"O estranho Irresistível" 1

Um conto erótico de Samuel Dillon
Categoria: Homossexual
Contém 6279 palavras
Data: 27/04/2017 04:48:03

SAMUEL

– Você vai usar essa calça ou eu vou te matar – disse Julia na “área da comida”, que era minha nova maneira de chamar aquele espaço.

Com certeza não era grande o suficiente para ser chamado de cozinha. Saí de um grande prédio de estilo vitoriano nos subúrbios de Chicago para um adorável apartamento no East Village do tamanho da minha antiga sala de estar. Parecia ainda menor depois que desfiz as malas, coloquei tudo no lugar e recebi meus dois melhores amigos. A sala de estar/sala de jantar/área da comida era cercada por grandes janelas que se projetavam para fora do prédio, mas o efeito deixava o espaço menos elegante e mais como um aquário. A Julia ficaria apenas o fim de semana, para uma noite de celebração, mas ela já tinha perguntado ao menos dez vezes por que eu havia escolhido um lugar tão pequeno. A verdade era que eu tinha escolhido por ser diferente de tudo que já experimentei. E porque apartamentos pequenos são basicamente a única opção em Nova York quando você vai morar lá pela primeira vez. No quarto, experimentei a calça preta justa feito o inferno e fiquei olhando como a cintura dela era baixa e tão justa que parecia mais uma segunda pele. Odiei quando meu primeiro instinto foi pensar se o Andy consideraria reveladora demais, enquanto meu segundo instinto foi perceber que eu adorava aquilo. Eu teria que deletar imediatamente todos aqueles pensamentos retrógrados de Andy.

– Diga uma única boa razão para eu não vestir isto hoje.

– Não consigo pensar em nenhuma – Daniel entrou no quarto usando uma calça azul- marinho que parecia flutuar como se fosse algum tipo de aura. Ele estava, como de costume, inacreditável.

– Vamos sair para beber e dançar, então mostrar um pouco de corpo é essencial.

– Não sei o quanto de corpo eu quero mostrar – eu disse. – Estou dedicado a manter meu status de garoto solteiro por um tempo.

– Bom, alguns garotos vão mostrar até a bunda, então você não vai se destacar na multidão, se é isso que está te preocupando. Além disso – ele disse, apontando para a rua lá fora –, é tarde demais para trocar de roupa. A limusine já chegou.

– Você deveria mostrar a bunda. Foi você quem passou três semanas na França tomando banho de sol pelado e bebendo o dia inteiro – eu disse, rindo.

Daniel soltou um pequeno sorriso secreto e rodou a aliança no dedo da mão direita distraidamente, de repente como se lembrasse de algo enlaçou o braço em mim.

– Vamos lá, meu lindo. Eu passei as últimas semanas com o meu cretino. Está na hora de ter uma noite com os amigos.

Entramos no carro e Julia abriu o champanhe. Com apenas um gole borbulhante, o mundo inteiro ao meu redor pareceu evaporar e nos tornamos apenas três amigos numa limusine cruzando as ruas para celebrar uma nova vida. E não iríamos apenas celebrar a minha chegada: Daniel Bennitiz estava noivo, Julia estava nos visitando e o novo Sam solteiro tinha um pouco de vida para viver.

A boate estava escura, ensurdecedora e cheia de corpos se contorcendo: na pista de dança, nos corredores, no bar. Uma DJ tocava num pequeno palco, e cartazes cobrindo toda a entrada asseguravam que ela era a mais nova e mais quente DJ que o Chelsea tinha para oferecer. Julia e Daniel pareciam estar completamente ambientados. Eu me sentia como se tivesse passado a maior parte da infância e da vida adulta em eventos calmos e formais; agora, era como se tivesse saído de vez da minha silenciosa história em Chicago e entrado no mais típico conto nova-iorquino. Era perfeito. Forcei o caminho até o bar; meu rosto estava corado, o cabelo molhado de suor e sentia que minhas pernas não tinham sido usadas daquele jeito em anos.

– Com licença! – gritei, tentando chamar a atenção do barman. Eu nem sabia o que eram, mas já tinha pedido os seguintes drinques: “mamilos escorregadios”, “mistura de cimento” e “peitos roxos”. Com o clube lotado ao máximo e a música tão alta que até fazia meus ossos tremerem, o barman nem levantava a cabeça para me olhar. É verdade, ele estava realmente superocupado, e fazer os mesmos drinques chatos a toda hora era um trabalho tedioso. Mas eu tinha um amigo recém-noivo, dançando feito louco na pista e querendo mais bebidas.

– Ei! – chamei, batendo com a mão no balcão.

– Ele está realmente se esforçando para ignorar você, não é? Olhei para cima – para cima mesmo – e vi o rosto do homem que estava encostado em mim no balcão do bar lotado. Ele tinha quase o tamanho de uma árvore e fez um gesto com a cabeça em direção ao barman. – Você nunca deve gritar com um barman, anjo. Principalmente com a bebida que você vai pedir. Pete odeia preparar drinque de mulherzinha.

