O Hétero proibido. Essa história já passou por aqui. X ( Penúltimo episódio).

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 1958 palavras
Data: 15/03/2017 12:41:04
Última revisão: 15/03/2017 13:02:50

- Fernando? - falei espantado.

- podemos conversar, Gabriel?

Olhei para o volante, e em seguida para o Fernando.

- não cara. Nós não temos nada pra conversar.

- mas eu preciso conversar com você. Desce do carro, por favor.

- Fernando...

- por favor Gabriel.

Fernando tinha o olhar sereno. Desliguei o motor, tirei o cinto e desci.

- obrigado. - disse ele.

Minhas mãos suavam.

- você ta precisando de grana?

- ta querendo me ofender novamente?

- não! Não é isso... O Victor comentou que você ta trabalhando muito, inclusive ta sendo guia turístico. Precisando de grana, fala comigo cara. Não tenho muito, mas posso ajudar.

- o Victor te falou é?

- sim!

- eu tentei te falar isso cara, e você não quis me ouvir.

- mas eu estava vendo outra coisa Gabriel. Vi você saindo com o cara, e quando chega vem com dinheiro. O que tu pensaria se estivesse no meu lugar?

- No mínimo te ouviria, e não importa o que você viu cara, deveria ter me dado uma chance para explicar tudo.

- eu sei, eu errei, mas agora to aqui pra ouvir de você.

- mentira! Se o Victor não fala, você jamais estaria aqui.

Fernando respirou fundo.

- você acreditaria em mim, se me visse em uma atitude suspeita?

- eu ao menos te ouviria Fernando. Sabe porque? Eu gosto de você cara... Gosto tanto que jamais deixaria algo estragar nosso lance.

- então me da uma chance Gabriel. Me da mais essa chance, e vamos viver nosso lance.

- que lance Fernando? Não existe lance nenhum cara, eu fui o único bobo da historia. Você só se aproveitou do fato de eu gostar de você.

- assim você me ofende moleque. Você não faz ideia do quanto eu gosto de você.

- balela. Você nunca gostou de mim.

- você não me conhece pra falar isso. Você não pode desconsiderar meus sentimentos.

- você é um cara bacana Fernando, têm bons sentimentos, mas é hétero cara. Você me comeria quantas vezes fossem necessárias só por necessidade. Segue teu caminho que eu vou seguir o meu.

- tu é muito filho de uma puta Gabriel. - Fernando esbravejou. - Entrou no meu caminho, bagunçou a minha vida, fez uma lavagem no meu cérebro, e agora que eu assumo meu amor, você quer pular fora?

- amor por quem? Você não me ama cara, nunca me amor.

- a troco do que eu estou aqui então?

- sei lá cara. Talvez quer me conquistar pra me ter nas mãos outra vez, e ter sexo quando for conveniente.

- se eu quisesse te ter apenas pra sexo, não me importaria de ver você com outros caras. - disse triste.

- e você não se importa, apenas quer ter total controle sobre mim.

- você não sabe o que quer Gabriel. Diz que gosta de mim, mas é tudo da boca pra fora. Quem não sabe amar aqui é você. Me usou, matou tua curiosidade e agora ta me jogando fora.

- claro que eu te amo cara, nunca deixei de te amar.

- então porque não me perdoa? Prova que me ama Gabriel, me perdoa cara, eu sou um ser humano como outro qualquer. - Fernando chorava.

- e aquela mulher?

- que mulher?

- que tava com você na pizzaria.

- aquela mulher é minha tia. - disse num risso contido. - Ela ta passando um tempo aqui na cidade.

- o Victor comentou comigo, mas...

- é o que? Eu não entendi... O Victor comentou?

- sim.

- e se o Victor não comentasse que é minha tia, você iria pensar o que de mim?

- eu não... Não sei cara, talvez um namoro...

- namoro antigo ou recente?

- aonde você quer chegar?

- antigo ou recente, Gabriel? - ele insistiu.

