E então os dias foram passando.
Ao longo daquelas duas semanas, diversos acontecimentos: treinos diários de como andar (e dançar) de salto - com as professoras Renata e Isadora, minha mãe; obtenção de furos nas orelhas ('imagina uma dama de honra com brincos de pressão', disse ultrajada Renata mediante esta minha sugestão); depilação de praticamente todo o meu corpo (exceção feita à região pubiana, que ficou com um para mim até então desconhecido 'bigodinho de Hitler), compra de minhas próteses mamárias ('meus peitos siliconados', comentei eu indignado à Renata assim que chegaram pelo correio), treinamento de voz, de andar e de gesticular femininamente ('não quero uma dama de honra ogra!', sentenciou a noiva), além da compra de minha lingerie especial (que foi devidamente experimentada na loja com a desculpa para a vendedora de que 'era pra uma prima minha, que tinha o corpo idêntico ao meu e que por isso eu experimentaria). Enfim, toda uma sorte de fatos e eventos que foram tornando aquele pesadelo que parecia tão distante ainda mais próximo.
E de repente veio o fatídico e temido sábado de casamento, para meu desespero e também alívio, finalmente havia chegado o grande dia. Fui acordado com a porta de meu quarto sendo escancarada, seguida de uma Renata que adentrou ao recinto cantarolando a marcha nupcional e entrando como se estivéssemos na Igreja:
- Tam-tam-tam-taaaam... tam-tam-tam-taaaammm... tam-tam-tam-taaammm...
- Ok, ok, já entendi, Renata, hoje é o dia do seu casamento! - interrompi, mal-humorado e mal conseguindo abrir os olhos
- Siiiiiiiiiiim, Lari! É hoje o dia!!!
Sim, ela passou os últimos dias de preparação me chamando o tempo todo como Larissa (ou Lari), jamais como Lucas, ou Luquinhas, como outrora. Segundo ela era pra eu ir entrando na personagem. Pensei em corrigir e dizer que meu nome não era aquele, mas que diabos, era o dia dela e eu definitivamente não teria o direito de estragá-lo. Então, engoli meu orgulho e com a voz mais doce e feminina que pude fazer, disse:
- Sim, amiiiiga!!! É hoje!!!
Renata me olhou espantada, com um sorriso contigo. Depois me olhou com ternura e me abraçou com entusiasmo, como que em agradecimento por eu finalmente ter deixado de lado minha má vontade e entrado de cabeça no seu projeto.
- Sim, Lari! Que dia tão feliz!!! Daqui a pouco teremos nosso dia de princesa: massagem, manicure, pedicure, cabelereiro, maquiagem... tudo o que temos direito para sairmos divas daquele salão.
Eu havia entrado na personagem, mas também seria exigir demais que eu, de pronto, demonstrasse o entusiasmo que ela gostaria (até porque estava não só horrorizado, mas bastante desgostoso de perder o meu sábado em um salão de beleza para sair de lá 'linda'), mas mesmo assim, ainda que interpretando mal, consegui balbuciar.
- Sim... não vejo a hora, amiga.
Não foi difícil para Renata perceber meu titubeio com a ideia, por isso ela me fitou com ternura os olhos e me disse com o olhar mais cândido que lhe era possível.
- Lucas... eu sei que vai ser complicado pra você, mas não ache que será o fim do mundo, porque não será. Tente se divertir e eu garanto que não será tão ruim como você imagina. Acredite.
- Mesmo? - disse eu, com olhar de criança prestes a chorar.
- Mesmo. Juro. Se você se soltar um pouco e pensar que essa é uma experiência única, inusitada e que jamais se repetirá, pode ter certeza de que vai dar pra ser bem bacana.
Ficamos alguns instantes nos olhando e em seguida nos abraçamos.
- Então partiu dia de diva, amiga!!! - falei, dessa vez mais confiante.
- Agora sim! Essa é minha dama de honra favorita!!!
