Na manha seguinte, já deviam ser umas 10:00 da manhã quando decido ir pra casa.
Quando saio da casa do Xande, vejo um carro parado na frente da minha casa e quando atravesso a rua e quando estou preste a entrar em casa, Seu Arthur sai de dentro do carro.
Arthur – Eu pensei muito ontem depois que foram embora e agora preciso falar com você!
Diz serio.
Eu – Não temos nada pra falar com o senhor e não quero confusão em frente a minha casa.
Arthur – Se não quer confusão, nós vamos entrar e você vai me escutar.
Diz segurando meu braço.
Arthur – Eu serei rápido. Também não é um prazer pra mim ter que falar com você.
Entramos.
Eu – Vamos conversar lá em cima. Não quero que meus pais escutem.
Subimos pro meu quarto.
Eu – Então, o que o senhor quer?
Digo fechando a porta do quarto.
Ele ver o relógio que Alexandre me deu quando voltou de viagem em cima da minha escrivaninha.
Arthur – Hm... Eu estava junto com o Alexandre quando ele comprou esse relógio, só não imaginei que fosse pra você e sim pra ele. Você sabe quanto custou isso?
Diz me encarando.
Arthur – Hm... Claro que deve saber! O que mais aqui nesse quarto foi meu filho que comprou pra você?
Diz vasculhando meu quarto todo com o olhar.
Eu – Nada!
Arthur – Você tava lá no dia do velório, deve saber da herança, não é? Me responde rapaz, é por isso seu “amor gigantesco” pelo Alexandre, por causa de dinheiro?
Eu – Claro que não! Eu amo o Xande de verdade, não tem nada a ver com dinheiro!
Arthur – Claro que não...
Diz irônico.
Eu – Eu estou com o Alexandre muito antes dele saber dessa herança. Já tem mais de um ano que estamos namorando!
Arthur – Eu conheço bem seu tipo de gente, Lucas.
Eu – Que tipo de gente o senhor acha que eu sou?
Arthur – Oportunista! Não sabia ao exato quanto tempo você está enrolando meu filho e você poderia até não saber da herança, mas aposto que sabia que ele tem dinheiro.
Eu – Eu não tenho que ficar ouvindo isso na minha própria casa! O senhor, por favor, vá embora!
Digo abrindo a porta do quarto.
Arthur – Não precisa se fazer de ofendido, não pra mim. Como já disse, conheço muito bem seu tipo.
Diz ele fechando a porta novamente.
Arthur – Lucas... Lucas, eu lido com oportunistas desde que tenho a idade do Alexandre... Deixa eu te contar eu fato curioso. Não sei se você sabe, mas sou eu quem pago as contas do cartão de credito do Alexandre, e a pouco mais de um ano as faturas começaram a vir consideravelmente mais altas. Me responde, nesse período que estão juntos, quando vezes você teve que abrir sua própria carteira pra pagar algo?
Eu – Eu nunca pedi pra ele comprar nada pra mim, tão pouco peço pra ele pagar tudo sozinho quando saímos. É ele que quer assim.
Arthur – Você não respondeu minha pergunta, então presumo que a resposta seja: “Nenhuma vez”! Você é uma sanguessuga, garoto. Conheceu o Alexandre, descobriu a carência dele e está se aproveitando. Isso também é uma forma de prostituição, sabia?
Eu – Eu sempre peço pagar ou dividir a despesa com ele, mas ele não deixa!
Arthur - Deve ser terrível isso pra você, não é?
Diz irônico.
Eu – Já chega! Sai daqui agora!
Digo bravo.
Arthur – Cala a porra dessa boca e me escuta!
Diz me empurrando.
Arthur – Vamos ser práticos moleque. O Alexandre pode até ter algum dinheiro, mas sabe quem tem muito m mais grana que ele? Eu tenho! E eu estou disposto a dar a você a quantia que quiser. Se, você terminar “essa coisa” que você tem com ele. A quantia que quiser, é só me dizer o valor!
Ele diz serio.
Eu – Não é “essa coisa”, você gostando ou não, nós estamos namorando e vamos continuar juntos! Guarde seu dinheiro, não existe valor nenhum no mundo que me faça desistir do Alexandre. O senhor quer ser pratico? Então vamos ser práticos! Você vai sair do meu quarto e da minha casa agora, antes que eu quebre a sua cara!
Ele rir.
Arthur – Eu vou dar uns dias pra você pensar melhor na minha proposta. Vou ficar na cidade até quarta-feira, você tem até lá pra mudar de idéia.
Eu – Já pode ir embora hoje mesmo, se quiser! Eu não mudarei de idéia e já que o Xande não quer mais nada com você. Não tem mais nada pra ti aqui nessa cidade! Maldita hora em que eu convenci o Xande a te dar uma segunda chance. Ah se arrependimento matasse...
Arthur - Maldita seja a hora em que você apareceu na vida do meu filho!
Diz me segurando pela camisa.
Eu o empurro.
Eu – Tira a mão de mim!
- Que tá havendo aqui?!
Diz Xande entrando apressado no meu quarto.
Arthur – Oi, meu filho.