- antigo... talvez recente. Eu não sei.

- você acha que eu namoraria outra pessoa estando contigo?

Eu fiquei calado.

- responde Gabriel.

- sim... Eu acho que sim.

- eu te perdoo por pensar essa maldade de mim. Você me perdoa por eu ter pensado aquela maldade de você?

- O que!? Você ta querendo inverter as coisas.

- Dane-se a inversão, Gabriel. Você me perdoa?

Olhei no fundo dos olhos do Fernando.

- perdoo. - falei calmo.

Fernando sorriu.

- mas não quero mais continuar com isso. A gente para por aqui sem ressentimentos e sem mágoas, e eu fico com a melhor imagem que eu tenho de você: A do cara perfeito.

- eu não sou perfeito. - seus olhos estavam fundos.

- mas foi assim que eu sempre te vi, e assim que sempre vai ser.

- e a gente?

- a gente vai seguir cara, cada um pro seu lado.

- Eu tenho coisas boas pra te oferecer. Você vai jogar isso fora?

Fernando olhou para os lados, e em seguida segurou minha mão.

- eu sei que você gosta de mim Gabriel. Vamos recomeçar.

Com o coração partido, entrei no carro.

- adeus Fernando. - Tentei ser forte, mas por dentro eu estava me destruindo.

Fernando, parado, me viu partir.

Cheguei em casa, e devolvi o carro do Danilo. Não tinha clima para eu ir à fazenda da Kadu.

Entrei no chuveiro, e fiquei pensando no Fernando. Saí do banho e fiz um misto quente na cozinha.

- Vai sair filho? - Minha mãe entrou na cozinha colocando um par de brincos.

- não mãe. Tão indo pra onde?

- vamos jantar na casa de um cliente do teu pai.

- e o vô?

- a Valentina levou ele pra passar uns dias na fazenda?

- levou a dona Dolores junto?

- não. Por que?

- o coração do velho não foi suportar fica muito tempo longe da amada.

Minha mãe sorriu, e me deu um beijo no rosto.

- qualquer coisa me liga viu!? - disse ela.

- cuide de tudo Gabriel. - disse meu pai.

- pode deixar pai. - respondi da cozinha.

Terminei de comer meu misto e fui ver o que passava na tv. Enquanto mudava de canal, o interfone tocou, e fui ver do que se tratava.

***

- Sr Gabriel? - disse o porteiro.

- sim. - respondi.

- deixaram uma encomenda aqui, e pediram para entregar em suas mãos.

- encomenda? Que tamanho é? - Lembrei do maníaco do elevador, e me assustei.

- é grande.

- sabe quem deixou?

- foi um rapaz, mas não disse o nome.

- ta. To indo aí buscar.

****

Desliguei o interfone, e fui ate a portaria. O medo era maior que a ansiedade.

Antes de eu perguntar, o porteiro se antecipou e me entregou o embrulho.

- veio com essa carta aqui. - disse ele me entregando uma folha de caderno.

Não tem quando você toma um grande susto, e depois vem um alívio? Era assim que eu me sentia. Cheguei a pensar que pudesse ser uma bomba, ou algo do tipo, mas era o mesmo embrulho que Fernando trazia consigo semanas antes.

Agradeci ao homem, e retornei ao meu apartamento.

Sentei no sofá da sala, e comecei a desfazer o embrulho. Ri por dentro quando vi que era um urso.

Olhei bem a aparência daquela bicho, e sorri. De onde o Fernando tirou a ideia de me dar um urso, se nem de urso eu gosto?

Coloquei o presente em minha cama, e deitei ao seu lado. Imaginei como se fosse o Fernando ali. Sorri, dormi...

Cedo da manhã meu celular despertou. Ainda sonolento, fui ate a cozinha fazer meu café, e a família já estava toda aposta, com exceção ao meu avô, que estava na casa da tia Valentina.

- bom dia. - disse minha mãe.

- sua benção mãe.

- Deus te abençoe.

- bença pai.

