BENNETT
O tema da conferência naquele ano era “A próxima geração das estratégias de marketing” e, numa tentativa de atrair as novas gerações, os organizadores marcaram no primeiro dia um painel para estudantes. A maioria dos colegas do programa do Daniel estavam lá, de pé ao lado dos painéis que explicavam seus trabalhos. Na verdade, apresentar o trabalho nessa conferência era considerado um requerimento para a bolsa do Daniel, mas eu entrei com um pedido de exceção porque seu projeto principal, a conta da Papadakis, era grande e confidencial. Nenhum outro estudante ali estava gerenciando uma conta milionária.
A diretoria da bolsa ficou feliz em permitir a exceção, praticamente babando com a possibilidade de, assim que pudessem, usar a história de sucesso do Daniel em seu folheto de propaganda. Mas, embora não fosse apresentar nada, ele insistiu em andar por todos os corredores e visitar todos os estandes. E como eu estava incapaz de me manter a menos de dois metros dele e não tinha nenhuma reunião antes das dez horas, eu a segui o tempo inteiro, contando painéis (576) e olhando para sua bunda (ajeitada, perfeitamente para um tapa, no momento numa calça jeans preta).
Ele mencionou no elevador que sua melhor amiga, Julia, era quem providenciava a maioria das roupas que eu amava/odiava. A seleção daquela manhã continha uma calça preta mega justa (a tá, como todas as outras) e uma camisa azul-marinho que agora estava na minha lista negra de roupas proibidas... Homens usam Burcas?. Tentei convencer ele que tínhamos que voltar ao meu quarto para pegar alguma coisa, mas ele apenas levantou uma sobrancelha e perguntou:
– Pegar alguma coisa? Ou fazer alguma coisa?
Eu o ignorei, mas agora eu queria ter admitido que precisava de mais uma rodada antes da conferência. Será que ele aceitaria?
– Você teria voltado para o quarto? – perguntei em seu ouvido, enquanto ele lia cuidadosamente um trabalho de graduação sobre o reposicionamento da marca de uma empresa de telefonia celular. Pelo amor de Deus, os gráficos estavam colados numa cartolina.
– Shh.
– Dan, você não vai aprender nada com esse cartaz. Vamos tomar um café e talvez uma chupada no banheiro.
– Seu pai me disse uma vez que é impossível prever onde você pode achar suas melhores ideias, e que você deve sempre ler tudo que puder. Além disso, esses são os trabalhos dos meus colegas.
Esperei, arrumando a abotoadura da minha camisa, mas ele aparentemente não comentaria a última parte do meu convite.
– Meu pai não sabe mais o que diz.
Ele riu, é claro. Meu pai esteve em todas as listas dos melhores CEOs praticamente desde que nasceu.
– Não precisa ser uma chupada. Eu poderia te comer contra a parede – eu sussurrei, limpando a garganta e olhando em volta para ter certeza de que ninguém iria me ouvir. – Ou eu poderia deitar você no chão, abrir suas pernas e fazer você gozar na minha boca.
Ele estremeceu, sorriu para o estudante perto do cartaz ao lado e se aproximou para ler. O estudante apontou na minha direção.
– Com licença, mas você não é Bennett Ryan?
Eu assenti e distraidamente apertei sua mão enquanto observava o Daniel se afastar. Aquele corredor estava praticamente vazio, com exceção dos estudantes ao lado de seus trabalhos. Até mesmo eles começaram a se dirigir para áreas mais interessantes, onde as grandes empresas – a maioria, patrocinadoras do evento – tinham preparado grandes estandes em uma tentativa de incrementar o painel dos estudantes. Vi o Daniel escrever algo em seu bloco de anotações: Reposicionamento para a Jenkins Financial?
