"Irresistivelmente Cretino" 5

Um conto erótico de Bennett Ryan
Categoria: Homossexual
Contém 3410 palavras
Data: 22/04/2017 04:54:46

DANIEL

– E você tem certeza de que vamos conseguir as assinaturas a tempo? – perguntei para minha assistente, que checou seu relógio e escreveu alguma coisa em seu bloco de notas.

– Sim. Aaron está vindo agora mesmo. Elas estarão aqui até o meio-dia.

– Ótimo – eu disse, fechando e devolvendo os arquivos. – Vamos dar uma última olhada antes da reunião e, se tudo der certo…

A porta da recepção se abriu e Bennett entrou com um olhar muito determinado. Minha assistente soltou uma exclamação aterrorizada e eu fiz um gesto dispensando-a. Ela praticamente saiu correndo. As longas pernas de Bennett o carregaram através da sala em poucos passos. Ele parou em frente à minha mesa e jogou dois envelopes brancos em cima de uma pilha de relatórios de marketing. Olhei para os envelopes e depois para o seu rosto.

– Algo aqui parece muito familiar – eu disse. – Quem de nós vai escancarar a porta e correr escada abaixo? Ele revirou os olhos.

– Apenas abra.

– Bom dia para você também, sr. Ryan.

– Daniel, não seja mal-humorado.

– Por quê? Só você tem esse direito?

Seu olhar ficou mais suave e ele se inclinou na mesa para me beijar. Na noite anterior ele voltou tarde pra casa, e eu já estava dormindo fazia tempo. Acordei com o som do despertador e encontrei seu corpo quente e nu junto ao meu. Eu merecia algum tipo de medalha por ter conseguido sair daquela cama.

– Bom dia, sr. Bennitiz – ele disse suavemente. – Agora, abra os malditos envelopes.

– Se você insiste. Mas não diga que eu não avisei. Geralmente, quando você joga algo na minha mesa, as coisas nunca ficam bem. Bom, pelo menos não para mim. Talvez você possa corrigir isso…

– Dan!!.

– Tá bom, tá bom – abri o envelope que tinha meu nome e puxei um papel. – É uma passagem de avião. Chicago para França – olhei em seu rosto. – A empresa vai me enviar para algum lugar?

Bennett parecia brilhar e, francamente, ele ficava tão bonito assim que fiquei aliviado por estar sentado.

– França. Marselha, para ser exato. A outra passagem também está aí.

Passagens aéreas, um envelope para cada um de nós. Saída marcada para sexta-feira. Estávamos na terça.

– Eu… não estou entendendo. Nós vamos para a França? Isso tem alguma coisa a ver com a noite passada? Nós temos uma vida ocupada, Bennett. Esse tipo de coisa sempre vai acontecer. Eu juro que não fiquei com raiva.

Ele circulou a mesa e se ajoelhou na minha frente.

– Não. Não tem nada a ver com a noite passada. Tem a ver com muitas noites. Tem a ver com colocar em primeiro lugar aquilo que importa. E isto – ele disse, apontando para nós dois –, isto é o que importa. Nós mal nos vemos nos últimos tempos, Daniel, e isso não vai mudar quando chegarmos em Nova York. Eu te amo. Eu sinto falta de você.

– Também sinto sua falta. Mas… estou um pouco surpreso. A França é… realmente longe, e ainda temos tanta coisa para fazer e…

– Não é só a França. Vamos para uma casa particular, uma casa de campo. Pertence a um amigo meu, o Max, aquele que fez faculdade comigo, lembra? É uma casa linda, grande e vazia – ele acrescentou. – Com uma cama gigante, várias camas. Uma piscina. Podemos cozinhar e andar pelados, e nem precisamos atender ao telefone se não quisermos. Vamos lá, Dan.

– Adorei essa parte de cozinhar-e-andar-pelados – eu disse. – Pois é com esse argumento que você me convenceria de vez.

Ele se aproximou, claramente percebendo que minha resistência se dissolvia.

– Eu me orgulho de sempre conhecer meu oponente, Daniel Bennitiz. Então, o que você diz? Vamos? Por favor?

– Meu Deus, Ben. São dez horas da manhã e você está me matando com esse sonho distante.

– Eu até pensei em drogar você e te carregar daqui em cima do meu ombro, mas seria difícil passar pela alfândega desse jeito.

Respirei fundo e olhei mais uma vez para as passagens.

– Certo, então nós vamos no dia nove e voltamos… Espera aí, isso aqui está certo?

