Olá a todos, Eu sempre gostei de ler contos por aqui, e mesmo depois de tanto tempo lendo, só agora fui ter coragem pra escrever uma história. Primeiramente devo começar me apresentando, podem me chamar de Gabriela que é um dos meus nomes. Tenho 20 anos de idade e sou bissexual. Possuo cabelos loiros longos, olhos verdes e 1.63 de altura. Assim como o meu nome , usarei de algum dos nomes dos personagens que estarão presentes, outros serão nomes fictícios pois nem todos tem dois nomes.
Vou avisando que nesse primeiro capítulo não terá sexo, pois se trata apenas de uma introdução de uma série de relatos sobre a primeira experiência que aconteceu na época do meu ensino médio. Existem outras histórias que se passam no ensino médio também, mas quero contar essa pelo fato de ter sido a primeira e uma das que mais marcantes.
“Prólogo”
Tudo começa quando eu tinha 15 anos, eu estava prestes a começar o primeiro ano do ensino médio. Eu já estava começando a me questionar sobre minha sexualidade. Eu estava confusa, não sabia se gostava de meninos ou meninas,
mas eu já me sentia diferente. Não só pelo fato de me questionar, mas também por ter gosto diferentes do que geralmente as garotas nessa idade gostam, e isso desde a forma de me vestir até estilo musical que eu ouço. Não que essas coisas definam sexualidade, mas no meu caso, elas foram de certa forma fundamentais.
Eu havia trocado de escola, apesar de ser da mesma organização, era uma unidade diferente. Um colégio bilíngue de altíssimo padrão, onde só estudam os Aristocratas da cidade. Optei por ir para essa escola por conhecer algumas pessoas da época do ensino fundamental, graças ao medo de não ter que passar pela experiência de ter que encontrar novas amizades, já que eu era uma pessoa bem tímida e falava pouco as pessoas da minha escola antiga.
Dentre essas pessoas que eu conhecia da época do fundamental, a que eu mais tinha proximidade era o Augusto. nós nos conhecemos quando eu e ele moramos na Inglaterra. Ele ao contrário de mim, nasceu lá, mais precisamente em Manchester, só que eu o conheci quando ele se mudou para Londres. Eu voltei pro Brasil primeiro, ele voltou alguns anos depois. Nos reencontramos coincidentemente na época do fundamental e estudamos juntos até a quinta série, depois ele trocou para a escola que eu agora estava indo também.
Depois de ter feito a matrícula, demorei para dar a notícia a ele, queria dar pessoalmente. Tímida que era, preferi esperar ele ficar online, para falar pelo Facebook. Eu falei com ele um dia antes de começar as aulas, apesar de conhecer ele há muito tempo fiquei tentando criar coragem pra falar com ele graças a timidez.
Finalmente criei coragem e digitei:
"Oi Augusto! Fiz minha matrícula na sua escola, como eu tinha te dito antes Hahahahaha."
"Legal! Espero que vc fique na minha sala! :)"
"-É quem sabe, veremos amanhã! "
"-Hahaha, veremos! Vai ser divertido pra vc reencontrar o pessoal da época do fundamental, eu acho."
"-Do jeito que vc tá falando, espero que sim"
"-Todos mudaram, espero que vc tenha mudado também :)"
Depois de ter falado isso com ele a conversa acabou por aí, ele ficou "off". E eu senti que não ia passar dali, até porque a timidez iria me deixar travada. E tive a sensação de ter tirado um peso da minha consciência, um alívio imediato. A timidez me fazia ficar desconfortável até com pessoas muito próximas a mim, graças ao tempo, fui me corrigindo até concluir que ter experiências sociais foi se tornando algo natural e que não era mais aquele “bicho-de- sete-cabeças.”