Xande – Eu vi pela janela do meu quarto que você tava aqui e vim correndo. O que tá acontecendo aqui?!
Ele diz já um pouco alterado.
Arthur – Vim conversar com sua mãe, mas decidi vim conversar umas coisas com o Lucas antes de passar por lá.
Xande – Que tipo de coisas?
Arthur – Coisas do interesse dele. Pode ter certeza!
Xande – O que ele disse amor? Veio te ofender, foi isso?
Eu – Ele veio me oferecer dinheiro pra terminar contigo.
Xande – O QUE?!
Xande diz incrédulo.
Eu – A quantia que eu quiser.
Xande – Pai, o senhor é inacreditável mesmo! Por um segundo pensei que tinha vindo aqui se desculpar por ontem a noite.
Arthur – Só vim oferecer a esse garoto o que ele tanto quer. Dinheiro!
Xande – Você só pode está ficando louco! Luke nunca me pediu dinheiro, nunca! O senhor achou mesmo que ele aceitaria uma proposta dessas?
Diz transtornado.
Arthur – Filho, pelo amor de Deus! Vem morar comigo, longe dessa cidade, longe desse garoto! Eu vou contratar o melhor analista do país, você vai ser curado, eu prometo!
Xande – Eu não estou doente! Isso não é algo que precise de tratamento. É apenas minha orientação sexual. Ser gay não me faz uma pessoa melhor ou pior! Esse seu preconceito, esse seu ódio, isso sim que é uma doença. Você que precisa de tratamento, não eu!
Arthur – Alexandre, se você não vier comigo, pode esquecer carro, vou cancelar todos seus cartões de crédito e...
Xande – Você acha mesmo que eu me importo com isso? Pai, eu já sou um adulto, eu to quase me formando. Posso perfeitamente trabalhar e me bancar. Guarde seu dinheiro pra você mesmo. Ele vai ser a sua única companhia no futuro.
Arthur – Você vai mesmo por esse garoto a frente da sua família?
Eu ri.
Eu – Quer dizer como você fez, quando deixou seu filho e sua esposa por outra mulher?
Arthur – Cala a boca!
Xande – Não manda ele calar a boca. Ele tem toda razão! Como você ousa usar família como argumento, quando foi você que destruiu a nossa?
Arthur – Alexandre, por favor me escuta!
Xande – Não! Me escuta o senhor. Não me peça, jamais, pra escolher entre você e o Lucas, porque eu sempre vou escolher ele. Põe isso na sua cabeça, EU AMO O LUKE! Só você não ver o quanto ele me faz bem!
Solta um longo suspiro.
Xande - Mas isso já é obvio, já que você não me viu nos meus piores momentos. Mas ele viu, e mesmo com o tratamento de merda que eu dava nele, ele nunca foi embora, porque ele me ama! Um amor gratuito! Um amor que muitas vezes eu nem mereço! Ao lado dele nunca tive que questionar o meu valor, por que ele sempre me põe em primeiro lugar!
Arthur – Eu não consigo acreditar nesse amor que vocês dizem sentir um pelo outro. Vocês são dois homens! Pelo amor de Deus!
Ele exclama.
Eu – Senhor, amor não tem gênero.
Xande – Pois comece a acreditar, porque é ao lado dele que eu pertenço, nós vamos nos casar e é ao lado dele que eu vou ficar o resto da minha vida! O senhor gostando ou não!
Ele abaixa o tom de voz.
Xande - Olha pai, eu amo o senhor, sempre vou amar, mas não vou mais ficar implorando pela sua aprovação. Se senhor quiser fazer parte da minha vai ter que aceitar que eu sou gay e vai ter que começar a tratar o Luke com o respeito que ele merece. E enquanto isso não acontecer, isso é um adeus pra nós. Agora, por favor, se retire.
Seu pai passa uns segundos nos encarando e em seguida vai embora, sem dizer nada.
Continua.
Martines: Era uma reação já esperada, mas como os pais do Lucas e a mãe do Xande aceitaram numa boa, se o Arthur ficasse de boa também ficaria muito irreal. Abraço.
Lobo azul🐺: Obrigado você querido! Espero que continue gostando. Abraço.
wyth: Espero que voltem mesmo, amigo. Não sei os outros autores do CDC, mas eu amo ler os comentários dos leitores do meu conto. É o que me faz ter vontade de escrever. Quando ao Junior, ele vai voltar. E quando ele voltar, você vai querer que ele não tivesse voltado, rs. Abraço.
magus: Obrigado rapaz, espero que continue gostando. Abraço.
William26: Não querido, não tinha desistido. Foram só alguns problemas. Abraço.
Ru/Ruanito: Espero que continue gostando. Abraço.
Guigo : Pois é, é como eu disse ao outro colega. Se todos os pais ficassem numa boa, seria muito utópico. Abração.
VALTERSÓ: Sim! Eles passaram algum tempo junto, mas Xande nunca chegou a dizer o que ele realmente sentia.
Greader: Fico feliz que esteja gostando dos dois contos! Abraço.
Boss, e cellinho: Espero que continue gostando. Abraço.
Grande abraço a todos e ate a próxima!