Ele seguiu meu olhar.

– O quê?

– Três semanas? Eu não posso simplesmente jogar tudo para o alto e viajar para a França por três semanas, Bennett!

Ele se levantou, confuso.

– Por quê? Eu consegui arrumar tudo e…

– Você está falando sério? Nossa mudança é daqui a um mês. Um mês! E ainda nem escolhemos um apartamento! E tem o meu melhor amigo, que na semana passada foi traído pelo maior estúpido do mundo. E não vamos esquecer do pequeno detalhe chamado meu trabalho. Tenho reuniões e um departamento inteiro para contratar e enviar para Nova York!

Sua expressão murchou completamente; com certeza essa não era a reação que ele estava esperando. O sol aparecia atrás dele e quando virou a cabeça, inclinando-a levemente para o lado, suas sobrancelhas e os contornos do rosto foram iluminados, formando uma bela silhueta. Droga. Um sentimento de culpa cresceu em meu peito como um balão.

– Merda. Desculpa – eu me encostei nele e deitei a cabeça em seu ombro. – Eu não queria dizer essas coisas desse jeito.

Seus braços fortes me envolveram e senti ele suspirar.

– Eu sei.

Bennett tomou minha mão e me conduziu até a pequena mesa no canto da sala. Ele fez um gesto para eu me sentar e sentou em outra cadeira.

– Vamos negociar? – disse, com um olhar desafiador que eu não via desde que ele entrou na minha sala. Negociar era algo que eu poderia fazer. Ele se inclinou para frente, com as mãos juntas e os cotovelos na mesa. – A mudança – ele começou. – Admito que é algo grande. Mas nós temos nossa agente imobiliária para nos ajudar. Eu visitei as três melhores opções. Você só precisa decidir se quer vê-las também ou se confia em mim para essa escolha. É só deixar a agente cuidar do resto, e podemos pagar para que nossas coisas sejam empacotadas e enviadas – ele ergueu uma sobrancelha esperando minha reação e eu fiz um gesto para ele continuar. – Eu sei o quanto você se importa com o Sam. Converse com ele; descubra como ele está lidando com tudo isso. Você disse que nem sabia se ele iria terminar com ele, não é?

– Sim.

– Então nós cuidamos disso quando chegar a hora certa. E quanto ao seu trabalho… Estou muito orgulhoso de você, Daniel. Sei como você trabalha duro e o quanto você é importante. Mas nunca teremos uma oportunidade perfeita. Sempre estaremos ocupados, sempre haverá pessoas querendo nossa atenção e sempre haverá coisas que parecem não poder esperar. Para você, vai ser um bom exercício para delegar as coisas. Eu te amo, mas você é péssimo quando se trata de dividir responsabilidades. E tudo vai ficar ainda mais agitado depois da mudança. Quando será a próxima vez que teremos uma chance? Eu quero ficar com você. Quero falar em francês com você e fazer você gozar numa cama na França onde ninguém vai aparecer no fim de semana ou nos ligar por causa do trabalho.

– Está ficando cada vez mais difícil ser o adulto responsável por aqui – eu disse.

– Ser responsável nem é tão importante assim.

Senti meu queixo cair e não pude fazer nada além de olhar para ele com cara de bobo. Eu estava quase perguntando quem era essa pessoa gentil e o que tinha feito com meu namorado, quando ouvi alguém batendo na porta. Tirei os olhos de um namorado muito agradável e vi uma estagiária aterrorizada entrar na minha sala, olhando aterrorizada para Bennett. Com certeza ela perdeu no palitinho para ver quem iria chamar o Cretino.

– Humm… Com licença, sr. Bennitiz – ela gaguejou, com o olhar grudado em mim. – Eles estão esperando pelo sr. Ryan na sala de conferência do 12o…

– Obrigada – eu respondi. Ela saiu e eu me virei para Bennett.

– Discutimos isso mais tarde? – ele perguntou baixinho enquanto se levantava. Eu concordei, ainda um pouco desconcertado por sua mudança de atitude.

– Obrigada – eu disse, vagamente mostrando as passagens, mas querendo dizer muito mais. Ele beijou minha testa.

– Até mais tarde.