É claro. Típico da minha vida: encontrar um homem lindo apenas alguns dias depois de jurar que ficaria solteiro. Um homem com sotaque britânico. O universo tinha mesmo um senso de humor hilário.

– Como você sabe o que eu vou pedir? – meu sorriso aumentou, tentando imitar o dele, mas provavelmente parecendo bem menos charmoso. Dei graças a Deus pelos drinques que eu já tinha bebido, pois o Samuel sóbrio teria respondido com monossílabos, um aceno de cabeça e só. – Talvez eu fosse pedir uma cerveja Guinness. Nunca se sabe.

– Dificilmente. Observei você pedindo esses drinques coloridos a noite toda.

Ele estava me observando a noite toda? Uau! Eu não sabia se isso era fantástico ou meio esquisito. Mudei de posição e ele seguiu meus movimentos. Ele tinha traços angulares, com um queixo quadrado e maçãs do rosto esguias, olhos luminosos e pesadas sobrancelhas negras, além de uma covinha profunda do lado esquerdo que surgiu quando seu sorriso se espalhou pelos lábios. Parecia ter mais de um metro e noventa, com um corpo grande o bastante para minhas mãos explorarem por semanas. Olá, Nova York. O barman voltou e ficou olhando para o homem ao meu lado como se estivesse esperando um pedido. Meu estranho irresistível mal levantou a voz, mas era tão grave que foi ouvida sem dificuldade:

– Três dedos de uísque Macallan, Pete. E traga também o pedido deste garoto. Ele está esperando faz uma década, sabe?

Ele se virou para mim, com um sorriso que despertou uma sensação quente em minha barriga:

– Quantos dedos você quer? Suas palavras explodiram em meu cérebro, e minhas veias se encheram de adrenalina.

– O que você disse? Perguntei me fazendo de ingênuo.

Ele tentou se mostrar ingênuo suavizando a expressão do rosto. Até que funcionou, mas eu conseguia ver em seus olhos estreitos que não havia uma só célula ingênua em seu corpo.

– Você realmente acabou de me oferecer só três dedos? – perguntei. Ele riu, esticando em cima do balcão a maior mão que eu já havia visto. Seus dedos eram do tipo que poderiam agarrar uma bola de basquete com apenas uma mão.

– Anjo, é melhor você começar com dois.

Olhei mais atentamente para ele. Tinha olhos amistosos e mantinha uma boa distância, mas estava perto o bastante para me deixar saber que estava ali apenas para conversar comigo.

– Você é bom de insinuação.

O barman bateu com os dedos no balcão e perguntou qual era meu pedido. Limpei a garganta, preparando-me para passar vergonha.

– Três “boquetes”. Ignorei sua irritação com o pedido e voltei a prestar atenção em meu estranho.

– Você não parece um nova-iorquino – ele disse, com o sorriso minguando levemente, mas nunca deixando de sorrir com os olhos.

– Nem você.

– Touché. Nasci em Leeds, trabalhei em Londres e me mudei para cá há seis anos.

– Cinco dias – admiti, apontando para meu peito. – Sou de Chicago. A empresa em que eu trabalhava abriu um escritório aqui e me trouxe para chefiar o financeiro.

Uau, Samuel. Informação demais. Você pode estar incentivando um maluco sequestrador. Fazia tanto tempo desde a última vez em que eu havia olhado para outro homem desse jeito. Claramente, Andy era um mestre nesse tipo de situação, mas infelizmente eu nem sabia mais como paquerar. Olhei para trás tentando ver Julia e o Daniel dançando, mas não consegui encontrá-los no meio do emaranhado de corpos na pista. Eu estava tão enferrujado para aquele ritual que praticamente tinha virado um virgem de novo.

– Financeiro? Eu também sou um cara dos números – ele disse, e esperou eu olhar de volta antes de abrir o sorriso mais um pouco. – É bom ver homens jovens nessa posição. Muitos velhos mal-humorados de suspensórios fazendo reuniões só para ouvir uns aos outros dizendo as mesmas coisas de novo e de novo.

Sorrindo, eu disse:

– Eu sou mal-humorado às vezes. E também uso suspensórios de vez em quando.

– Aposto que também usa calça de baixo.

Estreitei os olhos.

– Isso significa alguma coisa diferente na Inglaterra, não é? Você está fazendo outra insinuação?

Sua risada se espalhou calorosamente em minha pele.

– Calça de baixo é o que vocês americanos chamam de “roupas íntimas”.

Quando ele disse isso, a palavra íntimas soou quase como um gemido que ele soltaria durante o sexo, e isso fez algo dentro de mim derreter. Enquanto meu queixo caía, meu estranho inclinou a cabeça e me observou.

– Você é muito encantador. E não parece alguém que frequenta muito este tipo de estabelecimento.

Ele estava certo. Mas era tão óbvio assim?

– Não sei como interpretar isso.