- Deus te abençoe meu filho.

- tão arrumados porque? - perguntei sentando à mesa.

- vamos almoçar na sua tia. - disse minha mãe. - vamos? - chamou.

- tia Valentina? - perguntei passando geleia na torrada.

Minha mãe, de boca cheia, apenas confirmou com a cabeça.

- vai dar não mãe, o Victor já me chamou pra almoçar lá.

- ta traindo sua família? - brincou meu pai.

- só hoje pai. - sorri.

Meus pais terminaram de tomar café, abasteceram o carro, e foram para a fazenda. Tomei um banho, e fui no apartamento do Danilo.

- fala aí mano. - disse ele parado na entrada da porta.

- e aí. Ta aprontando?

- tô com carne nova aqui. - disse ele sorrindo.

- homem ou mulher? - questionei.

- mulher. - passou a mão no pau por cima do short.

- safado. Ia te chamar pra chegar lá no Victor, mas tu ta ocupado né!?

- muito bem ocupado por sinal. - sorriu

- pode me emprestar teu carro?

- claro.

Não queria simplesmente ir almoçar na casa do meu amigo. Queria mais que isso. Queria poder ver o Fernando. Quem eu tava querendo enganar ficando longe dele? Batalhei tanto pra chegar aonde cheguei, e agora iria simplesmente jogar tudo fora por causa de um orgulho? Queria ao menos ter uma despedida digna e partir pra outra com a mente tranquila.

Estacionei o carro em frente ao prédio do Victor, e meu corpo gelou. Não posso negar que fiquei um pouco envergonhado ao invadir um almoço familiar, mas já que ele tinha me convidado...

Coloquei o presente do Fernando no bolso da bermuda, e desci do carro. Peguei o elevador, e logo estava na porta sendo atendido pelos pais do Victor.

- quanto tempo Gabriel. - disse a mãe do meu amigo.

- pois é... O Victor me disse que ia ter almoço grátis aqui hoje.

- ainda bem que você veio. Esse povo é muito mole pra comer. - A mulher sorriu.

- acredito não tia, que fizeram desfeita com sua comida?

- pois pode acreditar.

- deixa comigo, que agora eu cheguei.

A mulher sorriu.

Fomos diretamente a mesa, e eu cumprimentei o coletivo. Além da família, estava também a namorada do Victor, e alguns amigos dos donos da casa.

Vitor levantou-se para me cumprimentar com um abraço.

- senta aqui. - disse ele puxando uma cadeira para seu lado.

- valeu mano.

Fernando estava na ponta oposta. É difícil disfarçar quando gostamos de alguém, mas eu evitei olha-lo.

Depois do almoço o povo foi distribuído pela casa. Após conversar com Victor encontrei Fernando no quarto.

- posso entrar? - falei na porta.

- pode sim Gabriel. - ele imediatamente levantou-se da cama.

- eu queria te agradecer pelo presente.

- gostou?

Ri discretamente.

- eu não sou muito chegado a ursos não. - sorri - Mas gostei da intenção.

- mandei mal então né!? - disse sorrindo - Eu não fazia ideia do que presentear a um homem.

- relaxa cara. Eu também te trouxe um presente, e não sei se você vai gostar - falei tirando o pequeno embrulho do bolso.

Fernando abriu o presente delicadamente, e sorriu.

- uma miniatura de um fuzileiro? - sorriu.

- é. - disse tímido.

- vai pra minha coleção. - ele abriu a porta do roupeiro e tinha outros objetos similares.

- nunca vi que você tinha uma coleção.

- tenho há um tempo já, mas essa aqui é especial. - Fernando fechou o roupeiro, e olhou pra mim.

- então é isso cara, eu também vim pra me despedir que eu já estou indo pra casa.

- já?

- carapanã encheu, voou.

Fernando sorriu.

- mas ta cedo ainda.

- amanhã começa a rotina novamente.

- você pensou na gente? - disse ele mudando de assunto.

- não tem mais a gente Fernando.