Viagens… nunca realmente foram boas para Bennett e eu. San Diego foi perfeita enquanto ainda estávamos dentro de nossa pequena bolha. Então tentamos voltar ao mundo real e tudo começou a dar errado. De um jeito catastrófico. Depois disso, tentamos planejar uma viagem no Dia de Ação de Graças, mas acabamos cancelando por causa do trabalho. Tentamos novamente em dezembro; Bennett estava soterrado com trabalho de uma grande conta que seria lançada antes do Ano Novo, e nós dois tínhamos o lançamento da Papadakis no começo de janeiro. De algum jeito, eu consegui convencê-lo a prolongar o fim de semana do Natal e viajar comigo. Para conhecer meu pai. Bennett a princípio não queria – ele estava nos últimos estágios daquela campanha enorme e tinha também que ficar com a própria família. E eu passei a maior parte do ano passado reclamando para o meu pai sobre como o meu chefe era um idiota egocêntrico, apenas para depois admitir que estava transando com esse chefe. A viagem tinha todos os ingredientes de um desastre. Bennett permaneceu quieto na maior parte do voo, eu soube que algo estava errado porque ele não sugeriu uma transa no banheiro do avião.

– Você está respeitoso demais, Ben. O que está acontecendo? – eu perguntei, depois de pousarmos, enquanto nos dirigíamos para a locadora de carros.

– O que você quer dizer?

– Bom, nas últimas três horas você não fez nenhum comentário inapropriado sobre mim falando de cavalgar, chupar, lamber, tocar, agarrar etc., nem disse nada elogioso sobre seu pau. Está tão quieto que eu praticamente posso ouvir seus pensamentos e, francamente, estou um pouco preocupado.

Ele esticou o braço e deu um tapa na minha bunda.

– Melhorou? E, a propósito, essa calça marca perfeitamente o seu pau.

– Converse comigo.

– Estou indo conhecer o seu pai – ele disse, arrumando o colarinho.

– E…?

– E ele sabe o idiota que eu fui – limpei minha garganta e ele olhou para mim. – Posso ser.

– “Pode”?

– Daniel!!.

– Isso faz parte do seu charme que todo mundo conhece – eu disse, piscando meu olhos rapidamente para ele. – Desde quando você pede desculpas por causa disso?

Ele suspirou.

– Desde que concordei em conhecer seu pai. E, se ele possui um calendário, já sabe que eu estava dormindo com você enquanto trabalhávamos juntos.

– Eu também tive que encarar sua família depois disso tudo. Tenho certeza de que Mina contou para Henry sobre o Incidente do Banheiro e se o Henry sabe, então o Elliott sabe. E se o Elliott sabe… oh, meu Deus, sua mãe sabe que transamos no banheiro favorito dela… enquanto o Joel estava lá para me conhecer! Que vergonha meu deus, sua mãe me acha um pervertido – bati a palma da mão na minha testa.

– Pois é! Acontece que a minha família adora você de qualquer jeito, já a situação aqui é um pouco diferente.

Chegamos na porta da locadora de carros e eu tomei sua mão, fazendo-o parar.

– Olha, meu pai conhece o filho que tem. Ele sabe que eu posso ser um pouco difícil às vezes…

– Há!

Agora foi a minha vez de encarar seu rosto.

– E ele sabe que eu sempre revido à altura. Você não tem por que se preocupar.

Ele suspirou novamente e se aproximou para encostar sua testa na minha.

– Se você acha mesmo…

No meio da neve, meu pai soltou um assovio enquanto circulava a Mercedes-Benz preta que estacionamos na frente de sua casa.

– Sempre achei que existe apenas uma razão para um homem andar por aí dirigindo um carro desses: compensar algo. Você não concorda, Benson?

– E Bennett – ele corrigiu com a voz baixa, antes de sorrir nervosamente para mim.

– É Natal, pai. Todos os carros quatro por quatro já foram alugados.

As coisas não melhoraram durante o jantar. Enquanto estávamos sentados à mesa, meu pai encarava Bennett como se tentasse reconhecer um rosto que tinha visto na televisão.

– Bennett, humm? – ele disse, lançando-lhe um olhar cético por cima de sua taça de vinho. – Que tipo de nome é esse?

Eu resmunguei:

– Pai.

– Minha mãe era fã de Jane Austen, senhor. O nome do meio do meu irmão é Willoughby, então acho que até que me saí bem dessa.

O rosto do meu pai permaneceu sério.

– Você tem nome de personagem de um romance? Acho que isso explica algumas coisas.

