Capítulo VII
Enquanto estava no colégio recebi uma mensagem de meu pai me pedindo para estar pronta para sair quando ele chegasse do trabalho. Perguntei se iríamos para algum lugar próximo, e me surpreendi quando escreveu que pretendia me levar à Guarapuava – um tanto quanto longe para um simples lanche.
Enquanto passava o dia fiquei pensando em como me vestir, qual perfume usar, como seria a maquiagem... Parecia uma adolescente ansiosa que iria ter seu primeiro encontro! Mas não era essa mesmo a realidade? Não era eu uma adolescente de 16 anos? E não poderia isso ser chamado de ‘encontro’? Creio que sim, salvo o pequeno detalhe que em vez de ser um garoto da minha idade, estava me preparando para sair com meu pai! Resolvi escolher um de meus vestidos favoritos, bem comportado, e uma das minhas lingeries novas. Usava o mesmo perfume da noite anterior, aquele que sabia que ele gostava, e fiz uma maquiagem leve, diferente daquelas que as meninas fazem quando saem à noite. Estava inquieta esperando ele chegar, conferindo meu visual várias vezes diante do espelho até ouvir o ruído do motor anunciando que finalmente estava em casa.
–Até que enfim! – reclamei da demora.
–Mas cheguei no mesmo horário de sempre – apontou para o relógio da parede.
–É mesmo... – concordei, denunciando meu estado de ansiedade.
–Vou tomar uma ducha rápida e já volto, tá bom?
–Tá, mas não demore… – só agora ele vindo receber seu selinho de todo dia.
–Humm... tá cheirosa! Banho a gente toma com água e não perfume, viu?
–Então vá tomar logo o seu pra gente sair logo! – eu ficando mais impaciente ainda, vendo-o ir para o banheiro e rindo da minha cara. Depois de uma eternidade ele apareceu vestindo esporte fino e também caprichando na colônia, hora em que retribuí o gracejo:
–Parece que tem mais gente tomando banho de perfume por aí…
–Bobinha…
–Boboca… – e mais um selinho, desta vez sentindo sua mão enlaçando-me pela cintura.
–Vamos indo…
–Pra onde a gente vai? – perguntei sentindo aquele familiar friozinho no estômago.
–Depende de você; se quiser só um lanchinho podemos ir a uma lanchonete no centro. Mas se quiser jantar mesmo, um colega de trabalho indicou um restaurante novo muito bom…
–É lugar chique? Tô com esse vestidinho simples…
–Não… lugar simples, mas aconchegante, segundo ele.
–Vamos ao restaurante então; tô evitando comer fast food pra ver se emagreço um pouco…
–Emagrecer o quê? Você é tão linda, Débora!
–Obrigada! Mas tô precisando me livrar de uns quilos… – eu toda feliz por causa do elogio.
–Tá nada! – disse enquanto saíamos em direção do carro.