Passado aquele instante 'amigas para sempre', Renata desceu para ligar para a outra dama de honra e combinar de nos encontrarmos lá. Antes de descer, Renata disse:
- Vai se arrrumando que te espero lá embaixo.
- Ok. - disse.
Assim que ela saiu, saltei da cama e abri meu armário. Quando ia pegar uma camiseta e uma bermuda que me dei conta: como que eu vou chegar neste salão para me preparar como dama de honra vestido como um menino? E percebi que, apesar de toda a programação que fizemos, esquecemos de arquitetar esta parte do projeto: como que eu iria até o salão para sofrer a metamorfose de beleza?
Desci então e encontrei Renata ao telefone. Assim que ela terminou, me olhou e disse:
- Vamos! Estamos atrasadas!
- Sim, Rê, é isso que vim falar com você. Como que eu vou entrar lá assim e sair de lá mulher?
- Puuuuutz... que lapso. hahahahaha... faltou pensarmos essa parte. Então, será que sua mãe não tem aí uma roupa que possa te emprestar?
- Olha, Rê, certamente ela tem roupas, mas não são roupas para a idade de uma 'moça' da minha idade - disse eu, frisando o 'moça' com ênfase na frase.
- Claro... bom, peraí, vou lá em casa pegar alguma coisa minha e já venho.
- Ok... mas não pega nada muito...
Renata saiu batendo a porta:
- Feminino... - completei.
Mal terminei a frase e ela em seguida retornou, correndo. Pensei que ela viria com um moleton do Mickey e uma bermudinha de lycra, mas é claro que não: tinha que ser um vestido.
- É para entrar na personagem desde já... - falou sorrindo amarelo, ao ver minha cara segurando em minha frente aquele vestido pretinho, curtíssimo, totalmente ousado.
- Então você quer sua dama de honra favorita chegando piriguéti no salão?
- Hey! Esse vestido é meu! E é lindo... é meio curto, mas... piriguéti é a vovozinha!
- Minha mãe não era piriguéti! Espero que esteja falando da mãe do pai do Lucas... - entrou minha mãe na sala, rindo, falando com o dedo em riste, de brincadeira, para Renata.
- hahahahaha... desculpe, tia. Modo de falar. É que seu filho, digo... sua filha tá com vergonhinha de chegar ao salão com esse vestido que estou emprestando pra ela.
- Mãe... sério... ela quer que eu use isso! - disse, colocando o vestido a minha frente, colado ao corpo, indignado.
- É, filha, é ousado... mas o que é bonito é pra ser mostrado e essas suas pernas depiladinhas não podem ficar escondidas.
Renata e ela então começaram a rir, o que obviamente me deixou furioso. Saí da sala e subi até meu quarto, batendo a porta com força.
Sentei em minha cama e fiquei inerte, pensando naquilo tudo novamente e como eu havia aceitado aquele embuste absurdo.
Batidas na porta:
- Podemos entrar? - indagou Renata.
- Não! - gritei.
- Ah, tá.
E entraram mesmo assim:
- Lucas... desculpe pela brincadeira. Sei que essa situação toda está te deixando com os nervos à flor da pele, mas a brincadeira é uma forma de tornar isso tudo um pouco mais leve.
- Sim, mãe, mas brincadeira é algo em que todos riem juntos e não algo em que alguém é motivo de chacota para os outros.
- Tá bom, querido. Me desculpe mesmo. Estou exultante pelo casamento da Rê e acabei me empolgando e brincando demais...
Permaneci em silêncio, emburrado. Então olhei para a porta e vi Renata encostada junto a ela, me olhando. Ela então me fitou por alguns segundos, baixou o olhar e saiu.
- Renata... onde você vai?
- Vou ao salão, Lucas...
- Mas eu vou com você!
- Não... você não merece essa situação toda pela qual estou fazendo você passar.
