Capítulo VI
Na manhã seguinte precisava ir ao centro da cidade e acordei cedo para poder aproveitar uma carona com meus pais. Ele deixou primeiro minha mãe no trabalho dela e depois perguntou para onde eu queria ir. Disse que o lugar ficava umas cinco quadras à frente e quando fui sair do veículo, ele inclinou-se para o costumeiro beijinho de despedida em seu rosto. Nesse momento coloquei minha mão em seu queixo e virando sua face de frente para minha dei um beijo diretamente em seus lábios, julgando estarmos protegidos de olhares curiosos pela película escura das janelas. Costumávamos dar selinhos quando eu era mais nova, e nem me lembrava de quando foi a última vez. Antes de fechar a porta joguei mais um beijo à distância e ele correspondeu, fazendo um estalinho com os lábios e depois sorrindo.
–Até depois!
–Até... se cuida, filha!
–Te amo!
–Te amo mais!
Saí sentindo aquele friozinho na barriga que esses episódios estavam começando a proporcionar. À tarde sozinha em casa, passei mais um bocado de tempo navegando pela rede e absorvendo muito conhecimento sobre essa relação proibida, e eventualmente acabei conhecendo alguns blogs de contos. Comecei a ler essas histórias e algumas chamavam minha atenção, mas a maioria era entediante. Gostava daquelas que não eram explícitas porque eu não curtia pornografia. Tinha internet em meu quarto e bastante privacidade se quisesse ficar vendo, mas isso não fazia minha cabeça, talvez por ser uma menina romântica. Já os contos, quando bem escritos e sem vulgaridade, estes começaram a mexer com minha imaginação. Começou com o alvo de minha pesquisa inicial: incesto, porém me aventurei em outras categorias, basicamente tudo que era fora do convencional, proibido. O fascínio pelo tabu. Li histórias sobre lesbianismo, fetiches, zoofilia... mas nada se comparava a atração que sentia pelo incesto, principalmente entre pai e filha, mãe e filho e tio(a) e sobrinha(o). Gostava também de ler sobre novinhas com homens mais velhos, mesmo sem parentesco, na mesma linha de “Lolita”…
Com o tempo me tornei fiel visitante de uma página em inglês cujos relatos se encaixavam exatamente em meu gosto. Era só texto plano, sem imagem alguma, sem propagandas ou links que infestavam o computador com lixo eletrônico. O foco era sempre a sedução e não o ato em si; passava horas lendo e às vezes com uma mão no mouse e outra tocando minhas zonas erógenas; como era “expert” em informática, tinha o cuidado de navegar através de uma instalação Linux num pen drive que não gravava nada no disco rígido, caso alguma praga virtual quisesse se instalar.
Minhas férias escolares foram acabando e logo minha rotina voltaria ao normal, com muitos afazeres durante o dia. A novidade ficara por conta dos selinhos constantes em meu pai. Sempre que estávamos a sós nos cumprimentávamos com breves beijos nos lábios. Tudo o que tinha acontecido de mais intenso até agora fora em momentos específicos, ou seja, quando envolvia água, trajes de banho e afins. Eu não sabia quando seria a próxima vez que iríamos para o sítio, tampouco podia esperar pelas próximas férias para voltar ao litoral. Eu estava subindo pelas paredes e precisava reviver aqueles momentos! Tinha dias que estava tranqüila e nem dava bola para meu pai, mas havia outros em que parecia que estava no cio! Pensava que tudo isso talvez fosse falta de homem; se arranjasse um namorado para saciar esse tsunami de hormônios talvez deixasse de lado essa loucura, mas logo percebia que a idéia não me animava. As aventuras com meu pai viraram minha fixação, porque tinha um detalhe que fazia toda a diferença: a reciprocidade. Não era só uma coisa platônica minha, uma molecagem que jamais seria correspondida feita o clichê da menina que se apaixona pelo professor. Eu sabia que ele também ficava abalado por esses incidentes, que sentia algo proibido por mim; nós fizemos o impensável juntos, cometemos o pecado juntos. Tínhamos pensamentos impuros e trocávamos beijos e olhares quando a privacidade o permitia porque sabíamos que não era normal. Éramos cúmplices…
