DANIEL
O diretor Cheng e os outros membros da banca examinadora entraram em fila na sala, cumprimentando-me amigavelmente e tomando seus assentos. Chequei minhas anotações, chequei pela terceira vez a conexão entre meu laptop e o projetor, e esperei pelos últimos retardatários que entravam na sala de conferência. As pessoas enchiam copos de água gelada. Colegas conversavam em voz baixa. Algumas risadas ecoavam em meio ao silêncio.
Colegas.
Nunca me senti tão isolado. O sr. Julian nem se incomodou em aparecer para dar apoio à minha apresentação. Grande surpresa.
A sala parecia uma outra sala de conferência, em um prédio que ficava a dezessete quarteirões dali. Eu estive do lado de fora da Ryan Media Tower mais cedo naquela manhã, silenciosamente agradecendo a todos lá dentro por me transformarem no homem que sou. E então comecei a andar, contando os quarteirões e tentando ignorar a dor em meu peito, sabendo que Bennett não estaria comigo hoje, calado, ajeitando as abotoaduras, olhos penetrando a calmaria em meu exterior.
Eu estava com saudade do meu projeto. Estava com saudade dos meus colegas de trabalho. Estava com saudade dos padrões exigentes e impiedosos do Bennett. Mas, principalmente, estava com saudade do homem que ele se tornou para mim. Eu odiava sentir que tinha de escolher entre um Bennett e outro e, no fim, não ficar com nenhum.
Uma assistente bateu na porta e colocou a cabeça para dentro. Ela disse para o sr. Cheng:
– Tenho alguns papéis para o Daniel assinar primeiro. Voltaremos num segundo.
Sem questionar, eu a segui para fora da sala, balançando minhas mãos para acalmar os nervos. Você consegue fazer isso, Daniel. Vinte míseros slides detalhando uma campanha de marketing medíocre para uma empresa local de comida de cachorro. Moleza.
Eu só teria de passar por isso e depois poderia dar o fora de Chicago e começar de novo em algum lugar longe dali. Pela primeira vez desde que me mudei, Chicago estava me parecendo um lugar completamente estranho. Mesmo assim, eu ainda esperava que a ideia de ir embora fosse a decisão certa. Em vez de parar na mesa da assistente, nós andamos pelo corredor até outra sala de conferência. Ela abriu a porta e fez um gesto para que eu entrasse na frente. Mas quando entrei, em vez de me seguir, ela fechou a porta atrás de mim, deixando- me sozinho.
Ou nem tanto.
Ela me deixou com Bennett.
Senti meu estômago se evaporar e meu peito afundar em um espaço vazio. Ele estava de pé junto a uma parede com janelas do chão ao teto, do outro lado da sala, vestindo um terno azul-marinho e a gravata roxa que eu dei a ele no Natal. Estava segurando uma pasta grossa e seus olhos pareciam sombrios e enigmáticos.
– Oi – sua voz falhou naquela única sílaba.
Engoli em seco, desviando os olhos e implorando para minhas emoções continuarem reprimidas. Ficar longe de Bennett vinha sendo um inferno. Muitas vezes ao dia, eu fantasiava sobre voltar para a Ryan Media, ou vê-lo entrando no meu novo cubículo, ou encontrá-lo à minha porta com uma sacola da Armani pendurada em seu longo e provocante dedo.
Mas eu não esperava encontrar ele ali, e, depois de tanto tempo sem vê-lo, mesmo aquela mísera sílaba quase me quebrou. Eu sentia falta de sua voz, de seu sorriso malicioso, de seus lábios e suas mãos. Sentia falta da maneira como ele me observava, da maneira como ele esperava por mim, da maneira como eu podia sentir que ele estava apaixonado por mim.
Bennett estava ali. E parecia estar muito mal.
