NOTA DO AUTOR
Tenho que avisar que essa primeira parte é muito importante, apesar de não acontecer muita coisa. Minha história contém muito sexo, incesto, putaria entre homens e um mistério, mas sem essa introdução, ela não funcionaria. Os próximos capítulos serão muito mais intensos e recompensadores. Boa Leitura!
Paternal – Primeira parte (1)
Alan estava voltando para casa, após sair do cursinho, quando avistou seu pai, conversando com o carteiro João na porta de casa.
- Fala aí, João, como vão as coisas? Como tá a Simone e o Mateus? O garoto era miúdo da última vez que eu vi, agora deve tá enorme. – Falou o pai de Alan, terminando de assinar o papel que confirmava a entrega
-Todo mundo bem, graças a Deus. O Mateus tá grandão mesmo, mais alto que eu. Passa lá em casa qualquer dia! – Dito isso, o carteiro deu o pacote a seu amigo.
-Pode deixar! Falou. – se despediu o pai de Alan. Alan percebeu que o seu pai, Lucas, estava com duas marcas de suor enormes no tecido da camiseta onde ficam as axilas. A testa e o pescoço pingavam, e os pelos molhados dos braços desenhavam a pele, que brilhava, amendoada, ao sol.
Lucas viu seu filho chegando e escondeu o pacote recém entregue atrás do corpo.
- Alan! Já chegou?
- Pai! Você tá se esforçando de novo? Hoje é seu dia de folga, caramba, deveria estar descansando. E você tá escondendo o que aí?
- Xiii, desde quando você manda em mim garoto? Eu tô terminando de fazer o playground pro seu irmão Davi, você sabe como ele enche o meu saco por isso e como eu sou mole quando meus filhotes me pedem algo. – riu - E isso aqui – mostrou o pacote – você vai saber o que é depois.
- Mas eu disse que ia te ajudar. Você já trabalha o dia todo, deveria estar relaxando ao invés de fazer as manhas do Davi. Além disso, poderia ter chamado o tio Dé, que é um marceneiro bem melhor que você. – debochou Alan, esquecendo do pacote no momento.
-Olha moleque... – falou Lucas num tom ameaçador que logo se desmanchou numa risada, que contagiou seu filho. – Pior que ele é melhor que eu nisso, mesmo. Entra aí que a sua mãe já fez o almoço.
Alan passou pelo pai e sentiu seu típico “perfume natural”, que estava longe de parecer com um odor desagradável de um homem que ficou trabalhando por horas, mas também estava longe de ser algo vindo direto de uma perfumaria.
O rapaz entrou em casa, almoçou, e avisou aos pais que iria sair por algumas horas.
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Alan caminhava pelo cinza dos arranha-céus e carros em direção ao metrô. Estava a procura – secreta para os pais - por um emprego, para que pudesse ajudar nas despesas do lar, e principalmente, ao seu pai sobrecarregado. A ideia de Alan trabalhando em uma Câmara de Limpeza Natural (CLN) não era algo que agradava a ele nem um pouco. “Mas é necessário” pensou Alan. Alan preferia trabalhar dentro dos tanques tóxicos e nocivos dela, que limpavam o ar e a água poluídos, do que deixar que seu pai se matasse de tanto trabalhar na CLN pra pagar seu Curso Pré-Vestibular e prejudicasse ainda mais seus pulmões.
- Ô Poni! – Alan ouviu um grito, e antes de virar e ver quem o chamava, já sabia. Era seu amigo Ariel. Só ele chamava Alan Ponasi de Poni. Ariel participou integralmente da infância de Alan como amigo. Os dois foram inseparáveis até a adolescência, quando houve um certo “incidente”. Ficaram chapados e acabaram chupando um ao outro. Alan lembra que a experiência foi boa, mas se sentiu culpado, além de que se considerava heterossexual e não tinha nenhum interesse em homens, e inclusive, namorava uma garota hoje. Os dois amigos admitiam que aquilo foi só uma experiência, mas a amizade deles acabou uma incógnita e ocorreram de se afastar ligeiramente durante todo o Ensino Médio. Ariel era o maior mulherengo e só vestia roupas que valorizavam seu físico perfeito. Tinha fama de pauzudo e Alan sabia bem que era verdade.
- Como você tá, mano? - Ariel estava dentro de um carro, com vários outros amigos – Quer uma carona?
“Desde quando ele tem um carro?” Alan pensou, com um pouco de inveja. Os pais de Ariel trabalhavam em um dos Ministérios, condição essa que permitiria comprar um carro só pro filho deles.
- Ariel, tudo beleza sim. Valeu, mas eu já tô perto do meu ponto. – Alan não queria que nenhum deles soubessem que estava indo pra CLN.
- Ok... ok, então. Te vejo por aí. – disse Ariel, partindo.