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O fato é que agora tinha pouquíssimo tempo a sós com meu pai, basicamente era no início da noite enquanto minha mãe tomava banho. Nessa hora nós costumávamos sentar na sala vendo TV e era quando nos olhávamos e trocávamos sorrisos tímidos. Eu costumo usar saias e vestidos, não porque era costume na igreja, mas sim gosto pessoal mesmo, porém eram comportados, comprimento sempre abaixo do joelho. Inspirada por um dos meus contos favoritos comecei a me sentar na poltrona que ficava de frente para ele e quando ficávamos sós aproveitava para cruzar e descruzar as pernas, fazendo com que o tecido subisse pelas coxas a cada movimento. Não tinha muitas roupas decotadas, mas também ficava me reclinando sem necessidade só para lhe dar um pouco da visão de meus seios. Quando minha mãe voltava eu trocava de poltrona e baixava a saia, voltando a ser a menina quietinha de sempre. No final de fevereiro a rotina mudava em nossa casa; minha mãe dava seu expediente normal como contadora e à noite começava a ajudar na declaração de imposto de renda dos clientes de um escritório de conhecidos dela, época em que ganhava um bom dinheiro extra. Quase sempre trazia esse trabalho para fazer em casa, mas neste ano disse que a firma tinha um novo sistema que podia ser usado apenas pela rede interna e necessitaria ficar no escritório até tarde. Eu estava animadíssima com a possibilidade de passar mais tempo com meu pai, era a chance que esperava. Chegava do colégio e preparava café para recebê-lo, colocando a mesa com capricho. Quando chegava e me via abria um sorriso encantador e vinha logo beijando meus lábios. Eu o abraçava e pressionava meus seios contra ele, deixando meus mamilos durinhos. Também não precisava esperar uma hora específica: bastava cada um tomar seu assento de costume e meu “show” começava cedo, embora o lance de mostrar as coxas e o busto fosse ficando desgastado com o passar dos dias. Precisava de mais estratégias, pois percebi que meu pai não tomaria iniciativa alguma para apimentar nossos flertes. Relembrando aquele dia no rio e no intento de testar algo que tinha lido no meu conto predileto, comecei a deixar minhas calcinhas penduradas no registro do banheiro após tomar meus banhos. Como qualquer mocinha eu costumava lavar minhas peças íntimas no chuveiro e depois levava para a lavanderia, mas agora deixava ao alcance dele imaginando se faria algo parecido como nas histórias (Nota da autora: Meu conto favorito é em inglês e se chama ‘A daughter makes scent’, que relata a história de um policial que após ouvir o depoimento de um cara preso por abusar de três filhas, que disse em sua defesa que um homem não seria capaz de resistir ao aroma da própria filha, começa a ficar intrigado e decide ele próprio experimentar, cheirando a calcinha que sua filha deixou no cesto de roupas. Um dia ela percebe que uma de suas peças está no bolso dele e começa a se perguntar o motivo daquilo, levando-os a descobrir uma atração proibida mútua). Do mesmo modo que eu não possuía roupas provocantes, minha lingerie também era comportada; tinha vontade de comprar algo mais sexy, mas como explicaria aquelas peças para minha mãe quando ela as visse penduradas para secar? Não tinha como saber se meu pai fazia algo com as calcinhas que deixava para ele no box, então tinha que achar algo mais para provocá-lo.
Eu tinha um dinheiro guardado que juntava arrumando os laptops dos colegas; o pessoal vinha com aquele papo de que estava lento, então tinha que formatar, mas geralmente era só se livrar de lixo eletrônico que se instalava devido aos hábitos de navegação deles, que acreditavam naquele anúncio fajuto tipo “você é nosso cliente número tal, clique aqui e ganhe uma grana...”, ou infestavam os computadores de vírus justamente por causa da pornografia. Eu cobrava o mesmo preço que os outros técnicos pediam quando formatavam! Enfim, fui a uma loja e comprei um vestidinho preto justo e curto, um que jamais usaria em público, assim como alguns conjuntos de calcinha e sutiã mais delicados. Esperei um dia em que sabia que minha mãe demoraria bastante e preparei a surpresa para meu amado pai. Logo que chegou do trabalho, disse que estava indo me banhar e mais uma vez deixei a calcinha no registro só para não perder o novo hábito. Sai usando robe e fechei-me em meu quarto, vestindo minha mais nova aquisição. Escolhi uma calcinha nova branca, tipo fio dental e coloquei o vestido, conferindo tudo pelo espelho. Dispensei o uso do sutiã, deixando o decote que já era generoso ainda mais atrativo, caprichando também num perfume que sabia que ele gostava. Sentei-me com uma revista nas mãos e esperei meu pai acabar seu banho. Quando adentrou a sala e viu meu novo visual, percebi ele engolindo seco enquanto arregalava aqueles olhos! Sentou-se em seu lugar de costume e foi logo dizendo:
–Vestido novo?
–Não... comprei faz um tempinho já – menti.
–Nunca tinha visto.
–Pois é... encomendei às cegas naquelas revistinhas que a vizinha vende, mas quando chegou o pedido que percebi que era pequeno demais. Ofereci para a mãe, mas ela também achou pequeno para ela – menti mais uma vez.
–É bonitinho – disse se fingindo de desinteressado enquanto me olhava dos pés a cabeça.
–Eu ia oferecer para alguma conhecida, mas resolvi ficar com ele – menti pela terceira vez. –Acho que não tem problema se usar só em casa…
–Concordo – seus olhos agora parecendo devorar meu corpo.