Ele emagreceu e, embora estivesse bem vestido e com a barba feita, suas roupas pareciam frouxas. Parecia que não dormia há semanas. Eu sabia como era isso. Havia círculos negros debaixo de seus olhos e nem sinal do sorriso característico. No lugar, havia uma boca fixa numa linha reta. O fogo que eu achava fazer parte de sua expressão tinha simplesmente se extinguido.
– O que você está fazendo aqui?
Ele levantou a mão e passou pelos cabelos, arruinando completamente o penteado patético que tentou fazer para a ocasião. Meu coração bateu mais forte com a visão dos fios bagunçados que eram tão familiares.
– Estou aqui para dizer que você é um idiota por deixar a Ryan Media.
Meu queixo caiu com o tom de sua voz e uma familiar onda de adrenalina aqueceu minhas veias.
– Fui uma idiota sobre muitas coisas. Obrigada por vir. Foi um encontro muito divertido – eu me virei para ir embora.
– Espere – ele disse, com a voz grave e exigente. Senti velhos instintos e parei, virando novamente. Ele se aproximou um pouco. – Nós dois fomos idiotas, Dan.
– Nisso nós concordamos. Você está certo em dizer que trabalhou duro para me ensinar. Aprendi a ser uma idiota com o maior idiota de todos. Se aprendi algo de bom, foi seu pai quem ensinou.
Essa última frase parece que acertou onde doía – ele estremeceu e deu um passo para trás. Eu senti um milhão de emoções nos últimos meses: muita raiva, um pouco de arrependimento, culpa frequente e até um pouco de orgulho presunçoso, mas percebi que o que disse não era justo e imediatamente me arrependi. Ele tinha me ensinado muita coisa, mesmo que às vezes involuntariamente, e por causa disso eu tinha uma dívida com ele. Mas de pé ali naquela grande sala, com o silêncio crescendo e nos envolvendo como uma praga, eu percebi algo que ignorei completamente até então: foi ele quem me deu a chance de trabalhar nos projetos mais importantes. Foi ele quem me levou para todas as reuniões. Foi ele quem me fez escrever os relatórios essenciais, fazer os telefonemas difíceis e organizar a entrega dos documentos mais sensíveis.
Ele agiu como meu mentor – e isso importava muito para ele.
Engoli em seco.
– Eu não quis dizer isso.
– Eu sei. Posso ver em seu rosto – ele passou a mão na boca. – Mas isso é verdade, em parte. Eu não mereço crédito por você ser tão bom no que faz. Acho que gostaria de ter um pouco de crédito mesmo assim, já que sou um egocêntrico. Mas também porque acho você realmente inspirador.
O nó na minha garganta começou a se espalhar, impedindo minha habilidade de respirar e pressionando meu estômago. Alcancei uma cadeira próxima e repeti:
– Por que você está aqui, Bennett?
– Porque se você estragar essa apresentação, vou pessoalmente garantir que nunca trabalhe para uma grande empresa novamente.
Isso não era o que eu esperava ouvir e minha raiva voltou com toda a força.
– Eu não vou estragar isso, seu cretino. Estou preparado.
– Não é sobre essa apresentação que estou falando. Eu tenho seus slides e o material da Papadakis aqui – ele mostrou um pen-drive e uma pasta. – E, se você não fizer uma ótima apresentação para a banca, eu vou acabar com você.
Não havia sorriso malicioso, nem jogo de palavras. Mas, por trás de sua ameaça, algo mais começou a ecoar. Nós. Isso era nós.
– Isso que você trouxe não é meu – fiz um gesto para o pen-drive. – Eu não preparei os slides da Papadakis. Saí da empresa antes de deixá-los em ordem.
Ele balançou a cabeça como se eu fosse completamente idiota.
– Os contratos foram preparados para serem assinados quando você pediu demissão. Eu preparei esses slides usando todo o seu trabalho. É isso que você vai apresentar hoje, não uma campanha qualquer para uma droga de comida de cachorro.
Foi humilhante ele jogar aquilo na minha cara, então dei alguns passos para frente.