– O seu primeiro nome, Frederick – Bennett disse, com um pequeno sorriso – é um bom nome, se me permite dizer. Frederick Wentworth é um dos protagonistas de Persuasão, um homem que trabalha duro. Minha mãe me fez ler todos os romances da Jane Austen quando eu estava no colégio, e eu geralmente obedeço minha mãe – ele provou o jantar, mastigou e engoliu, antes de dizer: – Os conselhos dela também incluíam namorar o seu filho.

– Humm. Bom, tenha cuidado com ele – meu pai disse, encarando Bennett do outro lado da mesa. – O namorado do meu assistente é da máfia, e eu duvido que alguém sentiria a sua falta.

– Pai!

Meu pai olhou para mim, com olhos arregalados e inocentes.

– O quê?

– O namorado do Mark não é da máfia.

– É claro que é. Ele é italiano.

– Isso não quer dizer nada!

– Confie em mim. Eu o conheci. Ele anda num carro preto com janelas escuras. Mark o chamou de Fat Don na festa do escritório.

– O nome dele é Glen, pai, e ele está estudando para se tornar um contador. Ele não é da máfia.

– Não entendo por que você tem que discutir comigo o tempo todo, Daniel. Só Deus sabe de quem você puxou isso.

Nesse momento, Bennett começou a rir tanto que precisou pedir licença e sair da mesa.

Mais tarde, após conquistar meu pai deixando-o ganhar no Banco Imobiliário – como alguém acreditaria que Bennett Ryan perdeu um jogo envolvendo dinheiro é algo que eu nunca vou saber –, Bennett saiu do quarto de hóspedes e se esgueirou para minha cama.

– Você vai fazer ele nos pegar – eu disse, ao mesmo tempo em que subia nele.

– Não se você não fizer barulho.

– Humm. Nem sei quantas vezes meu pai me pegou tentando sair de casa à noite quando eu estava no colégio, e eu sempre fui silencioso.

– Podemos parar de falar do seu pai agora? Isso está tirando minha atenção do quanto vai ser sexy transar com você na sua cama da época do colégio. E, meu Deus, Dan. Essa cueca e linda – ele disse, agarrando o tecido e puxando. Com força.

– Ah, meu Deus! – eu sussurrei, querendo gritar. – Era uma cueca novinha e…

– Você adorou – ele completou, sorrindo. – Estou só fazendo minha parte da tradição.

Eu queria discutir, mas: 1) ele estava certo e 2) fiquei distraído quando ele deslizou o tecido rasgado para o lado e enfiou um dedo lambuzado com lubrificante dentro de mim. Ele tomou minha cintura com a outra mão, encorajando-me a cavalgar nele.

– Isso, desse jeito – ele disse, com os lábios separados e os olhos voltados para o meio das minhas pernas, onde seu pau entrava no meu anel.

– Merda… tire a camisa.

Já esquecendo da cueca rasgada, eu obedeci, tirando minha camiseta e jogando-a para trás. Ele deslizou outro dedo e eu acelerei meus movimentos, fazendo a cama chiar levemente. Bennett se sentou, sussurrando um “Shh” contra minha boca.

– Sente um pouco.

Eu me apoiei num joelho e fiquei olhando enquanto ele descia seu pijama pela cintura.

– Nós vamos mesmo fazer isso aqui? – eu sussurrei.

A cama era pequena demais, o quarto estava quente e silencioso demais… e meu pai estava no quarto ao lado. Seria estúpido e inconveniente, mas não havia nada nesse mundo que eu quisesse mais do que isso. Acendi o pequeno abajur para poder enxergá-lo melhor. Seus lábios estavam inchados, o cabelo bagunçado e seu sorriso parecia ridiculamente malicioso quando disse:

– Eu te amo, porra, seu garoto safado. Você quer que eu fique olhando?

– Sim.

– Comece a se masturbar – ele ordenou.

Eu obedeci, devagar demais para chegar a algum lugar, mas com a velocidade perfeita para fazer seus olhos se arregalarem antes de ele se esticar para me beijar. Ele murmurou alguma coisa em meus lábios, com a língua se movendo preguiçosamente contra a minha. Ele soltava pequenos sons e passava as mãos por todo meu corpo. Seu pau deslizou sobre meu anel antes de entrar vagarosamente em mim. Tudo se tornou um borrão depois disso, com a sensação de estar preenchido por inteiro, sentindo sua respiração quente e sua pele ainda mais quente. Bennett chupou meu mamilo, raspando os dentes em mim enquanto eu me movia sobre ele. Eu estava tão alheio a tudo que nem percebi o familiar ranger da porta do quarto.