O tão temido primeiro dia de aula estava a algumas horas dia de começar, na noite anterior eu dormi poucas horas, perdi uma boa parte do que era pra ser do meu meu sono imaginando como seria o terror que sempre pra mim o primeiro dia de aula. Imaginei como seriam as pessoas, oque eu falaria, oque elas falariam para mim, imaginei como as pessoas que estudaram comigo no fundamental estavam já que haviam crescido, e como elas reagiriam quando me vissem, e após hora pensando nisso, dormi.
No dia seguinte, meu dia começou normal, fiz minhas atividades. E como sempre em dias assim as horas passaram rápido. E deu a hora, e fui pra escola, sempre pegando caronas com o meu irmão mais velho.
Quando cheguei na frente do colégio e saí do carro, fiquei espantada. Ele é enorme, muito maior do que a minha escola antiga e muito maior que as expectativas.
O colégio tinha uma aparência que misturava aspectos da arquitetura do século XIX com traços mais modernos na sua estrutura. Era como se os valores conservadores de um colégio extremamente regrado (e ainda é até hoje) estivessem tentando se adaptar a modernidade das gerações que novas que viam. E tudo isso somado com enormes, portões elétricos e cerâmicas personalizadas com as cores e o símbolo da instituição do colégio, dando a ele um ar autoritário e intimidante.
Fiquei observando as pessoas entrando naquela espécie de castelo medieval. Vi pessoas de todo tipo, veteranos em seus últimos anos do ensino médio, novatos que nem eu, professores que estavam chegando com seus carros e alguns coordenadores.
Na minha mente eu só tinha uma coisa a fazer que era ser o mais discreta possível, não queria chamar atenção e muito menos fazer alguma burrada e passar vergonha logo no primeiro dia de aula.
O dia estava cinza, meio ameno, as árvores próximas a escola balançavam e exalavam o cheiro das folhas molhadas graças a forte chuva da madrugada, o cheiro de certa forma me confortou.
Respirei fundo e entrei meio trêmula, quando entrei, olhei criticamente e analisei onde eu estava, percebi que era muito maior que oque eu havia visto lá fora. Havia muito mais coisas dentro, muito mais pessoas que eu tinha visto do lado de fora. E essas pessoas tiveram a reação normal que todo mundo tem ao ver algo novo, eles fizeram a mesma coisa comigo quando viram alguns alunos novos que haviam passado ali pouco tempo antes de mim, que é olhar e comentar com os seus semelhantes aquela coisa nova que estava chegando.
Por mais que eu achasse que o meu plano de não chamar atenção iria dar certo, ele fracassou. Eu era uma das muitas novidades ali presente, pessoas a todo instante me olhando me deixavam muito desconfortável, mas consegui me controlar e não dar bola pra isso.
Fui ver em que sala eu estava em um dos papéis das salas dos primeiros anos, procurei o meu nome, pro meu azar,mais uma vez, vi nomes de pessoas totalmente desconhecidas.
Após saber da minha sala, e me conformar em não ter ficado ao menos na sala do Augusto, resolvi andar um pouco para reconhecer a escola. Fui em direção onde as vozes das pessoas estavam, quanto mais eu me aproximava mais nervosa eu ficava e as vozes ficavam mais altas.
Cheguei em uma espécie de pátio, onde tinha alguns bancos, com algumas áreas verdes, ouvia vozes embaralhadas, pessoas sentadas em banco conversando entre si.
E foi no meio daquelas pessoas, vinha vindo o Augusto em minha direção com um outro rapaz do lado. Eu fiquei com a impressão de já ter visto aquele cara em algum lugar. De aparência, ele me lembrou o Morrissey, tinha um porte físico atlético, de estatura um pouco menor que a de Augusto, eles estavam conversando e rindo sobre algum assunto qualquer.
Fiquei mais surpresa quando vi Augusto, ele havia crescido. Mesmo que a minha mente havia repetido várias vezes que as pessoas tinham mudado, a minha memória, lembrava do Augusto sendo um garotinho extremamente parecido com o Kurt Cobain, quando o Kurt era criança.