– Pense nisso como um elogio. Você é a pessoa mais interessante deste lugar – ele limpou a garganta e olhou para Pete, que voltava com meus drinques. – Por que você está levando todos esses drinques açucarados para a pista?

– Meu amigo acabou de ficar noivo. Estamos fazendo uma noite só dos amigos.

– Então é improvável que você saia daqui comigo.

Pisquei, então pisquei de novo, incrédulo. Aquela sugestão franca estava oficialmente fora do meu eixo. Muito fora.

– Eu… o quê? Não.

– Que pena.

– Você está falando sério? Você acabou de me conhecer.

– E já tenho um desejo enorme de devorar você.

Ele pronunciou as palavras lentamente, quase sussurrando, mas elas ecoaram em minha cabeça como uma explosão. Era óbvio que ele não era novato nesse tipo de interação – propor uma noite de sexo sem compromisso – e, embora eu fosse novato, quando ele me olhou daquele jeito eu sabia que poderia acabar seguindo-o para qualquer lugar. Todo o álcool que eu tinha tomado pareceu me acertar de uma vez e trancei as pernas na frente dele. Ele me ajudou a voltar à posição anterior colocando a mão em meu ombro e sorrindo com malícia.

– Cuidado, anjo. Pisquei de novo para clarear a mente.

– Certo, quando você sorri para mim desse jeito, eu sinto vontade de te agarrar. E Deus sabe que faz uma eternidade desde que alguém me pegou devidamente – olhei para ele de cima a baixo, aparentemente jogando toda a civilidade pela janela. – E algo me diz que você poderia fazer esse trabalho muito bem. Quer dizer, caramba, olhe para você.E olhei. De novo. Respirei fundo, e ele respondeu com um sorriso divertido.

– Mas eu nunca fico com estranhos aleatórios em bares, e eu estou aqui com os meus amigos, celebrando o casamento incrível que vai acontecer, então… – juntei os drinques nas mãos – nós vamos tomar tudo isso aqui.

Ele assentiu uma vez, lentamente, o sorriso se abrindo mais um pouco, como se tivesse acabado de aceitar um desafio:

– Certo.

– Então, vejo você por aí.

– Espero que sim.

– Aprecie seus três dedos com moderação, estranho.

Ele riu.

– Aprecie também seus “boquetes”.

Encontrei Daniel e Julia na mesa, acabados e suados, e deslizei os drinques na frente deles. Julia colocou um na frente do Daniel e levantou o outro.

– Que todos os seus boquetes desçam redondos assim! – ela envolveu o copo com a boca, levantou as duas mãos para o alto e jogou a cabeça para trás, engolindo tudo de uma só vez.

– Caramba… – murmurei, olhando para ela admirado, enquanto Daniel ria ao meu lado.– É assim que eu tenho que fazer? – abaixei a voz e olhei ao redor. – Como um boquete de verdade?

– Já virei mestre em não engasgar – Julia limpou a boca com o braço sem cerimônia e explicou:– É assim que a gente bebia na faculdade. Agora, vamos lá – ela cutucou Daniel. – É a sua vez.

Daniel se inclinou na mesa e tomou o copo com a boca sem usar os braços, como Julia havia feito, e depois chegou a minha vez. Meus dois amigos se viraram para mim.

– Conheci um cara gostosão – eu disse sem pensar. – Realmente gostosão. E, tipo, com uns cinco metros de altura.

Julia deixou o queixo cair.

– Então por que você está aqui tomando boquetes de mentira com a gente?

Eu ri, balançando a cabeça. Não sabia como responder. Eu poderia ir embora com ele e a noite poderia mesmo acabar no território dos boquetes – se fosse a vida de outra pessoa bem mais aventureira do que eu.

– Hoje é a noite dos amigos. Você só vai ficar aqui por dois dias. Eu estou bem assim.

– Foda-se isso. Vá aproveitar agora. Daniel veio me socorrer:

– Estou feliz por você achar alguém que considere gostosão. Faz uma eternidade que você não sorri assim por causa de um homem – seu rosto mudou para uma expressão mais séria enquanto reconsiderava o que disse. – Para falar a verdade, acho que nunca vi você sorrir por causa de homem nenhum.

Com a verdade tão exposta naquela mesa, peguei meu drinque e, ignorando os protestos de Julia, virei o copo com a mão e bebi tudo de uma vez. Era doce, delicioso e exatamente o que eu precisava para clarear a mente e esquecer o idiota em Chicago e o estranho bonitão no bar. Então arrastei meus amigos para a pista de dança. Em questão de segundos eu me senti com a cabeça leve, como se estivesse flutuando por aí. Daniel e Julia pulavam ao meu redor, gritando a letra das músicas, também perdidos no mar de corpos suados que nos envolvia. Desejei que minha juventude se prolongasse um pouco mais. Longe da minha vida rotineira e cheia de compromissos em Chicago, eu conseguia agora enxergar o quanto tinha deixado de aproveitar. Apenas ali, com a DJ embalando música após música, fui capaz de perceber como eu poderia ter passado meus dias quando tinha vinte e poucos anos: debaixo das luzes, dançando numa calça apertada, conhecendo homens que desejavam me devorar, vendo meus amigos agirem como loucos, selvagens e bobos. Eu não precisava ter ido morar com meu namorado aos vinte e dois anos. Eu poderia ter vivido uma vida longe do mundo certinho dos sorrisos forçados e das aparências sociais. Eu poderia ter sido este garoto: vestido para matar, dançando até o mundo acabar. Para minha sorte, ainda não era tarde demais. Abri os olhos e vi Daniel sorrindo para mim e respondi com outro sorriso.

