádegas. Eu desci minha mão por aquela região e ele suspirou um "desgraçado" que me fez pirar. Ele continuou a movimentação ali embaixo e eu fui virando lentamente minha bunda na direção dele.
– Isso! Mostre tudo pra mim, seu safado.
Eu virei completamente e fiz o favor de me empinar na direção da tela, colocando em foco somente a pele branquinha e sensível e a abertura entre elas.
– Eu morderia tanto que minhas marcas perdurariam por semanas nessa bunda gostosa. Que vontade de comer você – ele completou num tom que beirava a selvageria.
– Como você me comeria, então?
– Eu ia sentar você no colo do monstro aqui – ele foi sentando novamente na cadeira e se afastou. Ao olhar para trás eu vi o tamanho real daquilo que ele segurava com as duas mãos. Completamente erguida para o alto parecia tão gigante que realmente me destruiria por dentro. E ele continuou falando em um tom rouco tão sujo:
– Primeiro eu ia precisar chupar toda a sua bunda. Só assim você conseguiria me aguentar. Depois eu ia entrar em você com meus dedos, porque eu gosto de ter minhas vitimas nas mãos.
Eu sentei na cadeira, também me afastei e deixei meu corpo escorregar um pouquinho. Abri minhas pernas e enquanto ele falava eu escorregava meus dedos para o interior da minha bunda.
– Desse jeito – ele bradou quando me viu aberto. – Eu ia enfiar todos meus dedos em você. Um por um. Todos molhadinhos.
Eu levei aquela mesma mão à boca e lambi todos meus dedos. O rosto dele me assistindo era um misto de tesão e divertimento puro. Ele sorria e apertava o pau com força, ele mordia os lábios e puxava o ar dificultosamente, fazendo-me ouvir perfeitamente a respiração pesada que por pouco não virava um gemido.
– Vai, enfia essa mão no rabo – ele ordenou no tom certo para minha obediência. Eu enfiei dois dedos naquilo que guardava entre as pernas e soltei um gemido para ele. – Enfia mais. Eu gosto de ir com força. Tá com dó do corpinho? Ele foi feito pra isso. Você vai ver que há prazer na dor. – Ele me provocou.
Surpreso comigo mesmo e com o quão aberto eu estava conseguindo me manter por causa da absurda dose de tesão que meu corpo experimentava, eu consegui me contorcer inteiro e enfiar mais um dedo. Eu penetrava minha bunda com minha própria mão. Eu vi ele rir e depois soltar um gemido enquanto mantinha uma masturbação onde os dedos grossos e rudes violentavam toda a extensão do membro grosseiro.
– Você não está gemendo como eu quero. Vamos, faça isso decentemente. Reclame como um macho. Se gemer como uma mulherzinha eu te acho e faço você virar um homem rapidinho.
Eu não me incomodei com o absurdo que ele falava e soltei gemidos grossos, encorpados que eram resultantes de dor, mas também de excessiva excitação. Eu tombei a cabeça para trás e ergui meu tórax como ele precisaria fazer se estivesse de fato me comendo. Instintivamente levei minha mão ao meu pau e imediatamente fui repreendido:
– Você só se toca onde eu mandar. Coloque essa mão no pescoço.
E eu coloquei. Senti minhas veias saltadas por conta da movimentação que eu fazia para manter meus próprios dedos dentro mim.
– Aperte! – Ele ordenou, ainda mais firme.
Eu apertei minha própria pele, mas recuei.
– Tá com medinho, seu merda? Dê o que seu corpo precisa. Vamos, eu quero vê-lo esquecer o que é respirar.
E entre um gemido e outro eu cravei meus dedos em minha pele. Primeiro eu senti a dor que isso me causou, mas logo ondas intensas e impossíveis de ser catalogadas circularam pelo meu corpo causando além de arrepios, espasmos e contrações musculares. Toda minha força estava concentrada no meu pescoço e na minha bunda. Em ambas as regiões eu estava me machucando, mas o tesão resultando disso me fazia continuar. E continuar. E usar ainda mais força. E me machucar como ele queria estar me machucando.
– Como você é gostoso – ele suspirou enquanto massacrava o próprio pau. – Você não sabe como fica bonito daqui. Seu corpo, a força dele, a dor exposta nas veias saltadas. Tudo em você combina com minha violência – ele completou. – Mostre-me seu rosto!
Eu soltei meu rosto e tomei uma quantidade de ar tão grande que engasguei e precisei tossir. Quando voltei meu rosto para a câmera eu senti meus olhos lacrimejarem tão intensamente que a água expelida por ele escorreu por minhas bochechas. Meu rosto estava quente e com certeza também estava vermelho.
– Você iria querer mais, não é?
– Muito mais – eu falei com dificuldade.