Então saltei de minha cama e interceptei ela antes das escadas:
- Mas, Rê, eu quero ir. Eu quero estar lá com você.
- Você vai estar, mas pode ir como gostaria, de terno e gravata, como qualquer homem normal.
- Mas eu não quero! O casamente é seu! Hoje é o seu dia e eu sei o quanto isso significa pra você. Ok, desculpe ficar brabo com isso, mas realmente é difícil isso tudo. Parecia que este dia nunca ia chegar e quando finalmente chegou, sinto como se não estivesse pronto ainda. Mas o fato é que estou.
- Está pronto para que?
- Para ser dama de honra da mais linda noiva desse mundo!
Então aqueles olhos lindos de Renata, então marejados de tristeza, transbordaram lágrimas, que me pareciam agora de felicidade:
- Obrigada, Lucas! Obrigada mesmo.
- De nada, Rê. E meu nome não é Lucas: meu nome é Larissa. - e pisquei sorrindo.
Então minha mãe apareceu novamente:
- Ok, meninas, chega de mimimi. Rápido, vamos nos apressar e nos arrumar.
- Eu já estou pronta... - disse Renata, enxugando o olho esquerdo.
- Sim, você sim, o problema é essa outra aqui.
- Manhê...
E rimos todos.
Então peguei o vestido da mãe de minha mãe e disse confiante:
- Já volto!
- Er... querida... - intercedeu minha mãe - você não vai colocar o vestido assim, de cueca e sem sutiã, né?
- Ahn... não havia pensado a esse respeito.
- Pois bem, trate de colocar antes sua calcinha e seu sutiã. E, claro, as próteses nesse peito murcho.
- Manhê... - disse eu, estranhamente ultrajado e com a voz suave.
- Bom, vista-se logo.
Voltei ao meu quarto, abri a gaveta de baixo - onde estavam as roupas íntimas de 'minha prima' Larissa -, e tirei a calcinha e o sutiã. Eles eram bem simplesinhos, pretos, mas não faziam parte do meu dia-a-dia de vestir, por isso apanhei um pouco para colocá-los. O material 'extra' que tinha na parte da frente da calcinha foi colocado para trás, assim como o sutiã meia taça foi devidamente preenchido pelas próteses mamárias.
Assim que vesti essas peças, minha mãe e Renata entraram inoportunamente ao quarto, fazendo com que eu tomasse um susto, dando um pulo e colocando uma mão em frente à região pubiana e a outra, absurdamente, escondendo meus 'seios'.
- Que isso???
- Sua mãe e eu tivemos uma ideia. Considerando que você, Lari, não tem uma cinturinha de princesa como se deseja, pensamos que seria interessante você também usar isso! - e estendeu a minha frente uma peça preta, cheia de fitas.
- E o que seria isso?
- Um espartilho. Antes que você pergunte, serve para apertar bem o corpitcho, deixando uma cinturinha delicada de Princesa Disney.
- E a pessoa sem ar, possivelmente - falei.
- Talvez. - completou Renata. Vire-se!
Virei e senti meu corpo sendo envolvido por aquela peça estranha, mas de toque agradável. Então vi que minha mãe e Renata, em equipe, trespassavam as fitas em uns buraquinhos que tinham na parte de trás. Após cerca de dois minutos, perguntei:
- Deu já?
- Não. Na verdade agora que vai começar, amiga.
E então vi o ar se esvaindo de meus pulmões, após sentir o tal espartilho sendo puxado por cada uma delas de um lado.
- Força, tia!
- Tô fazendo força, querida! Já sou uma senhora de idade!
E aquela tortura parecia não ter fim. Cada vez mais apertado, até que, quase sem ar, falei sem forças:
- Por favor, parem.
E então senti nós serem dados em minhas costas, por ambas torturadoras.
- Agora vire-se! - ordenou, Renata.
Virei e percebi sem dificuldade o olhar de aprovação das duas. Elas me olharam, então se entreolharam e, com as mãos ao alto, se cumprimentaram.