– Vá se ferrar, Bennett. Trabalhei duro para você e trabalhei duro para o Julian. Vou trabalhar duro em qualquer empresa, seja vendendo comida de cachorro ou organizando campanhas milionárias. Você não vai chegar aqui pensando que pode me dizer como cuidar da minha carreira. Você não me controla.
Ele se aproximou.
– Eu não quero controlar você.
– Mentira.
– Quero ajudar você.
– Não preciso da sua ajuda.
– Sim, Dan, você precisa. Aceite. Aqui está o seu trabalho – ele estava próximo o bastante para me tocar. Então deu mais um passo à frente. Perto o bastante para eu sentir o calor de seu corpo e o perfume combinado de sua pele e de seu sabonete de ervas. – Por favor. Você mereceu isso. E vai impressionar a banca muito mais.
Um mês atrás, eu queria apresentar aquela conta mais do que qualquer coisa. Aquilo fez parte da minha vida durante meses. Era minha. Comecei a sentir lágrimas se formando no canto dos meus olhos.
– Eu não quero ficar atrelado a você.
– Isto não é um favor. Estou apenas retribuindo. Estou admitindo que estraguei tudo. Estou dizendo que você tem uma das melhores mentes para os negócios que já conheci – seus olhos relaxaram e sua mão arrumou um cacho do meu cabelo. – Você não vai ficar atrelado a mim. A não ser que queira isso... de um modo completamente diferente.
– Acho que nunca poderia trabalhar para você novamente – eu disse, forçando as palavras através do nó em minha garganta. Eu estava usando todas as minhas forças para não esticar o braço e tocá-lo.
– Não foi isso que eu quis dizer. Estou dizendo que estraguei tudo como seu chefe – ele engoliu nervosamente e respirou fundo. – E realmente estraguei tudo como amante. Preciso que você aceite estes slides. E preciso que me aceite de volta.
Encarei seu rosto.
– Preciso voltar para a sala de conferência.
– Não, não precisa. Eles estão ocupados – Bennett olhou no relógio. – Cerca de um minuto atrás, eu pedi para o Henry ligar para o Cheng com alguma distração para me dar tempo de te dizer duas coisas: primeiro, que você é um idiota, e segundo, que eu quero outra chance com você.
Um sorriso começou a se abrir no meu rosto e tive de morder os lábios para evitar mostrar minha surpresa. Os olhos de Bennett queimavam vitoriosos.
– Eu agradeço pelo que você está fazendo – eu disse com cuidado. – Trabalhei muito nessa conta e realmente sinto como se fosse minha. Se você não se importa, eu gostaria que a banca examinadora visse os detalhes da Papadakis que você trouxe. Mas, mesmo assim, vou apresentar a conta da Sanders.
Ele considerou minha proposta, com os olhos passando por meu rosto. Um músculo de seu queixo tremeu, um sinal claro de impaciência.
Idiota...Imbecil...Cretino, meu cretino!.
– Certo. Apresente para mim agora. Tente me convencer que você não está cometendo suicídio.
Endireitando meu corpo, eu disse:
– A campanha é baseada no programa Top Chef . Mas cada episódio, ou anúncio, irá mostrar um ingrediente diferente e terá um desafio para criar um prato de alta gastronomia para animais de estimação.
Os olhos de Bennett ficaram estreitos, mas ele sorriu com sinceridade.
– É uma ideia inteligente, Dan.
Fiquei orgulhoso com sua honestidade e saboreei o momento.
– Nem tanto. Essa é a piada. Os ingredientes da Sanders são básicos: boa carne. Grãos simples. Os cachorros não se importam se a comida é chique. Eles querem carne. Com osso. Que seja gostosa. Meu pai dava ração gourmet todos os dias para seus cachorros, com arroz integral e erva de trigo. Não estou brincando. E, no aniversário deles, ele dava de presente um osso barato cheio de carne. É o dono que se importa com a comida ser gourmet. Não os cachorros.
