Cap.9
Não nego, ao mesmo tempo que eu sentia aqueles sentimentos, ficava com raiva de mim mesmo, pois não queria me sentir daquela forma. Eu ainda era casado, e queria manter a minha fidelidade. Não queria sentir aqueles sentimentos por outro homem.
-O que foi ? – falei eu, chamando a sua atenção para olhar-me.
-Eu esqueci... – falou ele, sorrindo... – se eu lembrar, volto aqui...
-Ok – falei, vendo ele se virar e caminhar novamente pro lado de fora.
Logo quando ele pôs o pé fora do meu apartamento, eu fechei o apartamento. Respirei fundo. Virei novamente para a sala, e me joguei no chão ali mesmo. Por algum motivo, a minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Ao mesmo tempo que eu pensava no meu marido, no que ele estava fazendo, porque estava tão afastado de mim, eu pensava naquele rapaz, que agora era o meu vizinho. Sem nem eu saber o porquê, ele estava ali, nos meus pensamentos...
-Porquê será que você apareceu, ein rapaz ? – me perguntava, imerso nos meus pensamentos.
TEMPO DEPOIS
E mais uma vez, como normalmente estava acontecendo, eu dormi aquela noite sozinho. No meio daquela cama enorme, abraçado aos lençóis. Enquanto lembrava de uma boa época, em que sempre ali tinha uma companhia. Em que nunca dormia sozinho. Em que não desconfiava de uma traição. Em que estava feliz. E assim eu peguei no sono... Pela madrugada, ouvi barulhos no apartamento. Logo presumi que era Mariano, mais uma vez chegando do trabalho. Eu nem me mexi, apenas fechei os olhos e fechei os olhos na tentativa de dormir novamente, pois eu não queria vê-lo. Apenas ouvi a porta do quarto ser aberta, e ele entrar. Ouvi ele abrir o guarda roupas, guardar seu uniforme, vestir outra roupa, e sentar na cama... Não sei o que ele fez, só sei que de repente, senti uma mão tocando a minha costa, acariciando...
- Me desculpa Kléber... Eu não sei como deixei as coisas chegarem a este ponto – sussurrou. Entretanto eu pude ouvir praticamente tudo. E me arrepiei ao ouvir aquilo. Sobre o que ele estaria se desculpando ? Seria da sua falta comigo ? Ou seria de alguma outra coisa... Eu não consegui entender...
NA MANHÃ SEGUINTE
Acordei com o sol forte dando no meu rosto. Comecei a tatear a cama, e acabei não sentindo Mariano ali. Quase que imediatamente abri os olhos de uma vez, e me levantei. Vesti um roupão e sai andando, para procura-lo. Quando sai, um forte cheiro de comida invadiu o meu nariz. E vi ele, sentado no sofá.
-Bom dia – falou ele, me olhando...
-Bom dia – falei eu, retribuindo – que milagre você em casa não é ? – imediatamente ele me olhou – afinal agora você mal para aqui em casa...
-Eu não estou muito afim de discutir com você hoje Kléber... – falou, me olhando – fiz um omelete pra você. Está lá na cozinha... – eu não consegui pensar na cozinha. Só consegui olhar pra ele.
- Mas você tem que discutir... Olha a que ponto nós chegamos Mariano ? Você quer realmente continuar do jeito que as coisas estão ? – ele olhou pra mim, parecia não ter resposta – eu não aguento mais – falei, olhando pra ele – o que está acontecendo com você ? Vive a dizer que nada acontece, mas você não é mais o mesmo rapaz com quem eu me casei... Não me procura mais, vive cheio de trabalhos, quando viaja nem liga pra dar notícia... Estou começando a achar que tem algo muito grave acontecendo com você – falei, deixando ele sozinho e encaminhando-me para a cozinha.
Logo quando cheguei lá, senti lágrimas tomarem conta dos meus olhos. Sim, eu sofria muito. Porquê ainda o amava demais. Sofria por toda aquela distância... Sofria por ele não dizer nada... Sofria... Sofria muito. Olhei para o omelete que ele fez, só consegui dar uma garfada... Não tinha muita fome... Tomava um pouco de café, quando senti dois braços a me abraçar...
-Não fica assim – falou ele, me abraçando – me perdoa... Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto... Não queria te ver chorar desta forma... Acho que as vezes eu não percebo o quanto os meus atos afetam as pessoas ao meu redor... Mas eu ainda te amo... Ainda te amo muito Kléber... – imediatamente me virei e o olhei.
-Prova ! – falei, o olhando.
-Como eu vou poder provar isso ?
-Não sei... Dá um jeito... Prova que você pode voltar a ser aquele homem com quem eu me casei... – falei começando a caminhar para longe dele – vou trabalhar, não sei que horas venho...
Me arrumei, me vesti e sai... Queria espairecer, pensar, fazê-lo pensar... E então fui trabalhar, como sempre fazia... Entretanto não conseguia tirá-lo da cabeça um momento que seja... Eu sentia como se o meu casamento estivesse prestes a acabar. E eu não pudesse fazer nada.
-Tá tudo bem com você hoje ? – um dos meus colegas de trabalho perguntava, me tirando do transe.
- Â ? – eu olhei pra ele, apenas por olhar mesmo – sim, está sim... Tente adiantar logo esta matéria, nós ainda temos bastante coisa pra encaixar hoje – falava, voltando a olhar pro nada... Eu só queria entender o porquê... O porquê dele agir daquela forma... Se ele estivesse mesmo a me trair, era mais fácil dizer... Mas não ficar desta forma...
A NOITE
Logo quando sai do trabalho fui direto pra casa... Queria comer alguma coisa, tomar um banho e me jogar na cama, afinal era a única coisa que eu fazia nos últimos tempos. Quando cheguei no elevador, para subir pro apartamento, vi Jorge sair dali, bem vestido e com perfume exalando por todos os lados. Ao me ver, ele sorriu.
-Oi – falou
-Oi Jorge – falei, retribuindo o sorriso – vai sair ?
-Vou... Estava querendo ir ao shopping, comprar roupas, comer alguma coisa... Pena que não tenho companhia – falou, olhando no horizonte.
-Ah é ? Então eu vou com você...
-Você ? Seu marido não vai ficar com raiva ? – sorri
-Acho que ele já não liga muito pro que eu faço e com quem eu saio.
Continua
E ai ??? Gostaram ??? Comentem e votem por favor.
NadaContra- :)
VALTERSÓ: Vamos ver... Acho que essa história tem um grande fundo
Dhiren: Continue a ler...
Martines: Será mesmo ?
Shacka: Vamos ver kkk
Rogean: Que bom que está gostando :)
Ru/Ruanito: Continue lendo :)
Beijos