Observei sua mão e depois seu rosto, que mostrava uma expressão pensativa. A conta da Jenkins Financial não fazia parte de seu portfólio. Nem era uma conta de que eu cuidava. Era uma conta pequena, geralmente organizada de qualquer jeito por um dos executivos juniores. Será que ele sabia as dificuldades por que essa conta estava passando com o nosso plano de marketing jurássico? Antes que eu pudesse perguntar, ele se virou e foi para a próxima exposição, e fiquei admirado ao vê-lo trabalhando. Eu nunca me permiti observá-lo tão abertamente – minha espionagem discreta mostrou que ele era brilhante e obstinado, mas eu nunca percebi o alcance de seu conhecimento da empresa. Eu queria elogiá-lo de alguma maneira, mas as palavras se perderam em meu cérebro e fiquei estranhamente defensivo, como se um elogio fosse de alguma forma quebrar minha estratégia.
– Sua caligrafia melhorou.
Ele sorriu pra mim, clicando a ponta da caneta.
– Vá se ferrar.
Meu pau acordou dentro da calça.
– Você está me fazendo perder tempo aqui.
– Então por que você não vai até a recepção puxar o saco de algum executivo? Eles servem café da manhã por lá. Tem até aqueles bolinhos de chocolate que você finge que não gosta.
– Porque não é isso que estou com vontade de comer.
Um pequeno sorriso surgiu no canto de sua boca. Ele encarou meu rosto enquanto outra estudante se apresentava para mim.
– Eu sigo sua carreira desde sempre – disse a garota, quase sem fôlego. – Eu assisti sua apresentação aqui no ano passado.
Eu sorri e apertei sua mão o mais breve que pude sem parecer rude.
– Obrigado.
Daniel e eu andamos até o fim do corredor e eu agarrei seu cotovelo.
– Eu tenho mais uma hora antes da minha reunião. Você tem alguma ideia do que está fazendo comigo?.
Finalmente, ele olhou para mim. Suas pupilas estavam tão grandes que seus olhos cinzas quase pareciam negros, e ele lambeu os lábios, deixando-os ainda mais sedutores.
– Acho que você precisa me levar lá para cima e me mostrar.
Daniel ainda estava procurando uma cueca nova quando eu já estava cinco minutos atrasado para minha reunião. Seria um encontro com Ed Gugliotti, executivo de marketing de uma pequena empresa em Minneapolis. Nós usávamos a empresa de Ed para realizar trabalhos menores, e eu tinha um projeto significantemente maior que estava considerando passar para ele, para ver como eles se saíam. Quando fechei o zíper da calça, lembrei a mim mesmo que Ed também sempre chegava atrasado para tudo.
Mas não daquela vez. Ele já estava me esperando em uma das salas de conferência do hotel, com dois assistentes ao seu lado, sorrindo abertamente para mim.
Eu odeio me atrasar.
– Ed – eu disse, apertando sua mão. Ele me apresentou para os assistentes, Roger e Sam. Eles apertaram minha mão, mas, na vez do Sam, sua atenção estava voltada para a porta atrás de mim. Daniel tinha acabado de entrar, com o cabelo sensualmente bagunçado. Estava extremamente lindo, mas de um jeito muito profissional, miraculosamente escondendo o fato de que ele acabou de ter uma transa fantástica em cima da mesa em seu quarto.
Gugliotti e seus homens observaram em silêncio quando ele se aproximou, puxou uma cadeira e sentou ao meu lado, virando para mim e sorrindo. Seus lábios estavam vermelhos e inchados, e uma leve marca vermelha estava aparente em seu queixo. Havia sido minha barba mal feita que deixou a marca. Olhei do Daniel para o Babaca do Sam e ele ficou olhando do Daniel pra mim, de repente ele arregalou os olhos e baixou a cabeça. Isso mesmo otário, ele tem dono.
Limpei a garganta até que todos finalmente olharam para mim.
– Vamos começar.
Era uma reunião simples, o tipo de coisa que eu fazia milhares de vezes. Descrevi a conta em termos gerais e não confidenciais, e é claro que Gugliotti me disse que sua equipe conseguiria criar algo excelente. Após conhecer o homem que ele escolheu para a tarefa, eu concordei. Marcamos um novo encontro para o dia seguinte, quando eu apresentaria a conta com todos os detalhes e entregaria o trabalho oficialmente. A reunião acabou em menos de quinze minutos, deixando um bom tempo antes da próxima reunião, que seria às duas horas. Olhei para o Daniel e levantei uma sobrancelha, em um questionamento silencioso.