- Deixa eu ver como ficou...
- Não! Primeiro coloca o vestido, Larissa! - ordenou minha mãe.
- Ok, mãe... calma.
Andando ainda com certa dificuldade - a impressão era de que se eu espirrasse aquilo iria arrebentar por inteiro -, fui até minha cama, peguei o vestido e o coloquei, entrando por debaixo dele.
Então virei para as duas que, sincronizadamente, fizeram 'legal' com os polegares.
- Ok... o vestido já foi, agora falta o resto.
- Sim, tia... deixa que eu faço cabelo e maquiagem dela e a senhora se puder busque lá em casa um sapato que combine com esse look.
- Tá bom, querida. Vou lá. Até logo, Larissa. - disse minha mãe com tamanha naturalidade que não transpareceu qualquer dose de ironia.
- Mas, Renata, nós não fazemos fazer cabelo e maquiagem lá?
- Claro que sim, amiga, mas você também não pode chegar lá de qualquer jeito. Só um cabelinho preso e um make leve pra também não parecer que você caiu da cama e apareceu lá.
- Certo.
- Senta aqui. É coisa rápida.
Sentei e comecei a sentir meu cabelo sendo escovado para trás. Após todo aquele desconforto da tortura do espartilho, sentir aquele toque macio e delicado da escova e das mãos de Renata em minha cabeça estava sendo reconfortante.
Após muitas escovadas, ela pegou uma borrachinha e prendeu ele em um rabo de cavalo, bem alto.
- É assim mesmo que eu costumo usar. - falei eu, como que triunfante.
- Talvez, mas não tão altinho, tampouco com uma borrachinha rosa de coração - falou ela, contra-atacando. E calma que agora ainda tem a maquiagem, querida. - me dando o xeque-mate.
- Ah... sim... - disse eu, derrotado.
Então senti ela passando um creme não muito cheiroso em meu rosto.
- Posso saber o que é isso?
- Chama-se base.
- Parece mais um reboco.
- Hahahahaha... não deixa de ser, Larizinha, mas com outro nome.
Após isso, ela foi passando com firmeza uma esponjinha redonda por toda a pele.
- E isso?
- Pó. Pra dar um aspecto de pele de pêssego, mais delicado e natural.
- Entendo - disse eu, sem entender muito.
Terminado o tal pó, Renata foi passando em minhas bochechas um pincel curto, mas grosso na ponta.
- Blush, querida. Isso é blush - explicou ela, antevendo a pergunta.
Logo depois ela parou em minha frente e olhou meu rosto de cima a baixo, demoradamente, como que inspecionando se ainda haveria qualquer traço masculino restante naquele rosto maquiado:
- Perfeito. A pele já foi, Larissa. Agora um olhinho bem leve, um batonzinho e partiu salão.
Nada falei. Nem saberia o que dizer. Apenas concordei com a cabeça, levemente, resignado.
- Então... fecha esse olhinho lindo...
E senti então um pincel sendo passado em minhas pálpebras, numa sensação ao mesmo tempo estranha e deliciosa.
- Taí, gostei dessa parte...
- É gostoso, né? Tu vai gostar ainda mais lá no salão.
E então ela ordenou que abrisse os olhos, sendo que de pronto ela começou a passar um rolinho com vários redondinhos na ponta em meus cílios:
- Rímel você sabe o que é, né? Por favor.
- Sei sim. Só não conhecia de nome...
- Pois então. Esse aqui você sabe o que é ao menos, né?
- Sei...
- Como se chama???
- Batom... - disse desanimadamente.
- Siiiim... boa garota. Agora quietinha que vou passar em você.
E então ela foi passando em meus lábios, primeiro em cima, depois em baixo, demoradamente, com capricho. Parou, olhou e disse:
- Faz assim, agora.
E fez um movimento comprimindo os lábios.
Imitei.
