Deixa eu cuidar de você (3)

Um conto erótico de Felipe
Categoria: Homossexual
Contém 2479 palavras
Data: 12/04/2017 15:20:53
Última revisão: 12/04/2017 15:42:13

Pessoal, obrigado por estarem acompanhando o relato. Espero que estejam realmente gostando, eu estou com tempo para escrever e por isso estou postando diariamente. Embora pareça cansativo, eu gosto de contar detalhe por detalhe. Para alguns isso é chato e para outros é interessante, então me diga nos comentários se devo diminuir o tamanho das postagens ou posso manter nesse mesmo ritmo.

A propósito, será que consigo 20 votos de quase 600 leitores que tive nos dois primeiros capítulos? Se puderem, votem e comentem. A sua opinião para mim é importante. Embora não influencia no andamento do que estou escrevendo, gosto de saber o que pensam sobre o que tenho escrito para vocês.

Nosso beijo foi intenso, cheio de desejo e carregado de medo de sermos pego naquela situação. Ele se afastou e sorriu, sua boca vermelha me chamava à atenção. Eu tinha vontade de ficar beijando ele por horas.

- E aí? – ele arqueou a sobrancelha – Vai me deixar cuidar de você?

- Deixo – falei entre risos.

Ele beijou minha boca e passou a mão em meus cabelos. Eu passeava com minha mão sobre seu abdome e seu peito, apertei seu mamilo e ele reclamou.

- Não faz isso rapaz – ele riu – É um dos meus pontos fracos.

- Ah é? – provoquei e apertei de novo, ele fechou o olho.

Continuei beijando o doutor Renato e a mão por dentro da sua camiseta, até que senti algo duro encostando em mim. Eu me afastei e ri, ele viu que eu tinha percebido e ficou vermelho.

- Desculpa – ele se afastou um pouco e tentou disfarçar.

- Desculpa? Não tem que pedir desculpa, isso significa que está gostando – falei.

- Gostando? – ele riu – Você não tem noção do que estou sentindo, parece que vou acordar e você não vai estar mais na minha vida.

- Besta – falei – Eu vou estar aqui sim, afinal você precisa cuidar de mim.

- E vou cuidar – ele falou.

Beijou-me de novo e eu coloquei a mão sobre sua coxa. Ele beija do jeito que eu sempre gostei, articulado e geladinho. Coloquei a mão sobre o seu pau e estava duro, ele recuou.

- Me deixa pegar, só um pouco – falei baixinho.

Ele balançou a cabeça fazendo um não, mas eu fui teimoso e segurei. Ele fechou o olho e respirou fundo. Fiquei apertando aquele músculo sobre aquela calça jeans apertada, não era enorme, mas um tamanho médio e muito grosso.

- É melhor pararmos – ele falou – Seus pais podem chegar e também tem outra questão.

Eu tirei a mão, realmente estávamos passando um pouco dos limites e lembrei que realmente meus pais poderiam chegar.

- Que outra questão? – falei curioso.

- Eu não vou querer parar – falou envergonhado – Você mexe demais comigo.

Eu gostava de ouvir aquilo dele, eu tinha grande admiração por ele e durante todo o tratamento, ele sempre foi muito atencioso e isso foi despertando um interesse. Resolvi não provocar mais, ficamos conversando e assistindo televisão, minha mãe entrou no quarto e o convidou para jantar e ele não aceitou. Ele se despediu de forma normal e minha mãe o acompanhou até o portão. Coloquei um filme para assistir e nem conseguia prestar atenção no assunto, eu pensava em tudo aquilo que estava acontecendo. Meu pai chegou de viagem e veio até o meu quarto, trouxe uma correntinha de ouro com um pingente escrito “fé” e ficamos conversando por um tempo até que ele disse que precisava tomar banho e descansar, não estava dormindo direito. Pensava no doutor Renato e vinha à imagem dos meus pais sendo hostis, não poderia os deixar descobrir o que estava acontecendo entre a gente.