Ele estava alto, baseado na minha própria estatura. Com 1.78 , chamava atenção onde passava, e ouvi a todo instante comentários mistos sobre ele, principalmente comentários femininos.
De aparência,ele tem os cabelos bem loiros, mais claros que o meu, pele clara quase pálida e tudo isso somado aos seus olhos profundamente azuis. Graças a sua estética inspirada nos anos oitenta, ele estava me fazendo lembrar do David Bowie na época da “Glass Spider Tour”.
Fiquei com um sorrisinho bem besta,esperando ele vir falar comigo. Era como se eu estivesse querendo dizer “Me nota Senpai”. Mas ele simplesmente passou direto, estava com a atenção voltada a conversa que ele tinha com o amigo do lado. Aquele dia seguiu lento, mas foi bem melhor que o esperado. Conversei com alguns veteranos, alguns novatos iguais a mim, conheci professores aquelas coisas comuns de início de ano letivo.
Durante o intervalo antes das duas últimas aulas, vi o Augusto novamente , só que dessa vez ele estava sozinho, sentado num dos bancos com uma feição centrada e séria, estava lendo um livro. E foi aí que eu vi a oportunidade de conversar com ele.
- Eu não sabia que você se interessava tanto por leitura, Augusto. -Eu falei em tom de sarcasmo.
-Gab's ? (Apelido que ele me colocou ainda na infância) quanto tempo! Senta aí, nossa você mudou hein? -Ele falouem um tom animado, e ficou me olhando de cima abaixo.Fiquei envergonhada.
-Engraçado... - Eu falei enquanto sentava.
-Oque? - Disse ele,curioso.
-Você ainda carrega o sotaque Britânico, mesmo depois de tantos anos morando aqui no Brasil.
-Claro! Ainda mais estudando com um ensino bilíngue. -Ele falou rindo.
- É inclusive, você tá famoso por aqui hein?
-Eu? Não, não. -Ele falou aquilo meio embaraçado.
-Sim,ao menos ao meu ver é oque tá parecendo,vi muita gente comentando sobre você.
-E eu que achava que eles iam comentar sobre você. -Disse ele em um tom de ironia.
Ele continuou dizendo:
-Mas e aí, ensino médio, colégio novo,vida nova, tá gostando daqui? - Ele falou com um sorriso tênue no rosto.
-É,tô sim, apesar de me sentir estranha graças ao tamanho colossal disso aqui. -Eu disse ainda meio retraída.
-Normal, é questão de adaptação, fiquei sabendo que não ficamos na mesma sala, uma pena.
-É uma pena mesmo. Te vi hoje mais cedo, pensei em falar oi, mas,você tava com um cara conversando.
Por isso, eu achei melhor vir falar só agora.
-Putz... Pior que eu te vi aquela hora, bem que o Fernando me falou que era você ali,
achei que ele tivesse se confundindo, foi mal mesmo. -Ele falou aquilo com toda cortesia de um homem inglês.
-Nossa aquele era o Fê? Cara, ele mudou muito, tá ficando bem forte. -Falei aquilo assustada.
-Sim, é ele mesmo, ele foi oque mais mudou.
E nisso ficamos ali conversando e relembrando algumas histórias da infância, nada de mais, até que eu vi um pessoal que eu ainda não tinha visto até então.
Era um grupo de meninas e alguns rapazes, eles vieram e sentaram alguns bancos após o banco que estava de frente ao que e eu estava sentada com o Augusto. Reparei que aquelas meninas eram muito bonitas, daquelas que já são quase mulheres, apesar da pouca idade.
Fiquei um bom tempo olhando para eles.
E foi quando chegou uma última garota, que se juntou aquelas que haviam chegado primeiro. Ela era linda e a que mais chamou,não só a minha atenção, chamou também a atenção de alguns rapazes que estavam sentados ali perto.
