Passei o resto do dia tentando não pensar muito no ocorrido. Não tive nenhuma ligação de Henrique até o dia seguinte.
Os dias se passavam e o carinho, a paixão e chamego continuavam os mesmos, mas o sexo que costumava ser com mais frequência, esse acabou dando uma diminuida. Vez ou outra Henrique dava o perdido e sumia quase que o dia todo.
Minha desconfiança começou a aumentar e aquilo me consumia, aquela dor no peito que eu nunca sentira em outros relacionamentos ia e vinha a cada vez que eu desconfiava de algo. Resolvi deixar de guardar apenas para mim, precisava jogar tudo aquilo para fora, decidi conversar com Gabriel a respeito da situação em que eu me encontrava, então fui até sua casa.
-hahaha, e você ainda acredita nesses tipos de desculpas medíocres?! -Falava Gabriel rindo enquanto eu contava a ele. -Charlie, você já é expert nessas situações , quase todos os seus outros relacionamentos acabaram dessa mesma maneira.
-eu sei, mas dessa vez eu tenho um certo medo da desconfiança acabar sendo verdade.
Gabriel que ficava girando em sua cadeira de escrivaninha de seu quarto enquanto olhava para o teto, parou de uma vez e me olhou serio.
-Ai caralho, você ama ele. -Falou com cara de surpreso.
-claro que não maluco. -eu já expressava um certo deboche, mas então parei e fiz uma pequena pausa. -será?! -Disse sentado na cama olhando em um ponto vago.
-Meu irmãozinho ta amando. -Disse ele saltando da cadeira e pulando em mim na cama. -espera... -disse me soltando e expressando uma certa tristeza. -mais um namorado seu pode estar sendo um canalha e você dessa vez o ama.
-não sabemos se ele esta aprontando algo, mas se estiver eu não quero que isso que eu esteja sentindo seja amor.
-deixa de ficar na duvida por medo, segue ele quando ele sair, fica na cola, investiga, corre atrás. -Disse falando em um tom de estresse.
-vou sim, vou ver o que eu faço a respeito.
Ficamos um momento em silencio refletindo toda a situaçao. Passamos o restante do dia conversando e assistindo comedias idiotas que só a gente gostava.
Alguns dias se passaram. Era noite de sábado quando Henrique e eu estávamos deitados ofegantes na minha cama depois de um sexo ótimo, estávamos sozinhos em casa, meus pais tinham ido visitar alguns familiares em outra cidade.
-Próximo fim de semana meu pai tem um evento importante do trabalho pra ir, quero você como meu acompanhante. -Disse me olhando fixamente com aqueles olhos verdes hipnotizantes.
A principio achei muito fofo da parte dele, mas depois acordei para a realidade.
-ta louco, uma festa de trabalho do seu pai e você quer me levar?!
-e por que não? Voce é meu namorado.
-a ultima coisa que seu pai iria querer é me ver em algum acontecimento importante, principalmente de sua carreira. Acho melhor não.
-sim. Não quero seu nao como resposta.
-mas você sabe que...ele ia interrompendo cada frase que eu falava pra não ouvir um nao no fim de cada uma delas.
Relutei a inicio, mas depois de tanta insistência acabei aceitando.
-ótimo, agora bora tomar um banho que vou te chupar todinho. -disse ele com cara de safado.
Pela primeira vez dormimos juntos na minha cama, o que foi ótimo, assim nao teria que ver a cara dos pais dele no outro dia de manha.
Era dez horas quando acordamos. Tomamos café da manha e Henrique logo teve que ir pois precisava "resolver" uns assuntos. Pensei em segui-lo, mas não tinha transporte no momento para ir atrás dele.
Durante a noite estava deitado assistindo tv quando sinto meu celular vibrar. Era uma mensagem do Henrique.
"Paixão, se arruma que daqui a uma hora estou passando na sua casa pra te pegar"
"mas como assim, onde vamos?"
"Apenas se arrume".
"O.K."
Uma hora depois ele buzina na porta e vou a encontro dele.
-oi lindão. -Digo dando um selinho nele quando entro no carro. -onde vamos?
-jantar. -Disse com um sorriso maroto e dando partida no carro em seguida.
Não entendi o por que dele não poder falar antes que iriamos jantar, mas...ta né. Ele estava incrivelmente lindo em um traje esporte fino.
Fomos a um restaurante em uma parte nobre da cidade. O jantar correu bem tranquilo, embora tenha aquele receio de restaurante chique, por me atrapalhar com os talheres e taças. Pois é, mesmo depois do dia em que fui conhecer os pais de Henrique, nao venho tentando uma aula de etiqueta, mas claro que eu não iria falar nada para ele, para não estragar o momento.
Quando íamos embora ele seguia por um caminho diferente que não era caminho para casa. Entramos em um condomínio de luxo com um edifico absurdamente grande. Ele vendo minha confusão apenas sorria.
-onde estamos indo? -Perguntei entrando no elevador.
-Um cliente do meu pai esta vendendo o apê e tem um comprador ja interessado em fechar negocio na próxima semana, meu pai demonstrou interesse, então ele deu prioridade pro meu pai olhar e fechar negocio antes do outro interessado. Ele entregou a chave para o meu pai dar uma olhada, pois ele precisava viajar e não teria tempo de mostrar o apê pra ele. Vim aqui com meu pai mais cedo pra dar uma olhada e essa noite peguei a chave no escritório de casa pra te trazer aqui.
