Queria agradecer novamente pelos comentários de todos. Continuem comentando, vocês que estão me dando forças pra continuar contando minha história.
AVALIEM E COMENTEM PESSOAL!
A VIDA DE UM GAY, Cap. 5: Somos amigos!
- Júnior, eu sou gay!... – Júnior não respondeu nada e por alguns minutos ficou em silêncio, até que escutei a ligação sendo desligada. Foi o suficiente para eu voltar a chorar em prantos. Eu realmente não estava bem, e agora não podia conversar nem com o menino que eu considerava meu amigo. Estava pra gritar quando escuto uma moto buzinando na frente de casa, eu estava sozinho então me recompus o que pude e fui até a sala para olhar quem era. Era o Júnior!
Abri o portão e ele entrou e foi logo falando.
- Não podíamos falar sobre isso por telefone, tu ta bem Marc? O que aconteceu? – falou pegando com a mão no meu ombro. E novamente voltava a chorar muito.
Júnior foi entrando em direção à sozinha, preparou uma água com açúcar e trouxe para mim.
- Consegue falar agora? Respira, eu to aqui!.
Júnior falando aquelas coisas foi me acalmando, bebi a água com açúcar e respirei fundo. Olhei pro Júnior e ele estava me olhando fixamente com um olhar bem preocupado. Sentei no sofá da sala querendo ainda soluçar, mas logo senti um braço envolvendo meu pescoço por trás, Júnior sentou do meu lado e falou.
- Pode me falar qualquer coisa Marcus. Somos amigos! Desculpa eu desligar na tua cara, mas eu sei que isso foi difícil pra ti, e sabia que tu precisava de alguém, peguei a moto do meu pai e vim o mais rápido que pude!
Me acalmei, mas ainda estava confuso. A reação do Júnior me surpreendeu, parecia que ele sabia bem o que me falar naquela situação.
- tu vai me falar agora o que aconteceu? Preciso saber em quem eu tenho que bater – ele soltou um pequeno sorriso nessa hora.
Poucas vezes tinha visto Júnior daquele jeito, tão amigável e querendo animar alguém, normalmente ele é calado e sempre com uma cara fechada parecendo quer bater em todo mundo.
- Tu não tem que bater em ninguém. – aos poucos minha voz ia voltando a sair
- então? Tu é gay? – Novamente soltou um sorrisinho. Eu apenas confirmei com minha cabeça. – Cara, não tem problema nenhum nisso, tu é um cara muito legal e divertido. Eu nunca gostei muito de ter pessoas do meu lado até te conhecer, tu é totalmente oposto de como eu sei que sou. Tu é brincalhão, sorridente e tem uma facilidade pra fazer amigos. A gente se conhece a praticamente todo ensino fundamental e só esse ano eu percebi o quanto tu tem pra me ensinar. Não tem por que ficar com medo de me falar as coisas, afinal tu é o primeiro cara que eu chamei de amigo.
Eu não sabia nem o que dizer nessa hora, não sabia se voltava a chorar ou o abraçava, nunca tive uma amizade daquele jeito. Não queria saber, me virei em direção dele e o abracei. Foi ai que acabei descobrindo que só precisava de um ombro amigo.
- Agora me conta! O que aconteceu?
Eu respirei fundo e comecei a falar:
- Tem um menino ai, de início eu não queria nada com ele, mas ele insistiu, e então ficamos. Ele foi carinhoso, legal, o bastante pra me fazer gostar dele e a olhar ele diferente, mas então eu descobrir que ele não queria algo realmente comigo. É besteira, tu deve nem entender. Mas acabei imaginando se minha vida vai ser assim pra sempre, se alguém um dia vai me amar. – eu estava de cabeça baixa enquanto lembrava tudo que havia acontecido com o Edson.
- Cara! Eu realmente entendo. Mas sinceramente acho que tu ta fazendo isso do jeito errado. Os caras não precisam te usar, tu pode usar eles. Tu é inteligente, e não precisa de um babaca desses na tua vida.
“Eu podia usar eles!”, aquilo realmente ficou na minha cabeça. E Júnior estava certo, eu não precisava disso. Ele não me quis e estava igual um idiota chorando. Júnior não era acostumado a aconselhar alguém, mas suas palavras me fizeram pensar, - eu não ia ser feito de besta por ninguém –. Enxuguei meu rosto, olhei pro Júnior e por incrível que pareça, eu via apenas meu amigo naquele momento.