– Almoço – ele disse, rindo. – Vamos comer alguma coisa.
O resto da tarde foi produtivo, mas eu estava completamente no piloto automático. Se alguém me perguntasse algum detalhe das reuniões, eu levaria um bom tempo para me lembrar de alguma coisa. Graças a Deus o Daniel estava lá com sua obsessão por anotar tudo. Encontrei muitos colegas, apertei centenas de mãos, mas o único toque que eu lembrava era o dele.
Ele me distraía o tempo todo, e o que mais me incomodou foi que ali era diferente do normal. Era trabalho, mas era um mundo completamente novo, onde podíamos fingir que as circunstâncias eram as que quiséssemos. O desejo por estar perto dele era ainda maior do que quando eu precisava manter distância. Olhando para o palestrante no pódio, tentei mais uma vez, sem sucesso, redirecionar meus pensamentos para algo produtivo. Eu estava sentado bem em frente ao palco onde eu mesmo fui palestrante no ano anterior, mas mesmo assim eu não conseguia me concentrar.
Percebi de relance que ele estava se ajeitando e instintivamente virei o rosto para olhar diretamente para ele. Quando nossos olhos se encontraram, todos os outros sons se misturaram e flutuaram ao meu redor, mas sem entrar em minha consciência. Sem pensar, eu me inclinei na sua direção, ele se inclinou na minha, e um pequeno sorriso surgiu no canto de sua boca.
Pensei sobre aquela manhã, e o quanto seu pânico tinha ficado aparente. Mas eu, ao contrário, sentia uma estranha calma, como se tudo que fizemos antes tivesse nos conduzido até aquele preciso momento, quando nós dois podíamos entender o quanto era fácil apenas ser.
Um celular tocou em algum lugar atrás de mim e me tirou daquele transe, me fazendo desviar o olhar. Encostei rapidamente de volta na cadeira, e fiquei chocado ao perceber o quanto eu estava inclinado para frente. Olhei ao redor e congelei quando vi um par de olhos desconhecidos me olhando.
Esse estranho não tinha ideia de quem éramos, ou que o Daniel trabalhava para mim. Ele apenas passou os olhos em nós e rapidamente desviou o olhar. Mas, naquele momento, cada gota de culpa que eu estava reprimindo desabou sobre mim. Todos sabiam quem eu era, ninguém ali o conhecia, e se as pessoas soubessem que estávamos transando, o julgamento de uma comunidade inteira iria segui-lo pelo resto de sua carreira. Uma rápida olhada para o Daniel me mostrou que ele podia ver o pânico em meu rosto. Passei o resto da palestra olhando para a frente.
– Você está bem? – ele perguntou no elevador, quebrando o pesado silêncio que nos acompanhara por quatorze andares.
– Sim, é só que... – esfreguei a nuca e evitei seus olhos. – Estou só pensando.
– Vou sair com alguns amigos hoje à noite.
– Parece uma boa ideia.
– Você tem um jantar com Stevenson e Newberry às sete. Acho que eles vão te encontrar naquele restaurante japonês que você gosta na região do Gaslamp.
– Eu sei – eu disse, relaxando quando caímos nos detalhes corriqueiros do trabalho. – Como é mesmo o nome da assistente? Ela sempre está junto com eles.
– Andrew.
Olhei para ele, confuso.
– Hum, eu não lembrava que ela era um homem.
– Tonto, eles têm um novo assistente.
Como diabos ele sabia disso?
Ele sorriu.
– Ele sentou do meu lado na palestra e perguntou se eu estaria no jantar hoje à noite.
Eu me perguntei se aqueles olhos que me flagraram encarando o Daniel eram dele, e se ele teria perguntado justamente por causa do jeito que eu estava olhando. Eu gaguejei alguma coisa antes que ele me interrompesse.
– Eu disse a ele que tinha outros planos.
Meu desconforto retornou. Eu o queria comigo no resto da noite. Logo ele não seria mais meu estagiário. Será que então eu poderia ser seu amante? Será que eu ainda poderia ser seu chefe agora?
– Você quer ir?