Ela possui cabelos ruivos cor de fogo, olhos azuis,1.68 de altura. Esbelta de corpo, por mais que o uniforme da escola tivesse a intenção de esconder o corpo das meninas, dava pra perceber seu corpo escultural.
Uma coisa interessante e que me chamou muita atenção, era que a feição o rosto dela parecia expressar inocência, mas também de malícia. Eu já nem prestava atenção mais nas coisas que o Augusto estava me falando, fixei minha atenção naquela ruiva que até então era desconhecida pra mim, assim como oque eu estava sentindo naquele momento. Era algo novo, era uma mistura esquisita de ruim com bom.
E por impulso, interrompi o Augusto perguntando:
- Quem é aquela ruiva ali, sentada no canto? - Falei aquilo tentando ao máximo fazer com que eles não percebessem que eu estava falando de algum deles.
- Aquela ali que tá no canto? É a Jade , Ela é do segundo ano. Estuda aqui desde a sexta série, morou na Espanha por alguns anos, também morou na Argentina, tem família nos dois países. Ela veio pra cá ainda criança. -Ele disse aquilo sem olhar para eles, olhando fixamente para uma planta que estava na nossa frente.
E nisso chegou um cara e sentou do lado dela e a abraçou, era um rapaz bonito e alto,mas tinha uma cara de ser daqueles garotos que tem o ego inflado.
E o Augusto continuou:
- Aquele ali que chegou agora é o namorado dela, Alberto. É um babaca egocêntrico. Ele acha que o mundo gira em volta dele. -Ele falou tudo aquilo em um tom de desprezo.
E eu continuei a observa-los. Fiquei curiosa a respeito daquela garota. E fiquei a estudando por um tempo. Claro, desviando o olhar para que não me percebessem. Depois disso o dia continuou como havia começado, clichê e repetitivo.
Na hora de ir pra casa, fiquei na frente do colégio como de costume. Sempre observando as pessoas que também saíam, e a vi de novo. E ela passou bem perto de onde eu estava, meu coração palpitou, fiquei com um calor que parecia que eu tinha saído de uma sauna.
Ela atravessou a rua e eu fiquei a olhar para os seus passos nas pequenas poças de água da chuva. Ele agora estava alguns metros de distância de mim. Com algumas amigas, ela estava conversando para passar o tempo enquanto sua carona para casa ainda não havia chegado. O sol agora estava brilhando, e o vento também se fez presente, e a pele clara dela ficou mais clara, e seus cabelos balançavam levemente tudo aquilo realçando sua beleza.
Continuei a observa-la, dessa vez mais fixamente, foi quando ela virou o rosto e olhou em minha direção, ao menos era oque a minha cabeça paranoica deduziu. Virei meu rosto para outro lugar, rápida como um raio. E meu coração bateu rápido de novo.
Minha carona de sempre no carro do meu irmão havia chegado, e o dia naquela nova escola tinha terminado ali, mas, a minha fixação por aquela garota com os cabelos ruivos que morou na Espanha estava só começando...
“Que dia foi esse, até agora estou me sentindo esquisita isso foi ruim mas pareceu bom, eu estou ficando cada vez mais confusa.” -Eu fiquei a pensar enquanto voltava pra casa.
Fiquei até a hora de dormir pensando naquela garota, e principalmente naquela cena, na hora da saída,aquilo realmente tinha mexido comigo.
E começava uma incessante busca para saber mais sobre ela...
Continua!
Bom é isso, espero que tenham gostado, como todo começo foi bem parado, com o tempo as coisas vão ficando mais interessantes. Sim eu sei que eu era bem tímida, com o teu eu fui perdendo o excesso de timidez e isso tem muito a ver com essas histórias da época do ensino médio. Como eu consegui essa proeza? Vocês vão descobrir com o tempo haha. Me desculpem se ficou muito grande e cansativo! Até a próxima!