Pensando em tudo isso, lembrei-me de uma das únicas situações que estive envolvido com outra pessoa do mesmo sexo. Embora algumas vezes já me peguei olhando para outros caras no vestiário do treino de futebol ou da natação, eu nunca tinha assistido a um filme pornô gay e nunca alimentei a ideia de me envolver com outro cara depois desse acontecido. Lembro-me de um episódio quando tinha 11/12 anos e morava em Rio Claro e meus primos moravam próximos. Sempre dormiam em casa durante os feriados e eu também ia bastante na casa deles. Eram dois irmãos, o Tiago e o Emanuel. O mais velho, Tiago, sempre dormia no meu quarto e um dia me ensinou o que era bater punheta e pediu para eu fazer no dele e ele fazer no meu. Até fiz pela curiosidade, éramos crianças e morria de medo do meu pai descobrir. Até que certo dia, brincando de pique-esconde, meu pai flagrou esse meu primo roçando na bunda de um dos nossos vizinhos, o Lucas, ele sempre ia em casa jogar videogame e meu pai proibiu de ter qualquer tipo de amizade com ele e até meus primos pararam de vir em casa. Mas não comentaram sobre o assunto entre os pais, eu acho, afinal só fiquei sabendo porque ouvi meu pai comentando com minha mãe um dia, falando que não deveria me deixar andar com um “Viado, garoto que dá a bunda, boiola”. Aquilo ficou gravado na minha memória. Lembro que o Lucas ia em casa e falavam que eu não estava. Até que mudamos para São Paulo e nunca mais o vi. Acho que isso era o que me fazia repudiar qualquer tipo de pensamento homo afetivo.

Os dias se passaram, tive uma melhora significativa e já conseguia caminhar segurando na barra sem que o doutor Renato ficasse segurando na minha cintura. Mas não podia ficar me esforçando tanto, então ainda estava dependente da cadeira de roda quase todo o tempo. Fui à formatura do Fábio com os meus pais, até insisti para que o Renato fosse comigo e ele não aceitou. Passávamos bastante tempo juntos e na visão da minha mãe, havíamos nos tornado grandes amigos. Mas, estávamos muito ligados um ao outro, tendo um relacionamento não oficial e nem havíamos transado também. Mesmo nos finais de semana, ele ia em casa para “saber como eu estava”. O meu pai estava mais ocupado do que nunca com a compra do novo posto, mal parava em casa.

Certo dia acordei cedo para ir a clínica fazer exercícios e minha mãe resolveu tomar café em uma padaria ali próximo, ficamos conversando e ela comentou que nunca imaginou que eu me tornaria amigo do doutor Renato da forma que havia “me tornado” e eu não prolonguei o assunto. Passou-se pouco mais de um ano após o acidente e eu havia melhorado, mas não totalmente. Chegamos na clínica e o doutor Renato não havia chegado ainda. Ficamos aguardando e após alguns minutos ele chegou, parecia estressado, mas mesmo assim foi educado. Ele conversou com minha mãe e pediu a ela que me buscasse um pouco mais cedo, ele estava com algumas pendencias para resolver e ela concordou. Seguimos para a sala de exercícios.

- O que houve? – perguntei.

- Nada de mais – ele comentou – Eu te explico outra hora.

Eu sempre odiei que fizessem isso comigo, mas não iria insistir. Começamos a fazer alguns exercícios e achei-o bem diferente, mas foquei nos exercícios. E para meu espanto e alegria, eu estava conseguindo andar e manter o equilíbrio. Ele ficou emocionado, me abraçou e beijou a minha boca. Saiu da sala e chamou o seu sócio, que veio acompanhado de outras pessoas. Todos começaram a me dar parabéns e ele sempre me perguntando se estava sentindo dor, se realmente estava tudo bem e nisso eu comecei a chorar. Ele me abraçou e os demais fizeram o mesmo. Avisaram a minha mãe, que logo chegou e quando me viu andando, desabou a chorar também.

- Isso merece uma comemoração – ela falou – Vou ligar para o seu pai agora mesmo e vamos todos almoçar juntos.