O sorriso dele aumentou.
– É uma forma de tirar sarro de nós mesmos por mimar nossos animais e incentivar aquele nosso lado que os trata como parte da família. A Sanders é uma ração com gosto de osso cheio de carne, que você pode usar para paparicar seu cachorro todos os dias. Os “juízes” vão sempre escolher a receita da Sanders.
– Você conseguiu.
– Fazer uma campanha? Esse era o objetivo.
– Sim, mas isso eu sabia que você conseguiria fazer. Quero dizer a maneira como você a apresentou para mim. Você me convenceu.
Eu ri, reconhecendo um elogio do Bennett quando via um.
– Obrigada.
– Me aceite de volta, Dan. Diga agora mesmo que você vai me aceitar.
Soltei uma risada mais alta e esfreguei as mãos no rosto.
– Sempre um chefe tão cretino.
– Você vai fingir que não sente minha falta? Você também parece acabado, sabia? A Julia me ligou na noite passada, enquanto eu organizava os slides...
Meu queixo caiu.
– A Julia ligou para você?
– ... e me disse que você estava na pior e que eu precisava me recompor e ir atrás de você. Eu disse que já estava fazendo isso. Eu faria isso de qualquer maneira, mas a ligação dela facilitou que eu viesse aqui para implorar.
– Você não sabe como implorar por nada – eu disse, sorrindo abertamente desta vez. Bennett lambeu os lábios, baixando os olhos para a minha boca.
– Provavelmente não. Quer me ensinar?
– Você pode tentar. Quero ver você se ajoelhar.
– Com todo respeito, vou ter que pedir para você se foder, sr. Bennitiz.
– Apenas se você implorar.
Seus olhos se arregalaram e, antes que ele pudesse dizer alguma coisa, peguei a pasta da Papadakis de sua mão e fui embora.
Entrei na sala de conferência com Bennett logo atrás de mim. O burburinho cessou imediatamente. Entreguei a pasta para o diretor Cheng e ele folheou os documentos da Papadakis. Então, sorriu.
– Como você conseguiu terminar dois projetos?
Balbuciei algumas sílabas, completamente despreparado para aquela pergunta.
– Ele é eficiente – disse Bennett, andando ao meu redor e tomando um assento na mesa. – Quando terminamos a conta da Papadakis, nós sugerimos que ele aceitasse um curto estágio em outra empresa até terminar seu MBA. Afinal de contas, esperamos que ele continue na Ryan Media no futuro imediato.
Quase não consegui esconder minha surpresa. Que diabos ele está falando?
– Fantástico! – disse um homem velho do outro lado da mesa. – Trabalhando com a Papadakis?
Bennett assentiu.
– Sim, junto com meu pai. Ele precisa de alguém para administrar essa conta. O Daniel é a escolha mais óbvia, se ele aceitar.
Tive de engolir milhares de reações diferentes. A primeira foi irritação, por ele trazer isso à tona na frente da banca examinadora. Mas no meio disso também havia gratidão, excitação, orgulho. Bennett teria muito a ouvir depois de tudo isso.
– Bom, então vamos começar – disse Cheng, encostando-se na cadeira.
Peguei meu apontador laser e andei até a frente da sala, sentindo como se o chão fosse feito de gelatina. Sentado perto da mesa dos diretores, Bennett limpou sua garganta, chamando minha atenção. Eu teria de perguntar sobre isso depois. Pois eu tinha quase certeza que, um pouco antes de eu começar a falar, ele mexeu os lábios dizendo “eu te amo”.
Cretino sorrateiro dos infernos!.
Eles disseram que minha apresentação era digna de entrar no folheto, no site e no boletim informativo da empresa. Pediram que eu assinasse alguns papéis, posasse para fotos e apertasse muitas mãos. Até me ofereceram um emprego na JT Miller.