Era uma viagem de uns 45 minutos, e durante esse tempo conversávamos sobre o dia-a-dia, do modo mais natural possível daquilo que se imagina entre pai e filha. Chegando ao local, notei que de fato não parecia sofisticado, mas era um lugar bem agradável. Escolhemos uma mesa bem no cantinho do salão, meu pai me conduzindo pela cintura enquanto abríamos caminho pelo lugar que ainda estava com muitas mesas disponíveis. Fizemos o pedido e mais conversa casual foi fluindo, porém agora com os olhares mais atentos. Ambos somos tímidos e não ficávamos nos encarando, mas sabíamos que o clima já era outro. Nessa hora permiti que meu vestido subisse um pouco enquanto cruzava as pernas e ficava numa posição que ele pudesse observar, cuidando para caso algum garçom curioso aparecesse sem prévio aviso. Estávamos supostamente protegidos pelo anonimato de estarmos longe de casa, e logo aquilo que era descontração começou a virar flerte. A casa agora estava cheia e notei alguns clientes tecendo comentários a nosso respeito, alguns parecendo incomodados com a presença do “casal”. Acho mesmo que era inveja: das mulheres por verem uma menina gordinha com um homem tão gato, e dos homens por ver um coroa acompanhado de uma novinha. Meu pai parecia desconfortável com a situação, enquanto eu comecei a curtir ainda mais nossa noite, começando a provocar as recalcadas, fazendo charme enrolando as pontas dos cabelos com os dedos, ou limpando o canto da boca dele com o guardanapo. Algumas mulheres observavam com olhos que pareciam faiscar de ódio! Pedi licença e fui ao banheiro, desfilando confiante pelo restaurante. Lá dei uma conferida na maquiagem e aproveitei para urinar, notando que minha lingerie já estava bem molhadinha. Então tive a idéia maluca de ficar sem calcinha, guardando-a na bolsa e retornar para nossa mesa sentindo o friozinho que a umidade em meu sexo agora me proporcionava. A sensação era bem estranha; um misto de adrenalina e temor de que meu vestido ou o assento ficassem manchados pelos líquidos que fluíam de minha intimidade, denunciando minha travessura. Aos poucos fui relaxando e voltei a me concentrar nos encantos de meu pai, que parecia mais à vontade também. Terminamos nosso jantar e saímos do restaurante com ele me conduzindo pela cintura de novo, arrancando mais olhares invejosos de alguns dos presentes, eu me achando o máximo por ser o centro das atenções.
Meu pai sugeriu dar uma caminhada em um parque próximo, na Lagoa das Lágrimas. Dirigiu algumas quadras e chegando lá andávamos de braços dados na pista em volta do lago, com muitas risadas. Sentamos um pouco em um dos bancos e continuávamos nosso encontro como se fossemos dois adolescentes enamorados, eu sentindo o coração bater acelerado, tudo muito inocente, quase infantil. Não havia malícia nem clima de sedução, parecendo realmente um daqueles primeiros encontros tão estereotipados em romances água-com-açúcar. Começamos a caminhar novamente em direção ao carro e desta vez íamos de mãos dadas, andando devagar como para prolongar ao máximo nosso tempo juntos. Quando fui me assentar no banco do passageiro senti a brisa fresca da noite arrepiar meu sexo, fazendo-me lembrar que estava sem calcinha ao lado de meu pai, essa percepção vindo a quebrar o clima inocente que reinava até então, formando um sorriso maroto em meus lábios. Começamos nossa viagem de retorno e reclinei um pouco o banco, ficando levemente deitada no assento e cruzando as pernas, o vestindo subindo um pouco, como já se tornara hábito, a visão de minhas coxas não passando despercebida por ele. Desta vez não conversávamos muito, ele prestando atenção no tráfego da cidade grande, mas quando deixávamos a parte mais urbana senti sua mão repousar em meu joelho enquanto esperava o semáforo abrir. Ficou ali, como quem não quer nada até o farol ficar verde, retirando a mão para levá-la ao câmbio, voltando a colocar a mão novamente em minha perna desta vez um pouco mais acima, sobre a coxa. Eu percebendo que desta vez a iniciativa veio dele, fiquei toda eufórica e me mexi mais um pouco no banco, elevando um pouco o joelho e fazendo o tecido subir ainda mais. Agora já alisava minha perna de maneira escancarada, subindo