No trem do metrô, Alan assistiu a TV, entediado. A notícia era sobre o grande empresário e filantropo Claus Paterson, dono da Corporação Paterson, que incluía Indústrias Farmacêuticas e Alimentícias, além de Laboratórios Genéticos. Estavam anunciando a sua candidatura a governador e exibindo seus projetos de caridade. Claus era mostrado sendo entrevistado em uma de suas conferências, ao lado dos seus 7 filhos homens perfeitos. Todos eles irretocáveis, com postura, sorridentes e formais. Alan, por um momento, se imaginou no lugar de um deles, mas recuou. Toneladas de dinheiro? Sim. Nada de esforço ou trabalho? Sim. Ombros largos, corpo massivo, sorriso sexy e olhar sedutor ao qual nenhuma mulher resistiria? Sim. Um pai que faria inveja a todos em sua volta? Também. Mas Alan jamais abriria mão do sermões do pai, dos cafunés da mãe e dos abraços do irmão, por dinheiro ou coisa alguma.
Al desviou a atenção da TV e percebeu que havia um homem de terno e óculos escuro, calvo e muito alto olhando diretamente pra ele, os braços fortes cruzados em uma posição austera. Um aviso tocou e anunciou a chegada à estação que Alan desceria, o que fez com que saísse apressado. Caminhou por mais algumas quadras e chegou ao seu destino. Havia uma grande fila de pessoas para a inscrição de trabalho na CNL, e pelo que ele percebeu, a maioria tinha 18 anos, a mesma idade que ele. Provavelmente haviam terminado o Ensino Médio e estavam sem rumo.
**************
Já era noite, as ruas estavam desertas, Alan andava a passos largos para chegar o quanto antes em casa. A sua inscrição de trabalho havia sido feita e agora ele teria que aguardar para que fosse aceito. O barulho de alguém caminhando atrás dele o fez sair dos seus pensamentos. Virou o pescoço na direção do barulho, tentando parecer despreocupado. Avistou o mesmo homem que estava o encarando no metrô caminhando logo atrás dele. Alan tentou não parecer preocupado mas começou a suar e andar mais rápido. Ao virar a esquina, o homem de terno virou junto, e quando estava prestes a atravessar a rua, um carro parou ao seu lado e bloqueou o seu caminho. A porta traseira do carro, que não parecia ser barato, foi aberta.
-Entre, senhor, por favor. – Alan se virou e percebeu que o homem de terno atrás dele é quem havia falado.
-Mas...eu... o que você quer de mim? Eu não tenho dinheiro nenhum, cara.
-Acho que está bem claro que não queremos dinheiro. Meu patrão quer apenas falar com você, eu garanto que estará seguro. – Uma confusão havia se instalado na cabeça de Alan. “Será que eu devo correr? Quem é esse cara? Patrão? Se ele não quer dinheiro...”.
O homem grande havia bloqueado o caminho do rapaz, e não havia para onde ele ir, a não ser entrar no carro. Alan cedeu e entrou. Se deparou com homem sentado ao lado dele, loiro, também de terno, óculos, com um pequeno sorriso estampado no rosto e um penteado careta, mas que não abalava a certeza de que ele era um homem atraente e que dentro daquela roupa formal havia um corpo musculoso.
-Olá, Alan, me desculpe pela abordagem. Não podemos ser vistos. Meu nome é Simon – disse, estendendo a mão para um cumprimento. Alan não retribuiu o gesto, estava muito apreensivo ainda. Observando melhor o rosto do homem, percebeu que já o havia visto. Era um dos filhos de Claus Paterson que haviam aparecido mais cedo, hoje, na TV. ”Mas que porra tá acontecendo?” pensou Al. Ele lembrava de ter admirado a incrível semelhança dos irmãos com o pai mais cedo a caminho da CLN, e agora um deles estava ali na frente dele.
- Novamente, me desculpe, mas tinha que ser assim. Preciso te dar um aviso. Vai aparecer um homem, em breve, te oferecendo coisas e falando mentiras. Não acredite nele. Ele o obrigará a fazer coisas ruins com os seus irmãos e até com o seu pai.
-Cara, do que você tá falando? Só tenho um irmão. Deixa de brincadeira, não é porque você é rico que pode sair por aí assustando as pessoas. – Alan estava começando a achar aquilo um grande absurdo.
-Ah, claro, você só tem um irmão. Mas eu realmente estou falando sério. Um homem vai te procurar em breve, ou pode ser que ele mande outra pessoa. Não acredite neles. Só posso te dizer isso. Eu te darei algum dinheiro para que você não aceite o dele, sei que você precisa. – disse Simon, estendendo uma grande quantia. Alan se sentiu tentado mas hesitou.
-Olha aqui, cara, eu não quero seu dinheiro não, e nem de quem quer que apareça. Muito obrigado pelo aviso, mas eu sei me cuidar. E como é que você sabe de tudo isso e que preciso de dinheiro? Quem é o cara que vai me procurar?
-Eu sei de tudo isso porque quem vai te procurar é... o meu pai.
********* Fim da Primeira parte *********
Se você chegou até aqui, muito obrigado. A continuação vai depender da recepção de vocês leitores, então comentem o que acharam.