– Estou tão feliz por você estar aqui! – ele gritou.

Comecei a responder com outro juramento de amizade eterna, mas, logo atrás do Daniel, no meio das sombras da pista de dança, estava o meu estranho. Nossos olhos se encontraram e não paramos de olhar um para o outro. Ele estava bebericando seus três dedos de uísque com um amigo – e, vendo como pouco se surpreendeu por ser flagrado me olhando, entendi que vinha observando a noite toda cada movimento que eu fazia. O efeito dessa percepção foi mais potente do que o álcool. Aqueceu cada centímetro da minha pele, queimou o meu peito e continuou descendo: o calor passou pelas minhas costelas e se concentrou em minha barriga. Ele levantou o copo oferecendo um brinde, tomou um gole e sorriu. Senti meus olhos se fecharem lentamente. Eu queria dançar para ele. Nunca em minha vida eu me senti tão sexy, tão completamente no controle daquilo que eu queria. Eu tinha feito pós-graduação, encontrado um bom emprego e até redecorado minha casa com pouco dinheiro. Mas nunca me senti um homem maduro como estava me sentindo ali, dançando como louco com um belo estranho em pé nas sombras, me observando. Aquele momento – aquele exato momento – seria meu recomeço. O que significava ser devorado? Será que ele quis dizer aquilo de maneira tão explícita como parecia? Com sua cabeça entre minhas pernas, braços envolvendo meus quadris e mantendo minhas pernas abertas? Ou ele quis dizer por cima de mim, dentro de mim, chupando minha boca, meu pescoço, minha língua? Um sorriso se abriu em meu rosto e joguei meus braços para o alto. Eu podia sentir a calça se ajustando nas minhas coxas, mas não me importava. Fiquei pensando se ele havia notado. Eu esperava que tivesse notado. Pensei que, se ele fosse embora, então o momento seria arruinado, por isso não olhei de novo. Eu não estava acostumado com o protocolo das paqueras em boates; talvez sua atenção durasse apenas cinco segundos, talvez durasse a noite toda. Não importava. Eu podia fingir que ele estava lá no escuro pelo tempo que eu quisesse. Aprendi a nunca esperar muita atenção do Andy, mas, com aquele estranho, eu queria seus olhos queimando através da minha pele até atingir meu coração, que batia descontrolado em meu peito. Eu me perdi no ritmo da música e na memória recente de sua mão em meu ombro, seus olhos negros e a palavra devorar. Devorar. Uma música se misturou com a próxima, depois a próxima, e mais uma, e, antes que eu pudesse tomar ar, os braços do Daniel nos meus ombros e ele ria no meu ouvido, pulando para cima e para baixo junto comigo.

– Você atraiu uma plateia! – ele gritou tão alto que eu estremeci e me afastei um pouco. Ele fez um gesto chamando atenção para o lado, e só então percebi que estávamos cercados por um grupo de homens usando roupas pretas e apertadas, dançando de um jeito sugestivo. Olhando de volta para o Daniel, vi que seus olhos estavam acesos de uma maneira muito familiar: era aquela Homem obstinado que eu conhecia tanto, que trabalhou muito até chegar ao topo de uma das maiores empresas de marketing do mundo e que sabia exatamente o que aquela noite significava para mim. De repente, um vento frio se espalhou em minha pele vindo de ventiladores no teto e eu pisquei de volta para a realidade, ainda incrédulo por estar de verdade em Nova York e por estar de verdade começando tudo de novo. E me divertindo de verdade. Mas, atrás do Daniel, as sombras estavam escuras e vazias; não havia um estranho em pé me observando. Senti um frio na barriga.

– Preciso ir ao banheiro – eu disse.

Forcei minha saída do círculo de homens e da pista de dança e segui as placas até o segundo andar, basicamente uma sacada que circundava sobre toda a boate. Andei por um corredor estreito até o banheiro, tão iluminado que até feriu meus olhos. O lugar estava estranhamente vazio, e a música no andar de baixo parecia vir de dentro da água. Antes de sair, arrumei o cabelo, me parabenizei mentalmente por ter escolhido uma camiseta que não amassava e passei uma água no rosto. Saí pela porta e dei de cara com uma parede em forma de homem. Estávamos próximos um do outro no bar, mas não tão próximos assim. Não com meu rosto em sua garganta, seu cheiro me envolvendo. Ele não cheirava como os homens na pista de dança, que pareciam ter tomado banho de perfume. Ele apenas tinha um cheiro limpo, como um homem que lava as próprias roupas, além de um toque de uísque em seus lábios.