Ele balançou a cabeça, olhando para as portas quando chegamos ao 30o andar.
– Acho melhor eu continuar com meus planos.
A curta viagem de volta do restaurante japonês foi quieta e solitária, com apenas meus pensamentos confusos como companhia. Caminhei pelo grande saguão até o elevador, e andei automaticamente até o quarto do Daniel antes de lembrar que eu na verdade não estava hospedado lá. Não conseguia lembrar qual era o meu quarto e tentei três portas antes de desistir e voltar para a recepção. Quando subi de volta, percebi que meu quarto ficava logo ao lado do dele.
Os quartos eram idênticos, mas completamente diferentes de um jeito que só eu poderia saber. Esse chuveiro não tinha levado embora todas as nossas inibições na noite passada; não dormimos abraçados um ao outro nessa cama. Essas paredes não ouviram o som dele se acabando debaixo de mim. Essa mesa não estava quebrada por causa de uma rapidinha pela manhã.
Chequei meu celular e vi que tinha duas chamadas perdidas do meu irmão. Ótimo. Normalmente, eu já teria conversado com meu pai e meu irmão várias vezes, contando sobre as reuniões e potenciais clientes. Mas, até agora, eu ainda não tinha falado com ninguém. Eu estava com medo de que eles percebessem que naquela semana minha mente estava muito longe dos negócios.
Já passava das onze horas e eu me perguntei se ele ainda estava com seus amigos ou se já teria voltado. Talvez ele estivesse deitado na cama acordado, obcecado com todas as coisas que eu também estava. Sem pensar, peguei o telefone e disquei o número do quarto dele. Após quatro chamadas, uma voz eletrônica atendeu. Desliguei e tentei o celular dele.
Ele atendeu no primeiro toque.
– Sr. Ryan?
Eu estremeci. Ele estava com outros estudantes. É claro que não me chamaria de Bennett agora.
– Oi. Eu... hum, só queria ter certeza que você tem carona para voltar. Ouvi sua risada do outro lado da linha, abafada pelo som de vozes e música alta.
– Deve ter uns setenta táxis lá fora. Vou pegar um quando eu for embora.
– E quando você vai embora?
– Quando a Melissa terminar esse drinque e provavelmente mais um. E quando a Kim decidir que já dançou com todos os gostosões daqui. Então você pode me esperar em algum momento entre agora e as oito da manhã.
– Você está tentando ser engraçadinho? – perguntei, sentindo um sorriso se abrir em meu rosto.
– Sempre.
– Certo – eu disse, respirando pesadamente. – Apenas mande uma mensagem quando voltar em segurança. Ele ficou em silêncio por um instante e então disse:
– Pode deixar.
Desliguei e deixei o telefone na cama ao meu lado, depois encarei o chão por Provavelmente uma hora. Eu nem sabia o que fazer comigo mesmo.
Finalmente, levantei e voltei para o saguão.
Eu ainda estava no saguão quando ele voltou às duas da manhã, com o rosto corado e um sorriso ao colocar o celular no bolso de tras da calça. Meu celular começou a vibrar na minha mão e eu olhei a mensagem. Voltei sã e salvo.
Observei ele passar direto pela recepção e se aproximar de onde eu estava sentado, perto dos elevadores. Ele parou ao me ver com os olhos vermelhos e o terno todo amarrotado. Eu tinha certeza que meu cabelo parecia uma piada, porque eu estava realmente preocupado. De repente, eu não tinha ideia de por que estava esperando ele chegar como um marido ansioso. Só sabia que eu não queria ser a pessoa que decidiria que aquilo entre nós não funcionaria, porque, lá no fundo, eu queria que funcionasse.
– Bennett? – ele disse, olhando para sua amiga, que acenou e andou até o elevador. Eu não dava a mínima para o que a amiga estava pensando, mas podia sentir seu olhar sobre nós até ela entrar no elevador. Daniel estava usando uma calça justa na cor mostarda, uma camisa preta do AC-DC justa que mais parecia uma segunda pele eu conseguia ver ela um pouco molhada de suor, um tênis branco um boné virado pra trás e os orgasmáticos óculos de grau.