Ela ligou para o meu pai e deu a noticia, ele ficou muito contente e chorou do outro lado do telefone também. Ela falou de almoçarmos todos juntos e combinaram um lugar. Eu estava com o olho vermelho de tanto chorar, só quem passa por uma situação igual a minha conseguiria entender. Minha mãe insistiu bastante para que o doutor Renato nos acompanhasse e ele concordou, mas iria demorar mais alguns minutos para preencher uns papéis e então ficamos aguardando. Finalmente ele chegou e seguimos para o lugar combinado. Eu conseguia andar, mas por passar tanto tempo naquela situação, eu andava diferente e ele falou que era normal, era apenas falta de hábito. Meu pai já estava aguardando em uma mesa e quando me viu, me abraçou e chorou.

- Felipe, nem acredito nessa boa noticia – ele falou me abraçando forte.

E eu desabei a chorar de novo.

- Foi seu presente de aniversário – minha mãe falou e só aí lembrei que faltava pouco mais de um mês para o meu aniversário.

- Que bacana – falou o doutor Renato – Mais um motivo para comemorar.

Almoçamos e conversamos bastante. O doutor Renato passou bastante orientação e instruiu que eu deveria ser acompanhado por mais algum tempo. Ele voltou para a clínica e eu fui para casa, alguns amigos apareceram e parentes também. Foi até meio exaustivo ficar explicando e explicando durante o dia todo o que aconteceu. Finalmente foram embora e minha mãe veio conversar comigo.

- Eu já sei o que vou te dar de presente de aniversário – ela falou – Mas vai ser uma surpresa.

- Ah não, mãe – reclamei – já fala o que é, sabe que não gosto desses mistérios.

- Estou brincando, meu filho – ela sorriu – Eu ainda não sei, mas acho que irei organizar uma festa.

- Por mim tudo bem – falei – Embora bastante gente eu não sei mais onde está.

- É na hora das dificuldades que descobrimos quem realmente está ao nosso lado, filho – ela falou – Muitos só andavam com você pela sua mania de sair pagando tudo.

- Eu percebi – falei triste.

Durante todo o processo que passei, eu aprendi muita coisa. Pouquíssimos vieram me visitar, tendo em vista que sempre andava rodeado de pessoas e participando de festas. Embora tivesse dois melhores amigos, sempre estávamos participando de alguma bagunça. Eu fui para o meu quarto e pela primeira vez consegui tomar banho sozinho, tudo bem que minha mãe ficava perguntando se eu estava vivo a cada 5 minutos. Aquela noite eu dormi tranquilo, estava cansado e o único medo era que minha recuperação tivesse sido apenas um sonho.

Dois dias se passaram e não fui à clínica, nem tive noticia do doutor Renato. Estava assistindo TV na sala quando tocaram a campainha e minha mãe foi atender.

- Lipe, é pra você – minha mãe falou.

Levantei e fui até o portão, vi que era o doutor Renato. Estava com a barba bem escura, bem desenhada e os cabelos sempre bem cortados.

- Olha quem está 100% - ele brincou – Tudo bem, rapaz?

- Tudo ótimo – respondi – Entra, toma uma água ou um suco.

- Obrigado, mas passei rapidinho pra te convidar pra ir a um lugar comigo hoje à noite – ele falou.

- Onde pretende ir? – ele falou.

- Pensei em irmos assistir um filme que lançou, faz tempos que não vou ao cinema – ele disse pensativo – E também queria comprar um presente pra um amigo.

Eu concordei em ir com ele e combinamos um horário. Minha mãe jamais me deixaria dirigir, então ele se prontificou a vir me buscar. O dia parecia que não passava, perto do horário combinado, eu já estava pronto. Eu havia perdido peso, já não havia tantos músculos definidos assim, embora ainda estivesse com “reflexos” de um corpo que um dia foi forte. Coloquei uma camiseta de manga comprida, porque estava um pouco frio, uma calça preta e usei quase metade do perfume e havia aparado a barba. Algumas pessoas sempre brincavam falando que eu parecia com o Calum Scott e eu sempre achei o doutor Renato parecido com o jogador da Espanha, Gerard Piqué. Não falo idêntico, mas ele tem muita semelhança sim. O doutor Renato chegou no horário combinado e avisei a minha mãe que estava saindo com ele, particularmente ela ficava feliz. Ele estava bem arrumado e o nossos perfumes brigavam no pouco espaço do carro. Quando entrei no carro, ele fechou o vidro e me deu um beijo.