– Olá, Anjo.

– Olá, estranho.

– Eu estava assistindo você dançar.

– Eu vi você – eu mal conseguia respirar. Minhas pernas ficaram bambas, como se não soubessem se deveriam desabar ou voltar a pular no ritmo da música. Mordi meu lábio inferior, tentando esconder meu sorriso.

– Você é tão esquisito. Por que não foi dançar comigo?

– Porque eu acho que você preferia dançar sozinho com alguém assistindo.

Engoli em seco, com meu queixo caído, incapaz de parar de olhá-lo. Não conseguia enxergar a cor dos olhos. No bar, pensei que eram castanhos. Mas havia algo mais claro brilhando ali naquela parte da boate, debaixo das luzes que piscavam freneticamente. Tons de verde, amarelo, numa mistura hipnótica. Não apenas eu sabia que ele estava me observando – e tinha gostado –, mas dancei inteiramente pensando na fantasia de ser devorado por ele.

– Você imaginou que eu estava ficando duro? Pisquei.

Eu mal podia acompanhar sua franqueza. Por acaso homens assim sempre existiram? Do tipo que diziam exatamente o que eles – e eu – estavam pensando sem soar amedrontador, rude ou carente? Como ele conseguia isso?

– Uau. Você… estava?

Ele se inclinou para frente, tomou minha mão e a pressionou firme contra sua ereção, que já estava se arqueando em minha mão. Sem pensar, envolvi meus dedos ao redor.

– Isso tudo só de me observar dançando?

– Você sempre é exibicionista assim?

Se eu não estivesse tão admirado, eu teria rido.

– Nunca.

Ele me estudou, com o sorriso ainda em seus olhos, mas os lábios fixos em algo mais excitante.

– Venha para casa comigo. Desta vez eu ri.

– Não.

– Venha até meu carro.

– Não. De jeito nenhum eu vou sair desta boate com você.

Ele se abaixou e plantou um pequeno beijo carinhoso em meu ombro antes de dizer:

– Mas eu quero tocar você.

Eu não conseguia fingir que não queria também. Estava escuro, com lampejos rítmicos coloridos e uma música tão alta que parecia sequestrar minha pulsação. Que mal poderia acontecer com apenas uma única noite selvagem? Afinal, Andy teve várias. Eu o conduzi para além dos banheiros, através do corredor estreito até uma pequena alcova abandonada que ficava sobre o palco da DJ. Estávamos confinados num espaço sem saída, sozinhos num canto, mas nem um pouco escondidos. Além da parede que formava os fundos da boate, o resto do espaço ao nosso redor era aberto, e apenas um pequeno muro de vidro evitava que caíssemos na pista de dança abaixo.

– Certo. Você pode me tocar aqui. Ele levantou uma sobrancelha e correu um longo dedo pela base do meu pescoço, indo de um ombro a outro.

– O que exatamente você está oferecendo?

Olhei aqueles estranhos olhos iluminados que se mostravam interessados em tudo ao seu redor. Ele parecia normal, muito são para alguém que me seguiu através de uma boate e disse tão espontaneamente que queria me tocar. Lembrei de Andy e o quanto ele raramente – exceto para manter as aparências – queria meu toque, minha conversa, meu qualquer coisa. Seria assim com ele? Um outro homem o puxaria de lado, se ofereceria, e ele tomaria o que precisasse antes de voltar para casa? Enquanto isso, minha vida tinha se tornado tão pequena que eu mal podia lembrar como preenchia as longas noites solitárias. Será que eu estava sendo ganancioso demais por querer tudo? Uma carreira incrível e um momento louco aqui e ali?

– Você não é um psicopata, é? Rindo, ele beijou meu rosto.

– Você está sim, está me deixando meio maluco, mas não, não sou um psicopata.

– Eu só… – comecei a falar, e então olhei para baixo. Pressionei minha mão aberta em seu peito largo. Sua blusa cinza era incrivelmente macia. Caxemira, pensei. O jeans era escuro e o envolvia perfeitamente. Os sapatos pretos não tinham um arranhão. Tudo nele era meticuloso.

– Acabei de me mudar para cá – parecia uma boa explicação para a tremedeira em minha mão.

– E um momento como este não parece muito seguro, não é mesmo? Balancei a cabeça.

– Não mesmo.

Mas, então, estiquei o braço, agarrei seu pescoço e o puxei para mim. Ele acompanhou o movimento e sorriu, antes de nossos lábios se encontrarem. O beijo foi a combinação perfeita entre suavidade e firmeza, com o uísque esquentando seus lábios contra os meus. Ele gemeu um pouco quando abri a boca e o deixei entrar, e a vibração ateou fogo em mim. Eu queria sentir todos os seus sons.