–Quer procurar algum filme pra nós? – disse enquanto me levantava afastando as pernas, coxas totalmente à vista. Inclinei-me em sua direção para dar-lhe o controle remoto, mostrando também boa parte de meu busto.
–Tá bom… – tentava agir com naturalidade, mas visivelmente absorto pela visão provocante de meu corpo.
Desta vez não precisava fazer aqueles malabarismos com as pernas, estava bem fácil para me exibir para meu pai. Enquanto eu fingia assistir ao filme, deixava as pernas irem se abrindo mais, tendo a certeza que minha calcinha estava à mostra, nessa noite uma peça minúscula e transparente. Resolvi dar um tempinho em sua tortura e perguntei se queria algo da cozinha, pois ia pegar um pouco d’água para mim. Levantei do sofá e não fiz esboço algum de baixar o tecido, sabendo que ao passar por ele seus olhos me seguiriam enquanto eu estava de costas. Quando voltei da cozinha sentei-me ao seu lado, entregando-lhe um copo de suco e em seguida coloquei uma das almofadas em seu colo e ajeitei-me deitando com a cabeça sobre ela, ficando de ladinho enquanto tirava o filme da pausa. Pouco depois senti uma de suas mãos repousarem em minha cintura, e então coloquei a minha própria mão sobre a dele, enquanto assistíamos a TV. Sabia que minha posição agora lhe dava uma ampla visão de meu decote, embora já não pudesse mais apreciar minhas pernas e coxas. Para compensar, aproveitei que minha mão estava sobre a dele e deslizei ambas um pouco para baixo, tirando-as de minha cintura e deixando-as descansar sobre a coxa, quase sobre a nádega. Permanecemos assim por mais algum tempo e então retirei minha mão, restando apenas a dele, eu esperando para ver se meu pai faria algum gesto. Parecia paralisado por alguns minutos, mas aos poucos senti a polpa de seus dedos começarem a explorar minha coxa, traçando movimentos bem suaves sobre o tecido, ás vezes indo da parte anterior até quase chegar em minha bunda, depois fazendo o caminho inverso. Em seguida seus movimentos passaram a ser de cima para baixo também, indo da cintura até a barra do vestido, sempre com toques tímidos e suaves, até que finalmente senti seus dedos irem além do tecido e tocarem minha pele. Eu começava e me contorcer e esfregar uma coxa na outra, sentindo a calcinha ficando úmida e fazendo o vestido subir ainda mais, deixando mais da pele nua de minha coxa disponível para ser acariciada por ele. Mudei minha posição no sofá e passei a ficar deitada de costas; seus dedos agora tinham acesso à parte interna de minha coxa, e aos poucos ele foi explorando bem devagarzinho esse novo território, ao passo que meus seios ficavam bem mais expostos também. Estava imaginando se meu pai tentaria alguma carícia mais ousada, se me tocaria de forma mais contundente, e tomada pela excitação e expectativa do momento involuntariamente fui flexionando um dos joelhos, afastando as pernas e expondo minha lingerie totalmente molhada. Estava à mercê da vontade de meu pai! Se ele quisesse romper com os limites, eu não tentaria impedi-lo... e foi nessa hora que ouvimos o carro que trazia minha mãe de carona estacionar frente a nossa casa, fazendo meu corpo quase inerte se apressar em deixar o sofá e partir rumo ao quarto para colocar uma roupa mais apropriada, meu pai também se recompondo e tentando esconder sua ereção com a almofada onde eu deitara minha cabeça.
Mais uma vez, a excitação se tornara em frustração... Apareci depois na cozinha para requentar algumas sobras para minha mãe jantar enquanto ela se banhava, e só então me lembrei da calcinha deixada no registro do banheiro. Será que viria alguma bronca? Quando ela saiu apressei-me para adentrar ao banheiro e recuperar minha peça, e quase trombei de frente com meu pai que caminhava pelo corredor vindo sei lá de onde. Quando estiquei meu pescoço para olhar para o box, ele parado na porta cochichou:
–Tá no cesto de roupa suja. Coloquei lá antes dela entrar…– e deu uma piscadinha, sorrindo.
–Valeu! – pisquei também, retribuindo o sorriso. Ambos com cara de crianças travessas, escondendo algo da mamãe... Quando ajudava a lavar e louça, minha mãe disse que demoraria mais na noite seguinte, e por isso não era para se preocupar com o jantar porque ela comeria algo no escritório. Ouvindo isso, meu pai disse:
–Então acho que amanhã a gente poderia fazer só um lanche aqui perto, hein Debi?
–Pode ser...
–Vocês que sabem... – respondeu ela.
Trocamos mais um daqueles olhares cheios de cumplicidade, eu imaginando se meu pai tinha algum plano em mente…