Obrigado aos que comentam e aos que gostaram. Reli hoje os que foram escritos e encontrei pequenos erros ocasionados pela pressa. Com certeza esse também terá. Então me desculpo adiantadamente.
Continuação;
James, Nice e Annie chegaram praticamente juntos na clareira onde ficava a cabana em que viviam. James contou sobre seu dia, sobre o riacho e em como sentiu a mensagem passada pelo riacho. Sim, alguns homens começavam a explorar mais adentro à mata. Sua tia prestava atenção aos detalhes. Contou-lhes também em como se sentia atraído de certa forma à presença deles e o quanto queria vê-los mais de perto. Annie sentiu um frio percorrer pelo corpo. - Tudo no seu tempo, no momento certo as coisas acontecerão. – Annie disse trocando olhares com Nice, lembrando-se bem da manhã que tiveram na gruta.
- James, hoje vamos fazer um ritual diferente – disse Annie. – Você já está com 16 anos e creio que ainda não tenha se revelado por inteiro, não ensinamos tudo que podíamos a você, tratando seus ensinamentos com certa morosidade, mas creio que chegará o dia em que precisará de todo conhecimento e isso inicia-se com o autoconhecimento, primeiro há de conhecer-te, depois conhecerás seus poderes. Sei que alguns já se revelaram instantaneamente a você, mas ainda há muito para se descobrir.
Annie falava e olhava de vez em quando por cima dos ombros a observar James sentado à mesa ouvindo com atenção, enquanto sua tia Nice também sentada bebericava algo fumegante numa tigela de barro feita à mão. A cada frase dita por Annie, ela olhava por cima dos ombros para certificar-se de que estava sendo clara, e que James a ouvia perfeitamente. Ele encarava bem os olhos de sua mãe e assentia com a cabeça.
Annie pegava uma ramo de erva aqui, um ali, tudo que havia pego durante e posterior sua saída da gruta com Nice. Algumas coisas ela buscava de seu estoque de ervas e ramos. Havia muito deles pendurados num dos cantos recostado ao fogão de lenha. – James, hoje em especial você não comerá, bebera essa poção que estou a finalizar, demorará tempo suficiente a fazer efeito até que o sol comece a se pôr, hoje louvaremos as batidas do coração, daremos início à sua jornada, - disse Annie colocando a poção num mesmo recipiente que Nice acabava de bebericar.
O liquido fumegante na frente de James tinha cheiro adocicado que lembrava romã. Levou o liquido aos lábios e sentiu um gosto amargo, mas o liquido descia com um calor reconfortante na garganta, fazendo a experiência ser no mínimo muito agradável, até porque, em tantos anos desde criança havia aprendido a tomar tudo que lhe davam, e nunca algo deixara de ser bom.
Nice se levantou e juntou-se a Annie enquanto James continuava a bebericar seu chá. As duas pegavam alguns chocalhos, algumas lamparinas pintadas à mão, esculpidas em osso em formatos diferentes, umas tomavam formas abstratas e outras se pareciam perfeitamente com formas de animais, uma chegava a lembrar uma coruja, com seus olhos vividamente representados idênticos á uma coruja real. Algumas lamparinas eram cor natural de osso outras era pintadas de cores sortidas, violeta, dourada, vermelha, verde e etc. Pegaram tambores feitos com couro perfeitamente esticados. Eles não caçavam, mas aproveitavam por vezes de animais deixados por seus próprios predadores naturais. Pele de animal e seus ossos e chifres tinham muitas utilidades. Annie juntou alguns chocalhos e seguiu para fora junto com Nice.
- Assim que acabar o chá, venha até nós – disse Nice para James ao sair da cabana.