Os dias se passaram, e as festa de final de ano se aproximavam! Não tinha mais visto o Edson, as vezes me mandava um “Oi” por sms e nada mais, eu não respondia, percebia que ele realmente não estava interessado em correr atrás, tinha que seguir minha vida.
Próximo do final de ano Júnior aparece em casa.
- Marcus, o filho do Antônio tá aqui – meu pai se referia a Júnior.
- Pede pra ele vim aqui no meu quarto pai!
Alguns segundos depois Júnior entra no meu quarto muito animado.
- Caralho! Tu sumiu, pensei que tinha viajado.
- Não tem muita coisa pra fazer nessa cidade – Estava falando com ele enquanto jogava vídeo game.
- Exatamente! Por isso estou aqui. Vamos fazer uma confraternização do pessoal lá da sala, uma galera vai morar pra Manaus e muitos estão querendo estudar no Almir, então resolvemos fazer essa festinha e adivinha... Vai cair no dia do teu aniversário! – Ele realmente estava animado
Faço aniversário dia 30 de Dezembro, 1 dia antes do ano novo. Sabia que Edson ia tá nessa festa, mas era a chance de esfregar na cara dele que eu estava bem e não precisava dele.
- Beleza, eu vou – Ria maliciosamente.
- Aêê! – Júnior foi sentando na cama e pegando o outro controle do vídeo game. – Por falar em ano que vem, tu já sabe onde tu vai estudar?
Na minha cidade existiam apenas dois colégios de Ensino Médio que são considerados “bons”. Colégio Dr. Almir Gabriel e o Vital de Mendonça. A maioria da minha sala queria estudar no Vital, era o colégio que tinha o melhor festival da cidade, com apresentações de Dança e fanfarra de Banda Marcial, e era a escola onde quase todos estudaram, meus pais estudaram nesse colégio, era um colégio bem antigo. Eu realmente queria estudar no Almir, um colégio que havia sido construído a poucos anos.
- Cara, eu acho que vou pro Almir, é mais perto daqui de casa, e sem falar que o ensino é mais legal – falava fixo pra tela da televisão.
- O que? Não cara, tu não pode! – Ele parou de jogar e olhou pra mim - Eu vou pro Vital, meus pais já até me matricularam. Vamos pra lá Marcus, por favor!
- Vou falar com meus pais, mas eles também querem que estude no Almir.
- Então vamos todos nos dividir, soube que o Edson vai embora pra Belém.
- Edson vai pra Belém? – Eu realmente não sabia.
- Vai, os pais dele querem que ele faça Ensino Médio lá.
Eu fiquei triste com a informação, uma parte de mim ainda gostava do Edson como amigo, tínhamos vivido muita coisa na escola.
Os dias passaram e meu aniversário chegou, acordei com um bolo na cama com meus pais e minha irmã cantando parabéns pra mim, levantei cedo, falei com meu pai e fui atrás de uma roupa, afinal, era o dia da festa de despedida da minha turma.
“Quer que eu passe pra te buscar?” – Meu celular tocava, era mensagem do Júnior.
“pode ser! Vou te esperar as 22:30”.
Júnior foi pontual, 22:30 estava na frente de casa. Fui entrando no carro no banco de trás pensando que o pai estava dirigindo, olhei pra frente e vi um rapaz, um pouco mais velho que nós, ele deveria ter uns 18 anos. Eu fiquei estático o olhando, como era lindo. Era bem branquinho, tinha um cabelo enroladinho, usava óculos quadrados e possuía um sorriso bobo que parecia muito com o do Júnior, ele parecia muito ter uma cara de super nerd gostoso.
- Marcus, esse é meu irmão, William!, Mano, esse é o Marcus que te falei!
- Irmão? Eu não sabia que tu tinha irmão Júnior.
- Tenho 2, esse aqui é o mais velho! – O irmão dele não disse nada, nem Oi, nem boa noite, nem nada!
- Ele tava isolado como sempre lá em casa, então resolvi arrastar ele pra festa com a gente.
Fui o caminho inteiro admirando o irmão do Júnior. Chegamos na festa e Júnior foi logo indo atrás das bebidas. O irmão dele era muito na dele, ficou o tempo todo em pé perto de uma coluna sem falar com ninguém. A Brenda que também é sua prima ia às vezes levar bebida pra ele e voltava. Comecei a beber até que Edson entrou pela porta, lindo como sempre. Eu estava me fazendo de forte, me forçava um olhar forte com uma bebida na mão enquanto dançava com as meninas. Ele chegou perto e falou com todos, imaginei que ele não falaria comigo, mas falou.