– Você tem um sabor tão doce. Qual é o seu nome? – ele perguntou. Com isso, senti a primeira onda real de pânico.

– Nada de nomes.

Ele se afastou um pouco e me encarou, com as sobrancelhas erguidas.

– Então como devo te chamar?

– Do mesmo jeito que você vem fazendo até agora.

– Anjo? Confirmei com a cabeça.

– E como você vai me chamar quando estiver gozando? – ele deu outro pequeno beijo. Meu coração bateu mais forte com aquele pensamento.

– Acho que isso não importa, não é mesmo? Erguendo os ombros, ele aceitou:

– Acho que não. Tomei sua mão e a coloquei na minha cintura.

– A única pessoa que me deu um orgasmo no último ano fui eu mesmo – movi seus dedos até o zíper da minha calça próximo da minha ereção e sussurrei: – Você acha que consegue mudar isso? Pude sentir seu sorriso contra minha boca quando ele me beijou novamente.

– Você está falando sério?

A ideia de me oferecer para um homem num canto escuro de uma boate era um pouco assustadora, mas não o bastante para me fazer mudar de ideia.

– Estou falando sério.

– Você é um problema.

– Juro que não sou. Ele se afastou o suficiente para examinar meu rosto. Seus olhos se moveram até que seu olhar voltou a mostrar aquele sorriso.

– Essa coisa de você nem ter ideia do quanto é…

Ele me virou e pressionou meu corpo contra o muro de vidro para que eu olhasse a massa de corpos se contorcendo lá embaixo. As luzes pulsavam, penduradas bem na minha frente em barras de ferro que se estendiam pela boate, iluminando o andar de baixo, enquanto nosso canto se mantinha praticamente no escuro. Começou a subir um vapor das aberturas na pista de dança, cobrindo até os ombros as pessoas que dançavam; ondas se formavam na superfície seguindo o movimento das pessoas. Os dedos do meu estranho abriu o zíper da minha calça e desceu um pouco , deslizou a mão pela minha cueca, passando pela bunda e entre minhas pernas, onde eu definitivamente desejava seu toque. Aquela posição vulnerável não me envergonhou: eu me arqueava para trás em sua mão, já completamente perdido.

– Você está muito exitado, anjo. O que você gosta? A ideia de que estamos fazendo isso aqui? Ou eu ter te observado enquanto você pensava em transar comigo no meio da pista de dança?

Eu não disse nada, pois fiquei com medo do que poderia ser a resposta, e perdi o fôlego quando ele deslizou um longo dedo dentro de mim. Pensamentos sobre o que eu deveria fazer evaporaram enquanto eu pensava sobre o velho e chato Samuel em Chicago. O previsível Samuel que sempre fazia aquilo que todos esperavam dele. Eu não queria mais ser essa pessoa. Eu queria ser irresponsável, selvagem, jovem. Eu queria viver para mim mesma pela primeira vez na minha vida.

– Você é tão pequenino e apertado mas, quando está assim exitado, tenho certeza que consegue aguentar três dedos facilmente.

Ele riu num beijo que pressionou por trás do meu pescoço quando uma ponta do dedo circulou um ponto especifico no meu corpo, provocando lentamente.

– Por favor – sussurrei.

Não sei se ele podia me escutar. Seu rosto estava apertado contra meus cabelos e eu podia sentir seu pau pressionando a lateral da minha barriga, mas, fora isso, eu estava alheio a qualquer outra coisa, pois seu longo dedo deslizava novamente dentro de mim.

– Sua pele é incrível. Principalmente aqui – ele beijou meu ombro. – Você sabia que a parte de trás do seu pescoço é perfeita?

Eu me virei e sorri para ele. Seus olhos estavam arregalados e claros, e, quando encontraram os meus, voltaram a se curvar num sorriso. Nunca olhei alguém nos olhos tão de perto ao ser tocado daquela maneira, e algo sobre aquele homem, aquela noite e aquela cidade fez com que eu imediatamente tivesse certeza de que era a melhor decisão que eu já havia tomado.

Querida Nova York, você é brilhante. Com amor, Sam. P.S.: Definitivamente não é o álcool falando.

– Eu não tenho muitas oportunidades para olhar o meu pescoço por trás.

– É realmente uma pena – ele retirou a mão e eu senti um frio onde seus dedos quentes estavam. Colocou a mão no bolso e tirou um pequeno pacote.

Uma camisinha. Ele tinha uma camisinha no bolso. Eu nunca teria pensado em levar uma camisinha para uma boate qualquer. Virando-me para encará-lo, ele nos fez girar e me pressionou contra a parede, beijando primeiro com suavidade, depois com um jeito furioso e faminto. Quando pensei que iria perder o fôlego, ele começou a explorar, chupando meu queixo, minha orelha, meu pescoço, encontrando o ponto onde minha pulsação batia freneticamente. Minha calça tinha voltado a cobrir minhas coxas, mas seus dedos brincavam com a barra da minha camiseta, levantando-a lentamente.