-cliente da venda de quem? -realmente quase não entendi aquela bagunça de palavras. - mas qual a intenção de me trazer aqui? -disse ainda confuso.
-voce vai ver! -Ele diz quando o elevador abre direto na cobertura.
Aquele apartamento era incrivelmente lindo, mil vezes maior que minha humilde casa, muito luxuoso e com toque masculino e moderno, o cheiro amadeirado tambem julgava isto. Era uma Mega cobertura duplex.
Henrique me levou até a sacada onde pude ver uma vista enorme da cidade.
-era aqui nessa sacada que eu quis te trazer, linda vista né?! -Disse ele me abraçando por trás.
-lindo é pouco. Mais lindo ainda é você. -virei e o beijei.
-fica a vontade que vou na cozinha pegar um vinho que eu trouxe.
Ele voltou com as taças, me entregou a minha e se sentou ao meu lado enchendo sua taça também. Ficamos cheios de amor ali.
Em um determinado momento sentei em seu colo na cadeira onde ele estava e fiquei o beijando e esfregando minha bunda em seu pau, estava uma delicia sentir aquela boca com gosto de vinho. Tirei nossas roupas ficando apenas de cueca. Com ele ainda sentado, fui descendo ate sua cueca e fiquei dando leves mordidas, fui descendo ela com a boca ate ver aquele pau saltar pra fora e abocanhei ele de uma vez. Ja tínhamos acabado com quase toda a garrafa de vinho.
Peguei uma camisinha em sua carteira, lubrifiquei com saliva e fui sentando ate sentir ele todo dentro de mim. Cavalgava arrancando gemidos dele. Ele me colocou de quatro na cadeira e puxava meu cabelo me arrancando suspiros.
Nos acabamos naquela cadeira, Henrique sempre preferiu gozar olhando nos meus olhos, mudamos para frango assado e gozamos muito.
Depois de descansar um pouco pedimos comida e jantamos acabando com o restante da garrafa de vinho.
Fiquei olhando aquilo tudo, a atitude dele, o carinho dele. Olho fixamente naqueles olhos verdes pronto pra dizer o quanto eu o amava.
-amor, eu te... -minha fala foi interrompida com o celular do Henrique tocando, ele olha quem é e faz uma breve cara de surpresa que o deixa ate pálido.
-paixão vou ali atender, é ligação importante.
Eu nada disse. Henrique foi ate um comodo da casa e eu o segui na ponta dos pés e pude notar que ele deixara a porta meralmente aberta facilitando eu ouvir sua ligação.
-o que você quer, falei pra não me ligar mais, principalmente quando estou com o Charlie. dizia ele sussurrando estressado ao telefone.
-sim, eu acho que devemos parar com isso, você ja ta ficando neurótico e nao passa apenas de sexo.
Nesse momento vi que Henrique virou pra trás pra ver se via algum movimento na porta mas recuei mais rápido.
-eu sei que você vai na festa, meus pais são amigos dos seu pais, mas vou estar com o Charlie e nao quero que voce se intrometa. Eu já disse que acabou e se me ligar novamente eu acabo com você. -disse ele já desligando.
Nesse momento voltei rapido pra fora processando toda a informação. Ele estava falando com ex no telefone, claro, so podia ser. Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo. As lagrimas queriam transbordar por meus olhos e eu tinha que forçar pra não chorar. Nao queria que ele descobrisse que eu sei do caso dele, pois queria desmascara-lo na hora certa.
-oi paixão, pronto. Nao era nada demais assim. -Disse se sentando ao meu lado
-ah, claro. Tudo bem. -eu olhava o céu estrelado.
-o que você ia me dizendo antes da ligação?
-eu te...disse que o céu tá lindo hoje?! -Tentei improvisar uma resposta para aquilo.
-ta lindo mesmo. -Disse ele encostando minha cabeça em seu peito e me dando um beijo na testa.
Pude perceber que seu coração estava acelerado, com certeza ele ainda estava nervoso com a situação. Ficamos assim por uns minutos.
-vou jogar essa bagunça no lixo pra podermos ir.
-claro, vai la. -Disse tentando disfarçar a raiva que eu sentia.
Henrique saiu e pude perceber que ele deixou o celular na cadeira. Nunca fui de mexer no celular dele e nem ele no meu, mas naquele momento foi inevitável eu não pegar e ver se tinha algo demais.
Rapidamente entrei no whatsapp e procurei alguma conversa suspeita. Notei uma conversa onde um cara dizia:
"para de me ignorar e me atende, sinto sua falta".
Claro que era o fulano. Sem ver mais peguei a conversa e enviei ao meu e-mail e aproveitei para ver o tal ex namorado. Ele era bonito, porte de homem serio, branco e de corpo bem sarado, mas tambem nao era lindo, digamos que ele nao era lindo nem feio.
Coloquei o celular dele no mesmo lugar e já pensava em como resolver isso, mas ainda nao sabia como, mas seria na festa do seu pai no próximo sábado.
...Boa noite pessoas. Obrigado pelos comentários. Ainda tem muita coisa para acontecer...espero Que gostem cada vez mais!