- E ai Marc! – Foi a primeira vez que ele me chamou assim em público, confesso que me abalou por dentro, mas por fora estava o gelo
- E ai Edson! – falei me virando e continuando a dançar.
- Tu ta bem?
- Estou ótimo, graças a Deus. Não ta bebendo não? – Acho que ele sentiu a provocação e a frieza na minha fala.
Segurou meu braço e falou:
- Eu sei que errei contigo, mas eu quero me desculpar!
- Não tem o que se desculpar Edson, e mesmo se tivesse eu não quero tuas desculpas – me soltei da mão dele e fui mais pra pista. Júnior percebeu o que tinha acontecido e foi até mim.
- É o Edson né!? – falou no meu ouvido.
- O que já?
- Ele é o cara da tua história, não é?
- Mesmo se fosse, a única coisa que quero falar hoje é sobre ele. – Não parava de dançar
- Então vamos curtir né.
Júnior ficou ali perto de mim dançando, estávamos bebendo muito nesse dia, e riamos muito. Edson estava sentado na ponta do palco bebendo sozinho e nos olhando fixamente, percebi que ele parecia bravo, ele levantou e veio andando em nossa direção como um bicho. Me pegou pelo braço e foi me puxando com força pela porta lateral.
- Agora tu ta dando pro Júnior é? – Perguntou com uma agressividade que não conhecia nele.
- Ta ficando leso é Edson? Me larga! – Eu tentava puxar meu braço, mas ele apertava com força.
- Solta ele Edson! – Era a voz do Júnior
- Não se mete Júnior, meu assunto aqui é com o Marc.
- Deixa de ser leso Edson, não temos nada pra conversar. Agora me solta, tu ta me machucando.
Nem terminei de falar direito e só vi o Junior indo pra cima do Edson que na hora me soltou. Os dois começaram a brigar, Júnior é muito bom de briga, mas Edson é bem maior e forte. A coisa já tava ficando séria e fui separar, em vão! Edson acabou me acertando um murro, na hora eu cair, e a briga dos dois parou.
- Marcus, tu ta bem? – Júnior estava quase gritando.
Meu olho estava doendo muito e quase não conseguia enxergar, mas vi alguém passando por mim, foi em direção do Edson, e com muita facilidade o imobilizou. Júnior veio e ajudou a me levantar, olhei direito e era Will, irmão do Júnior.
- Eu vou te soltar, mas se tu tentar mais alguma gracinha, não foi pensar duas vezes em te desmaiar! – O irmão do Júnior falava bravo pro Edson, então o soltou. Edson passou por nós em direção a um portão lateral que dava pra rua, provavelmente ia embora.
- Ta legal maninho? – Will perguntava pro Júnior
- Eu to de boa – Júnior respondeu olhando pra mim.
Will se aproximou e com uma mão segurou meu queixo e levantou meu rosto, ele estava só analisando o murro que havia levado, mas eu estava analisando ele. O jeito que ele fez tudo aquilo, nunca imaginaria, olhava pra ele sem falar com ninguém no salão, fazia bem o jeito nerd, ele era alto, e pude notar bem que ele era forte, mas aqueles óculos e o jeito dele tirava toda a imagem de machão.
- Tu ta bem Marcus?
(Próximo Capítulo - Cansei de ser Besta!) - O ensino Médio começava, Marcus não é mais o mesmo menino do fundamental, agora ele tem confiança, mas o ensino médio tem muitas surpresas pra ele!.
Comentários:
@The owl Marcus estava desesperado, mas no final a conversa foi pessoalmente!
@A.S obrigado, continue acompanhando e comentando, estou de olho em todos comentários.
@Geomateus acho que agora é 1 idiota e 1 amigo e 0 candidatos.
@Atheno "o que não te mata, só te deixa mais forte!" kk
@magus Parece que é uma amizade verdadeira. Estou escrevendo 4 páginas no word por dia pra postar, não consigo mais que isso. Mas obrigado por acompanhar.
@Ricky Edson parece um idiota mesmo. Já li seus contos, só falar levar um pouco em consideração o que o pessoal fala nos comentários, mas são ótimos.
@Martines você realmente acertou, mas parece que Júnior é diferente. Vamos ver né!
@shacka e você continue comentando que me ajuda muito, obrigado!