- Como tem passado, Felipe? – perguntou enquanto bagunçava meu cabelo.

- Não bagunça – falei e sorri – Estou bem, muito bem na verdade. E você?

- Cheio de problemas, mas estou muito bem de estar aqui contigo – ele falou e me beijou.

Seguimos em direção ao shopping JK Iguatemi e compramos ingresso para o filme que ele havia comentado, faltava bastante tempo para o começo do filme e então andamos um pouco pelo shopping. Aproveitei para comprar um presente para minha mãe, ela é fascinada por itens de decoração. Ele pediu para eu aguardar e eu fiquei esperando ele. Demorou alguns minutos, já estava até pensando que tinha se perdido. Assistimos o filme juntos, não nos beijamos porque tinha bastante criança e eu ficava receoso com essa questão. Saímos da sala rindo do filme, era realmente muito bom. Ele perguntou se eu estava com fome, falei que não. Ele falou que só iria pegar algo pra beber e já me levaria para casa. Ele saiu tomando o suco que havia comprado e ficava insistindo para eu tomar, mas realmente não queria. Quando chegamos no estacionamento, coloquei o presente da minha mãe no banco de trás e aguardei ele entrar no carro. Quando entrou, ele não passou o cinto e começou a me encarar.

- Carinha, você me deixa tonto de uma maneira que nunca fiquei – ele falou – Sabia que fico pensando em você sempre?

- É? – perguntei surpreso – E o que tanto pensa?

- Que não quero te largar, quero tá sempre contigo, fico pensando em te chamar para fazer várias coisas– ele falou – Embora eu tenha receio que seus pais descubram e isso te traga algum problema, eu não quero ficar longe de você.

- Eu também não quero ficar longe de você – falei – E fico tentando te entender, não sei o que de fato estamos vivendo, mas estou curtindo bastante.

- Prova – ele falou – Prova que quer ficar comigo.

Eu fiquei sem entender o que ele quis dizer com isso, será que iria me levar para um motel?

- Como? – perguntei receoso.

Ele me puxou e me beijou bem suave, sentindo o meu cheiro e eu sentia o dele também. Me abraçou forte e falou no me ouvido.

- Namorando comigo, Felipe – ele falou receoso e meu coração acelerou – Você aceita namorar comigo?

Eu o beijei e o abracei o mais forte quanto pude e falei que aceitava, ele me abraçou mais forte ainda.

- Juro que meu coração está disparado com medo de você não aceitar – ele falou – Eu entendo que não podemos abrir isso para sua família.

Ficamos conversando no caminho de volta para casa e ele ficava com a mão na minha perna. Pediu pelo amor de Deus para não chama-lo mais de “doutor Renato” e falou que estava programando algo para o nosso primeiro fim de semana juntos como namorados.

E será que vão demorar a descobrir?

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Comentários

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Fofos! Quero saber o que incomodava o Renato mais cedo.

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Continuo acompanhando e estou amando. Um abraço carinhoso, Plutão

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Amaaando o seu conta, li ele todo hoje .. Não demore a postar

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Haaaa quase esqueço qcho q deveria é ficar maior... Qnto o tamanho acho mt bom, por mim até ficava maior...

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Nossa cara demais... Engraçado q teve q acontecer tudo isso para enfim ele se envontra e viver o q realmente ele é.

Simplesmente fantástico...

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Está tudo indo tão bem, acredito que os pais, principalmente o pai dele será o empecilho dessa relação. Seria mais fácil se ele não fosse dependente deles.

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Muito bom,espero que sua família aceite que vocês juntos e felizes 😘😘😘😘

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Adorei, continue o conto da mesma forma, é um relato maravilhoso, só queria mais de um capítulo por dia 😏

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Sera que seus pais aceitaram bem seu relacionamento? Torço para que sim. Tao lindo juntos! Entao e' um relato, nao um conto ficticio? Adorei saber. :) Continue e nao abandone a historia, pfv.

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