– Oi – murmurei, admirado com ele conseguia me desconsertar com essas roupas de adolescente rebelde -sexy-bad boy. Ele se aproximou, parando apenas a alguns centímetros de mim.
– O que você está fazendo aqui?
– Esperando.
Eu lutei para esconder o quanto ele mexia comigo. Naquele momento meus pensamentos mal se separavam da fantasia de agarrar aqueles cabelos, da maneira como meus polegares podiam cobrir completamente seus mamilos rosados, ou de como seu pau era a parte mais macia de qualquer corpo que eu já toquei na minha vida. Eu queria saborear ele da cabeça aos pés à cabeça, dizendo todas as ideias que me ocorressem no processo.
– Você está bêbado?
Balancei a cabeça. Não da maneira como você pensa.
– Uma pessoa me viu te olhando hoje à tarde.
– Eu sei – ele esticou o braço e correu os dedos em meus cabelos. – Na palestra. Eu vi o jeito como você ficou.
– Entrei em pânico.
Daniel não disse nada em resposta. Ele apenas riu, um som rouco e suave ao mesmo tempo.
– Não estou pensando em como isso pode me afetar. Estou preocupado com como isso pode afetar você – eu disse.
Ouvi sua respiração ficar mais pesada, senti seus dedos apertarem meu cabelo. Quando ergui o olhar para seu rosto, ele parecia perdido.
Como ele poderia não perceber o quanto eu estava envolvido por ele? Eu tinha certeza que ele conseguia ver sempre que eu olhava em seus olhos. Naquele momento, como sempre, eu queria agarrá-lo por trás e lhe dar uns tapas quando ele fizesse algum som. Queria puxar seu cabelo quando eu gozasse. Morder seu peito de novo. Correr meus dentes por suas costas. Beliscar a parte de trás de sua coxa e depois acariciá-la com o toque mais suave de todos.
Mas eu também queria vê-lo dormindo, e depois vê-lo acordar e me ver, e queria medir seus sentimentos naquela primeira reação.
Comecei a perceber que isso não era apenas sexo, e não era apenas uma coisa que eu precisava tirar do meu sistema. Sexo era apenas a via mais rápida para a posse intensa que eu desejava. Eu estava me apaixonando por ele, mais rápido e mais profundamente do que achava ser possível.
E eu estava apavorado por causa disso.
Decidi falar a verdade.
– Eu preciso de mais uma noite.
Ele segurou a respiração e me encarou, e só então me ocorreu que ele pudesse estar sentindo algo muito diferente do que eu estava.
– Sinta-se livre para dizer não. Eu só... – passei a mão no meu cabelo e olhei para seu rosto. – Eu só queria ficar de novo com você esta noite.
– Você está muito guloso, não acha?
– Você não tem ideia.
Em seu quarto, com seu corpo agarrado ao meu entre os lençóis e recebendo tudo que eu tinha pra dar, o resto do mundo parecia não mais existir para mim. Seu cheiro e sons preenchiam meu cérebro, me fazendo estocar mais forte e selvagem. Ele estava ensopado em todas as partes: a pele no exterior e a carne no interior, macia e sugando-me mais fundo. Suas pernas envolveram minha cintura e ele me virou, rindo, cavalgando meu corpo com suas costas arqueadas e a cabeça jogada para trás. Sua pele brilhava e eu me sentei debaixo dele, precisando sentir o raspar do seu peito contra meu enquanto ele subia e descia. Empurrei-a para trás novamente, ficando mais uma vez por cima, agora com suas pernas apoiadas em meus ombros e sua boca tremendo enquanto ele tentava encontrar palavras.
Seus dedos em minhas costas e eu gritei, pedindo por mais e querendo que ele me marcasse, que deixasse algo que permaneceria ali no dia seguinte.
Ele gozou uma vez, e então gozou de novo, e mais uma vez, e eu puxei seus cabelos, que estavam completamente selvagens. Eu desabei sobre ele, pronunciando palavras incoerentes enquanto gozava, tentando dizer a ele aquilo que nós dois já sabíamos: que qualquer coisa que acontecesse fora daquele quarto era irrelevante.