Ele aproximou-se de mim, e acariciou meu rosto.

- por que não?

- somos muito diferentes cara.

- que graça teria se fossemos iguais?

- a diferença é bom, e isso me faz gostar tanto de você, mas nossos pensamentos não batem. Você tem planos diferentes dos meus. E outra coisa, nosso lance nunca se tornaria namoro serio. Você nunca me assumiria.

- eu não posso te assumir Gabriel. Tem meu trabalho, amigos, família...

- eu não to pedindo pra você me assumir pro mundo. Só quero que você me assuma pra você, e acima de tudo confie em mim, mesmo que tudo mostre o contrário.

Fernando afastou-se e tirou uma camiseta do roupeiro.

- vem comigo. - disse ele assim que terminou de vestir a peça.

- aonde?

- só vem. Já passou da hora de eu te mostrar uma coisa.

Acompanhei Fernando sem saber o que me esperava.

Continua...

Massagistanovinho, podemos sim manter contato. deboa!

Plutão, não consigo mais escrever cara, mas se tiver interesse, posso fazer uma segunda temporada no word e mandar no teu email.

Hobbynho, esquenta não brother. Criticas construtivas como as suas são sempre bem vindas.

Abraços a todos.

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Comentários

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Adorei o capítulo! Desculpa ñ ter comentado antes, estava sem tempo, mas sempre estou acompanhando!

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posta logoooo pfv..... anciosodps que vc finalizar não vou muito que fazer na cdc pois seus contos são os melhores....procurei mas as outras séries são toscas e muito brutas ou então clichezaooo ....pfv volte com coisas novas

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massagistanovinhosp2@hotmail.com novo email pois aquele la deu pau..adoraria mais capitulos desse conto....uma segunda temporada cairia muito bem hein manda seu whatzapp la

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Cara tu tem que fazer continuação

Eu me vejo dentro do seu conto,e impressionante

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Berg se possível mande seu e-mail no próximo capítulo, sou um desses que tbm quer a continuação ou pelo menos por e-mail.

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Berg, no ultimo capitulo critiquei agora estou te parabenizando pois agora deu uma empurrada no foco do conto q é a relação deles, como já disse pra vc, adoro teus contos, cada um melhor q o outro muitos não comento mas sempre leio todos, estou aqui esperando os próximos,

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Entro todo dia na sua conta pra ver se tem capítulo novo. Gosto muito do seu conto, não pare de escrever.

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Sem duvidas esse e o melhor conto que ja li, a cada capitulo eu fico esperando ansioso pelo próximo. Parabéns Berg, esse conto é ótimo, e se escrever uma segunda temporada, publique, porque eu tb vou querer ler e acho que todos irão, e será muitos emails pra vc mandar. Abraço e mais uma vez, parabéns

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MUITO TARDE NÉ FERNANDO? RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS MAS AGORA QUEM ESTÁ SENDO INTRANSIGENTE É GABRIEL. PENSE, NÃO É FÁCIL PARA UM HETERO DE UM MOMENTO PARA O OUTRO DESCOBRIR SUA ERDADEIRA SEXUALIDADE, ASSUMIR ROMANCE ETC ETC ETC . COLABORA GABRIEL.

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Naooooo ta acabandoooooooo kk fico com as perguntas do martines...me tbm vou querer uma segunda temporada no meu email...ficarei com ciúme se mandar só pro plutão kkkkk Vou ver la se deixou seu email...faz o fernando se assumir na frente da familia e amigos como tantos outros contos ai de polocial...e pfv se a. Série ficar sem ideias como disse melhor parar e deixar aquele gostinho de saudade,mais se der continua por favor....termina com o Fernando se assumindo...o Victor se declarando pro gabriel....e deixa pra explicar sobre o louco na segunda temporada.....

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Nossa Berg! Capítulo me prende e me deixa super ansioso pra o próximo!

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Cara gosto demais dos seus contos. Leio todos mesmo. Queria que vc continuasse. Forte abraço

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