– Alguém pode aparecer aqui – ele me lembrou, dando uma última oportunidade para eu parar aquilo, apesar de já estar abaixando de uma vez só minha calça junto com a cueca. Mas eu não me importava. Nem um pouco. E talvez até uma pequena parte de mim queria que alguém aparecesse, para que pudesse ver esse homem perfeito me tocando daquele jeito. Eu mal podia pensar em qualquer outra coisa além do lugar onde ele estava tocando, o jeito como minha calça estava mostrando minha bunda, a maneira como o pau dele pressionava tão forte e insistentemente em minha barriga.

– Eu não ligo.

– Você está bêbado. Bêbado demais para isso? Quero que lembre que eu comi você.

– Então faça isso de um jeito inesquecível. Ele flexionou os joelhos e esfregou sua ereção na minha me fazendo soltar um dos maiores gemidos da minha vida. esse contraste da minha pele nua como ele todo vestido era o que mais me exitava. Coloquei meu braço entre nós e desabotoei sua calça, puxando a cueca para baixo apenas o bastante para deixá-lo livre. Envolvi sua ereção com a mão e a esfreguei a cabeça do seu pau no meu.

– Droga, Anjo. Deixe eu colocar isso. Suas calças estavam abertas, mas tinham caído apenas um pouco abaixo da cintura. Se alguém nos visse por trás, poderia até pensar que estávamos dançando, talvez apenas nos beijando. Mas ele pulsava em minha mão, e a realidade da situação me deixou louco. Ele iria me comer ali mesmo, pairando sobre a pista de dança lá embaixo. Naquela multidão, havia pessoas que me conheciam como o Sam Bonzinho, o Sam Responsável, o Sam do Andy.

Nova casa, novo emprego, nova vida. Novo Sam. Meu estranho era grosso e muito comprido em minha mão. Eu o desejava, mas também fiquei um pouco assustado com todo aquele tamanho. Não sei se aguentaria, nunca tinha visto um homem tão duro.

– Você é enorme – eu disse sem pensar.

Ele sorriu, como um lobo realmente pronto para me devorar, e rapidamente rasgou o pacote da camisinha com os dentes.

– Isso é a melhor coisa que você pode dizer para um homem como eu. Você poderia até dizer que não sabe se vai caber tudo.

Passei o polegar na cabeça do seu da pau. Ele era tão quente: pele macia envolvendo uma rocha.

– Droga. Vou gozar na sua mão inteira se você não parar com isso – ele tremeu um pouco com a urgência enquanto afastava minha mão para vestir a camisinha.

– Você sempre faz isso? – perguntei. Parado na minha frente, pronto para a ação, com o sorriso mirando meu rosto, ele disse:

– Isso o quê? Sexo com um homem lindo e gostoso que não quer me dizer seu nome e prefere transar num corredor público ao invés de irmos para um lugar apropriado como uma cama ou uma limusine? – ele me virou cuspiu na mão passou no meu anel e começou a entrar, demoradamente. A luz acendeu e, meu Deus, eu não achava que sexo com um estranho pudesse ser tão íntimo assim. Ele virou meu rosto e observou cada reação em meu rosto.

– Não, anjo. Tenho que admitir que nunca fiz isso. Sua voz estava normal, mas então suas palavras começaram a falhar, pois já estava profundamente dentro de mim, ali no meio daquela boate caótica, com luzes e música pulsantes ao nosso redor, com pessoas passando a apenas alguns metros sem saber de nada. E, mesmo assim, todo o meu mundo estava reduzido ao lugar onde ele me penetrava.

Ele agarrou meu pau com força e passou a sincronizar com cada estocada, onde a pele quente de sua cintura pressionava as minhas coxas por trás. Não houve mais nenhuma conversa, apenas estocadas que foram aumentando em velocidade e intensidade. O espaço entre nós se preencheu com sons abafados de desejo e súplica. Seus dentes morderam meu pescoço e eu agarrei seu pescoço por trás dos cabelos com medo de cair no vão ou em outro lugar que não fosse a pista de dança, mas um mundo onde adorava estar exposto, com meu prazer visível para quem estivesse observando – principalmente se fosse aquele homem.

– Deus, você é lindo – ele se inclinou para trás, olhou para baixo e acelerou um pouco. – Não consigo parar de olhar sua pele perfeita e, droga, o ponto onde estou entrando em você…

A luz estava claramente jogando no time dele, pois, da minha perspectiva, ele estava iluminado por trás e eu podia enxergar apenas a silhueta do meu estranho. Não distingui nada além de sombras quando olhei para baixo e visualizei apenas a sugestão do movimento: ele dentro de mim, entrando e saindo. Escorregadio e duro, pressionando fundo em cada passada. E, como se tivesse ouvido meus pensamentos, a luz diminuiu para um tom quase negro acompanhando o som de uma batida lenta e oscilante que preencheu a boate.