– Oh, pelo amor de Deus! – meu pai gritou, e de repente pernas e braços e lençóis esvoaçaram para todo lado tentando nos cobrir.

Ouvi os passos do meu pai enquanto ele se afastava do quarto pelo corredor, resmungando algo sobre seu pequeno garotinho e sexo debaixo de seu teto e sinais de um ataque do coração. Digamos apenas que Bennett e eu nunca fomos tão gratos por nada nesse mundo quando o chefe do meu pai chamou ele para dar um treinamento na manhã seguinte e que apenas meu pai poderia fazer. Meu pai já estava fora de casa quando acordamos, acho que até antes do sol raiar. Pois é, viagens nunca derem muito certo para nós dois.

Um sentimento de culpa me corroeu pelo resto da manhã. Eu não deveria ter rejeitado tão rapidamente a proposta de Bennett. Lá estava ele, tentando ser flexível, e lá estava eu, dizendo para ele pensar no trabalho. O que havia de errado comigo? Tentei encontrá-lo no meio das reuniões. Tentei encontrá-lo no almoço. O mais perto que cheguei foi quando cruzei com ele no corredor, acompanhado por um grupo de executivos que tagarelavam ao seu redor como tietes perseguindo uma celebridade.

– Preciso falar com você – eu disse, apenas mexendo os lábios.

– Bat-sinal? – eu acho que foi sua resposta. Concordei com a cabeça.

– Jantar? Ele assentiu, jogou um beijo para mim e foi embora, carregado pela manada em direção ao elevador.

– Como estão as coisas?

Sam deu de ombros, arrastando outra batata frita pelo ketchup antes de jogá-la na boca, mas definitivamente sem olhar para mim.

– As coisas estão bem.

Fiquei olhando para ele. As coisas sempre estavam “bem” com Sam.

– É sério! – ele insistiu, recostando-se na cadeira. – Tem tanta coisa sendo falada sobre isso tudo. Estou apenas tentando entender o que é verdade e o que não é.

– Parece um bom plano – eu disse.

– Eu o conheço há tanto tempo que fica difícil colocar tudo no lugar. Mas, honestamente, eu estou bem.

– Sam, perdoe minha intromissão, pois acho que tecnicamente isso não é da minha conta, mas isso que você falou é a maior besteira que eu já ouvi.

– Como é?

– Você me ouviu! Essa história do Andy é importante demais! Bennett quer viajar comigo para a França e, além das outras duzentas razões óbvias para eu não ir, no topo da lista está você!

– Como é? – ele repetiu, desta vez um pouco mais alto. – Bennett quer levar você para a França? Oh, meu Deus, isso é incrível! Mas, espera, o que você quer dizer com essa história de eu estar no topo de uma lista?

– Pois é, ele quer que a gente tire umas férias antes da loucura de Nova York realmente começar – eu disse, antes de amassar meu guardanapo e jogá-lo nele. – Mas eu não quero sumir de repente porque estou preocupado com você!

Sam riu, levantando-se e andando ao redor da mesa para me abraçar.

– Isso é a coisa mais fofa e mais idiota que alguém já disse por mim. Eu te amo, Dan.

– Mas eu estou de mudança – acrescentei, apertando mais forte. – As próximas semanas seriam nossos últimos dias juntos.

Ele se sentou na cadeira ao meu lado.

– Sou um garoto crescido e sempre posso pegar um avião até a sua cidade. Eu amei, amei saber que você queria ficar aqui e cuidar de mim. Mas… acho que Bennett está certo – ele disse, estremecendo um pouco. – Vocês precisam disso, e se conseguir arranjar tudo… bom, você deveria jogar umas roupas sexy na mala e arrastar aquele homem até a França.

Eu ri, me apoiando em seu ombro.

– Deus, isso complicaria tudo. Eu teria que encontrar alguém para fazer as entrevistas, participar de todas as minhas reuniões…

– Mas valeria a pena?

Sorri, lembrando de como Bennett parecera animado ao contar sobre a viagem, e como seu rosto murchara quando eu não mostrei o mesmo entusiasmo.

– Sim, valeria.

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Comentários

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O NOME DESSES DOIS É TRABALHO. PRA QUE TANTO TRABALHO, PRA QUE TANTO DINHEIRO SE NÃO PODEM VIVENCIAR SEU AMOR UM PELO OUTRO? LAMENTÁVEL.

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A sua história acabou como sempre, rápida demais... Queria que fosse um livro para que eu pudesse ler enlouquecidamente sem parar... Parabéns!!!

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