Ela então olhou, sorriu e disse triunfante:
- Prontinho!
- Meu Deus!!! Ficou linda!!!
Era minha mãe, olhando com enorme ternura, da porta do quarto.
- Não ficou, tia?
- Sim! Linda... parece a filha com que sempre sonhei.
- Mãeee...
- Larissa.. digo, Lucas... grande coisa. Não que eu não quisesse você, mas sempre sonhei em ter um filho e uma filha. Infelizmente Deus só me deu um menino, mas, vendo você assim, ao menos parece com que eu tenha uma filha linda, ainda que por poucos instantes. Nossa, Larissa... você ficou tão lindinha...
Fiquei sem saber o que dizer:
- Larissa, sua mãe está lhe elogiando. Como que se fala? - repreendeu Renata.
- Er... obrigada, mãe.
- Eu que te agradeço, filha.
Filha? Enfim. E então ela levantou em frente ao rosto o par de sapatos que tinha nas mãos, mostrando com entusiasmo.
Era uma sandália cujo solado subia, formando um salto contínuo, que parecia ser feito de cortiça.
- Ótima escolha, tia! Uma sandalinha anabela fica linda com esse look.
Anabela?! Chega de tentar entender. Calcei então as tais sandálias anabela (sim, Renata e eu calçávamos o mesmo número, 39), afivelei ambas com um pouco de dificuldade nos tornozelos e dei uma caminhada. Áquela altura, andar de salto não era mais segredo e andei confortavelmente pelo quarto (até dando uma leve reboladinha básica, que foi de pronto identificada e enaltecida por assovios de 'fiu-fiu' de ambas). Aquele sapato era muito diferente das de salto agulha. eram confortáveis, gostosos de andar:
- Meu Deus, que conforto! Eu não posso ir com elas ao invés daquele salto agulha pavoroso? - disse eu, obviamente sem muita esperança.
- Rá, rá, rá... mas neeeeem pensar, querida! Dama de honra de anabela? Fala sério. Lá no altar é saltão agulha, desconfortável, que machuca, que deixa bolhas, mas que nos deixa lindas e sensuais! - falou com dedo em riste, como que discursando.
- Que pena. Adorei esses. - falei desanimadamente, pensando que ficar 'linda e sensual' não era verdadeiramente minha intenção com aquilo tudo.
- Hahahahaha... mais sorte na próxima vez, querida. Aliás, Larissa, você não falou nada sobre o que achou do seu look. Que tal?
- Oras... é que eu ainda não me...
E enquanto falava, virei e me deparei com minha imagem no espelho. Quer dizer, não era minha imagem, mas a imagem de uma morena linda, seios fartos, cinturinha fina, pernas torneadas, trajando um vestido ousado e sexy.
Sem me dar conta, coloquei uma das mãos na cintura e continuei a me olhar, como se estivesse em pose me exibindo para mim mesma. Digo, mesmo.
- Meu Deus... - disse, quase inaudível.
- Linda, né? - falou Renata, entusiasmada.
- Meu... Deus... - repeti.
A maquiagem era simples, mas o suficiente para não deixar qualquer traço de Lucas naquele rosto. Meus cílios estavam grossos, enormes, virados para cima, como os de uma boneca, assim como o batom rosa, não muito forte, deixava minha boca delicadamente feminina.
- Meu... Deus...
- Já ouvimos isso, filha. Arranhou o disco? - falou minha mãe, parecendo impaciente e incompreensivelmente confortável com minha atual condição.
- Então... partiu dia de noiva, Larissa? - indagou ansiosa Renata.
- Er... sim... sim... Partiu... - disse quase que num sussurro, ainda em transe.
- Então partiu!!! Uhuuuullll...
Renata pegou em minha mãe e foi me puxando porta afora, apressada. Ainda antes de sair do quarto, percebi ainda mais uma vez minha imagem no espelho: meu Deus, eu estava linda!
CONTINUA...