e descendo a mão por toda a extensão de minha coxa, à medida que não precisava mais ficar trocando tanto as marchas depois de estarmos na rodovia. Eu respondi descruzando as pernas e abrindo-as lentamente, esse gesto mais uma vez convidando sua mão a tocar a parte interna; ele já sabia o que significava e logo senti seus dedos escorregarem entre minhas coxas, eu afastando ainda mais as pernas e me virando no banco para facilitar meu pai me bolinar. Ele seguia atento ao trânsito, deixando apenas que uma das mãos se concentrasse nas carícias no corpo da filha. Eu respirava ofegante, sentindo meu corpo arder e pedir mais. Tive vontade de levantar o pouco do vestido que ainda cobria meu sexo e mostrar para ele que não usava calcinha, que estava toda molhada por causa dele, que queria ser tocada por ele em minha intimidade. Ele por sua vez esfregava minha coxa com mais força, deslizava a mão para sentir a parte interna e subia em direção a virilha quase atendendo meu desejo, parando sua mão a milímetros da minha vagina toda melada, sem tocá-la. Eu olhei para baixo e tive a visão mais obscena e excitante desde o início de nossos jogos: minhas pernas abertas de modo vulgar, sua mão escondida sob o tecido do vestido enquanto sentia suas unhas cravadas na pele de minha coxa. Quis deslizar meu corpo pelo banco do carro e forçar o toque que tanto almejava, mas me contive porque não podia colocar tudo a perder agora. Digo, até o momento meu pai participava de modo passivo nos nossos flertes proibidos, porém a idéia de me trazer para outra cidade fora dele, quem tomou a iniciativa e foi me tocando descaradamente fora ele. Estava começando a se desencanar de qualquer pudor e se eu acelerasse as coisas, corria o risco de tirá-lo de sua zona de conforto, fazendo com que a ficha caísse pela terceira vez, e eu não podia arriscar! O máximo que fiz foi fechar minhas pernas, aprisionando sua mão entre elas enquanto esfregava uma contra outra, soltando um gemido baixinho, deixando transparecer toda a excitação que sentia. Agora ambos contemplávamos a mesma visão de sua mão presa no meio de minhas coxas sob minha roupa e foi inevitável não nos encararmos, eu sorrindo para confirmar que estava tudo bem, que eu queria aquilo. Ele também sorriu e permaneceu com a mão ali até que precisou reduzir as marchas de novo, à medida que nos aproximávamos da entrada de nossa cidade. Quando chegamos em casa percebemos a luz acesa, deixando-nos cientes de que minha mãe já estava lá. Desci do carro sentindo as pernas bambas, a vagina encharcada de tesão, fazendo com que eu conferisse o estado do meu vestido e do assento do veículo antes de fechar a porta. Ao entrarmos ela veio logo perguntando onde estávamos, o porquê da demora, e eu com a cabeça longe dali, deixando que meu pai se virasse com as respostas. Precisava ir logo para meu quarto e minha cama, meu corpo não agüentava esperar nem um minuto mais... Quando fui dar boa noite a ambos, minha mãe se encontrava na cozinha lavando louça e me respondeu à distância. Encontrei meu pai no corredor enquanto se dirigia ao banheiro; aproximei-me e nos abraçamos, e olhando nos seus olhos disse:
–Obrigada pela noite!
–Eu que agradeço!
–Até amanhã...
–Até... Tenha bons sonhos!
–Com certeza vou ter! – e ainda pendurada em seu pescoço dei um selinho de despedida.
Olhei em direção da cozinha e não vendo sinal de minha mãe, dei mais um beijo nos lábios de meu pai, desta vez um milésimo de segundo mais longo que o selinho anterior. Encaramo-nos mais uma vez e agora olhamos em sincronia para a cozinha, certificando-se que era seguro, e então beijamo-nos pela terceira vez consecutiva... Não dava para chamar esse de selinho; deve ter durado quase dois segundos. Era simplesmente um beijo. Na boca. Não daqueles de novela, mas o fato era que meu pai e eu acabávamos de nos beijar na boca enquanto nos abraçávamos. Aos poucos saímos dos braços um do outro e não resisti dar uma última olhada para trás para ver sua cara, enquanto me dirigia a meu quarto. Ele parecia um moleque que acabara de ganhar brinquedo novo, fazendo meu sangue correr rápido pelas veias. Agora podia relembrar minha noite esplendorosa na segurança de meu quarto...