– Eu filmei você dançando – ele sussurrou. Demorou alguns instantes para que suas palavras fossem registradas no meu cérebro.

– O… o quê?

– Eu não sei por quê. Não vou mostrar para ninguém. É só que… – ele puxou meu rosto para olhar nos meus olhos, diminuindo a velocidade um pouco, provavelmente para me deixar pensar.

– Você estava tão possuído. Eu queria me lembrar. Caramba, sinto como se estivesse confessando meus pecados. Engoli em seco, ele voltou a se aproximar e me beijou. Eu perguntei:

– Você acha estranho eu ter gostado de você ter feito isso?

Ele riu em minha boca, entrando e saindo novamente com estocadas lentas e deliberadas.

– Apenas aproveite, certo? Eu gosto de observar você. E você estava dançando para mim. Não há nada de errado nisso.

Ele passou os braços por baixo das minha axilas, e, então, por vários perfeitos segundos na escuridão, começou a meter de verdade. Rápido e urgente, ele deixou escapar os mais deliciosos gemidos, e não haveria dúvida sobre o que estávamos fazendo se alguém aparecesse em nosso pequeno canto no corredor. Só de pensar nisso – sobre onde estávamos, o que fazíamos e a possibilidade de alguém ver aquele homem me possuindo com tanta força – eu acabei me perdendo. Minha cabeça rolou para frente contra a parede, e eu podia sentir sentir, sentir crescendo no meu ventre, tão profunda e pesadamente, uma angústia se acumulando, descendo por minhas costas e explodindo no meu pau com tanta força que eu tive que gritar, sem me importar se alguém poderia ouvir. E eu nem precisava ver seu rosto para saber que ele estava me observando enquanto eu gozava sem parar.

– Oh, droga – seus quadris perderam o ritmo e então ele soltou um gemido grave, com os dedos enterrados nos meus ombros. Ele vai deixar marcas, pensei. Espero que deixe. Eu queria uma lembrança desta noite, e deste Sam, para melhor diferenciar a nova vida que eu estava tão determinada a construir. Ele parou, apoiando-se em mim, com os lábios encostando gentilmente em meu pescoço. – Meu pequeno estranho, você acabou comigo. Senti ele pulsar dentro de mim – eram tremores secundários de seu orgasmo – e eu quis que ele continuasse enterrado daquele jeito para sempre. Imaginei como seria nossa imagem para o resto da boate: um homem grande, muiiiito grande apertando um outro homem contra a parede, com as calças semi abaixadas no meio da escuridão. Sua grande mão acariciou minhas costas da cintura até os meus ombros, e, então, com um pequeno gemido, ele se retirou, colocou meus pés no chão, deu um passo para trás e tirou a camisinha. Meu Deus, eu nunca nem cheguei perto de fazer algo tão insano assim antes. Um sorriso tomou meu rosto por inteiro enquanto minhas pernas tremiam quase ao ponto de desabarem. Não perca a cabeça, Sam. Não perca a cabeça. Foi perfeito. Tudo aquilo tinha sido perfeito, mas teria que terminar ali. Faça tudo diferente de antes. Nada de nomes, nada de compromissos. Nada de arrependimentos. Ajeitando minha calça junto com minha camiseta, fiquei na ponta dos pés para beijar seus lábios.

– Isso foi inacreditável.

Ele concordou, gemendo um pouco no meio do beijo.

– Foi sim. Será que podemos…?

– Eu vou descer – comecei a me afastar e dei um tchauzinho.

Ele me encarou, confuso.

– Você está…?

– Bem. Estou bem. Você está bem? Ele assentiu, parecendo perplexo.

– Então… obrigada.

Com a adrenalina ainda correndo em minhas veias, eu me virei antes que ele pudesse responder e o deixei lá, com a calça aberta e os lábios torcidos num sorriso surpreso. Minutos depois, encontrei Daniel e Julia, os dois prontos para irmos embora. De braços dados, nós saímos da boate, e, só depois que entramos na limusine, quando eu estava silenciosamente revivendo cada segundo do que tinha acontecido com aquele homem poderoso e anônimo, passei a mão no meu pulso e senti falta da pulseira que ganhei da minha vó, merda será que ficou com o estranho? foi ai que me me lembrei: talvez além da pulseira eu tenha deixado outra coisa.

um vídeo no qual eu dançava para ele no meio da multidão.

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Comentários

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Ótimo. Entrei logo cedo esperando jácencontrar o segundo Capítulo. Manda logo!

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Ótimo início, já aguardando os próximos!!!

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COMEÇOU MEIO FRACO MAS O DESENROLAR DO CAPÍTULO FOI BÁRBARO. ISSO AI SAM, VIDA NOVA. E POR FAVOR PARE DE RELEMBRAR ANDY. ISSO É PASSADO.

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Ahhhh maravilhoso .. Esperando pelo próximo capítulo

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Maravilhoso, ansioso pela continuação.

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