– Você deixaria eu bater em você? – Ele disse erguendo sua mão e mostrando o estrago que ele faria com ela.
– Em todo meu corpo – eu confessei.
– Você deixaria eu te asfixiar até implorar pela sua própria vida?
– Só se você estivesse completamente dentro de mim.
– Te comendo – ele completou em um sussurro voltando para a masturbação.
– Me violentando – eu falei agora de forma muito manhosa.
– Te tomando – ele bradou em um gemido grosso.
– Me machucando – eu disse enquanto desobedecia Davis e me deliciava em uma masturbação rápida.
– Fazendo você sangrar.
– Me fazendo sangrar. Por favor! – Eu soltei com dificuldade entre os dentes quando deixei meu corpo cair completamente na cadeira enquanto eu tentava arrancar de mim a maior e mais forte das essências. O que fazia de mim homem.
– Mais forte. Se estimule com mais força enquanto me imagina cuspir em seus lábios e em seguida chupá-los, tomando de volta meu gosto. Continue!
Meus movimentos eram tão violentos e rápidos que eu já sentia a base do meu pau doer com a quantidade de vezes que eu bati meu punho contra a pele. Davis também se masturbava e os urros grossos, exagerados, mas absurdamente másculos indicavam que ele estava para gozar. Eu me controlei para não gritar quando senti meu néctar explodir de dentro de mim e cair sobre meu corpo, umedecendo a barriga que estava molhada de suor. Eu continuei gozando uma quantidade inimaginável de porra enquanto mantinha os movimentos na mesma intensidade da anterior aos jatos. Ao olhar para a tela a porra de Davis jorrava do membro escuro e muito grosso e tão clarinha escorria pela virilha depois de ter caído sobre a barriga. A quantidade absurda me fez querer ter recebido tudo aquilo com minha boca violentada e aberta para o deleite do meu violentador.
– Tome cada gota dessa porra – me ordenou a voz outra vez.
Primeiro eu lambi eu limpei o restante do líquido em meus dedos e depois fui coletando o que estava caído sobre a pele da minha barriga e virilha. Cada vez que levava meus dedos aos lábios e os chupava eu via Davis se contorcer na cadeira. A expressão prazerosa dele me entregava que ele adoraria que os dedos chupados fossem os dele. Para provocá-lo, eu chupava com ainda mais intensidade, metendo na boca todos os dedos e sugando-os obscenamente, expondo minha língua entre eles e provocando barulhos resultantes das sucções.
– Isso deve estar delicioso. Não quer dividir e depois lamber seu novo homem dos sonhos?
Eu tive que rir entre o culto que eu fazia aos meus próprios dedos.
– Que pergunta desnecessária. A primeira coisa que eu faria seria lamber essa sua cara suada e deliciosa – eu respondi.
– E sobre eu ser o seu novo homem? – Ele soltou, sério.
– Continue sonhando – eu murmurei enquanto passava delicadamente meus dedos em meu queixo e apertando suavemente como se o próprio Davis estivesse fazendo isso.
– Eu realmente quero tocar seu corpo, seu desgraçado.
– Me tocar? Você só quer me tocar? Você não quer mais me machucar? Posso até me fazer de mais difícil, assim sua violência parecerá mais verdadeira e minhas marcas serão mais intensas.
– Eu tô cultivando uma vontade insana de acabar com você e essa sua carinha bonitinha – ele disse sério em tom de ameaça. Presencialmente eu teria tremido.
– É mesmo? Tenta me achar, porque agora eu não estou disponível – eu disse exibindo meu sorriso mais provocativo para então fechar aquela aba com uma piscadinha safada.
Aos risos e sentindo um leve incomodo no rabo, eu terminei de me limpar no banheiro e quase me excitei novamente em frente ao espelho quando vi marcas levemente avermelhadas na região do pescoço. A excitação estava em saber que eu mesmo tinha feito aquilo e descobrira uma nova forma de obter prazer. A curiosidade é mesmo um prato bem elaborado que servimos para nós mesmos no banquete que é a vida. Mr. Davis me servira como a carne nobre e um novo site voltado para a explicitação dos desejos servira muito bem como acompanhamento da experiência que tinha sido aquela noite.
Ao deitar eu não sabia se um dia voltaria para a terra sem lei que aquilo representava, mas incontestavelmente eu teria boas memórias para contar. Como teria!
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Esse escrito faz parte de uma pequena série de contos sobre a noite e as coisas (seres, sentimentos, práticas) que habitam nela. Quanto mistério! Sei que não se fala muito sobre intenções, estilos e tudo mais, mas minha intenção ao compor os personagens, como sempre, é permitir que vocês deem a "forma". Eu dou as coordenadas e vocês terminam de compô-los. Tá bom assim? Espero que sim. Eu respondo todo mundo que tenha o mínimo para falar. Vamos lá, sejam sujos! :D