– Ele já tem emprego – disse Bennett, puxando-me para o lado. Ele me encarou, sem voz, enquanto todos finalmente saíam da sala.
– Então, sobre isso... – eu disse, tentando parecer irritado. Eu ainda estava nas alturas por causa da apresentação, da discussão, do dia inteiro. Ter Bennett próximo o bastante para beijá-lo também não era nada mal.
– Por favor, não diga não. Eu meio que estraguei a surpresa do meu pai. Ele vai te ligar hoje à noite.
– Ele vai mesmo me oferecer o trabalho?
– Você vai aceitar?
Dei de ombros, sentindo que era hora de jogar um pouco de charme.
– Quem sabe? Agora eu quero apenas celebrar.
– Você foi fantástico hoje – ele se inclinou e beijou meu rosto.
– Obrigada. Foi o máximo de diversão que tive em semanas.
– E os documentos que eu arrumei estavam bons também, não é?
Eu revirei os olhos.
– Sim, mas você cometeu um erro crucial.
Seu rosto se fechou.
– O quê?
– Você admitiu que sabe usar o PowerPoint.
Com uma risada, ele tirou meu laptop das minhas mãos e o colocou na cadeira atrás dele, aproximando-se com um sorriso sombrio.
– Eu costumava fazer slides para o meu chefe. Já fui estagiário também, sabe.
Minha pele se arrepiou toda.
– Seu chefe gritava com você?
– Às vezes – ele correu um dedo ao longo do meu braço.
– Criticava a sua caligrafia?
– Constantemente – ele se inclinou e beijou o canto da minha boca.
– O seu chefe beijava você?
– Meu pai gostava mais de apertar a mão, sabe.
Eu ri, deslizando as mãos dentro de seu terno para poder abraçá-lo por inteiro.
– Bom, eu não sou mais seu estagiário.
– Não, você é meu colega de trabalho.
Eu gemi, adorando o som daquela palavra.
– E meu namorado?
– Sim – minha voz tremeu ao dizer essa única sílaba, e de repente entendi completamente a expressão “se afogar em alívio”. Eu tinha certeza que Bennett podia sentir meu coração batendo loucamente contra seu peito. Ele mordeu minha orelha.
– Vou ter que arrumar novas desculpas para te levar até a sala de conferência e transar com você contra a janela.
Um calor percorreu minhas veias, esquentando meu sangue.
– Mas não precisa de desculpas para me levar para sua casa.
Bennett beijou meu rosto e pressionou um único beijo macio em meus lábios.
– Dan?
– Sim, Benn?
– Este flerte que fazemos é muito bom e tal, mas estou falando sério quando digo que você não pode me deixar de novo. Isso quase acabou comigo.
Meu peito pareceu expulsar todo o ar dos meus pulmões com aquele pensamento.
– Acho que eu não conseguiria. Também não quero mais ficar longe de você.
– Mas você precisa me dar uma chance para consertar as coisas que eu estraguei. Você sabe, às vezes eu sou um idiota.
– Às vezes?
Ele sussurrou, quase rugindo:
– E gosto de rasgar cuecas.
Tirei uma mecha de cabelo de sua testa.
– E de guardar depois. Não se esqueça desse hábito esquisito de guardar as cuecas depois.
– Mas eu te amo – ele disse, encarando-me com olhos arregalados. – E praticamente virei amigo dos vendedores da Armani. Passei muito tempo na loja choramingando enquanto você estava longe. E também tenho certeza de que sou a melhor transa que você já teve. Então, espero que tudo isso compense meu lado idiota.
– Feito – eu o puxei para mais perto. – Venha aqui – deslizei minha boca contra a dele, mordendo seu lábio. Agarrando as lapelas do seu terno, eu o virei e o pressionei contra a janela, ficando na ponta dos pés para me aproximar ainda mais, o máximo possível.
– Já está se tornando mais exigente agora que é um profissional?
– Cala a boca e me beija – eu ri em sua boca.
– Sim, chefe.